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No dia 27 de janeiro de 1945, soldados das forças soviéticas chegaram ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, onde encontraram aqueles que tinham ficado para trás. Começo por aconselhar a vossa pesquisa sobre esta data - existe muita informação, espalhada por aí. Reforço ainda que esta data não deve ser esquecida! Um dos primeiros locais que vos convido a visitar é o site "A Enciclopédia do Holocausto", onde encontram diversa informação sobre o tema.

"À medida em que as tropas aliadas penetravam na Europa, em uma série de ofensivas contra a Alemanha, os soldados começaram a encontrar e a libertar os prisioneiros dos campos de concentração, muitos dos quais haviam sobrevivido às marchas da morte para o interior da Alemanha. As forças soviéticas foram as primeiras a se aproximar de um campo nazista de grande porte, chegando ao campo de Majdanek próximo de Lublin na Polônia, em julho de 1944. Surpreendidos pelo rápido avanço soviético, os alemães tentaram demolir o campo numa tentativa de ocultar as evidências do extermínio em massa que haviam cometido."

Neste dia, começava a ser posta a descoberto "a escala das atrocidades cometidas pelo regime nazi naquele e noutros locais.

"6 milhões de judeus, minorias e dissidentes políticos foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial pelo regime nazi," e para que isto não se repita, há que lembrar o que se passou e não deixar disseminar as ideologias que, ainda hoje, passados 80 anos, dizem que foi tudo uma invenção.

Assinalando hoje o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e os 80 anos que passaram sobre a libertação de Auschwitz, António Guterres, chefe das Nações Unidas, ressalta durante o seu discurso "que a lembrança dos eventos do Holocausto é um bastião contra a difamação da humanidade e um apelo à ação coletiva para garantir o respeito pela dignidade e pelos princípios fundamentais."

Os campos de concentração nazi foram erguidos na Alemanha em março de 1933, logo depois de Adolf Hitler se ter tornado Chanceler e do seu Partido ter recebido "o controle da polícia pelo Ministro do Interior do Reich, Wilhelm Frick, e pelo Ministro do Interior prussiano, Hermann Göring." Estes campos eram usados "para prender e torturar" aqueles que eram considerados como "adversários políticos e sindicalistas." Inicialmente, cerca de "45 mil prisioneiros" deram entrada nestes campos. Estima-se que em janeiro de 1945, estivessem em campos de concentração cerca de "715 000" pessoas. Além dos campos de concentração, onde existiam "bases de recursos de trabalho forçado para empresas alemãs," foram também criados "os campos de extermínio." Estes campos foram estabelecidos com apenas um objetivo: matar! Nestes campos, foram assassinadas milhares de pessoas, de todas as idades, a uma escala praticamente "industrial" não só de judeus, mas também de eslavos, comunistas, homossexuais e outros que os nazistas consideravam "Untermensch" (povos inferiores) ou indignos de viver," através das "câmaras de gás." 

Este genocídio do povo judeu por toda a Europa foi a solução encontrada pelo "Terceiro Reich para a questão judaica", o que hoje designamos coletivamente por Holocausto. 

Mas aqueles que conseguiram sobreviver, nunca chegaram a ver a sua vida reposta nem foi feita justiça ao que ali sofreram, muito menos chegou alguma vez a ser feita justiça às mortes causadas às mãos dos nazis.

A "segregação da população judaica na Alemanha," começou com "as leis de Nuremberga," introduzidas a "15 de setembro de 1935 pelo Reichstag, numa reunião especial durante o comício anual em Nuremberga do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães." O objetivo era obrigar à "Protecção do Sangue Alemão e da Honra Alemã." Em "26 de novembro de 1935", as leis foram corrigidas para incluírem, além da população judaica, "os ciganos e os negros." No ano seguinte, "depois dos Jogos Olímpicos de Verão de 1936," que se realizaram em Berlim, começaram as perseguições sob pretexto de pôr em prática estas leis.

"As Leis de Nuremberga tiveram um impacto económico e social incapacitante na comunidade judaica. As pessoas suspeitas de violar as leis do casamento eram detidas, e (a partir de 8 de março de 1938) após terem cumprido as suas condenações, eram novamente presas pela Gestapo e enviadas para campos de concentração nazis."

