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A guerra civil Síria - a queda de al-Assad

por Elsa Filipe, em 09.12.24

O regime de Bashar al-Hassad na Síria foi derrubado e começam-se a mostrar os horrores daquele que foi um regime com quase 50 anos. Quando achamos que já assistimos aos maiores horrores, eis que nos surge a verdade sobre mais um regime que, além de opressor, assassinou sem dó nem piedade um povo. 

A Síria fica localizada no Médio Oriente, fazendo fronteira com o Iraque, a Jordânia, Israel, o Líbano e a Turquia, é um local de uma riqueza cultural única, não convivessem no seu território "diversos grupos étnicos e religiosos, inclusive árabes, gregosarméniosassírioscurdoscircassianos, mandeus e turcos. Os grupos religiosos incluem sunitascristãosalauitasdrusos, mandeus e iazidis. Os árabes sunitas formam o maior grupo populacional do país." E é este caldo cultural que faz da Síria uma zona em constante conflito.

A história da Síria remonta à sua capital, Damasco - uma das cidades mais antigas do mundo. Durante "a era islâmica," Damasco tornou-se "a sede do Califado Omíada e uma capital provincial do Sultanato Mameluco do Egito."

Mas foi só depois da "Primeira Guerra Mundial durante o Mandato Francês," que a Síria moderna se estabeleceu, conquistando" a independência como uma república parlamentar em 24 de outubro de 1945." Nessa altura, a Síria tornou-se também "membro fundador da Organização das Nações Unidas, um ato que legalmente pôs fim ao antigo domínio francês — embora as tropas francesas não tenham deixado o país até abril de 1946." O período que se seguiu foi tumultuoso e esta nação árabe acabaria por ser abalada por "vários golpes militares" entre 1949 e 1971.

Hafez al-Assad, governou a Síria entre 1970 e 2000, e Bashar al-Assad, seu filho, era o presidente do país desde 2000, num sistema de governo "amplamente considerado como autoritário," que caiu na última semana. 

Em 2012, arrastada pela Primavera Árabe, que fez cair vários governos do Médio Oriente, começou a guerra civil Síria, "que começou como uma série de grandes protestos populares" a 26 de janeiro de 2011 a que se seguiu "uma violenta revolta armada" a 15 de março de 2011. A "23 de agosto de 2011, a oposição" uniu-se finalmente," formando uma "única organização representativa", chamada "Conselho Nacional Sírio."  

Em 2013, o Estado Islâmico, "começou a reivindicar territórios na região," atacando "qualquer uma das fações," fossem ou não apoiantes de Assad. Em 2014, conseguiram proclamar um Califado na região e iniciaram a sua "expansão militar," subjugando os seus "rivais e impondo a sharia (lei islâmica) nos territórios que controlavam." A NATO começou a intervir contra o EI, enquanto a Rússia e o Irão, vieram apoiar militarmente o regime de Assad.

Já este ano, em novembro e depois de quatro anos de uma aparente acalmia, talvez escondida pelos conflitos nos territórios fronteiriços, "a guerra recomeçou a todo vapor, com as forças rebeldes" a atacar vindas de norte, sul e leste. A "8 de dezembro de 2024, após treze anos de guerra, Bashar al-Assad fugiu de Damasco." Nem a Rússia, nem o Irão, conseguiram pôr cobro à ação que derrubaria "cinquenta e três anos de governo da Família Assad."

O fim desta guerra civil, foi para muitos "um momento  de vitória popular, após anos de miséria" e de "pobreza extrema," mas a estabilidade não será imediata.

"O colapso do regime de Assad pode abrir caminho para uma nova era de esperança, mas também traz o  risco de vácuo de poder, ascensão de fações radicais e perpetuação do sofrimento."

