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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Falamos em crimes de guerra quando os alvos atacados não têm fundamento militar ou estratégico.
Falamos em crimes de quando são violados os direitos contra a humanidade.
Um bombardeamento russo a uma cidade ucraniana resultou em 35 mortos e 117 feridos. "Moscovo alega ter alvejado uma reunião de comandantes militares, mas os dois mísseis balísticos atingiram zonas civis. Trump responsabilizou Joe Biden e Volodymyr Zelensky por esta guerra."
No passado dia cinco deste mês, um ataque a uma zona residencial na região de Kryvyi Rih, resultou na morte de "18 pessoas, incluindo nove crianças, e feriu mais de 30."
No artigo 11º, secção 2, da Lei n.º 31/2004, de 22 de Julho, constam como crime de guerra, quem "atacar a população civil em geral ou civis que não participem directamente nas hostilidades", "atacar bens civis, ou seja, bens que não sejam objectivos militares", "atacar, por qualquer meio, aglomerados populacionais, habitações ou edifícios que não estejam defendidos e que não sejam objectivos militares", "Lançar um ataque indiscriminado que atinja a população civil ou bens de carácter civil, sabendo que esse ataque causará perdas de vidas humanas, ferimentos em pessoas civis ou danos em bens de carácter civil, que sejam excessivos..." e muitos outros.
Fontes:
Trump recebeu o presidente ucrâniano na Casa Branca e o mundo assistiu a um desenrolar de acusações e de perguntas a que Zelensky foi respondendo, mantendo a compustura a que já nos habituou, mas não deixando de mostrar o seu desagrado. Já a postura de Trump foi de humilhação ao presidente ucraniano.
Já há duas semanas, o Presidente dos EUA tinha sugerido que a Ucrânia "nunca deveria ter começado" a guerra, deixando no ar a ideia de que seria a Ucrânia (e não a Rússia) a responsável pelo conflito. Estas "declarações de Trump surgiram horas depois do encontro entre os EUA e a Rússia, na Arábia Saudita," que tinha decorrido "sem a presença do presidente ucraniano." Além de criticar o facto de não terem existido eleições na Ucrânia (devido à Lei Marcial), Trump acusou ainda "a Ucrânia de desvios da ajuda norte-americana desde o início do conflito."
Desta vez, além das acusações, Donald Trump apresenta ainda uma proposta à Ucrânia, que envolve a cedência de terras aos EUA para exploração de minerais raros, como forma de pagamento da ajuda já prestada. Estas são terras que se encontram espalhadas pelo território ucraniano, mas que estão mais concentradas no leste do país. O lucro que viria da exploração destes minerais raros poderia dar aos EUA um grande lucro, mas não vem garantir à Ucrânia a proteção esperada e, por este e outros motivos, não foi aceite por Zelensky. Trump acabou por se enfurecer "com o seu homólogo de Kiev, tentando rebaixá-lo e acusando-o de não ser grato.
"O presidente ucraniano deixou claro que a exploração dos preciosos recursos geográficos e energéticos do seu país será uma forma de reconstruir a sua economia e as suas cidades após o fim da guerra." O vice-presidente JD Vance também interviu na reunião, assim como alguns jornalistas, um dos quais, questionou mesmo Zelensky o porquê de não usar fato.
Nas palavras que usou para se defender e para defender o povo ucraniano, Zelensky disse que não venderia o país. Acusou ainda Trump de estar a ser afetado pela desinformação russa.
Fontes:
Três anos...
Há três anos, eramos surpreendidos pela entrada de tropas russas na Ucrânia. Da mesma forma que Putin achava que entrava por ali adentro e derrubava o governo ucraniano, subjugando o seu povo às suas vontades, também o povo daquele país mostrava que não seria com duas cantigas que se renderiam ao arsenal bélico do inimigo. Um inimigo conhecido de longa data, é bom que se diga.