"Em 1938, já era difícil, se não impossível, os emigrantes judeus encontrarem um país que os aceitasse. Os esquemas para as deportações em massa, como o Plano Madagáscar, mostraram-se impossíveis de realizar, e a partir de meados de 1941, o governo alemão deu início à exterminação em massa dos judeus na Europa." Este plano consistiu numa tentativa de "transferir a população" judaica "da Europa para a ilha de Madagáscar," proposta pelo governo nazi, depois da França entregar a sua colónia à "Alemanha, como parte dos termos de rendição franceses," na 2ª Guerra Mundial. Este plano, acabou por não ir em frente e foi substituído, por uma "evacuação para o leste," mas que não era nada mais nada menos do que a expulsão e perseguição dos judeus em direção ao leste da Europa.

 

Fontes:

https://www.presidencia.pt/atualidade/toda-a-atualidade/2025/01/presidente-da-republica-assinala-o-80-o-aniversario-da-libertacao-do-campo-de-concentracao-e-exterminacao-de-auschwitz-e-o-dia-internacional-em-memoria-das-vitimas-do-holocausto/

https://expresso.pt/podcasts/o-mundo-a-seus-pes/2025-01-27-80-anos-de-libertacao-de-auschwitz-os-sobreviventes-estao-a-enfrentar-uma-vaga-de-antissemitismo-comparavel-a-dos-anos-30-e-40-082fa212

https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Nuremberg

https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_nazistas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_exterm%C3%ADnio

https://news.un.org/pt/story/2025/01/1844016

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/liberation-of-nazi-camps

 

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publicado às 14:03

Acordamos para mais um dia negro...

por Elsa Filipe, em 18.09.24

...num pequeno país onde apesar de tanto mar, rios e lagoas, falta água que ponha cobro a tantas chamas! 

Pois é, o que é "demasiado" num dia, no outro já falta. De inverno, ficamos aborrecidos quando chove e a água sobe, os rios transbordam, inundando tudo à sua passagem. Agora, imagino que um pouqinho dessa água estaria a fazer falta a muita gente. Infelizmente, não mandamos no tempo. Não podemos fechar a "janela" e evitar o vento, mas existem outras coisas que podemos fazer e, das quais, só nos lembramos quando a desgraça chega à nossa porta. 

Parece que em breve, a chuva vai voltar e parece que existem meios a caminho de Portugal, vindos de Espanha e de outros países. Pelo menos, ajudarão a dar alguma "folga" aos nossos bombeiros que não têm tido descanso. 

No total, foram já registadas "150 vítimas, entre elas 12 feridos graves, (...) 65 ligeiros feridos ligerios e 68 assistidos." Lamenta-se ainda a perda de sete vidas, dos quais quatro eram bombeiros. Da corporação de Vila Nova de Oliveirinha, lamenta-se a perda de Paulo Santos, Susana Carvalho e Sónia Melo. Dos bombeiros de S. Mamede de Infesta, lamenta-se a morte de João Manuel Silva. Uma outra vítima foi Carlos Eduardo, "imigrante brasileiro" de 28 anos e que "morreu carbonizado no incêndio de Albergaria-a-Velha," quando "tentava salvar maquinaria da empresa para a qual trabalhava." Conta-se também a morte de uma senhora com 83 anos, "vítima de paragem cardiorrespiratória na aldeia de Almeidinha, Mangualde, ao ver as chamas a aproximar-se da sua área de residência." Há ainda a contabilizar a morte de um homem de 88 anos, do "lugar do Fontão, na freguesia de Angeja em Albergaria-a-Velha" e que deixa "três filhos e vários netos."

As regiões norte e centro do país continuam a ser as mais afetadas, tendo o Governo declarato situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

Em Gondomar, desde o início desta grande ocorrência, foram já assistidos oito bombeiros, dos quais um chegou mesmo a ser sujeito a uma cirurgia. Este incêndio iniciou-se ontem pelas 13h02 e, já levou à evacuação "por precaução, e no sentido de evitar a inalação de fumo," de trinta idosos do "Lar da Santa Casa da Misericórdia de Gondomar. Estes "idosos foram transportados para o Multiusos de Gondomar, estando acompanhados pelos técnicos do próprio lar e pelos técnicos das áreas da saúde e da ação social da Câmara Municipal de Gondomar."

