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Eurovisão 2024

por Elsa Filipe, em 12.05.24

A vitória este ano foi para a canção da Suiça, "The Code", interpretada por Nemo. "O tema, entre o rap, rock e a ópera, explora o processo de descoberta do artista como uma pessoa não-binária."
Portugal, ficou em 10º com a canção "Grito", que foi interpretada por Iolanda.

Mas o que mais marcou o festival deste ano, foram os protestos contra a participação de Israel. 

A cantora israelita, Eden Golan, de apenas 20 anos, conseguiu o seu lugar na final com a canção "Hurricane." No entanto, desde logo, a versão inicial foi criticada e "teve de ser modificada por se considerar que fazia alusão ao ataque do Hamas em Israel, a 7 de outubro." Na Finlândia, vários ativistas invadiram a sede da televisão nacional, exibindo frases como "Boicote a Eurovisão" ou "Parem o genocídio". Estes manifestantes afirmaram que "Israel está a usar a Eurovisão como plataforma para branquear a sua imagem com a participação da cantora Eden Golan." 

Entre as vozes contra, manifestaram-se também vários intérpretes, incluindo da própria representante portuguesa, que mostrou nas unhas, cores e simbolos ligados à Palestina, e no final da sua atuação fez um apelo à paz. No início, logo no desfile de apresentação, a cantora portuguesa apostou num "vestido de uma marca de um designer de origem palestiniana, com o padrão do lenço keffiyeh, um lenço associado à causa palestiniana."

Apesar de terem sido permitidos apelos à paz na Ucrânia e o uso das cores da bandeira (que ainda ontem pudemos ver representada no simbolo da Eurovisão), a situação da Palestina não teve ontem o mesmo tratamento. Podemos falar este ano em censura? Um exemplo disso, foi o facto do vídeo da atuação portuguesa, não ter sido logo publicado no site oficial, depois da atuação de Iolanda. "A União Europeia de Radiodifusáo (EBU), organizadora do festival, optou por publicar o vídeo da semi-final em que a cantora portuguesa tinha apenas as unhas brancas, sem símbolos da Palestina." Só quase uma hora depois da atuação e com os protestos da RTP, o vídeo foi colocado no site.

Poucos minutos antes do festival começar, registaram-se "várias detenções em Malmö, na Suécia, num protesto que decorria junto ao edifício onde decorria o evento. A polícia recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes."

Além dos apelos para que fosse vetada a participação de Israel, o Festival Eurovisão da Canção deste ano ficou "também marcado pela expulsão do representante dos Países Baixos, Joost Klein, anunciada horas antes da final deste sábado. De acordo com a EBU, o artista está a ser investigado pela polícia sueca na sequência de uma denúncia feita por uma mulher da equipa de produção," devido a um "incidente" ocorrido durante a semifinal do concurso.

É triste que um espetáculo tão bonito, esteja a ser cada vez mais afetado por motivos políticos e que não seja apenas um espaço de união. A música é essencial na vida dos povos, e tem sido ao longo dos anos um implusionador de mensagens políticas, mas não pode ser um fator de exclusão, na medida em que um artista não deveria ser conotado com o seu governo, mas sim e apenas com a sua música. É pena que ontem, se tenha assistido a extermos de ambos os lados e que os organizadores do concurso se tenham deixado afetar. Isso tirou a beleza à competição.

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/suica-vence-o-festival-eurovisao-da-cancao_n1570884

https://sicnoticias.pt/cultura/2024-05-11-manifestantes-invadem-televisao-publica-finlandesa-para-exigir-boicote-a-eurovisao-ee32240d

 

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publicado às 16:42

Celebra-se hoje o Dia da Europa. A data foi escolhida pelo Conselho Europeu de Milão, de 28 e 29 de junho de 1985 e celebrada pela primeira vez em 1986, de forma a assinalar a Declaração Schuman, e a necessidade de manter "a paz e a unidade do continente europeu."

Considera-se que a atual ideia de União Europeia, teve início com a proposta de Robert Schuman, que apresentou uma nova forma de cooperação política na Europa, que "tornaria impensável uma guerra entre os países europeus." No documento, de 9 de maio de 1950, destaca-se a frase:

"A paz mundial só poderá ser salvaguardada com esforços criativos à medida dos perigos que a ameaçam."

Em 2024, a ideia de uma Europa unida e democrática está presa por fios cada vez mais frágeis. Há muito que as ameaças têm sido ignoradas. Começando pela Lituânia, que alertou para a ameaça da Rússia em 2014, passando pelas palavras dirigidas à Finlândia que tem a maior fronteira terrestre da NATO com o território russo e que já disse estar na posse de "armas e equipamento militar armazenados na Noruega — e poderão fazê-lo igualmente na Suécia." Neste momento, é impossível falar em Europa sem referir a guerra na Ucrânia e a escalada do conflito naquela região. É impossível não nos lembrarmos das ameaças que constantemente são proferidas, seja em tom mais direto ou em tom mais irónico.  

Os EUA, já vieram também colocar em consideração, a possibilidade de usarem a Escandinávia como depósito de armas, "numa resposta clara à possibilidade de agressão russa contra um destes países do norte da Europa." E é por isto que não podemos descansar. É por isto que não podemos enfiar a cabeça na areia e ignorar o que se passa nas fronteiras que fazem parte do território europeu. A ideia de proteção mútua entre os países integradores da União Europeia, faz também com que, se um for ameaçado, os outros se coloquem também na sua pele e se sintam atacados, por meio de atos ou palavras. As palavras... essas que podem ter mais poder que um míssil e causar uma maior devastação, mas que tantas vezes são apenas palavras...