Os planos do presidente russo, Vladimir Putin, previam uma vitória fácil e poucos "analistas internacionais ousaram contestar essa previsão, dada a disparidade de força entre os dois países." Mas, a verdade, é que o povo ucrâniano tem dado provas de que a sua decisão em resistir, não foi uma má escolha e que, mesmo com todas as dificuldades e as perdas em vidas humanas, tem conseguido resistir. Passaram-se três anos e a guerra está num impasse. A Rússia não tem avançado muito, mas também é verdade que a Ucrânia ainda está longe de recuperar as regiões perdidas.
Embora os dados sejam difíceis de confirmar, desde o início da invasão, a Ucrânia terá registado "43 mil militares mortos em combate e mais de 370 mil feridos, números abaixo das estimativas de várias entidades." Do lado russo, terão havido cerca de "845.310 baixas desde o começo do conflito."
A Ucrânia pediu ajuda... mas foi muito a medo que a União Europeia e a NATO foram facultando armas e viaturas, não cedendo aos muitos pedidos da Ucrânia para entrar na Organização Transatlântica. Durante todo este tempo, a Ucrânia pediu ajuda e esta lá foi chegando, primeiro mais a medo, depois de forma mais visível, mas sempre sob ameaça da Rússia. Atualmente, "a Rússia controla pouco menos de 20% do território ucraniano, ou cerca de 110 mil quilómetros quadrados." A Ucrânia, conseguiu entretanto avançar também "a província fronteiriça de Kursk, no oeste da Rússia, onde chegou a ocupar cerca de mil quilómetros de quadrados de território, segundo as autoridades militares de Kiev, mas esse número deverá ser atualmente menos de metade."
António Guterres, secretário-geral da ONU, destacou hoje no seu discurso, "o impacto devastador do conflito: milhares de civis mortos, cidades destruídas e infraestruturas essenciais reduzidas a escombros," referindo ainda que a "ONU tem mobilizado todos os seus recursos para aliviar o sofrimento da população e promover uma paz justa e duradoura."
As proporções desta crise humanitária são, apesar de tudo o resto que uma guerra envolve, o mais alarmante: "cerca de cinco milhões de ucranianos enfrentam insegurança alimentar, especialmente nas regiões próximas da linha da frente. A subida dos preços e a destruição das cadeias de abastecimento deixaram muitas famílias sem acesso a alimentos nutritivos, forçando-as a recorrer a medidas extremas, como saltar refeições ou contrair dívidas para comprar comida."
Foram cerca de "11 milhões" as pessoas forçadas "a abandonar suas casas, com 6,9 milhões registados como refugiados e outros 3,7 milhões deslocados internamente." No que respeita aos civis mortos desde o início do conflito, estes deverão andar próximo aos 2500, "incluindo 669 crianças." Além disso, 28.382 civis, entre os quais 1.833 menores, ficaram feridos, mas os números reais deverão ser "consideravelmente maiores", já que apenas são contabilizados os casos verificados.
Uma das situações mais preocupantes é a "das mulheres e das raparigas na Ucrânia."
"Além disso, a ONU documentou centenas de casos de violência sexual relacionada com o conflito e alertou para o aumento de 36% nos casos de violência doméstica. Em resposta, a ONU Mulheres tem investido em programas de apoio psicossocial, empoderamento económico e participação feminina nos processos de paz e reconstrução." Assinalando esta data, "o executivo comunitário anuncia um pacote de ajuda à segurança energética da Ucrânia e aprova o 16.º pacote de sanções à Rússia."
Os EUA terão sido o país que mais ajuda em termos de armamento enviou para a Ucrânia, mas a relação entre os dois países deixou de ser a mesma desde que Trump chegou ao poder. "Crítico da ajuda norte-americana a Kiev, Trump já suspendeu os financiamentos globais da agência estatal de desenvolvimento USAID. Segundo o Instituto Kiel, os Estados Unidos transferiram 3,4 mil milhões de euros em ajuda humanitária para a Ucrânia desde o começo do conflito."
