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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Podemos olhar para as reuniões entre Putin e Trump, Trump e Zelenski, como algo distante... mas não é nem assim. É preciso pensarmos bem que, aquilo que se decidir, vai influenciar o futuro da Europa e não apenas o futuro da Ucrânia (tal como a guerra nos continua a afetar a todos, apesar de, aparentemente nos termos adaptado e parecer que nada se passa).
Quando olho para estes encontros - e como me tenho debruçado sobre a história do século XX e das guerras que tanto afetaram as populações - parece-me sempre que algo anda a ser cozinhado e que nós só vamos saber quando o cozinhado estiver pronto. Há coisas que vamos sabendo, mas há muitas conversas, vários acordos que são feitos sem que se saiba na comunicação social - fazem parte destes, as reuniões de preparação dos grandes encontros, esses sim, mais mediáticos. Lembro-me dos acordos que foram fechados à margem dos Tratados oficiais, do que foi combinado e que acabou por não resultar no Armistício, e que, depois acabaram por levar à Segunda Guerra Mundial. Lembro-me das perdas que os vencidos tiveram e das cedências que foram obrigados a fazer. O que é se passa agora nos corredores, o que é que se diz à porta fechada nos gabinetes?
Esta Cimeira (por cá, mencionada em diversos canais televisivos, mas devido ao flagelo dos incêndios, sem o devido destaque), juntou dois homens no Alasca, no dia 15 de agosto, dois lideres que têm como aspeto comum a sua forte personalidade, mas enquanto Trump é mais explosivo, Putin é mais reservado. O seu semblante não transparece os seus pensamentos. E isso não me tranquiliza...
Vladimir Putin, foi recebido "no Alasca com uma exibição aérea de F-35 e F-22, e um sobrevoo do bombardeiro estratégico B-2, numa demonstração de força que não passou despercebida." O palanque em que Putin foi recebido, estava "ladeado por quatro caças F-22."
Para quê? Com que intenção?
Fala-se em cedências de territórios e na instalação de militares europeus na Ucrânia... alguém acredita que isso vai acontecer? Temos um homem que, quer queiramos quer não, tem uma forte personalidade e uma enorme dominância, e que sabe que muitos receiam as suas ações. Quando esse homem, é recebido pelo presidente dos EUA, numa "base militar perto de Anchorage," no Alasca, e os dois apertam as mãos e seguem no mesmo veículo, estamos sim perante um encontro histórico. Histórico é também este local. "Durante a Guerra Fria, desempenhou um papel central na dissuasão e monitorização das projeções da força militar soviética e, desde a queda da Cortina de Ferro, tem mantido um papel discreto e puramente militar."
O que resultou desta reunião, para já, pouco ou nada sabemos. Mas sabemos que enquanto se discutia (supostamente) a paz, o "exército russo" bombardeava a Ucrânea lançando "85 drones e um míssil." Coincidência ou provocação?
Os dois, acabaram por não se reunir a sós, mas claro que houve hipótese de acordar determinados pontos aos quais por enquanto não teremos acesso. "Marco Rubio" e o "enviado especial, Steve Witkoff," estiveram presentes no Air Force One, "na parte bilateral das conversações." Na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro entre os dois líderes, teve Putin a primeira palavra, tendo começado logo designar Donald Trump "como vizinho " e "recordou as raízes russas no estado norte-americano do Alasca."
Sabe-se que Zelensky já terá conversado com Trump e que haverá um encontro entre os dois, em que poderão participar também outros líderes europeus. Ao contrário do que Trump chegou a afirmar, muito dificilmente os três se sentarão à mesma mesa.
Esperemos que estes encontros realmente sejam espaços de discussão de ideias que visem a Paz na Ucrânia, o regresso do povo ucraniano à sua terra, às suas casas e à não perda na necionalidade, da cultura, da língua... isto não pode acontecer, mas receio, será talvez um mal necessário, uma cedência para a Paz...
