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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
No dia 27 de janeiro de 1945, soldados das forças soviéticas chegaram ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, onde encontraram aqueles que tinham ficado para trás. Começo por aconselhar a vossa pesquisa sobre esta data - existe muita informação, espalhada por aí. Reforço ainda que esta data não deve ser esquecida! Um dos primeiros locais que vos convido a visitar é o site "A Enciclopédia do Holocausto", onde encontram diversa informação sobre o tema.
"À medida em que as tropas aliadas penetravam na Europa, em uma série de ofensivas contra a Alemanha, os soldados começaram a encontrar e a libertar os prisioneiros dos campos de concentração, muitos dos quais haviam sobrevivido às marchas da morte para o interior da Alemanha. As forças soviéticas foram as primeiras a se aproximar de um campo nazista de grande porte, chegando ao campo de Majdanek próximo de Lublin na Polônia, em julho de 1944. Surpreendidos pelo rápido avanço soviético, os alemães tentaram demolir o campo numa tentativa de ocultar as evidências do extermínio em massa que haviam cometido."
Neste dia, começava a ser posta a descoberto "a escala das atrocidades cometidas pelo regime nazi naquele e noutros locais.
"6 milhões de judeus, minorias e dissidentes políticos foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial pelo regime nazi," e para que isto não se repita, há que lembrar o que se passou e não deixar disseminar as ideologias que, ainda hoje, passados 80 anos, dizem que foi tudo uma invenção.
Assinalando hoje o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e os 80 anos que passaram sobre a libertação de Auschwitz, António Guterres, chefe das Nações Unidas, ressalta durante o seu discurso "que a lembrança dos eventos do Holocausto é um bastião contra a difamação da humanidade e um apelo à ação coletiva para garantir o respeito pela dignidade e pelos princípios fundamentais."
Os campos de concentração nazi foram erguidos na Alemanha em março de 1933, logo depois de Adolf Hitler se ter tornado Chanceler e do seu Partido ter recebido "o controle da polícia pelo Ministro do Interior do Reich, Wilhelm Frick, e pelo Ministro do Interior prussiano, Hermann Göring." Estes campos eram usados "para prender e torturar" aqueles que eram considerados como "adversários políticos e sindicalistas." Inicialmente, cerca de "45 mil prisioneiros" deram entrada nestes campos. Estima-se que em janeiro de 1945, estivessem em campos de concentração cerca de "715 000" pessoas. Além dos campos de concentração, onde existiam "bases de recursos de trabalho forçado para empresas alemãs," foram também criados "os campos de extermínio." Estes campos foram estabelecidos com apenas um objetivo: matar! Nestes campos, foram assassinadas milhares de pessoas, de todas as idades, a uma escala praticamente "industrial" não só de judeus, mas também de eslavos, comunistas, homossexuais e outros que os nazistas consideravam "Untermensch" (povos inferiores) ou indignos de viver," através das "câmaras de gás."
Este genocídio do povo judeu por toda a Europa foi a solução encontrada pelo "Terceiro Reich para a questão judaica", o que hoje designamos coletivamente por Holocausto.
Mas aqueles que conseguiram sobreviver, nunca chegaram a ver a sua vida reposta nem foi feita justiça ao que ali sofreram, muito menos chegou alguma vez a ser feita justiça às mortes causadas às mãos dos nazis.
A "segregação da população judaica na Alemanha," começou com "as leis de Nuremberga," introduzidas a "15 de setembro de 1935 pelo Reichstag, numa reunião especial durante o comício anual em Nuremberga do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães." O objetivo era obrigar à "Protecção do Sangue Alemão e da Honra Alemã." Em "26 de novembro de 1935", as leis foram corrigidas para incluírem, além da população judaica, "os ciganos e os negros." No ano seguinte, "depois dos Jogos Olímpicos de Verão de 1936," que se realizaram em Berlim, começaram as perseguições sob pretexto de pôr em prática estas leis.
"As Leis de Nuremberga tiveram um impacto económico e social incapacitante na comunidade judaica. As pessoas suspeitas de violar as leis do casamento eram detidas, e (a partir de 8 de março de 1938) após terem cumprido as suas condenações, eram novamente presas pela Gestapo e enviadas para campos de concentração nazis."