Foi também necessário proceder à evacuação de "três estabelecimentos de ensino - EB1 de Ramalde (S. Cosme), EB1 de Aguiar (Jovim) e Jardim de Infância de Trás da Serra (Jovim), tendo, dos cerca de 100 alunos dos três estabelecimentos, 20 sido transportados para o Multiusos de Gondomar, de onde foram depois "recolhidos pelos encarregados de educação". Há pessoas desalojadas e terão já ardido "três casas arderam esta segunda-feira no incêndio que está a lavrar na freguesia de Jovim." O incêndio avançou "na direção da freguesia vizinha da Foz do Sousa." Algumas habitações localizadas "na zona de Branzelo, em Melres, concelho de Gondomar, estão a ser evacuadas e a população retirada devido aos incêndios."

No que respeita ao incêndio de Valongo, Gondomar, presidente da junta de freguesia foi constituído arguido devido a ser responsável por "dois funcionários da autarquia" que, alegadamente, estavam a usar "roçadoras de disco," para limpar as ruas. Estas máquinas, que são proibidas quando existem alertas (como era o caso) "terão gerado faíscas." Segundo o autarca, os funcionários teão usado o disco por "haver uns tojos na rua" e as faíscas prococadas terão dado início ao incêndio, "tendo o alerta, segundo os Bombeiros de Valongo, sido dado às 9:45," de ontem.

Em Vila Pouca de Aguiar a situação também é crítica. O "incêndio galgou para Vila Real, pelas zonas de Covelo e da Samardã," avançando em diferentes frentes. O comandante Hugo Silva, informou à agência Lusa, que tinha havido uma "reativação forte em Sabroso, uma frente completamente incontrolável, acrescentando que não tinha "meios disponíveis para reforçar" nem para "substituir" os bombeiros que "já andam aqui em trabalho há vários dias."

O comandante mostrou também receio de que este incêndio que "progride em direção a norte," chegue "à porta de Vidago (Chaves)." Existem ainda outras duas frentes preocupantes "que se desenvolvem na zona de Soutelinho do Mezio e na Samardã."

O incêndio de Tábua, no distrito de Coimbra, e que "teve origem no fogo que na segunda-feira eclodiu em Nelas e se estendeu a Carregal do Sal, no distrito de Viseu," foi fdado esta manhã como "dominado" apesar de não ter havido hipótese de se baixar os braços.

Em Arouca, no distrito de Aveiro, uma "parte do troço de madeira dos Passadiços do Paiva," foi consumida pelas chamas. Devido a este incêndio, foi necessário proceder à retirada de alguns "habitantes com mobilidade reduzida," que foram depois "conduzidos para casa de familiares, noutras localidades." Foram também encerrados "todos os estabelecimentos de ensino da rede pública do concelho, afetando as escolas-sede dos agrupamentos de Arouca e Escariz ao acolhimento exclusivo" dos "filhos e dependentes a cargo dos profissionais diretamente envolvidos nas operações de socorro no âmbito dos incêndios." Uma ação de valorizar!

O incêndio de Albergaria-a-velha, que começou na segunda-feira, pelas 07:20, "entrou" segundo o comandante Albano Ferreira, "em resolução cerca das 10:30. Continua agora a ser necessário manter os meios no terreno, "atentos a reativações" que possam ocorrer.

"Os meios aéreos fornecidos pelos países europeus ao abrigo do mecanismo de proteção civil da União Europeia já estão a operar em território luso. Ao todo operam oito aviões, quatro oriundos de França, dois de Itália e mais dois de Espanha." Chegaram também esta madrugada 230 bombeiros vindos de Espanha, com a missão de apoiar os operacionais portugueses. Foi cancelada a vinda dos meios gregos. "O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta."

Fontes:

https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2024/09/16/incendios-seis-bombeiros-feridos-em-gondomar/393884/

https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendios-em-portugal-a-situacao-ao-minuto_e1600618

https://www.jn.pt/3477787569/presidente-de-junta-de-campo-nega-culpa-em-incendio-causado-por-rocadora/

https://pt.euronews.com/my-europe/2024/09/18/mais-de-cinco-mil-bombeiros-combatem-cerca-de-100-incendios-ativos-em-portugal

https://portocanal.sapo.pt/noticia/356074/

https://www.publico.pt/2024/09/18/sociedade/noticia/quatro-bombeiros-tres-civis-sao-vitimas-incendios-2104515

 

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publicado às 22:30

O partido do Centro Democrático Social

por Elsa Filipe, em 30.01.24

A 19 de julho de 1974 é fundado o partido do Centro Democrático Social (CDS), "fruto de uma iniciativa dos mais prudentes membros do Estado Novo, de direita" e que se preferiram manter com "uma identidade centrista." Os seus fundadores foram "Diogo Freitas do Amaral, Adelino Amaro da Costa, Basílio Horta, Victor Sá Machado, Valentim Xavier Pintado, João Morais Leitão e João Porto. "Estes membros eram elementos jurídicos e tecnocráticos da ditadura derrubada pela Revolução de 25 de Abril de 1974."