Fontes:
Basta ligarmos a televisão. Em todos os blocos noticiosos, em qualquer canal, as imagens de ataques e contra-ataques sucedem-se. Em direto, assistimos à guerra, enquanto os comentadores televisivos tecem as suas achegas e opiniões sobre como, onde e porquê cairão os próximos mísseis.
O povo da Palestina continua a ser massacrado pelos constantes "ataques das forças israelitas na Faixa de Gaza." Só ontem, contaram-se "pelo menos 74" mortos, 30 dos quais estariam junto a um café onde tentavam carregar os telemóveis, num dos poucos negócios que ainda se mantêm abertos naquela região. Este local, tornou-se um dos poucos sítios, "onde as pessoas se juntam para carregar os telemóveis e ter acesso à Internet. À hora do ataque estava cheio de mulheres e crianças." Para além "dos 30 mortos, dezenas de pessoas ficaram feridas, algumas com gravidade." De um outro ataque, resultaram "15 mortos."
Outras 23 pessoas "morreram quando tentavam obter ajuda alimentar." De acordo com informações do "hospital Al-Aqsa," seis pessoas terão morrido depois do edifício onde se encontravam ter sido "bombardeado perto da cidade de Zawaida, no centro da Faixa de Gaza." Já ao "hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul do país," chegaram "os corpos de pessoas baleadas quando regressavam de um local de distribuição de ajuda da Gaza Humanitarian Foundation (GHF, na sigla em inglês), onde soldados israelitas denunciaram ter ordens superiores para disparar sobre as multidões." Desde o final do mês de maio, terão já sido mortas "pelo menos 410 pessoas nestes centros de distribuição."
Estes serviços de distribuição de comida, são tutelados por Israel e pelos EUA, o que levanta muitas outras questões.
Na Ucrânia, "pelo menos 20 civis foram mortos e centenas ficaram feridos em ataques de drones e mísseis russos." no último dia 25. O presidente Volodymyr Zelenskyy continua a tentar negociar "mais ajuda ocidental para os esforços do seu país para repelir as forças russas." Mas não foi possível impedir um ataque russo com "mísseis balísticos," que atingiu "vários locais civis," nas cidades de "Dnipro" e de "Samar." Para além dos mortos, há a lamentar "cerca de 300 feridos." Um dos mísseis terá feito "explodir as janelas de um comboio de passageiros que transportava cerca de 500 pessoas."
Na madrugada de 28, a Ucrânia sofreu um dos mais mortíferos ataques. A "cidade de Samar, no oblast de Dnipropetrovsk," foi atingida e "cinco pessoas" perderam a vida, registando-se ainda 25 feridos. Na mesma noite, na "cidade portuária de Odessa, no sul do país, um casal foi morto por um drone russo que atingiu um edifício residencial de 21 andares. O ataque provocou um grande incêndio em três andares, ferindo pelo menos 14 outras pessoas, incluindo três crianças."
A Rússia voltou ainda a bombardear Kherson, atingindo "bairros residenciais e infraestruturas críticas," e provocando quatro mortos "civis e ferindo pelo menos onze outros." Já na região de "Sumy, no nordeste da Ucrânia, um ataque de drones na segunda-feira matou três civis, incluindo um menino de cinco anos," tendo ainda feito seis feridos.
Só durante o último mês, a Rússia terá lançado "um número recorde de 5.438 drones contra a Ucrânia," enquanto que há um ano, "o número total de drones lançados por Moscovo" contra território ucraniano tinha sido "de 332." E aqui entra armamento proveniente de duas grandes potências - a China e o Irão. Desde o início dos ataques, em 2022, "a Rússia tem utilizado drones Shahed, fabricados e importados do Irão. Mais tarde, Moscovo introduziu os UAV Geran, que são cópias exatas dos drones Shahed, mas fabricados na Rússia."
"Mais recentemente, foram também utilizados os Garpiya-A1," que se assemelham "aos drones Shahed, mas utilizam componentes chineses." Nos seus ataques, a Rússia começa por lançar "chamarizes", ou seja drones e mísseis que não estão armados, de forma a sobrecarregar a capacidade de defesa da Ucrânia, "seguido de ataques coordenados com mísseis de cruzeiro e balísticos."
