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Atribuído o Prémio Nobel da Paz

por Elsa Filipe, em 11.10.25

Foi ontem atribuído o Prémio Nobel da Paz e, felizmente, foi parar às mãos certas! Disse Jørgen Watne Frydnes, o presidente do Comité, em Oslo, que "quando os autoritários tomam o poder, é crucial reconhecer os corajosos defensores da liberdade que se levantam e resistem."

María Corina Machado, tem 58 anos e tem sido ao longo dos últimos anos, uma "das figuras-chave da política venezuelana da atualidade," vivendo na "clandestinidade" devido à "sua forte oposição ao regime de Nicolás Maduro." É engenheira industrial e ex-deputada da Assembleia Nacional da Venezuela. É ela o "rosto da oposição venezuelana a Nicolás Maduro."

O prémio foi-lhe atribuído, "pelo seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela" e "pela sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia". O Comité declarou ainda sobre a entrega deste prémio que "a democracia depende de pessoas que se recusam a permanecer em silêncio, que arriscam dar um passo em frente apesar dos graves riscos e que nos recordam que a liberdade nunca deve ser tomada como garantida, mas deve ser sempre defendida – com palavras, coragem e determinação."

Maria Corina Machado candidatou-se às "eleições primárias" da Venezuela. tendo vencido as mesmas, mas sendo impedida pelo regime de Maduro de exercer as suas funções. Assim, passou a dar o seu apoio a "Edmundo González Urrutia, que o Parlamento Europeu (PE) reconheceu como presidente eleito, na sequência da contestação dos observadores internacionais, incluindo a ONU, à declaração de vitória de Maduro." Edmundo Urrutia, que já tinha sido "embaixador da Venezuela na Argentina e na Argélia," acabou por substituir María como "candidato nas presidenciais de 28 de julho de 2024" e que depois se viu obrigado a ir para Espanha. A o receber o prémio, Corina Machado afirmou que faz parte de todo um grupo e que não trabalha de forma isolada: "Muito obrigada, mas eu espero que perceba que isto é um movimento, eu sou só uma pessoa. Eu certamente não mereço isto."

Merece, sim. 

Foi escolhida entre um total de 338 candidatos, incluindo 244 personalidades individuais e 94 organizações.

Frustrado deve ter ficado o presidente dos EUA, Donald Trump, que por várias vezes afirmou que devia ser nomeado para receber este prémio. Trump "afirmou considerar que será um insulto para os Estados Unidos se não receber o Nobel da Paz." Publicamente, recebeu apoio do "primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu," que afirmou que Trump deveria receber este galardão pela “dedicação inabalável e excecional à promoção da paz, da segurança e da estabilidade em todo o mundo”, e do Paquistão, chegou também o pedido de nomeaão pelo seu “trabalho na resolução do conflito entre a Índia e o Paquistão”. Algo que para mim soaria estranho, se fosse ele o vencedor, mas, neste tipo de prémios, tudo é possível.

 

 

Fontes: 

https://sicnoticias.pt/mundo/2025-10-10-da-luta-politica-na-clandestinidade-ao-premio-nobel-da-paz-quem-e-maria-corina-machado-2ed45a34

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-09-08-edmundo-gonzalez-urrutia-deixa-venezuela-para-exilio-em-espanha-964af06c

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/no-limiar-da-vitoria-nobel-da-paz-atribuido-a-opositora-venezuelana-corina-machado_n1689941

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publicado às 12:17

À vista de todos e arriscando-se a que alguém perca a paciência ou seja menos despojado de princípios do que ele, Trump continua a tentar demonstrar a sua potencial força, através de ações e provocações.

Desta vez, os "Estados Unidos enviaram três navios lança-mísseis para as águas ao largo da Venezuela." Estes navios têm como "objetivo" o combate ao narcotráfico, num momento em que a tensão entre os dois países vai crescendo.

Para quem ainda não conhece a relação entre estes dois estados, começo por dizer que, no início deste mês, Trump duplicou a "recompensa oferecida por qualquer informação que permita" prender o presidente venezuelano Nicolás Maduro, cujo mandato não é sequer reconhecido pelo presidente Trump, por "tráfico de drogas." Em resposta, Nicolás Maduro colocou nas ruas cerca "de 4,5 milhões de milicianos, componente da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), preparadas, ativas e armadas, no que designou como um "plano de paz."

Trump não teme lançar ataques contra a Venezuela. E por isso, não é de estranhar que possam já haver mais meios a caminho, todos com o mesmo objetivo: "a missão envolve um submarino nuclear, uma aeronave de reconhecimento P8 Poseidon, vários contratorpedeiros e um navio de guerra equipado com mísseis," podendo ainda estar a caminho cerca de "4 mil fuzileiros navais para a região das Caraíbas, perto da costa venezuelana." 

Mas viajemos até ao ano de 2019. Trump estava na Casa Branca quando os EUA se recusam a aceitar a vitória de Maduro, impondo rígidas medidas contra a Venezuela, onde, manifestações contra Maduro, levaram à morte de "sessenta e sete pessoas," 59 das quais à mão de "polícias e grupos civis armados que apoiavam o governo de Maduro" e as outras seis em "execuções extrajudiciais cometidas por forças policiais especiais após os protestos."