O partido só é legalizado pelo Supremo Tribunal de Justiça em janeiro de 1975, realizando então o seu primeiro congresso. É membro da União Internacional Democrata e do Partido Popular Europeu, tendo integrado diversos governos, sempre em coligação com outros partidos.

O CDS é um partido conservador e inspirado pela democracia cristã, que se mantém na sua génese também aberto também a liberais. O CDS assumiu-se "contra o Marxismo, moderado e aberto às correntes de catolicismo social e conservadorismo liberal". Apesar de estar à direita do PPD/PSD, ambos eram bem recebidos por muitos apoiantes do Estado Novo. No entanto, apesar das suas origens, "o CDS negou sempre ser de direita," fixando-se em vez disso, no centro."

Afirmando-se como um partido de oposição, nas eleições de 1976, o CDS conseguiu eleger 42 deputados, ultrapassando o PCP. Lembre-se que o CDS foi "o único partido a votar contra a Constituição da República Portuguesa, elaborada pela Assembleia Constituinte, eleita em 25 de abril de 1975."

Em 1978, o "CDS chegou pela primeira vez ao poder em aliança parlamentar com o Partido Socialista," num governo que durou apenas 8 meses. No ano seguinte, o partido "propôs a criação de uma frente eleitoral" unindo-se ao "Partido Social-Democrata e ao Partido Popular Monárquico. Essa proposta deu origem à Aliança Democrática, conhecida por AD, que, liderada por Francisco Sá Carneiro" (PSD), venceu as eleições intercalares de 1979 e de 1980.

A 4 de dezembro de 1980 dá-se o caso de Camarate em que perderam a vida "o primeiro-ministro de Portugal, Francisco Sá Carneiro, o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, Snu Abecassis, Maria Manuel Amaro da Costa, António Patrício Gouveia e os pilotos Jorge Albuquerque e Alfredo de Sousa" num trágico acidente de avião até hoje envolto em mistério e suspeitas. 

A AD acaba por se desintegrar no final de 1982. Em fevereiro de 1983, a liderança do CDS passa para Francisco Lucas Pires, que saiu vitorioso, concorrendo contra Luís Barbosa. Em 1985, demite-se e "Freitas do Amaral voltou à presidência em plena era cavaquista." Em março de 1992 "uma nova geração tomou conta do CDS" tendo Manuel Monteiro sido eleito nesse ano. Um ano depois, é adicionada a expressão "Partido Popular" ao nome inicial do partido.

Em 1995, nas eleições legislativas, "o CDS–PP apresenta uma recuperação eleitoral, conseguindo eleger 15 deputados. No entanto, em 1997, após fracasso eleitoral nas autárquicas, Manuel Monteiro apresenta a sua demissão. Segue-se Paulo Portas, que  propõe "a reconciliação dentro do partido e um regresso à matriz democrata-cristã. Nas legislativas de 1999, o CDS–PP consegue manter o seu grupo parlamentar de 15 deputados."

Em 2002, as eleições legislativas são ganhas pelo PSD" com maioria relativa. Dadas as circunstâncias, vinte anos depois voltou a celebrar um acordo de coligação para governar Portugal. No novo governo, o CDS–PP teve direito a três ministérios: Paulo Portas na Defesa Nacional, Bagão Félix como ministro do Trabalho e Celeste Cardona sobraçando a pasta da Justiça."

Em 2004, Durão Barroso assume a presidência da Comissão Europeia, e é eleito um novo governo pelo presidente da República, Jorge Sampaio, no qual continua a aliança "PSD/CDS–PP, agora liderado por Pedro Santana Lopes." Este novo governo teve fraca popularidade e, depois de apenas quatro meses, o presidente da República acabou por dissolver "a Assembleia da República que apoiava em maioria o governo. Novas eleições foram convocadas para fevereiro de 2005."