A todos os primeiros de junho se repete pelo mundo fora que é preciso fazer mais pelas nossas crianças, que o mundo tem de abrir os olhos e perceber que está a destruir o futuro da humanidade, que continuam a morrer milhares de inocentes, pela fome, pela guerra, pela ganância dos adultos.
E todos os anos se fazem pedidos de mudança, manifestos, reuniões urgentes e planos, muitos planos... e todos os dias se sonha (sonham as crianças, sonhamos nós) que algo venha a ser feito. Que as crianças pudessem brincar, sem se preocuparem com o o som das bombas, sem pisarem destroços, sem pisarem sangue dos seus.
Todos os anos milhares de crianças morrem. Não de morte natural, não apenas de doenças inevitáveis para as quais a ciência ainda não encontrou cura... mas de fome. De desidratação. De falta de cuidados de saúde e de falta de operância daqueles que as deviam proteger. Os governos do mundo inteiro estão a falhar na proteção das crianças.
"Em Portugal, o Dia da Criança é festejado no dia 01 de junho. Esta efeméride assinalou-se pela primeira vez em 1950 por iniciativa das Nações Unidas, com o objetivo de chamar a atenção para os problemas das crianças e como forma de reconhecimento de que todas as crianças, independentemente da raça, cor, religião, origem social, país de origem, têm direito a afeto, amor e compreensão, alimentação adequada, cuidados médicos, educação gratuita, proteção contra todas as formas de exploração e a crescer num clima de paz e fraternidade."
Os dados são assustadores... e não vão caber todos aqui.
Em abril último, contava-se cerca "de 1150 bebés com menos de um ano," mortos desde o início "da guerra na Faixa de Gaza." Muitos não tiveram qualquer hipótese de sobrevivência, atingidos pelos bombardeamentos ou sucumbindo à fome e ao frio. A UNICEF vem alertar para os números em Gaza: "50.000 crianças mortas ou feridas desde outubro de 2023"! O que é que será necessário ainda conversar, mostrar? "Desde o fim do cessar-fogo em 18 de março, 1.309 crianças foram mortas e 3.738 ficaram feridas em Gaza."
Outra região em guerra, depois da invasão da Ucrânia por parte do estado russo, tem também sofrido com a guerra. Segundo Pavlo Sadokhav, presidente da Associação de Ucranianos em Portugal, "já morreram mais de 600 crianças na Ucrânia e que quase 20.000 foram levadas para território russo."
Já noutra latitude, as crianças começam desde cedo a ser recrutadas e obrigadas a pegar em armas. Na República Democrática do Congo (RDCongo), cerca "de 375.000 crianças estão impedidas de ir à escola," ficando muito mais vulneráveis a "sofrer violência, incluindo violência sexual, e de recrutamento por grupos armados." Aqui, tal como em muitos outros locais em que a guerra se impõe, as crianças são também as mais afetadas pelos "explosivos" deixados nos "campos perto das aldeias e das escolas," seja quando se deslocam para ir buscar água ou ir até à escola, seja quando brincam ou trabalham nos campos.
E haveria ainda muitos outros valores a mostrar, mas será que é preciso fazê-lo? Andaremos todos a dormir, ou viramos apenas a cara para o lado para não ver?
Fontes:
É tempo de festa para uns, fé para outros, mas independentemente da religião e crenças de cada um, deveria ser um tempo de paz, de respeito e de tolerância. Mas o que mais se vê, é ódio. Quero acreditar que o ser humano consegue ser melhor do que isto...
O presidente Vladimir Putin declarou uma trégua durante o período de Páscoa, com o anúncio de um cessar-fogo. No entanto, o ato não passou de um anúncio, já que no terreno, os ataques continuaram.
Kiev acusa a Rússia de ter duplicado "o uso de drones kamizakes."
Na província de Kherson, "três pessoas morreram" devido a ataques russos.