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADria

https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_S%C3%ADria

https://observador.pt/opiniao/a-queda-de-bashar-al-assad-e-o-destino-incerto-do-povo-sirio/

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publicado às 22:21

A situação crítica que se vive na Siria

por Elsa Filipe, em 02.12.24

No passado sábado, "jatos russos e sírios bombardearam" várias cidades na província de Idlib, que havia caído "sob controle rebelde." Na véspera, a região tinha sido invadida por insurgentes, o que acabou por forçar o "Exército a se remobilizar, no maior desafio ao presidente Bashar al-Assad em anos." De acordo com o exército sírio, dezenas de soldados "foram mortos no ataque."

Idlib é um enclave sob o "domínio dos rebeldes perto da fronteira com a Turquia, onde cerca de quatro milhões de pessoas vivem em tendas e moradias improvisadas."

No dia 1 de dezembro, domingo, forças russas e sírias atacaram diretamente a cidade de Idlib, conseguindo recapturar várias das "cidades que tinham sido invadidas nos últimos dias por rebeldes." Num ataque aéreo, os soldados russos "atingiram a praça junto à Universidade de Alep, matando pelo menos cinco pessoas."

Estes rebeldes são uma coligação secular entre grupos armados "apoiados pela Turquia,"e o grupo islâmico "Hyat Tahrir al Sham." A situação que se vivia este domingo em Alepo, fez com que as ruas da cidade estivessem desertas. Muitos civis escolheram já deixar a cidade, receando o agravamento da situação. Os rebeldes terão entretanto capturado "a cidade de Khansir," numa tentativa de "cortar a principal rota" de fornecimento de material ao exército. Esta ofensiva que teve início na passada quarta-feira já fez mais de 300 vítimas mortais, entre civis, militares e rebeldes.

Fontes:

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/jatos-russos-e-sirios-bombardeiam-norte-da-siria-apos-ofensiva-de-rebeldes/

https://www.jn.pt/6186843720/cinco-mortos-em-ataque-russo-perto-da-universidade-de-alepo/

 

 

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publicado às 13:56

Turquia ameaça avançar sobre Israel

por Elsa Filipe, em 29.07.24

Em resposta aos ataques contra a Palestina, o detentor do segundo maior exército da NATO, ameaçou Israel de poder vir a entrar no seu território com o objetivo de proteger os palestinianos. Erdogan, chegou mesmo a aludir ao apoio dado pela Turquia "ao Azerbaijão durante a Segunda Guerra do Nagorno-Karabakh contra a Arménia, em 2020," bem como ao envio de tropas para a Líbia em apoio ao "Governo de Acordo Nacional da Líbia," reconhecido pelas Nações Unidas, durante o mesmo ano.

Lembremo-nos que estas ameaças já vêm de trás, quando em inícios de dezembro, Israel afirmou que entraria pela Turquia se fosse necessário para combater o Hamas, mas com o agravamento da situação a cada dia que passa, poderemos ver em breve o escalar do conflito, com apoiantes dos dois lados a mostrar o seu poder bélico e a afrontar os seus opositores.

Erdogan criticou a "visita do primeiro-ministro israelita a Washington, onde foi aplaudido por representantes" de ambas as câmaras e acusou "o líder israelita Benjamin Netanyahu de genocídio, suspendendo todo o comércio com Israel e chamando de volta o embaixador turco."

Esta escalada de retórica, vem levantar "receios de um conflito regional mais amplo" que pode vir a envolver a NATO de uma forma mais intensa e direta. Netanuahu veio já comparar Erdogan a Saddam Husseim, relembrando a forma como o ditador iraquiano foi capturado e morto.

Se por um lado espero que "alguém" ponha "mão" em tudo isto e que os sucessivos ataques contra os palestinianos acabem, por outro, a entrada da Turquia nas hostes pode trazer graves consequências com o envolvimento da NATO. O que pode estar em causa é o envolvimento de vários países, alguns dos quais sob regimes ditatoriais que têm no seu território "zonas quentes" detidas por grupos armados.

Depois de, durante a noite passada, Israel "ter atingido uma série de alvos no Líbano," vem também o Hezbollah afirmar que efetuou diversos "ataques contra Israel", embora felizmente, não ter chegado a haver "relatos de vítimas destes ataques".