Já do lado da Rússia, os principais apoiantes têm sido o Irão e a Bielorrússia. Mas o aliado que se tem mostrado mais na concretização do apoio à Rússia no "campo de batalha é a Coreia do Norte. No âmbito de uma parceria estratégica com a Rússia e a troco de alimentos e cooperação tecnológica e financeira, e ainda de proteção militar mútua, Pyongyang forneceu a Moscovo pelo menos 13 mil contentores de munições de artilharia, 'rockets' e mísseis, segundo o serviço de informações de Seul (NIS), como forma de ambos os países contornarem o isolamento internacional e as sanções ocidentais." O governo de "Kim Jong-Un destacou acima de dez mil militares para lutar ao lado das tropas russas na província russa de Kursk, parcialmente ocupada pela Ucrânia."
Apesar de afirmar que não apoio militarmente a Rússia, "a China é acusada pelas potências ocidentais de alimentar a máquina de guerra do Kremlin, através da venda de componentes para a sua indústria de defesa, e a sua economia por via do comércio e mesmo acontece em relação a outro gigante global, a Índia." Já no que respeita às sanções aplicadas, as mesmas acabaram por não ter os resultados esperados, uma vez que durante os três anos em que esta guerra já dura, "a China surge como o principal cliente de combustíveis fósseis da Rússia, com cerca de 165 mil milhões de euros em importações, bastante à frente da Índia (98 mil milhões), da Turquia (68 mil milhões) e dos países da União Europeia (55 mil milhões)."
Fontes:
https://unric.org/pt/tres-anos-de-guerra-na-ucrania-a-resposta-humanitaria-da-onu/
https://www.publico.pt/2025/02/24/mundo/noticia/ucrania-tres-anos-guerra-mapas-numeros-2123649
Uma explosão num edifício residencial fez duas vítimas mortais e três feridos. "Entre as vítimas mortais está Armen Sargsyan, um ex-membro do Grupo Wagner, criador do batalhão de Arbat, que era procurado pelas autoridades ucranianas."
A explosão deu-se num edifício de "29 andares no complexo residencial Alye Parusa na rua Aviatsionnaya," em Moscovo. Além desta explosão, várias infraestruturas foram atingidas "após um ataque ucraniano com dezenas de drones, de acordo com as autoridades e os meios de comunicação locais."
"Kiev intensificou os seus ataques aéreos contra instalações militares e energéticas russas nos últimos meses, uma campanha descrita como uma resposta ao bombardeamento da Rússia contra as suas cidades e rede elétrica." Entre várias infraestruturas energéticas, foi também atingida uma refinaria de petróleo na região de Volgogrado, a qual não provocou vítimas.
Estes ataques poderão ter sido uma resposta à investida russa que ontem atingiu vários pontos importantes na Ucrânia e provocou quatro mortos e quatro feridos graves, quando uma escola onde estavam 80 pessoas foi atingida. Nenhuma das partes assumiu os danos. Na região de Poltrava, "continuam as operações de busca e resgate" pelos desaparecidos que possam ainda estar "no meio dos escombros. Mas para várias famílias já não há qualquer esperança." Neste ataque, "pelo menos 12 pessoas morreram - duas delas crianças - e mais de uma dezena ficaram feridas."
Fontes:
Hoje, dia de natal, um avião "Embraer 190" pertencente à Azerbaijan Airlines, "com 67 passageiros e cinco tripulantes "a bordo, sofreu um acidente perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão."
Durante o dia de natal, as notícias sobre a queda desta aeronave foram-se sucedendo e fomos ficando a saber de mais alguns pormenores sobre o acidente e há mesmo a possibilidade do mesmo ter sido atingido por anti-aéreas russas, embora nas primeiras conjeturas se tivesse falado de um acidente envolvendo o embate com uma ave. Estranho que Vladimir Putin, presidente da Rússia, não tivesse tardado a "entrar em contato com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, para expressar as suas condolências."