De acordo com declarações à imprensa do presidente Zelensky, "até agora, de acordo com relatórios do comandante-chefe, as operações de ataque russo continuam em vários setores da frente e o fogo da artilharia russa não diminuiu," sobretudo na "frente de Pokrovsk, localizada na região de Donetsk e uma das prioridades nos esforços da Rússia para continuar a ganhar terreno no leste da Ucrânia."
Fontes:
Falamos em crimes de guerra quando os alvos atacados não têm fundamento militar ou estratégico.
Falamos em crimes de quando são violados os direitos contra a humanidade.
Um bombardeamento russo a uma cidade ucraniana resultou em 35 mortos e 117 feridos. "Moscovo alega ter alvejado uma reunião de comandantes militares, mas os dois mísseis balísticos atingiram zonas civis. Trump responsabilizou Joe Biden e Volodymyr Zelensky por esta guerra."
No passado dia cinco deste mês, um ataque a uma zona residencial na região de Kryvyi Rih, resultou na morte de "18 pessoas, incluindo nove crianças, e feriu mais de 30."
No artigo 11º, secção 2, da Lei n.º 31/2004, de 22 de Julho, constam como crime de guerra, quem "atacar a população civil em geral ou civis que não participem directamente nas hostilidades", "atacar bens civis, ou seja, bens que não sejam objectivos militares", "atacar, por qualquer meio, aglomerados populacionais, habitações ou edifícios que não estejam defendidos e que não sejam objectivos militares", "Lançar um ataque indiscriminado que atinja a população civil ou bens de carácter civil, sabendo que esse ataque causará perdas de vidas humanas, ferimentos em pessoas civis ou danos em bens de carácter civil, que sejam excessivos..." e muitos outros.
Fontes:
Trump recebeu o presidente ucrâniano na Casa Branca e o mundo assistiu a um desenrolar de acusações e de perguntas a que Zelensky foi respondendo, mantendo a compustura a que já nos habituou, mas não deixando de mostrar o seu desagrado. Já a postura de Trump foi de humilhação ao presidente ucraniano.
Já há duas semanas, o Presidente dos EUA tinha sugerido que a Ucrânia "nunca deveria ter começado" a guerra, deixando no ar a ideia de que seria a Ucrânia (e não a Rússia) a responsável pelo conflito. Estas "declarações de Trump surgiram horas depois do encontro entre os EUA e a Rússia, na Arábia Saudita," que tinha decorrido "sem a presença do presidente ucraniano." Além de criticar o facto de não terem existido eleições na Ucrânia (devido à Lei Marcial), Trump acusou ainda "a Ucrânia de desvios da ajuda norte-americana desde o início do conflito."
Desta vez, além das acusações, Donald Trump apresenta ainda uma proposta à Ucrânia, que envolve a cedência de terras aos EUA para exploração de minerais raros, como forma de pagamento da ajuda já prestada. Estas são terras que se encontram espalhadas pelo território ucraniano, mas que estão mais concentradas no leste do país. O lucro que viria da exploração destes minerais raros poderia dar aos EUA um grande lucro, mas não vem garantir à Ucrânia a proteção esperada e, por este e outros motivos, não foi aceite por Zelensky. Trump acabou por se enfurecer "com o seu homólogo de Kiev, tentando rebaixá-lo e acusando-o de não ser grato.
"O presidente ucraniano deixou claro que a exploração dos preciosos recursos geográficos e energéticos do seu país será uma forma de reconstruir a sua economia e as suas cidades após o fim da guerra." O vice-presidente JD Vance também interviu na reunião, assim como alguns jornalistas, um dos quais, questionou mesmo Zelensky o porquê de não usar fato.
Nas palavras que usou para se defender e para defender o povo ucraniano, Zelensky disse que não venderia o país. Acusou ainda Trump de estar a ser afetado pela desinformação russa.
Fontes:
Três anos...
