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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Um ataque ocorrido hoje no Uganda matou pelo menos 41 pessoas, 37 dos quais eram estudantes numa escola secundária em Mpondwe, perto da fronteira com a República Democrática do Congo.
A escola devia ser um local seguro... um local sem armas, sem bombas... sem corpos espalhados pelo chão!
Segundo informação da polícia Ugandesa, um dormitório foi queimado e um armazém de alimentos foi saqueado. Entretanto, conseguiram recuperar os corpos de 38 estudantes, um guarda e duas pessoas baleadas à entrada da escola. Oito pessoas estão em estado crítico e as autoridades locais receiam que dezenas de pessoas, incluindo membros da comunidade, tenham sido raptadas e que algumas não sejam encontradas. O número de mortos pode ainda vir a aumentar.
“As nossas forças estão a perseguir o inimigo para resgatar os raptados e destruir este grupo”, adiantou o porta-voz do Ministério da Defesa do Uganda, Felix Kulayigye. A polícia e o exército perseguiram os rebeldes no parque nacional de Virunga, no Congo e estarão a tentar negociar a libertação dos reféns.
Os responsáveis terão sido forças Jihadistas, com ligações ao Daesh. António Guterres, secretário-geral da ONU condenou de forma veemente este ataque e apelou à libertação "imediata" das pessoas sequestradas pelo grupo terrorista conhecido como Forças Democráticas Aliadas. Segundo registos, este grupo já tirou a vida a 3850 pessoas desde 2017. É um grupo rebelde originário do Uganda, mas atualmente está "sediado" nas províncias congolesas de Kivu do Norte e da vizinha Ituri, perto da fronteira da RDC com o Uganda.
Os seus alvos não são claros, além de uma possível ligação ao Estado Islâmico (EI) que, por vezes, reivindica a responsabilidade dos seus ataques. Para acabar com as FDA, os exércitos da RDC e do Uganda iniciaram, em novembro de 2021, uma operação militar conjunta em solo congolês, que ainda está em curso, embora os ataques dos rebeldes não tenham cessado.
Este não é o primeiro ataque a uma escola no Uganda atribuído ao grupo terrorista com ligação ao Daesh. Em Junho de 1998, 80 estudantes foram queimados nos dormitórios durante um atentado do grupo rebelde ao Instituto Técnico de Kichwamba, perto da fronteira com a República Democrática do Congo. Na altura, mais de 100 estudantes foram raptados.
Para percebermos um pouco melhor a natureza destes ataques, voltemos um pouco atrás. Desde 1998, o leste da RDC está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU na RDC (Monusco), com cerca de 16 mil efetivos uniformizados no terreno.
Em 2021, o Uganda e a República Democrática do Congo lançaram uma ofensiva conjunta para expulsar os rebeldes das Forças Democráticas Aliadas dos redutos congoleses, mas até agora não conseguiram acabar com os ataques.
No início de Março, os Estados Unidos anunciaram uma recompensa de 5 milhões de dólares por qualquer informação que possa levar ao paradeiro do líder das Forças Democráticas Aliadas, Musa Baluku, um ugandês de 40 anos.
Fontes:
https://www.rfi.fr/pt/%C3%A1frica/20230617-uganda-ataque-terrorista-a-escola-faz-dezenas-de-mortos
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