Segundo o relato de alguns sobreviventes, terá sido ouvida "uma explosão seguida pelo que pareciam ser estilhaços a atingirem o avião e a entrarem na fuselagem no aparelho." De facto, o que se vê nas imagens é a tentativa falhada de aterragem, com a aeronave a colidir com o solo. Apesar das tentativas dos socorristas que se dirigiram ao local, já pouco ou nada havia a fazer para 42 das 72 pessoas que seguiam a bordo.
Dois dias antes, a 23 de dezembro, do outro lado do globo, 10 pessoas perderam a vida na queda de uma aeronave Piper Cheyenne 400, "em Gramado," Rio Grande do Sul. Entre os mortos está um cidadão lusodescendente. O piloto era "o empresário Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi. Com ele viajavam vários familiares e um funcionário.
Em terra, registaram-se cerca de 17 feridos, dois dos "quais com gravidade." A aeronave terá atingido "a chaminé de um prédio, depois o segundo andar de uma casa," acabando por se "despenhar contra uma loja de telemóveis num bairro maioritariamente residencial."
O ocidente assinalou esta semana 1000 dias de conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas a verdade é que se perguntássemos a um ucrâniano, esse número seria muito superior. O momento da invasão da Ucrânia pela Rússia deu-se no dia 24 de fevereiro de 2022, mas as tropas russas há muito que se aproximavam das fronteiras daquele país.
Estes dois países "compartilham diversos laços históricos, políticos e culturais e inclusive fizeram parte de uma mesma nação, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), uma das principais potências do século XX, que se fragmentou em diversas repúblicas." Em 1991 a Ucrânia ganha a sua própria independência, mas o novo país quer mais e torna o afastamento à Rússia e a aproximação à União Europeia e à NATO (Tratado do Atlântico Norte), como um dos objetivos a conseguir.
Esta tentativa de aproximação que a Ucrânia tem feito ao Ocidente, de há cerca de trinta anos para cá, desde sempre foi considerada pela Rússia "como uma ameaça à sua soberania" e pode ser apontada como uma das principais causas do conflito entre os dois países. Em 2014, a Rússia "invadiu a Península da Crimeia, parte integrante do território ucraniano," com o "pretexto de proteger os russos nativos que habitam essa região." A região do Donbas, situada no leste da Ucrânia, tem também sofrido com "conflitos separatistas ao longo dos últimos anos."
Apenas quatro dias depois da invasão russa, que ocorreu a 22 de fevereiro de 2022, a Ucrânia, "visando ao apoio político e económico das potências europeias, realizou o pedido oficial para ingressar na União Europeia." A Rússia consegue tomar Kherson a sul, alguns dias depois. Esta cidade é "considerada estratégica pelos dois lados do conflito" devido à sua localização geográfica na foz do rio Dnieper. Entretanto, logo nos primeiros dias de conflito foram milhares as pessoas que abandonaram as suas casas e tentaram sair do território, pedindo asilo um pouco por toda a Europa. Países como a Polónia, a Hungria, a Eslováquia, a Roménia e a Moldova foram os que maior número de refugiados receberam, embora toda a Europa tenha reunido esforços para aceitar a chegada de refugiados, na sua maioria mulheres e crianças e de os apoiar com habitação, alimentação, vestuário e educação.
Segue-se a queda de Mariupol, outra "cidade estratégica, localizada nas margens do mar de Azov" a sudeste, onde se registou aquele que pode ser considerado como "um dos mais sangrentos conflitos" desta guerra, com um elevado "número de civis mortos" às mãos das forças russas.
A 2 de abril de 2022 a Ucrânia consegue recuperar Kiev, aproveitando-se "das dificuldades encontradas pela Rússia" e da consequente mudança "de foco do conflito para o leste ucraniano," onde se localiza província de Lugansk que acabaria nas mãos da Rússia a 3 de julho desse ano, "consagrando assim o objetivo desse país em concentrar seus esforços de guerra na porção leste do território ucraniano."