Há três anos, eramos surpreendidos pela entrada de tropas russas na Ucrânia. Da mesma forma que Putin achava que entrava por ali adentro e derrubava o governo ucraniano, subjugando o seu povo às suas vontades, também o povo daquele país mostrava que não seria com duas cantigas que se renderiam ao arsenal bélico do inimigo. Um inimigo conhecido de longa data, é bom que se diga.
Os planos do presidente russo, Vladimir Putin, previam uma vitória fácil e poucos "analistas internacionais ousaram contestar essa previsão, dada a disparidade de força entre os dois países." Mas, a verdade, é que o povo ucrâniano tem dado provas de que a sua decisão em resistir, não foi uma má escolha e que, mesmo com todas as dificuldades e as perdas em vidas humanas, tem conseguido resistir. Passaram-se três anos e a guerra está num impasse. A Rússia não tem avançado muito, mas também é verdade que a Ucrânia ainda está longe de recuperar as regiões perdidas.
Embora os dados sejam difíceis de confirmar, desde o início da invasão, a Ucrânia terá registado "43 mil militares mortos em combate e mais de 370 mil feridos, números abaixo das estimativas de várias entidades." Do lado russo, terão havido cerca de "845.310 baixas desde o começo do conflito."
A Ucrânia pediu ajuda... mas foi muito a medo que a União Europeia e a NATO foram facultando armas e viaturas, não cedendo aos muitos pedidos da Ucrânia para entrar na Organização Transatlântica. Durante todo este tempo, a Ucrânia pediu ajuda e esta lá foi chegando, primeiro mais a medo, depois de forma mais visível, mas sempre sob ameaça da Rússia. Atualmente, "a Rússia controla pouco menos de 20% do território ucraniano, ou cerca de 110 mil quilómetros quadrados." A Ucrânia, conseguiu entretanto avançar também "a província fronteiriça de Kursk, no oeste da Rússia, onde chegou a ocupar cerca de mil quilómetros de quadrados de território, segundo as autoridades militares de Kiev, mas esse número deverá ser atualmente menos de metade."
António Guterres, secretário-geral da ONU, destacou hoje no seu discurso, "o impacto devastador do conflito: milhares de civis mortos, cidades destruídas e infraestruturas essenciais reduzidas a escombros," referindo ainda que a "ONU tem mobilizado todos os seus recursos para aliviar o sofrimento da população e promover uma paz justa e duradoura."
As proporções desta crise humanitária são, apesar de tudo o resto que uma guerra envolve, o mais alarmante: "cerca de cinco milhões de ucranianos enfrentam insegurança alimentar, especialmente nas regiões próximas da linha da frente. A subida dos preços e a destruição das cadeias de abastecimento deixaram muitas famílias sem acesso a alimentos nutritivos, forçando-as a recorrer a medidas extremas, como saltar refeições ou contrair dívidas para comprar comida."
Foram cerca de "11 milhões" as pessoas forçadas "a abandonar suas casas, com 6,9 milhões registados como refugiados e outros 3,7 milhões deslocados internamente." No que respeita aos civis mortos desde o início do conflito, estes deverão andar próximo aos 2500, "incluindo 669 crianças." Além disso, 28.382 civis, entre os quais 1.833 menores, ficaram feridos, mas os números reais deverão ser "consideravelmente maiores", já que apenas são contabilizados os casos verificados.
Uma das situações mais preocupantes é a "das mulheres e das raparigas na Ucrânia."
"Além disso, a ONU documentou centenas de casos de violência sexual relacionada com o conflito e alertou para o aumento de 36% nos casos de violência doméstica. Em resposta, a ONU Mulheres tem investido em programas de apoio psicossocial, empoderamento económico e participação feminina nos processos de paz e reconstrução." Assinalando esta data, "o executivo comunitário anuncia um pacote de ajuda à segurança energética da Ucrânia e aprova o 16.º pacote de sanções à Rússia."
Os EUA terão sido o país que mais ajuda em termos de armamento enviou para a Ucrânia, mas a relação entre os dois países deixou de ser a mesma desde que Trump chegou ao poder. "Crítico da ajuda norte-americana a Kiev, Trump já suspendeu os financiamentos globais da agência estatal de desenvolvimento USAID. Segundo o Instituto Kiel, os Estados Unidos transferiram 3,4 mil milhões de euros em ajuda humanitária para a Ucrânia desde o começo do conflito."