Esta semana, no discurso da tomada de posse de Putin, este referiu que estava aberto a dialogar com o ocidente de forma "sincera" - acrescentando as seguintes palavras: "veremos se continuam a travar o desenvolvimento do nosso país e a exercer pressão sobre o nosso país ou se procuram formas de cooperar connosco”. Um diálogo com cheirinho a ameaça...

Em 2024, são esses esforços criativos que estão a faltar. A guerra entrou pela porta da Eupopa, mas ainda não passou mais adiante por influência de vários fatores políticos. Espero, muito sinceramente, que as eleições europeias não nos venham a trazer nenhuma surpresa desagradável.

Fontes:

https://european-union.europa.eu/principles-countries-history/symbols/europe-day_pt

https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=35178&img=2661

https://expresso.pt/internacional/russia/2024-05-07-putin-toma-posse-pela-quinta-vez-e-garante-que-russia-nao-recusa-dialogo-com-ocidente-ccdd4edf

https://expresso.pt/internacional/guerra-na-ucrania/2024-05-06-putin-ja-puxa-dos-galoes-nucleares-vizinhos-armados-ate-aos-dentes-e-um-verao-que-cheira-a-nato-803-dias-em-guerra-9e6792a6

 

 

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publicado às 12:32

A NATO comemora 75 anos. E 75 anos continua a fazer sentido a sua existência, com o renascer da guerra dentro da Europa e, com um inimigo que não é novo: a Rússia.

Para celebrar esta data, o documento original que data de 1949, "viajou de Washington até Bruxelas," onde ficará hoje e amanhã em "exposição na sede da NATO."

Esta aliança militar, que começou com 12 membros e tem hoje 32, foi assinado num período de plena "oposição entre os blocos ocidental e oriental no âmbito da Guerra Fria" e, mantém ainda como "inimigo", já não a União Soviética, mas a Federação Russa. Os primeiros 12 países participantes foram os "Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Dinamarca, França, Grã-Bretanha, Itália, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos e Portugal." Em 1955, dando resposta "à adesão da República Federal da Alemanha (RFA) à NATO", o bloco de Leste criou "o Pacto de Varsóvia, uma aliança militar composta por oito países (URSS, Albânia, Bulgária, Roménia, Hungria, Polónia, Checoslováquia e Alemanha de Leste) e que acabou "dissolvido em 1991."

Recordo, que num discurso à nação russa, Putin, "fez acusações ao Ocidente, sobretudo aos EUA, à NATO e destacou o poderio militar russo" não deixando de salientar "a ameaça nuclear." Referindo-se à atual corrida ao armamento, comparou-a ao período da Guerra Fria, reforçando que os países que fazem parte da Aliança Atlântica, "têm de entender que nós também temos armas que os podem derrotar no seu próprio território". Foi nesta mesma declaração que Putin acusou a NATO (ou melhor, o "Ocidente") de ser a culpada de ter provocado "um conflito na Ucrânia, no Médio Oriente e noutras regiões do mundo e", pasmem-se, de "continua a mentir." Referindo-se a um período específico da II Guerra Mundial, em que a URSS saiu vitoriosa sobre a Alemanha, lembrou o "destino daqueles que uma vez enviaram tropas para o território" russo.

Sabiam que França, apesar de ter sido um dos países fundadores, esteve "fora" da Aliança entre 1966 e 2009? Bem, a sua saída foi apenas no âmbito militar, continuando a participar no âmbito político de forma a "desafiar a hegemonia americana no seio da organização."

O primeiro envolvimento militar da NATO, foi em 1993, durante a "guerra na Bósnia-Herzegovina, que se seguiu ao desmembramento da Jugoslávia." Em 1999, interviu também no conflito do Kosovo em 1999.

Em 2001, de forma a dar "resposta aos ataques terroristas nos Estados Unidos" a NATO invocou pela primeira e única vez até agora, "o Artigo 5.º"que "consagra o princípio da defesa coletiva" e estipula que, "um ataque contra um membro da NATO, é considerado como um ataque contra todos os Aliados."

Em 2014, para dar "resposta à anexação ilegal e ilegítima da Crimeia pela Rússia" e a invasão da Ucrânia em 2022, "a presença militar da NATO tem sido progressivamente reforçada na parte oriental do seu território para apoiar a sua postura de dissuasão e defesa." Assim, além do contingente militar que se encontra distribuído por oito países, enviou, também,  "navios para o Mar Báltico e para o Mediterrâneo," além de ter aunmentado o "nível de prontidão operacional das suas tropas." A vigilância aérea foi também reforçada.

Os últimos países a entrar para a NATO, foram a Finlândia (em abril de 2023) e a Suécia (março de 2024) o que veio pôr "fim à sua tradição de neutralidade militar e de não-alinhamento."

Fontes:

https://www.dn.pt/5362597734/putin-sobre-a-nato-e-a-ameaca-nuclear-eles-tem-de-entender-que-tambem-nos-temos-armas/

https://pt.euronews.com/my-europe/2024/04/04/75-anos-da-nato-o-tratado-de-washington-em-exposicao-em-bruxelas

 

 

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publicado às 10:40


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