Fontes:

https://zap.aeiou.pt/turquia-admite-entrar-em-israel-para-proteger-palestinianos-617430

https://executivedigest.sapo.pt/noticias/turquia-ameaca-entrar-em-israel-para-proteger-os-palestinianos/

https://pt.euronews.com/2024/07/29/diplomatas-tentam-evitar-guerra-regional-apos-ataque-ataque-que-matou-12-jovens-nos-montes

 

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publicado às 18:05

Massacre

por Elsa Filipe, em 11.10.23

Estou aqui a tentar encontrar as melhores palavras para iniciar... Em todas as guerras há mortos. Em todas se cometem atrocidades. Israel e Palestina. Estamos a assistir a um autêntico massacre.  Famílias inteiras mortas, queimadas, mutiladas, decapitadas pelo Hamas, em ataques terroristas. Num último balanço, contam-se entre os mais de mil mortos, "260 crianças e 230 mulheres". Cerca de 4600 pessoas ficaram feridas. Logo na sequência dos ataques, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou a "preparação de uma ofensiva total contra a Faixa de Gaza que alterará totalmente a situação no terreno".

Segundo Benjamin Netanyahu, caraterizou o ataque do Hamas a Israel como “uma selvajaria nunca vista desde o Holocausto”. Numa conversa telefónica com Joe Biden, o primeiro-ministro israelita, fala numa “centenas de massacres, famílias destruídas nas suas camas, nas suas casas, mulheres brutalmente violadas e assassinadas, mais de uma centena de raptos (…), levaram dezenas de crianças, amarraram-nas, queimaram-nas e executaram, decapitaram soldados”.

Vários líderes europeus têm-se manifestado. Desde Erdogan, da Turquia, a Zelensky presidente Ucraniano. "Numa conferência de imprensa com o chanceler austríaco Karl Nehammer, o líder turco manifestou ainda a sua preocupação com o alastramento do conflito a todo o Médio Oriente após o ataque terrorista do Hamas." O medo invade a Europa. Em Berlim, na Alemanha, manifestações a favor da Palestina foram proibidas por poderem representar, de acordo com as autoridades, “um perigo para a segurança e ordem pública”. Já Zelensky, afirmou "que a Rússia apoia o ataque do Hamas a Israel para promover a desestabilização global." O presidente ucraniano afirma ter "indicações que nos levam a crer que a Rússia está a ajudar a levar a cabo certas operações terroristas", e que “não é a primeira vez que atua desta forma". Dá o exemplo do que se passou na Ucrânia, na Síria e no continente africano. 

Numa mensagem forte e emotiva, Joe Biden afirmou que "os Estados Unidos reforçaram a postura das forças militares na região para fortalecer a dissuasão”, estando armamento a caminho e já tendo mesmo aterrado no país o primeiro avião com munições. Serão cerca de vinte, os cidadãos norte-americanos desaparecidos em Israel e ainda "não é claro se estão entre os reféns capturados pelo Hamas e levados para Gaza, embora a Casa Branca tenha confirmado que um número indeterminado se encontra entre os reféns."

João Gomes Cravinho, "defendeu o regresso à via diplomática, com um diálogo mais aprofundado que inclua ONU e países árabes". Uma família lusodescendente está desaparecia e uma jovem de 25 anos, acabou mesmo por ser encontrada morta. Neumann, luso-israelita, estudava em Tel Aviv e estava "no festival Teva, um dos vários festivais de música perto da fronteira de Gaza que foi invadido por militantes nas primeiras horas da manhã de sábado".

Israel está cercado, os ataques estão a vir de todos os lados. "As forças israelitas adiantaram que estão a responder, com artilharia e morteiros, a um ataque com projéteis não identificados desde a Síria, enquanto prossegue a resposta de Israel contra Gaza na sequência do ataque do Hamas." A maioria terá caído numa zona deserta. Do Líbano, foram lançados vários foguetes que atingiram o território. 