Já do lado da Rússia, os principais apoiantes têm sido o Irão e a Bielorrússia. Mas o aliado que se tem mostrado mais na concretização do apoio à Rússia no "campo de batalha é a Coreia do Norte. No âmbito de uma parceria estratégica com a Rússia e a troco de alimentos e cooperação tecnológica e financeira, e ainda de proteção militar mútua, Pyongyang forneceu a Moscovo pelo menos 13 mil contentores de munições de artilharia, 'rockets' e mísseis, segundo o serviço de informações de Seul (NIS), como forma de ambos os países contornarem o isolamento internacional e as sanções ocidentais." O governo de "Kim Jong-Un destacou acima de dez mil militares para lutar ao lado das tropas russas na província russa de Kursk, parcialmente ocupada pela Ucrânia."
Apesar de afirmar que não apoio militarmente a Rússia, "a China é acusada pelas potências ocidentais de alimentar a máquina de guerra do Kremlin, através da venda de componentes para a sua indústria de defesa, e a sua economia por via do comércio e mesmo acontece em relação a outro gigante global, a Índia." Já no que respeita às sanções aplicadas, as mesmas acabaram por não ter os resultados esperados, uma vez que durante os três anos em que esta guerra já dura, "a China surge como o principal cliente de combustíveis fósseis da Rússia, com cerca de 165 mil milhões de euros em importações, bastante à frente da Índia (98 mil milhões), da Turquia (68 mil milhões) e dos países da União Europeia (55 mil milhões)."
Fontes:
https://unric.org/pt/tres-anos-de-guerra-na-ucrania-a-resposta-humanitaria-da-onu/
https://www.publico.pt/2025/02/24/mundo/noticia/ucrania-tres-anos-guerra-mapas-numeros-2123649
Uma explosão num edifício residencial fez duas vítimas mortais e três feridos. "Entre as vítimas mortais está Armen Sargsyan, um ex-membro do Grupo Wagner, criador do batalhão de Arbat, que era procurado pelas autoridades ucranianas."
A explosão deu-se num edifício de "29 andares no complexo residencial Alye Parusa na rua Aviatsionnaya," em Moscovo. Além desta explosão, várias infraestruturas foram atingidas "após um ataque ucraniano com dezenas de drones, de acordo com as autoridades e os meios de comunicação locais."
"Kiev intensificou os seus ataques aéreos contra instalações militares e energéticas russas nos últimos meses, uma campanha descrita como uma resposta ao bombardeamento da Rússia contra as suas cidades e rede elétrica." Entre várias infraestruturas energéticas, foi também atingida uma refinaria de petróleo na região de Volgogrado, a qual não provocou vítimas.
Estes ataques poderão ter sido uma resposta à investida russa que ontem atingiu vários pontos importantes na Ucrânia e provocou quatro mortos e quatro feridos graves, quando uma escola onde estavam 80 pessoas foi atingida. Nenhuma das partes assumiu os danos. Na região de Poltrava, "continuam as operações de busca e resgate" pelos desaparecidos que possam ainda estar "no meio dos escombros. Mas para várias famílias já não há qualquer esperança." Neste ataque, "pelo menos 12 pessoas morreram - duas delas crianças - e mais de uma dezena ficaram feridas."
Fontes:
Hoje, dia de natal, um avião "Embraer 190" pertencente à Azerbaijan Airlines, "com 67 passageiros e cinco tripulantes "a bordo, sofreu um acidente perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão."
Durante o dia de natal, as notícias sobre a queda desta aeronave foram-se sucedendo e fomos ficando a saber de mais alguns pormenores sobre o acidente e há mesmo a possibilidade do mesmo ter sido atingido por anti-aéreas russas, embora nas primeiras conjeturas se tivesse falado de um acidente envolvendo o embate com uma ave. Estranho que Vladimir Putin, presidente da Rússia, não tivesse tardado a "entrar em contato com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, para expressar as suas condolências."