Seguiu-se um período de grande crise no partido e só em 2007 o CDS começa a recuperar e é já em 2009 que se assiste à sua ascenção nas eleições legislativas, nas quais conseguiu "ser a terceira força política na Assembleia da República (AR), ao conquistar" 21 assentos no parlamento. Esta "foi considerada uma grande vitória para o CDS–PP e, particularmente, para o seu líder, Paulo Portas, sobretudo face às projeções negras." Assim, aumentou também o número de deputados.

Em 2011, o CDS voltou a registar um grande "crescimento eleitoral," com 24 deputados nas legislativas. "Face aos resultados eleitorais do PSD, que não conseguiu maioria absoluta, foi celebrada nova coligação com o CDS, formando assim o XIX Governo Constitucional."

Já em 2013, nas "eleições autárquicas, o partido obteve também resultados positivos, conseguindo dezenas de autarquias em coligações com o PSD, e concorrendo individualmente conseguiu subir o número de uma para cinco autarquias, num total de 47 mandatos."

É a 25 de abril de 2015, que "no decorrer das comemorações dos 41 anos da Revolução dos Cravos, o líder do Partido Social DemocrataPedro Passos Coelho e o líder do CDS, Paulo Portas" anunciam "uma coligação pré-eleitoral entre os partidos para as eleições legislativas" desse ano com a dresignação, "Portugal à Frente." Apesar da vitória conseguida pela coligaçã"o PSD/CDS nas eleições legislativas de 2015, o secretário-geral do PS, António Costa, formou governo com apoio do PCP e do BE, não tendo Pedro Passos Coelho e Paulo Portas formado novo governo. Em consequência, Paulo Portas anunciou, ao fim de 16 anos, que não se recandidataria à presidência do CDS-PP." 

É eleita como lider do partido, "Assunção Cristas, que se apresentou como" única candidata e passando a ser "a primeira mulher a dirigir o CDS-PP." Nas autárquicas de 2017, "Assunção Cristas, fica em segundo lugar, à frente do PSD, na câmara de Lisboa." Mas em 2019, o partido vê "reduzida de 18 para cinco deputados" a sua bancada parlamentar o que leva à queda de Cristas que acaba por sair da liderança em 2020.

Em 2022, nas eleições legislativas, "após uma campanha marcada pelas críticas internas à direção" do então lider Francisco Rodrigues dos Santos, "o CDS-PP não elegeu qualquer deputado à Assembleia da República, obtendo apenas 1,61% dos votos, no que foi o pior resultado eleitoral da sua história, e perdendo assim a representação parlamentar que tinha desde 1975."  

Em 2022, depois do fraco resultado eleitoral e perante as críticas sentidas internamente, Francisco Rodrigues dos Santos acaba por apresentar a sua "demissão do cargo de presidente do CDS-PP." 

Em janeiro de 2024, antecipando tanto as eleições legislativas, como as eleições europeias de 2024, e com a liderança de Nuno Melo, "o CDS-PP firmou uma aliança com o PSD de Luís Montenegro e com o PPM de Gonçalo da Câmara Pereira, chamada Aliança Democrática," o que poderá agora conduzir a um regresso do partido à Assembleia da República.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/CDS_%E2%80%93_Partido_Popular

https://www.noticiasaominuto.com/politica/1399325/45-anos-de-historia-do-cds-pp-em-39-datas

 

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publicado às 17:42

O partido que tenta unir os liberais

por Elsa Filipe, em 29.01.24

Retomando hoje a história dos partidos portugueses, calha agora a vez do Iniciativa Liberal, que foi reconhecido como partido em dezembro de 2017.

O seu aparecimento deu-se depois da ideia criada num almoço de natal em 2015, no restaurante "Cisterna" em Lisboa, entre "Alexandre Krauss, Rodrigo Saraiva, e Bruno Horta Soares, que desafiaram um grupo de pioneiros a colaborar." Daí formou-se a "Associação Iniciativa Liberal – uma Iniciativa de um grupo de cidadãos que pretendia explorar a viabilidade de um partido liberal em Portugal – um partido para juntar todos os liberais portugueses." Esta associação, da qual a Comissão Executiva foi "presidida por Miguel Ferreira da Silva," desenvolveu desde logo o Manifesto Portugal Mais Liberal que efetivou uma avançou para a recolha de assinaturas para dar entrada "do processo no Tribunal Constitucional em Setembro de 2017."

Prosseguiu-se à "elaboração do programa político Menos Estado, Mais Liberdade, que viria a definir a grande abordagem política" deste novo partido.