Do lado palestiniano, há também fortes acusações, com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Palestina a acusar Israel "de utilizar bombas de fósforo branco, destruindo um bairro no noroeste da cidade de Gaza". O cerco a Gaza, condena a população que lá permanece. O "rei Abdullah II da Jordânia ordenou o envio de ajuda médica e humanitária para a Faixa de Gaza, face às exigências israelitas para bloquear fundos internacionais à Palestina." Este apoio está a ser coordenado com o Egito, "através da passagem de Rafah", que entretanto foi encerrada depois dos "bombardeamentos israelitas terem atingidos as zonas envolventes".

Israel terá bombardeado "bairro por bairro na Faixa de Gaza, reduzindo prédios a escombros e fazendo com que as pessoas procurassem todos os meios para encontrar segurança no pequeno e isolado território," como retaliação ao ataque surpresa do Hamas. "As organizações humanitárias apelaram à criação de corredores humanitários para levar ajuda a Gaza, alertando que os hospitais locais, sobrelotados com feridos, estão a ficar sem meios e "os Médicos Sem Fronteiras indicaram que não conseguiram contatar as suas equipas em Gaza" depois do governo israelita ter cortado por completo o fornecimento de água e eletricidade à população.

É o povo que sofre. De ambos os lados.

Fontes:

https://expresso.pt/internacional/medio-oriente/2023-10-10-Pelo-menos-900-israelitas-mortos-corpos-de-1500-militantes-do-Hamas-encontrados-no-territorio-de-Israel-c7c68c35#635b448b-a2f7-4e73-a6fa-f5bf867909f0

https://expresso.pt/internacional/medio-oriente/2023-10-10-Jovem-luso-israelita-que-estava-desaparecida-foi-encontrada-morta-205cae46

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-10-10-Mais-de-mil-vitimas-mortais-em-Israel-no-ataque-do-Hamas-9a19867b

 

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publicado às 10:02

As guerras que estão às portas da Europa

por Elsa Filipe, em 08.09.23

Olhamos a invasão da Rússia à Ucrânia com grande preocupação, mas a verdade é que a Europa está rodeada de conflitos armados que complicam toda a situação desde o leste ao médio oriente. Está tudo à "nossa porta" e, ao mesmo tempo, parece que está tão longe e lá vamos seguindo a nossa visa, nos nossos queixumes.

Há nove meses que a população arménia de Nagorno-Karabakh, habitado na época soviética por uma maioria arménia cristã e uma minoria azeri muçulmana xiita, e da República de Artsakh, vive em condições desumanas devido ao bloqueio imposto pelo regime do Azerbaijão.

Na capital da autoproclamada república, Stepanakert, não há combustível e as velas voltaram a fazer parte da noite de cerca de 120 mil pessoas. A população está a passar fome. O Azerbaijão não permite a entrada a meios de comunicação independentes. 10 camiões com ajuda francesa foram, sem surpresas, barrados à porta do corredor de Lachin, numa “violação total dos direitos humanos”.

Nagorno-Karabakh é, há muito, um foco de tensão entre arménios e azeris. A região tem estado maioritariamente ocupada por arménios, não obstante a União Soviética, ter entregue à República Socialista Soviética do Azerbaijão o governo desse território.

À medida que o Estado comunista se desintegrava, a situação foi ficando cada vez mais instável. EM 1988 começou a Primeira Guerra do Nagorno-Karabakh, e que durou seis anos, com um desfecho favorável para os arménios. Em 2020 dá-se uma nova investida que só termina com um acordo de cessar-fogo, assinado a 9 de novembro de 2020 e mediado por Vladimir Putin, no qual os arménios foram obrigados a ceder o controlo de vários distritos: Agdam, a leste, e Kalbajar e Lachin, a oeste. Durante a guerra desse ano, o Azerbaijão matou 2906 combatentes azeris e 3825 arménios. Baku conseguiu recuperar uma grande porção territorial dentro e em torno da região. 