Segundo o relato de alguns sobreviventes, terá sido ouvida "uma explosão seguida pelo que pareciam ser estilhaços a atingirem o avião e a entrarem na fuselagem no aparelho." De facto, o que se vê nas imagens é a tentativa falhada de aterragem, com a aeronave a colidir com o solo. Apesar das tentativas dos socorristas que se dirigiram ao local, já pouco ou nada havia a fazer para 42 das 72 pessoas que seguiam a bordo.
Dois dias antes, a 23 de dezembro, do outro lado do globo, 10 pessoas perderam a vida na queda de uma aeronave Piper Cheyenne 400, "em Gramado," Rio Grande do Sul. Entre os mortos está um cidadão lusodescendente. O piloto era "o empresário Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi. Com ele viajavam vários familiares e um funcionário.
Em terra, registaram-se cerca de 17 feridos, dois dos "quais com gravidade." A aeronave terá atingido "a chaminé de um prédio, depois o segundo andar de uma casa," acabando por se "despenhar contra uma loja de telemóveis num bairro maioritariamente residencial."
O ocidente assinalou esta semana 1000 dias de conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas a verdade é que se perguntássemos a um ucrâniano, esse número seria muito superior. O momento da invasão da Ucrânia pela Rússia deu-se no dia 24 de fevereiro de 2022, mas as tropas russas há muito que se aproximavam das fronteiras daquele país.
Estes dois países "compartilham diversos laços históricos, políticos e culturais e inclusive fizeram parte de uma mesma nação, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), uma das principais potências do século XX, que se fragmentou em diversas repúblicas." Em 1991 a Ucrânia ganha a sua própria independência, mas o novo país quer mais e torna o afastamento à Rússia e a aproximação à União Europeia e à NATO (Tratado do Atlântico Norte), como um dos objetivos a conseguir.
Esta tentativa de aproximação que a Ucrânia tem feito ao Ocidente, de há cerca de trinta anos para cá, desde sempre foi considerada pela Rússia "como uma ameaça à sua soberania" e pode ser apontada como uma das principais causas do conflito entre os dois países. Em 2014, a Rússia "invadiu a Península da Crimeia, parte integrante do território ucraniano," com o "pretexto de proteger os russos nativos que habitam essa região." A região do Donbas, situada no leste da Ucrânia, tem também sofrido com "conflitos separatistas ao longo dos últimos anos."
Apenas quatro dias depois da invasão russa, que ocorreu a 22 de fevereiro de 2022, a Ucrânia, "visando ao apoio político e económico das potências europeias, realizou o pedido oficial para ingressar na União Europeia." A Rússia consegue tomar Kherson a sul, alguns dias depois. Esta cidade é "considerada estratégica pelos dois lados do conflito" devido à sua localização geográfica na foz do rio Dnieper. Entretanto, logo nos primeiros dias de conflito foram milhares as pessoas que abandonaram as suas casas e tentaram sair do território, pedindo asilo um pouco por toda a Europa. Países como a Polónia, a Hungria, a Eslováquia, a Roménia e a Moldova foram os que maior número de refugiados receberam, embora toda a Europa tenha reunido esforços para aceitar a chegada de refugiados, na sua maioria mulheres e crianças e de os apoiar com habitação, alimentação, vestuário e educação.
Segue-se a queda de Mariupol, outra "cidade estratégica, localizada nas margens do mar de Azov" a sudeste, onde se registou aquele que pode ser considerado como "um dos mais sangrentos conflitos" desta guerra, com um elevado "número de civis mortos" às mãos das forças russas.
A 2 de abril de 2022 a Ucrânia consegue recuperar Kiev, aproveitando-se "das dificuldades encontradas pela Rússia" e da consequente mudança "de foco do conflito para o leste ucraniano," onde se localiza província de Lugansk que acabaria nas mãos da Rússia a 3 de julho desse ano, "consagrando assim o objetivo desse país em concentrar seus esforços de guerra na porção leste do território ucraniano."