A 30 de setembro de 2022 é finalmente formalizado pela Ucrânia o pedido de entrada na NATO, "visando a um apoio militar efetivo da Organização do Tratado do Atlântico Norte. A Rússia nunca deixou de ameaçar que, caso a Ucrânia fosse ajudada por países pertencentes à NATO, estes países estariam sob mira de ataques russos, inclusivé de ataques com mísseis nucleares. E esse fator sempre serviu para que o apoio à Ucrânia fosse feito usando pinças, de forma a evitar que o conflito escalasse e se alargasse a outros territórios. A 5 de outubro de 2022, a Rússia procede à anexação ilegal e não reconhecida das províncias "de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia."
Um "cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 6 de Janeiro e a meia-noite de 7 de Janeiro, coincidindo com a celebração do Natal cristão ortodoxo," é permitido pela Rússia, mas poucos dias depois, a 13 de janeiro de 2023, a Rússia reclama a conquista de Soledar, "alegando ter provocado mais de 500 baixas nas forças de Kiev." Por seu lado, a Ucrânia admitiu uma “situação difícil” na defesa desta localidade, "mas continua sem admitir tê-la perdido para os invasores." Apesar de não haver registo de mortos ou feridos, a verdade é que nas "horas que antecederam o início do cessar-fogo, vários mísseis atingiram um prédio residencial na cidade ucraniana de Kramatorsk, perto da linha de frente oriental, danificando 14 casas."
Ainda durante o mês de janeiro, a Alemanha anuncia "finalmente o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, depois de ter autorizado os países aliados a reexportar os veículos de fabrico alemão, e após dias de pressão, com este tema em cima da mesa." A caminho da Ucrânia estariam catorze veículos "Leopard 2."
Em fevereiro de 2023, quase um ano volvido, realiza-se "em Kiev a cimeira UE-Ucrânia para discutir as reformas necessárias para a adesão da Ucrânia ao bloco europeu." Além dos "tanques Leopard 2, de fabrico alemão," já enviados por Berlim, encontram-se também a caminho de Kiev, "os Challenger 2 britânicos" e trinta e um "Abrams norte-americanos," embora os "pedidos de aviões de guerra, em particular os caças F-16" ainda não tivessem sido atendidos. Quanto a Portugal, iria decidir nos dias seguintes sobre o envio dos Leopard 2 solicitados por Zelensky.
Dias depois das eleições que deram a Trump a vitória, Joe Biden, ainda presidente dos EUA, fez uma declaração em que dizia autorizar a Ucrânia a usar armamento americano para atacar alvos russos em território do invasor. Ou seja, a Ucrânia passou a dispor de uma melhor e mais avançada força bélica para usar contra alvos dentro das fronteiras russas, em vez de a usar apenas como defesa do seu próprio território. Esta mudança de paradigma trouxe logo uma resposta russa, com Vladimir Putin a voltar às ameaças, garantindo que iria atacar quem fosse o proprietário das armas e não apenas quem as usasse.
A 21 de novembro de 2024, a Rússia lança um míssil balístico "de alcance intermédio, capaz de transportar uma ogiva nuclear", o Oreshnik, "contra um alvo militar na cidade ucraniana de Dniepropetrovsk." Este ataque vem na "sequência das autorizações dos Estados Unidos e do Reino Unido para que as Forças Armadas ucranianas usem mísseis de longo alcance ATACMS e Storm Shadow, respectivamente, para atingir alvos militares dentro do território russo." O
governo russo acusou ainda a "nova base militar dos EUA na Polónia," a qual foi inaugurada no passado dia 13, como sendo "mais um passo extremamente provocador numa série de acções profundamente desestabilizadoras por parte dos norte-americanos e dos seus aliados da NATO”. Esta base de defesa antimísseis de Redzikowo, na Polónia, há muito que foi incluída na lista de alvos prioritários” da Federação Russa “para possível destruição”.