Em setembro de 2022, aproveitando o incremento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e a passividade da União Europeia (com quem recentemente o Azerbaijão fez um acordo para o fornecimento de gás) e da NATO (cujos membros não querem provocar a Turquia, parceiro da Aliança Atlântica e grande aliado do Azerbaijão), as forças azeris atacaram algumas localidades como Goris, Kapan e Jermuk, reconhecidas internacionalmente como parte da Arménia. Os combates entre os dois países deixaram 286 mortos dos dois lados e fez crescer o temor de uma guerra em larga escala.

Há o risco de se estabelecerem novas zonas tampão sem que a restante Europa se mexa para o impedir. Mais uma vez, é o povo que sofre as consequências, estando em causa um verdadeiro genocídio. 

Neste acordo foi estabelecido um corredor através do qual se faria a ligação entre a Arménia e Artsakh. Durante alguns meses, a ajuda humanitária ainda foi entrando em Artsakh, mas, em abril, os azeris bloquearam totalmente a estrada. Muitos não saberão mas Artsakh "é um autoproclamado Estado independente no Sul do Cáucaso com fortes ligações à Arménia." Este é um "país que não existe" e por isso, Stepanakert também é a "capital do país que não existe." Ali se fala Arménio e a população é maioritariamente cristã.

A 30 de agosto deste ano, a porta-voz de Lavro, Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a culpa do bloqueio azeri a Artsakh era da Arménia, dizendo que "a atual situação no corredor de Lachin é uma consequência do reconhecimento pela Arménia do Nagorno-Karabakh como parte do território do Azerbaijão”. A aparente apatia russa pode espantar uma vez que a Arménia ainda faz parte da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, uma espécie de NATO que a Rússia formou com mais cinco ex-Estados soviéticos, entre eles a Arménia. Esta "não reação" da parte de Moscovo, fez com que a Arménia ameaçasse com a sua saída da organização.

A 31 de agosto, Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, fez um surpreendente apelo ao fim do bloqueio azeri, o que renovou as esperanças de muitos de que a Europa pudesse contribuir para o fim do problema.

“Matar à fome é um crime de genocídio que está previsto. Para haver um genocídio tem de haver uma tentativa de eliminação, no todo ou em parte, de um grupo nacional. Esta parte final pode estar a ser preenchida, porque os arménios são uma minoria no Azerbaijão”, afirma Pereira Coutinho, especialista em Direito Internacional e professor na NOVA School of Law.

Fontes:

https://cnnportugal.iol.pt/armenia/azerbaijao/as-portas-da-europa-o-azerbaijao-esta-a-matar-120-mil-pessoas-a-fome-podem-estar-a-ser-reunidas-condicoes-para-um-genocidio/20230907/64f63ca4d34e371fc0b74be0

https://cnnportugal.iol.pt/armenia/nagorno-karabakh/armenia-e-azerbaijao-de-novo-em-conflito-porque/20220913/6320c2570cf2ea367d4df662

https://observador.pt/2022/11/07/novos-confrontos-entre-armenia-e-azerbaijao-antes-das-negociacoes-de-paz/

https://www.almadeviajante.com/viagens/nagorno-karabakh/

 

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publicado às 13:02

Assinala-se hoje o dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Que se se tenha de assinalar um dia destes é por si só uma falta de civilidade e de humanidade e, ao mesmo tempo, uma necessidade latente que ao fim de 40 anos continua presente.  

Temos visto por toda a Europa diversas manifestações em defesa dos direiros das mulheres. No que concerne à pandemia e ao enclausuramento a que todos tivemos de nos submeter, este pode ter tido um efeito muito negativo na vida de muitas mulheres que se viram "presas" com os seus agressores na mesma casa. Se antes, quando iam trabalhar e passavam pela porta de esquadras, centros de saúde ou de um vizinho, não pediam ajuda, com a pandemia ainda menos o fariam. As mulheres que são vítimas não o são por quererem, mas é delas que vem o passo mais importante para se livrare m dos abusos a que são sujeitas.

Nos últimos anos, a televisão portuguesa tem feito um trabalho excelente na divulgação de situações de violência doméstica, mediatizando e acusando fortemente estas situações, assim como divulgando os meios de ajuda e reinvindicando a atuação das autoridades.