A 30 de setembro de 2022 é finalmente formalizado pela Ucrânia o pedido de entrada na NATO, "visando a um apoio militar efetivo da Organização do Tratado do Atlântico Norte. A Rússia nunca deixou de ameaçar que, caso a Ucrânia fosse ajudada por países pertencentes à NATO, estes países estariam sob mira de ataques russos, inclusivé de ataques com mísseis nucleares. E esse fator sempre serviu para que o apoio à Ucrânia fosse feito usando pinças, de forma a evitar que o conflito escalasse e se alargasse a outros territórios. A 5 de outubro de 2022, a Rússia procede à anexação ilegal e não reconhecida das províncias "de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia."
Um "cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 6 de Janeiro e a meia-noite de 7 de Janeiro, coincidindo com a celebração do Natal cristão ortodoxo," é permitido pela Rússia, mas poucos dias depois, a 13 de janeiro de 2023, a Rússia reclama a conquista de Soledar, "alegando ter provocado mais de 500 baixas nas forças de Kiev." Por seu lado, a Ucrânia admitiu uma “situação difícil” na defesa desta localidade, "mas continua sem admitir tê-la perdido para os invasores." Apesar de não haver registo de mortos ou feridos, a verdade é que nas "horas que antecederam o início do cessar-fogo, vários mísseis atingiram um prédio residencial na cidade ucraniana de Kramatorsk, perto da linha de frente oriental, danificando 14 casas."
Ainda durante o mês de janeiro, a Alemanha anuncia "finalmente o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, depois de ter autorizado os países aliados a reexportar os veículos de fabrico alemão, e após dias de pressão, com este tema em cima da mesa." A caminho da Ucrânia estariam catorze veículos "Leopard 2."
Em fevereiro de 2023, quase um ano volvido, realiza-se "em Kiev a cimeira UE-Ucrânia para discutir as reformas necessárias para a adesão da Ucrânia ao bloco europeu." Além dos "tanques Leopard 2, de fabrico alemão," já enviados por Berlim, encontram-se também a caminho de Kiev, "os Challenger 2 britânicos" e trinta e um "Abrams norte-americanos," embora os "pedidos de aviões de guerra, em particular os caças F-16" ainda não tivessem sido atendidos. Quanto a Portugal, iria decidir nos dias seguintes sobre o envio dos Leopard 2 solicitados por Zelensky.
Dias depois das eleições que deram a Trump a vitória, Joe Biden, ainda presidente dos EUA, fez uma declaração em que dizia autorizar a Ucrânia a usar armamento americano para atacar alvos russos em território do invasor. Ou seja, a Ucrânia passou a dispor de uma melhor e mais avançada força bélica para usar contra alvos dentro das fronteiras russas, em vez de a usar apenas como defesa do seu próprio território. Esta mudança de paradigma trouxe logo uma resposta russa, com Vladimir Putin a voltar às ameaças, garantindo que iria atacar quem fosse o proprietário das armas e não apenas quem as usasse.
A 21 de novembro de 2024, a Rússia lança um míssil balístico "de alcance intermédio, capaz de transportar uma ogiva nuclear", o Oreshnik, "contra um alvo militar na cidade ucraniana de Dniepropetrovsk." Este ataque vem na "sequência das autorizações dos Estados Unidos e do Reino Unido para que as Forças Armadas ucranianas usem mísseis de longo alcance ATACMS e Storm Shadow, respectivamente, para atingir alvos militares dentro do território russo." O
governo russo acusou ainda a "nova base militar dos EUA na Polónia," a qual foi inaugurada no passado dia 13, como sendo "mais um passo extremamente provocador numa série de acções profundamente desestabilizadoras por parte dos norte-americanos e dos seus aliados da NATO”. Esta base de defesa antimísseis de Redzikowo, na Polónia, há muito que foi incluída na lista de alvos prioritários” da Federação Russa “para possível destruição”.
Fontes:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/tensao-entre-russia-e-ucrania.htm
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