Em 2019, o Iniciativa Liberal concorreu, "com listas próprias, a todas as eleições de 2019 – às Eleições para o Parlamento Europeu, Legislativas da Madeira e Legislativas Nacionais, tendo eleito um deputado à Assembleia da República. Em 2020, concorreu às Eleições Regionais dos Açores, elegendo o seu primeiro deputado numa Região Autónoma. Em 2021 a Iniciativa Liberal apoiou a candidatura presidencial de Tiago Mayan Gonçalves, e concorreu às Eleições Autárquicas, tendo eleito 89 autarcas liberais por todo o país. Em 2022 a Iniciativa Liberal elegeu oito deputados à Assembleia da República," tendo-se consagrado "como a quarta maior força política a nível nacional."

Desde o primeiro ano, o IL promoveu a Festa da Liberdade, no Porto, das quais se destaca a edição de 2021 dedicada aos temas da Juventude e à comemoração do 25 de Novembro, seguindo-se uma nova edição já em novembro de 2022, quando "realizou a V Festa da Liberdade, para comemoração do 25 de Novembro, com paineis especiais dedicados à liberdade."

Em 2022, o IL viu a sua presença na "23ª marcha do Orgulho LGBTI+", recusada pela primeira vez desde 2018, porque a organização da marcha "não aceitou o partido liderado por João Cotrim Figueiredo na festa." De acordo com a organização da festa, “em resposta à proposta de integração da IL, explicámos que um dos motivos para não os aceitarmos é que têm elementos transfóbicos na direção” e acusando-o de ser "um partido com historial de comentários discriminatórios nas redes sociais." Mas esta polémica já vinha desde os comentários feitos nas redes sociais por Rafael Corte Real que em 2016, dirigiu "insultos a participantes de uma marcha feminista contra a violência sexual" e se identificou como “um inimigo das feminazis doentes da cabeça” entre outros comentários que nem o dignificam a ele nem ao próprio partido que representava na altura. Para colmatar a justificação desta recusa, há ainda na memória a participação da Iniciativa Liberal em 2019 com alegados membros que levavam "cartazes" bastante polémicos.

Fontes:

https://iniciativaliberal.pt/ainiciativa/historia/

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/marcha-pride-cancelou-a-iniciativa-liberal

https://esqrever.com/2021/05/28/iniciativa-liberal-temos-de-falar/?amp=1

 

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publicado às 11:02

O CH (Chega) "é um partido político português, de ideologia populista, de direita radicalnacionalistaconservador, sendo o seu espectro político definido como sendo de direita a extrema-direita." É apresentado como parte de uma nova direita radical portuguesa, que esteve afastada desde a revolução de 25 de abril de 1974. No entanto, a "decisão de classificar o Chega como um partido extremista foi controversa em Portugal, onde o partido insiste em considerar-se populista e não de extrema-direita." 

O Chega foi criado "a partir de pequenos grupos dentro do Partido Social Democrata," tendo ganho mediatismo muito por André Ventura, conhecido dos portugueses pelos acesos comentários desportivos.

Em abril de 2019, o Tribunal Constitucional Português, aceitou a sua inscrição no registo dos partidos, ano que conseguiu eleger "um deputado único nas eleições legislativas portuguesas." No mesmo ano, o "Chega fez parte da coligação Basta! para as eleições parlamentares europeias de 2019, não elegendo nenhum eurodeputado." Em julho do ano seguinte, aderiu como afiliaado "à associação da extrema-direita europeia" Identidade e Democracia (ID).

Em 2022, nas eleições legislativas, "o partido aumentou a sua contagem de assentos parlamentares" passando de um para doze deputados. Esta foi uma rápida ascensão de "um partido tão jovem e controverso, que rapidamente se inseriu no vasto panorama dos partidos populistas e de direita europeus, cortejando a extrema-direita com as suas narrativas contra os migrantes, a comunidade LGBTQ+ e os muçulmanos, mas rejeitando sempre ser descrito como tal."

Dentro do partido, têm existido várias divergências que têm levado à saída de inúmeros militantes, de entre os quais, do número 2 do partido, Nuno Afonso, que se desfiliou do "partido em janeiro de 2023, alegando autoritarismo de André Ventura, após ter exercido funções de vice-presidente do partido e de chefe de gabinete do CH na Assembleia da República, funções das quais foi exonerado por André Ventura, presidente do partido."