No que aos direitos humanos diz respeito, existem ainda países e comunidades em que o caminho ainda não foi iniciado. Não basta que se assinem convenções, há que as pôr em prática. 

Na Hungria, o governo recusou a Convenção de Istambul, justificando que não há diferença de género, mas apenas uma diferença biológica entre homens e mulheres. O que isto pode significar para estas pessoas que governam na Hungria, deixa-me com sérias questões. Sim há diferenças biológicas, isso é óbvio, mas o que a Convenção pode trazer vai muito além da afirmação da diferença de género. Ter sido redigida em Istambul, na Turquia, é por si só um facto histórico, quando os direitos das mulheres ainda são tão violados nesse mesmo país.

Portugal ainda não evoluiu muito. Em muitas, mas muitas, casas, ainda há um patriarcado afirmado em diferentes formas de tratamento, em que é o homem que se assume com o direito mandatário. 

E enquanto morrerem mulheres em Portugal, vítimas de violência doméstica, ainda há muito a fazer! 

 

Fontes:

https://apav.pt/apav_v3/index.php/pt/2149-25-novembro-2019-dia-internacional-pela-eliminacao-da-violencia-contra-as-mulheres

https://www.cig.gov.pt/2021/11/dia-internacional-pela-eliminacao-da-violencia-contra-as-mulheres-campanha-portugalcontraaviolencia/

 

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publicado às 19:30

Atualmente, cerca de 80 milhões de pessoas estão deslocadas. Isso representa 1% da população mundial. Desse total, quase metade é composta por crianças. A situação dos refugiados, é uma realidade que não pode ser esquecida. Mesmo perante o Covid ou, sobretudo, também devido à crise que o próprio Covid provocou também nestes países.

A ajuda huminatária, essencial para garantir a sobrevivência de milhões de pessoas, não chega a todos os lugares. A população de refugiados do Sudão do Sul é a maior da região e uma das mais vulneráveis. Cerca de 2,3 milhões de refugiados vivem em condições extremamente precárias, agravadas pela pandemia COVID-19.

Hoje vamos perceber quais são alguns dos países mais afetados A situação de segurança e humanitária na República Democrática do Congo (RDC) continuou a deteriorar-se, principalmente no leste, palco de uma das mais complexas e longas crises humanitárias permanentes na África. 

A situação na Somália é uma das crises de deslocamento mais antigas do mundo, fruto de um conflito armado em curso. Muitas pessoas continuam a precisar de assistência humanitária urgente e mais de 778.000 refugiados somalis em países anfitriões também continuam a contar com proteção, assistência e apoio na busca por soluções duradouras. Muitos dos deslocados testemunharam atrocidades e mulheres foram vítimas de violência sexual.

Milhares de pessoas foram forçadas a deslocar-se internamente no Iraque depois das suas terras terem sido confiscadas e suas casas e meios de subsistência terem sido destruídos. Existem cerca de 1,4 milhão de deslocados internos no Iraque, mais da metade dos quais vivem deslocados há pelo menos três anos. Há também cerca de 278.600 refugiados iraquianos no Egipto, Jordânia, Líbano, Síria e Turquia.

No caso do Afeganistão, a crise já dura aproximadamente 50 anos e os afegãos são a segunda maior população de refugiados. Em 2020, o país tornou-se o terceiro com maior número de pessoas forçadas a procurar outras regiões onde viver. Com 2,5 milhões de refugiados, 2,8 milhões de deslocados internamente e 240 mil requerentes de asilo, o país está atrás apenas de Síria (com 6,8 milhões entre refugiados e requerentes de asilo e 6,7 milhões de deslocados internamente) e da Venezuela (com 4,9 milhões de deslocados ao todo).

 

Fontes:

https://news.un.org/pt/story/2020/07/1721671

https://csvm.ufg.br/n/146023-para-onde-vao-os-refugiados-afegaos

 

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publicado às 17:12


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