"Em 1938, já era difícil, se não impossível, os emigrantes judeus encontrarem um país que os aceitasse. Os esquemas para as deportações em massa, como o Plano Madagáscar, mostraram-se impossíveis de realizar, e a partir de meados de 1941, o governo alemão deu início à exterminação em massa dos judeus na Europa." Este plano consistiu numa tentativa de "transferir a população" judaica "da Europa para a ilha de Madagáscar," proposta pelo governo nazi, depois da França entregar a sua colónia à "Alemanha, como parte dos termos de rendição franceses," na 2ª Guerra Mundial. Este plano, acabou por não ir em frente e foi substituído, por uma "evacuação para o leste," mas que não era nada mais nada menos do que a expulsão e perseguição dos judeus em direção ao leste da Europa.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Nuremberg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_nazistas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_exterm%C3%ADnio
https://news.un.org/pt/story/2025/01/1844016
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/liberation-of-nazi-camps
O contexto da situação política, económica e social da Rússia, é um tema, só por si, de uma grande complexidade. A atual Rússia nasce da Guerra Fria. Ainda hoje, é um país em tensão política, com uma ideologia que muitas vezes não aceitamos e com o qual a maior parte não se identifica.
Vamos voltar um pouco atrás na história. A Guerra Fria, foi um período histórico que sucedeu à Segunda Guerra Mundial e que durou entre 1947 e 1991. A Segunda Guerra Mundial, terminou com a vitória dos Estados Unidos e da URSS. Apesar de aliadas, estas grandes potências tinham óbvias diferenças ideológicas que levaram a que pouco tempo depois entrassem numa grande "tensão militar que se manteve até ao princípio dos anos noventa do século passado." e que ficou conhecida como Guerra Fria. Neste período opunham-se assim o Capitalismo Liberal e o Socialismo Soviético.
Depois da Segunda Guerra, o "crescimento económico soviético foi rápido" mas a partir dos anos 80, começam a ser visíveis os vários problemas que o afetam. O secretário-geral do Partido Comunista, Mikhail Gorbatchev, aplica uma" política de abertura económica e política" que desencadeou várias "mobilizações pela independência de povos minoritários no país." Perante esta situação, e "sob pressão externa e atravessando uma crise económica, o governo central concordou com a reorganização do país numa União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, conferindo maior poder às administrações locais." Neste período de reconstrução que foi chamado de Perestroika, entre outras medidas Gorba"chev sentiu que a União Soviética deveria: desocupar o Afeganistão, negociar com os Estados Unidos a redução de armamentos nucleares (Corrida armamentista) e o abandono da possibilidade de interferência nos países comunistas da Cortina de Ferro (a Doutrina Brejnev)."
No entanto, esta reforma acaba por falhar e uma das "razões citadas para esse fracasso foi o insucesso na promoção e criação de entidades económicas privadas e semi-privadas e a indisposição de Gorbachev em relação a uma reforma na agricultura soviética." A implementação da Perestroika, fez com que a pobreza aumentasse "e os benefícios sociais" desapareceram "como os subsídios e descontos fiscais", o que levou ao descontentamento da população. Este programa fez também "com que os preços subissem, as taxas de juro aumentassem," se implementassem novos impostos, "os benefícios fiscais à indústria foram cortados, e o sistema de saúde soviético desapareceu."
Em "agosto de 1991, um golpe de estado depôs Gorbachev por três dias." Depois deste golpe de estado, "as pessoas aplaudiram o presidente da República Socialista Federativa Soviética da Rússia (RSFSR), Boris Iéltsin, por suspender o PCUS (Partido Comunista da União Soviética) no momento da investigação, apesar dos protestos do presidente soviético Mikhail Gorbachev, que insistiu que o partido, como um todo, não era o culpado pelos eventos." Algumas semanas depois, a União Soviética rompe-se de forma aparentemente pacífica. No dia 6 de Novembro de 1991, Iéltsin proibiu o Partido Comunista da União Soviética. A "26 de Dezembro de 1991," depois da Gorbachev ter renunciado à presidência da URSS, a sua dissolução foi declarada. A "sua maior república constituinte, a RSFSR, foi renomeada Federação Russa" e formalmente estabelecida a "1 de Janeiro de 1992" tendo-se tornado "o estado sucessor da União Soviética."