Desde sempre envolto em polémicas, dentro do Chega "ocorreram" também "agressões físicas entre militantes do partido, como sucedeu entre o deputado Rui Afonso e um dirigente do partido no Porto, em janeiro de 2023, e entre os deputados Bruno Nunes e Gabriel Mithá Ribeiro, em 2022." Também são vários os casos noticiados em que houve agressões e insultos "contra terceiros, inclusivamente com recurso a insultos homofóbicos contra cidadãos, tal como sucedeu em Viseu, em julho de 2021, ou com recurso a ameaças e insultos nas redes sociais, como sucedeu por parte de dirigentes do partido contra o jornalista Pedro Coelho, em 2023."

Com uma liderança incontestada dentro do partido, Ventura defende "a privatização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do sistema de educação pública." O partido mostra-se contra o multiculturalismo e afirma a existência de uma "teoria da conspiração do marxismo cultural." Acusam os restantes partidos de estarem a atacar a "identidade portuguesa." No seu discurso político populista, está o conceito de "nativismo" do qual o "principal alvo" tem sido "a população cigana," e propõe "uma visão autoritária da sociedade."

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Chega

https://pt.euronews.com/2023/08/17/a-ascensao-da-extrema-direita-na-politica-portuguesa

 

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publicado às 12:59

Nascimento e história do BE

por Elsa Filipe, em 25.01.24

Bloco de Esquerda (BE) tem representação parlamentar desde 1999, ano em que nasceu "da aproximação de três forças políticas: a União Democrática Popular (marxista), o Partido Socialista Revolucionário (trotskista mandelista) e a Política XXI (socialista democrática), às quais posteriormente se juntaram vários outros movimentos." Estes três partidos, foram entretanto extintos.

Este foi o primeiro partido de "Nova Esquerda" com destaque em Portugal. Nesse ano participou nas Europeias (com Miguel Portas como cabeça de lista) e em outubro do mesmo ano, concorreu às eleições legislativas portuguesas, elegendo dois deputados: "Francisco Louçã e Luís Fazenda". Uma curiosidade: durante a cerimónia de tomada de posse da Assembleia da República, "os dois novos deputados bloquistas estiveram" de pé durante toda a sessão, "uma vez que não aceitaram a atribuição de cadeiras na quarta fila do hemiciclo e exigiram também lugares na primeira fila como as restantes forças políticas no parlamento."

Em 2001, o Bloco consegue a câmara de Salvaterra de Magos nas eleições autárquicas, com a eleição da independente, Ana Cristina Ribeiro. Este era o seu segundo mandato, mas o primeiro pelo Bloco.

Em 2004, "elege o seu primeiro deputado europeu, Miguel Portas." No ano seguinte, "na sua IV Convenção Nacional, o Bloco de Esquerda oficializou Francisco Louçã como porta-voz da Comissão Política." Uma das maiores lutas do B.E. foi a despenalização do aborto, cujo referendo ocorreu em 2007.

Em 2009, nas eleições europeias, "Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares foram eleitos para o Parlamento Europeu pelo bloco." Nesse ano, nas mesmas eleições "que reconduziram o socialista José Sócrates" ao poder, o Bloco conseguiu eleger "16 deputados, a maior bancada parlamentar do partido até àquela altura."

Rui Tavares "viria a romper com o bloco em 2011, juntando-se ao Grupo Europeu dos Verdes."

Em 2011, "em plena campanha eleitoral das eleições legislativas portuguesas", Francisco Louçã vem a público afirmar "que o Bloco teve a sua maior vitória política desde a sua fundação, ao conseguir um consenso sobre a renegociação da dívida contraída durante a crise da dívida pública da Zona Euro." Nesse ano, nas eleições presidenciais, "que viriam a reconduzir Cavaco Silva, o Bloco apoiou a candidatura de Manuel Alegre, ligada ao PS."

Miguel Portas acaba por não conseguir sobreviver a um cancro no pulmão e morre a "24 de Abril de 2012," com 53 anos em Antuérpia, na Bélgica. Em novembro do mesmo ano, "na VIII Convenção do B.E., foram eleitos João Semedo e Catarina Martins para a liderança do Bloco de Esquerda, sucedendo a Francisco Louçã." 

"A redução de expressão eleitoral do Bloco de Esquerda precipitou o aparecimento de clivagens entre os movimentos e tendências que o compunham." De facto, dentro do Bloco sempre houve um conflito de ideias, muitas derivadas da origem partidária de vários dos seus membros. 