A relação entre os dois estados tem sofrido vários altos e baixos, especialmente desde que os EUA reconheceram Juan Guaidó como presidente interino do país e, ainda, se nos lembrarmos que a Venezuela foi um dos países que se manifestou contra o ataque dos EUA a três instalações nucleares iranianas, a favor de Israel (além de Cuba e do Chile). Então, isto poderá estar tudo relacionado, ou será mesmo só sobre combater o tráfico de drogas?

Vamos aguardar.

Fontes:

https://observador.pt/2025/08/21/estados-unidos-enviam-tres-navios-lanca-misseis-para-aguas-ao-largo-da-venezuela/

https://observador.pt/2020/01/25/venezuela-morreram-67-pessoas-durante-protestos-em-2019/

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/06/internacional/1565055325_220193.html

https://sicnoticias.pt/mundo/2025-08-19-presidente-venezuelano-arma-e-distribui-45-milhoes-milicianos-pelo-pais-6f7b800a

 

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publicado às 22:45

A Venezuela foi a eleições na passada semana, mas passada quase uma semana, os resultados ainda não são explícitos. Ainda não tinha conseguido vir aqui falar deste assunto (sendo que por outro lado estava também a aguardar que a situação deixasse de ser tão ambígua e que as atas fossem realmente apresentadas e a verdade reposta), mas uma semana depois a situação na Venezuela - onde estão milhares de cidadãos portugueses e luso-descendentes - continua tensa.

No passado domingo, ainda faltava terminar a contagem de várias mesas eleitorais, já Nicolás Maduro alegava ter ganho com 51,20% dos votos contra 44,2% da oposição, liderada por Edmundo Urrutia. Logo depois, a oposição reinvindicava que, mesmo sem a contagem total, já tinham conseguido derrubar o governo de Maduro por quase 80% dos votos. Perante esta dualidade de resultados e com a falta de apresentação das atas definitivas, a verdade é que uma semana depois, a situação não está devidamente esclarecida e Maduro não foi ainda legitimado para iniciar o seu terceiro mandato consecutivo como presidente da Venezuela. Vários estados vieram já pedir a divulgação das atas eleitorais, ainda mais, depois de ter sido recusada a entrada de representantes europeus e pan-americanos.

Por sua vez, Maria Corina Machado, afirma que Edmundo Urrutia venceu com 70% dos votos, levando a que milhares de venezuelanos viessem para a rua protestar por fraude eleitoral. Corina Machado, depois de alegar que tinha tido de se esconder e que temia pela sua própria vida, acabou por aparecer na manifestação, pedindo "mobilização para exigir transparência no resultado eleitoral e defender a alegada vitória de Edmundo González."

Aquilo que está em causa não é apenas a contagem dos votos, mas sobretudo os atos de violência que estão a ser executados contra quem se opõe a Maduro ou quem se mostre apoiante da oposição. Desde domingo passado, já se registaram vários conflitos, os quias levaram à morte de, pelo menos, 20 pessoas, entre as quais estava um jovem de apenas 15 anos.

Fora da Venezuela, os Estados Unidos já vieram reconhecer a "vitória de Edmundo Gonzales", considerando "válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto." 

Na sexta-feira, Nicholás Maduro já veio anunciar que 1200 pessoas tinham sido "detidas em protestos pós-eleitorais na Venezuela" e que outras 1000 estavam "a ser procuradas por destruírem 300 esquadras" no país, alegando ainda que estes "alegados criminosos" tinham sido "treinados nos Estados Unidos, na Colômbia, no Peru e no Chile."

Brasil, Colômbia e México, já vieram apelar para que "os atores políticos e sociais" exerçam as suas manifestações com a "máxima cautela e contenção" para que possa ser evitada "uma escalada de episódios violentos," bem como a que seja realizada "uma verificação imparcial dos resultados" das eleições presidenciais.O Brasil assumiu entretanto a representação da Argentina, depois dos diplomatas de sete países terem sido expulsos aquando do rompimento diplomático entre Caracas e Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. Os governos desses países foram acusados pelo governo de Maduro de "intromissão" e de "desconhecerem os resultados eleitorais". A apoiar Maduro estão países como a China e a Rússia...

Fontes:

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-08-02-venezuela-29-ex-chefes-de-estado-pedem-a-lula-e-petro-para-reconhecerem-gonzalez-como-presidente-f3b4e0c2

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-08-02-video-eua-reconhecem-vitoria-da-oposicao-na-venezuela-maduro-pede-que-tirem-o-nariz-do-pais-c14f7584

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-08-02-capturamos-mais-de-1.200-criminosos-e-estamos-a-procura-de-mais-mil-395ac041

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-08-01-brasil-colombia-e-mexico-pedem-verificacao-dos-resultados-na-venezuela-d1691590

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-08-01-video-ja-morreram-pelo-menos-20-pessoas-nos-protestos-contra-a-reeleicao-de-nicolas-maduro-bf0040e9-1

 

 



 

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publicado às 15:38


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