O Partido Comunista da Federação Russa foi restabelecido em Fevereiro de 1993. As pessoas que tinham sido detidas "por participação na tentativa de golpe de Agosto de 1991 foram libertadas da prisão em 1992 e as acusações foram anuladas sob anistia pela Duma Federal," em 1994. Este partido tem por base os ideais da filosofia marxista-leninista, tornando-se "o segundo maior partido político da Federação Russa depois da Rússia Unida." Os seus objetivos são principalmente: estabelecer uma nova forma de "socialismo na Rússia," através da "nacionalização dos recursos naturais, agricultura e grandes indústrias no quadro de uma economia mista que permite o crescimento de pequenas e médias empresas no sector privado."
"O partido sofreu um forte declínio nas eleições legislativas de 2003, passando de 113 para 52 assentos" parlamentares.
Entretanto, surge no panorama russo, Vladimir Putin. Em 1975, com apenas "23 anos de idade e recém-graduado no curso de Direito, ingressa no Comité de Segurança Nacional, o KGB", onde fica durante 16 anos. A partir de 1977, Putin "passa a trabalhar no setor de contrainteligência no departamento investigativo do KGB de Leningrado."
Em 1985, especializa-se em inteligência estrangeira, aprendendo alemão, e entre 1985 e 1990, trabalha "em Dresden, na Alemanha Oriental, chefiando o departamento de fronteiras," onde ascende "ao posto de tenente-coronel antes de renunciar em 1991 para iniciar uma carreira política em São Petersburgo." É em 1996 que se muda para Moscovo "para ingressar na administração do presidente Boris Yeltsin," tendo servido "brevemente como diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB) e depois como secretário do Conselho de Segurança da Rússia antes de ser nomeado primeiro-ministro em agosto de 1999."
Após Yeltsin ter renunciado ao cargo, Putin assume as funções de "presidente interino e, em menos de quatro meses, foi eleito para o seu primeiro mandato como presidente." Em 2000, como forma de consolidar o seu poder, "Putin anunciou um decreto que dividia as 89 subdivisões da Rússia em 7 distritos federais, de forma a facilitar a administração do país." Depois disto, acabou por ser "reeleito em 2004", mas não foi um mandato sem preocupações. Nesse mesmo ano, o "massacre de Beslan, ocorrido em setembro", levou a que centenas de civis fossem assassinados e "fez com que sua popularidade caísse, devido às críticas à sua postura tomada contra os rebeldes chechenos. Foi até mesmo acusado de ter comandado o atentado, de forma a justificar a repressão contra os terroristas."
Entre 2008 e 2012, volta a ser primeiro-ministro do país, "no governo de Dmitry Medvedev", uma vez que "devido às limitações constitucionais de dois mandatos presidenciais consecutivos, Putin" na altura não poderia voltar a ser eleito como presidente.
Em 2012, volta então a ser eleito presidente da Federação Rússia, "após uma eleição marcada por denúncias de fraudes e protestos," seguindo-se uma nova reeleição "em 2018. Em abril de 2021, depois da realização de um referendo," Putin adapta a Constituição de forma a lhe ser permitido "concorrer à reeleição mais duas vezes." É este o motivo para que neste momento ele possa ser novamente candidato. Durante os seus sucessivos mandatos "Putin liderou a Rússia num conflito contra os separatistas chechenos, restabelecendo o controle federal sobre a região. Enquanto servia como primeiro-ministro no governo Medvedev, supervisionou um conflito militar com a Geórgia e promulgou reformas militares e policiais. No seu terceiro mandato presidencial, a Rússia anexou a Crimeia." Entretanto, ordenou também "uma intervenção militar na Síria para apoiar o seu aliado Bashar al-Assad durante a Guerra Civil Síria, garantindo bases navais permanentes no Mediterrâneo Oriental."
E neste momento, é sob a sua liderança que, tal como todos sabemos, a Ucrânia está a ser atacada. "Em março de 2023, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra Putin por crimes de guerra relacionados com a sua alegada responsabilidade criminal por raptos ilegais de crianças durante a guerra ucraniana." Tem sido também fortemente acusado de promover na Rússia uma cultura de medo e de restrição da liberdade de imprensa, entre várias outras liberdades e direitos.
