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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Este ano está a ser estranho...
Desde março que andamos mais fechados em casa devido aos sucessivos confinamentos e neste natal foi também recomendado que ficássemos em casa. Temos cumprido mas hoje acabamos por reunir uma parte da família em casa da minha irmã. Para alguns de nós pode ser o último natal juntos, não sabemos o que nos reserva o amanhã. E, com muitos cuidados, lá se fez mais um Natal, com muitos brinquedos espalhados pela sala, risos das nossas crianças (os nossos olhares embevecidos e orgulhosos), barulho e música.
Eu pessoalmente senti-me nervosa durante todo o dia e passei grande parte do dia no exeterior, onde estava frio mas havia menos risco. Dentro de casa, lá andavamos de máscara, mas à mesa, estávamos todos juntos a comer e a conversar. Mas como eu digo, foi estranho. Aqui tem corrido tudo bem e não houve ainda ninguém que tivesse de ser internado, mas em muitas famílias, hoje foi um dia triste pela perda recente de entes queridos e por outros estarem internados ou em isolamento. Um dia vamos ultrapassar isto, mas as perdas já são gigantes e muitas casas têm hoje lugares vazios à mesa.
Há por isso um sentimento de tristeza pela situação que se está a viver, de insegurança por não sabermos se amanhã vamos ter trabalho e de esperança, que em 2021 possamos todos estar numa situação melhor. Eu tenho estado sempre a trabalhar mas muito daquilo que fiz durante estes últimos meses foram aulas online. Tem sido um desafio, mas confesso que nesse aspeto tem sido bom para mim, porque deixo de ter de me deslocar. No entanto, durante alguns meses recebi menos de metade do que deveria ter recebido. Estou a passar por várias dificuldades mas tenho conseguido, com uma enorme gestão, seguir a minha vida. Eu compreendo que haja dificuldade em nos manter a todas a trabalhar, mas a verdade é que todas recebemos um grande corte no que recebíamos, no meu caso quase por metade, mas nem todas estamos a trabalhar... Nos últimos dias, já estando nas salas com as crianças, acabamos por estar mais expostos, mas até agora tudo tem corrido bem.
O Natal este ano não tem abraços, nem beijos como antes... mas no meu caso teve aquilo que é mais importante, a família reunida e as crianças felizes.
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