Fontes:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/tensao-entre-russia-e-ucrania.htm
No passado domingo, Joe Biden, levantou as restrições impostas ao uso de armamento dos EUA pela Ucrânia, permitindo assim que o país pudesse utilizar mísseis de fabrico americano contra território russo. Foram assim utilizados "mísseis balísticos ATACMS," de fabrico norte-americano, tendo o alvo - "um armazém de munições em Karachev, na região russa de Bryansk" - sido atingido com sucesso. Este depósito seria "utilizado para armazenar bombas e munições, incluindo as fornecidas pela Coreia do Norte."
A Ucrânia pode a partir de agora atingir importantes bases aéreas, instalações militares e bases logísticas russas.
Este ataque ucraniano, segue-se então a, momentos antes, Putin ter assinado "um decreto para autorizar o uso alargado de armas nucleares em caso de ataque."
Esta decisão de Biden, depois do seu partido ter perdido as eleições e num momento delicado do conflito em que se assinalam 1000 dias de guerra, vem neste momento mudar a panorâmica do conflito. Se é verdade que a Ucrânia deve ter todo o direito de se defender perante o inimigo que a invade, matando os seus cidadãos de forma indiscriminada e destruindo habitações e infraestruturas, também não deixa de ser verdade que Putin sempre colocou a ameaça nuclear como travão para evitar o apoio de outros países à Ucrânia.
O que mudou agora, para que essa ameaça deixasse de ser tida em conta pelos EUA, avançando com esta decisão? E a decisão foi devidamente debatida pela NATO ou foi uma decisão tomada apenas pela presidência de Biden, sem esquecer que estamos apenas a algumas semanas da passagem de poder para Trump.
Que interferência terá tido o acordo feito entre a Coreia do Norte e a Rússia para esta decisão dos EUA? Estima-se que existam já cerca de "12000 soldados norte-coreanos envolvidos em combates de pequena escala na Ucrânia," e que "tanto Moscovo como Pyongyang, são potências nucleares."
Fontes:
https://pt.euronews.com/2024/11/12/coreia-do-norte-conclui-pacto-historico-de-defesa-com-a-russia
Passam os dias e os homem continuam em guerra...
Começa um novo ano escolar, os alunos, de olhos ávidos por aprender, trazem um cantinho escuro no seu pensamento, um cantinho onde estão aquelas imagens com que tantas vezes são bombardeados nos noticiários televisivos. Imagens de meninos como eles, desesperados depois de mais um ataque, imagens de crianças feridas, de crianças mortas.
Começamos a ficar cada vez mais habituados a este estado de "naturalidade". Estão-se todos a matar uns aos outros e... isso é "normal", "sempre foi assim", "já vem de trás..."
Mas onde é que nós andamos com cabeça para acharmos que isto é natural?
Esta manhã, em Lviv, um ataque russo matou sete pessoas, das quais três eram menores. E ontem, num outro bombardeamento, a Rússia tinha já atingido "o Instituto Militar de Comunicações da cidade de Poltava, no centro da Ucrânia," matando "pelo menos 51 pessoas" e causando "271 feridos, de acordo com a última contagem oficial."
Em Gaza, onde outro conflito parece não ter fim à vista, muitos dos refugiados a norte "recorrem às escolas como espaços de abrigo, enquanto no sul a grande maioria" está na zona das tendas humanitárias, "estabelecida pelas forças armadas ao longo da costa." Infelizmente, são estas mesmas escolas e estes mesmos acampamentos os alvos de muitos dos bombardeamentos com que Israel atinge a população, tal como sucedeu no passado domingo, havendo a lamentar a morte de "seis palestinianos" como resultado do bombardeamento a mais "uma escola na cidade de Gaza." E sem esquecer que, também nesta zona, está a decorrer por estes dias uma campanha de vacinação contra a poliomielite - uma grave doença que paralisa e mata bebés e crianças - e que em muitos países já tinha sido erradicada. Infelizemente a guerra também traz com ela estas coisas...
E poderia aqui elencar tantos e tantos destes ataques... e tantas e tantas razões para estar contra o uso de população civil como escudo humanos para proteger líderes e combatentes do Hamas... e tantas outras razões para que este estúpido conflito acabasse já. Mas resta-me apenas continuar a escrever sobre isto, sabendo que nada mais posso fazer.