Fontes:
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-guerra-fria-a-nova-ordem-mundial-do-pos-guerra/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dissolu%C3%A7%C3%A3o_da_Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9tica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Perestroika
https://pt.wikipedia.org/wiki/Descomuniza%C3%A7%C3%A3o_na_R%C3%BAssia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vladimir_Putin
Quando olho para as notícias, o que vejo é um ataque feito à Europa. E isso preocupa-me muito, dia a dia.
Mesmo que não atinja diretamente o nosso país e que pareça estar muito longe, pois são milhares de quilómetros que nos separam da linha da frente, a verdade é que são as fronteiras europeias que estão a ser atacadas. Parece que estamos a dar muito do que é nosso, quando saiem milhares de euros com destino a armamento ou a ajuda humanitária, mas eu não acho que seja apenas dar a fundo perdido. Eu acredito mesmo que, aquilo que estamos a fazer, é por nós também. Para que eles consigam conter o "monstro" o maior tempo possível.
Mas o que é que tem sido feito? Por um lado, as medidas que começaram a ser aplicadas foram sobretudo económicas, através de pacotes de sanções contra a Rússia. Estas medidas, num país tão grande, são apenas picadas de mosquito no corpo de um elefante. Chateiam? Sim. Mas afetam quem deveriam afetar? Não me parece.
Por outro lado, há as medidas de apoio direto à Ucrânia, como os fundos de apoio aos refugiados, o mecanismo europeu de apoio à paz e as medidas de apoio dadas a alguns países que, por estarem mais próximos, acabam por ser também mais afetados. Foi o caso da Moldávia por exemplo. Em março de 2022, a "UE assinou um acordo relativo ao estatuto" da "República da Moldávia no que diz respeito às atividades operacionais realizadas pela Frontex (1), o que ajudará as autoridades de gestão das fronteiras da Moldávia a enfrentarem o desafio de regular este afluxo de refugiados e, ao mesmo tempo, controlar uma fronteira com uma zona de guerra ativa."
Há também apoios que chegam a partir de grupos solidários, entre os quais, estão vários portugueses. Entre as ações que vão sendo dadas a conhecer, hpje o destaque vai para a criação de uma enfermaria para receber crianças com doenças graves, custeada por um grupo de voluntários, que se chama "Partilha Magnífica", da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde. Esta associação está também a juntar meios para "modernizar um internato para crianças com doenças físicas e psíquicas." Infelizmente, era "tradição" na antiga URSS, que as crianças que tivessem graves deficiências físicas e mentais, fossem "isoladas em internatos em aldeias e abandonados à sua sorte." É um desses "internatos" que esta associação portuguesa está a modernizar para criar "um centro de reabilitação integral." Seguiram também três ambulâncias para a Ucrânia e, se possível, será enviada mais uma. Para uns parece pouco, para outros, será muito e fará a diferença.
A Ucrânia, perante a continuação dos ataques russos, tenta produzir o seu próprio armamento, muitas vezes recorrendo a engenhos bastante criativos. O material que a Ucrânia vai recebendo não é suficiente, mas enquanto alguns países da NATO, sobretudo os europeus, quer continuar a ajudar e acha que o "objetivo deve ser libertar a Ucrânia", ou seja, ajudar à libertação de todos os territórios ocupados, outros países, estão contra esta constante ajuda seja através do envio de material militar, seja através de outro tipo de pacotes de ajuda, ou acha que já se deu o suficiente, seja lá o que isso for.
Podemos observar também que, na costa da Crimeia, existia uma linha defensiva russa que pressupõe a proteção contra ataques anfíbios, incluindo, os chamados "dentes de dragão" que são uma espécie de barreira que impossibilita a entrada de tanques através da linha de praia. Parece que o mau tempo que se tem feito sentir nos últimos dias, até tem ajudado aqui um pouco e tem vindo a destruir algumas destas áreas de proteção impostas pela Rússia. Veja-se que a Ucrânia tem vindo a atacar posições estratégicas nos territórios da Crimeia que estão anexados à Rússia. Estes territórios, foram de facto ocupados e ilegalmente anexados, mas parece que, aos poucos, isso tem vindo a ser esquecido por alguns Estados. A Ucrânia tem vindo assim a aplicar como que uma "campanha de interdição das estruturas militares russas," nos territórios da Crimeia ocupada, especialmente, contra embarcações russas estacionadas no Mar Negro.
Muitas das informações que eu aqui vou colocando, são de facto de um programa que eu gosto bastante de assistir e com dois grandes comentadores (José Milhazes e Nuno Rogeiro). O programa chama-se "Guerra fria" e dá na SIC. Existem também outros sites que gosto de visitar como alguns sites oficiais ligados à UE, como é o caso do Consilium ou sítios noticiosos como a Euronews, entre outros.
-/-
Notas:
A Frontex, criada em 2004, é de facto uma Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira que dá apoio "aos países da UE e do espaço Schengen na gestão das fronteiras externas da UE e na luta contra a criminalidade transfronteiras." Através deste centro, há a partilha de "informações e conhecimentos especializados com todos os países da UE, bem como com países terceiros vizinhos afetados pelas tendências migratórias e pela criminalidade transfronteiras."
Fontes:
Assinala-se hoje a passagem de 50 anos sobre a assinatura do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, assinado a 1 de julho de 1968 em Washington. Este tratado é composto por "11 artigos e assenta em três conceitos essenciais: a não-proliferação, o desarmamento e a canalização da energia nuclear para fins pacíficos." Mas o ponto mais importante será o de tentar proteger toda a humanidade, do efeito das armas nucleares.
Na prática, o que o tratado resume é o seguinte acordo: "os estados que não possuem armas nucleares concordam em não adquiri-las e, em troca, os estados que as possuem aceitam partilhar os benefícios da tecnologia atómica com fins pacíficos e comprometem-se a caminhar no sentido do desarmamento, com o objetivo final de eliminar todos os arsenais nucleares." Mas na verdade, os efeitos das armas nucleares tinham já sido demonstrados em agosto de 1945 com as duas "bombas atómicas lançadas pelos norte-americanos em Hiroxima e Nagasáqui." Além de terem levado à "rendição do Japão" e acabado com a II Guerra Mundial,o lançamento destas bombas "confrontaram a Humanidade com o terrível poder destrutivo" destas armas.
"Em 1949, a União Soviética testou pela primeira vez uma bomba atómica," o que trouxe de novo o assunto à discussão, em plena Guerra Fria. Mas foi a "crise dos mísseis de Cuba, em 1962," o que veio colocar "as duas superpotências à beira de uma guerra de efeitos imprevisíveis." Mas já não estavam sozinhas, uma que, entretanto, "o Reino Unido, a França e mais tarde a China" tinham também desenvolvido armas atómicas.
Assim, o Tratado foi inicialmente assinado "entre os Estados Unidos da América, a União Soviética e o Reino Unido, as principais potências nucleares na altura," entrando em vigor a 5 de março de 1970. Gradualmente, foi sendo "subscrito por quase todas as nações do mundo. A França e a China aderiram algum tempo depois."
Portugal assinou em 1976, dois anos depois do 25 de abril, sob a presidência de Costa Gomes.
Decreto n.º 588/76
Tratado de não Proliferação das Armas Nucleares, assinado em Londres, Moscovo e Washington
Usando da faculdade conferida pelo artigo 3.º, n.º 1, alínea 3), da Lei nConstitucional n.º 6/75, de 26 de Março, o Governo decreta o seguinte:
Artigo único. É aprovado, para adesão, o Tratado de não Proliferação das Armas Nucleares, assinado em Londres, Moscovo e Washington a 1 de Julho de 1968, cujos textos, em francês e respectiva tradução em português, vão anexos ao presente decreto.
Vasco Fernando Leote de Almeida e Costa - Walter Ruivo Pinto Gomes
Rosa - Ernesto Augusto de Melo Antunes.
Assinado em 2 de Julho de 1976.
Publique-se.
O Presidente da República, FRANCISCO DA COSTA GOMES.
A Coreia do Norte "aderiu ao Tratado em 1985 mas retirou-se em 2003 e desde então tem seguido uma política intermitente de avanço e recuo, ameaça e conciliação," continuando a desenvolver e a testar armas nucleares. "A Índia e o Paquistão desenvolveram programas e testes nucleares e reconheceram publicamente possuírem este tipo de armamento, mas nunca assinaram o tratado." O Irão e Israel, que também não assinaram o tratado, são ao que se pensa detentores deste tipo de armas.
Fontes:
https://ensina.rtp.pt/artigo/o-tratado-de-nao-proliferacao-de-armas-nucleares/
https://gddc.ministeriopublico.pt/sites/default/files/documentos/instrumentos/dec588-1976.pdf
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