Fontes:
https://www.dn.pt/4830395720/pelo-menos-sete-mortos-incluindo-tres-criancas-em-ataque-russo-a-lviv/
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Ajuda Humanitária, uma data tão importante quando relevante e necessária, criada "em memória das 22 vitimas do atentado à Nações Unidas em Bagdade, no Iraque." A data foi criada exatamente com o intuito de celebrar o trabalho de todos aqueles que "ao serviço dos outros e na defesa de causas humanitárias, arriscam as suas vidas na frente de combate, muitas vezes, em cenários inóspitos de guerra."
Em ocasião desta data, refere a OMS que, desde o início do conflito, os "serviços de saúde da Ucrânia sofreram 1940 ataques", naquele que é já o maior número "registado durante uma crise humanitária." Na prática, destes ataques resultou a destruição de cerca de 200 ambulâncias por ano devido a ataques russos na Ucrânia. O grande problema está também naquilo que é chamado de "duplo ataque", em que "um bombardeamento inicial é seguido de um segundo bombardeamento, destinado a matar as equipas de socorro que acorrem em auxílio das vítimas do primeiro." Algo que não pode de forma nenhuma ser tolerado!
Pelo mundo, a OMS acode anualmente a diferentes crises humanitárias, provocadas não só pos conflitos armados, mas também por catástrofes naturais. Os mais afetados são sobretudo as populações mais pobres, e as faixas mais suscetíveis das populaçoes continuam a ser as crianças e os idosos.
Uma das situações mais graves é, sem dúvida, o que se passa na fronteira sudanese, com "aproximadamente 13 milhões de pessoas" deslocadas. Cerca de 800 mil pessoas estão isoladas no Darfur, sem acesso a comida e "sem serviços essenciais."
Fontes:
https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-mundial-da-ajuda-humanitaria
https://news.un.org/pt/story/2024/07/1834601
Apesar da Rússia negar "a autoria do ataque" e afirmar que "os estragos em Kiev foram provocados pelas defesas aéreas ucranianas", acho que já não existem dúvidas de que o ataque ao Hospital pediátrico de Kiev foi um ataque direto e planeado. Se tivesse sido um acidente já teria sido muito mau, mas saber que foi algo planeado, revolta-me ainda mais. O ataque com mísseis foi um dos maiores a atingir Kiev desde o início da guerra, ocorrendo em plena luz do dia.
O Hospital de terá sido atingido por "um míssil de cruzeiro KH101". No local são visíveis "civis, militares, voluntários, equipas de primeiros socorros, médicos do hospital e até de outros hospitais" que tentam encontrar "sobreviventes debaixo dos escombros." Os ataques russos de ontem mataram pelo menos "36 pessoas e feriram 150 em toda a Ucrânia," dos quais 10 mortos se registaram neste hospital, que ficou destruído a cerca de 60 ou 70% da sua estrutura. Ainda na capital, Kiev, outras áreas foram também "bombardeadas nesta ofensiva em grande escala: outro hospital e o bairro residencial de Lukyanovka."
Estes ataques ordenados por Moscovo, ocorreram pouco tempo "antes da cimeira da NATO em Washington, em que Zelensky deverá apelar aos aliados e em que pedirá mais sistemas de defesa Patriot." Foram lançados "40 mísseis de longo alcance," os quais "provocaram centenas de vítimas em Dnipro, em Sloviansk, em Kramatorsk e em Kryvyï Rig, a cidade natal de Zelensky."
Assim, este ataque terá sido um aviso ou uma retaliação contra os ataques que as forças ucranianas dirigiram "às linhas de abastecimento russas" e que deixaram as unidades russas "com carência de alimentos, água e munições"?
Já em Kharkiv, "cinco civis, incluindo uma criança e um bebé, morreram quando o carro onde seguiam passou por cima de uma mina numa estrada florestal."
A Ucrânia não ficou de braços cruzados e já iniciou ações de retaliação.
Fontes:
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