No início de 2016, "a eurodeputada do BE, Marisa Matias, concorreu ao Palácio de Belém e conseguiu ultrapassar a marca dos 10%, com mais de 469 mil votos, ficando em terceiro lugar na corrida" da qual Marcelo Rebelo de Sousa saiu como Presidente da República. "A 26 de junho de 2016, após a X Convenção do Bloco, a Comissão Permanente foi dissolvida e Catarina Martins passou a ser a única coordenadora do partido."

Em 2018, morre o ex-coordenador do BE João Semedo, "depois de uma luta contra o cancro desde 2015", com 67 anos. João Semedo, que tinha estado 30 anos do PCP, lutou pela "despenalização da eutanásia, tendo organizado um livro, lançado nas vésperas do debate e votação no parlamento, intitulado "Morrer com Dignidade - A decisão de cada um", no qual reuniu depoimentos de diferentes figuras defensoras desta causa."

"Nas eleições europeias de 2019, o Bloco de Esquerda solidificou-se como terceiro maior partido do país ao conseguir eleger José Gusmão como segundo eurodeputado, juntamente com a primeira candidata Marisa Matias," e "nas eleições legislativas" realizadas no mesmo ano, "depois de quatro anos de ‘geringonça’, nome pelo qual ficou conhecida a solução governativa na qual toda a esquerda apoiou parlamentarmente um Governo minoritário do PS", o partido conseguiu manter-se como a "terceira maior força política do país." Porém em 2022, perde vários dos deputados e passa "ao estatuto de sexta força política."

Atualmente, Mariana Mortágua é a representante do B.E.. Esta "economista e política portuguesa" desempenha "as funções de Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, deputada na Assembleia da República e vice-presidente do grupo parlamentar."

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bloco_de_Esquerda

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/a-historia-do-bloco-de-esquerda-em-mais-de-duas-dezenas-de-momentos-marcantes

 

 

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publicado às 13:11

Nascidos da revolução de abril

por Elsa Filipe, em 24.01.24

No ano em que se assinalam os 50 anos da revolução de 25 de abril, assinala-se também o "nascimento" do PSD. No seguimento da revolução apareceram vários partidos - como o Partido Cristão Social Democrata ou o Partido Social Democrata Português - que no entanto rapidamente acabaram por desaparecer.

 A social-democracia que "surgiu em fins do século XIX e início do século XX por partidários do marxismo", e que foi a base de referência do aparecimento do PSD, resultou "sobretudo, do prestígio que então alcançava o modelo do SPD" que então, "alcançava um enorme prestígio na Europa, principalmente com o estilo de Helmut Schmidt," (reformista e humanista, Chanceler da Alemanha Ocidental entre 1974 a 1982) que concebeu um projeto diferente para Portugal, percebendo que já era evidente a ocupação do "espaço socialista de esquerda a centro-esquerda" pelo Partido Socialista. "O Partido Social Democrata ocupou, assim, o espaço político destinado a um partido de ideologia social-democrata ao centro, com posições que iam do centro-direita liberal ao centro-esquerda, reformista, personalista e com carácter não-confessional, ou seja, laico, que, de modo peculiar, no caso português, combateu o coletivismo económico e os movimentos marxistas, subsequentes à Revolução de 25 de Abril de 1974."

Na sua base era defendida uma "democracia parlamentar e representativa, o Estado Social de Direito e a integração de Portugal na Comunidade Económica Europeia."

A história do PSP começa particularmente com duas pessoas: Francisco Sá Carneiro e Pinto Balsemão. Em 1969, Sá Carneiro e Pinto Balsemão "aceitam integrar as listas da União Nacional. Começam a bater-se pela democratização política da sociedade segundo o modelo ocidental, pela resolução da guerra colonial e por um projeto de revisão constitucional que consagrasse liberdades, direitos e garantias individuais."

Ao decidir "integrar as listas da União Nacional, a convite do renovador Melo e Castro, declarou" a sua total "independência em relação ao Governo de Marcello Caetano." Com o desaparecimento de Salazar, Sá Carneiro afirma-se "como um dos políticos fundamentais" que através das palavras tenta demonstrar a necessidade da aspiração "das classes médias, o crescimento económico e a Europa democrática como padrão." Nas suas intervenções parlamentares, "Sá Carneiro privilegiou a defesa das liberdades públicas e do primado do Direito e bateu-se" pela ideias de uma "democracia de tipo europeu e ocidental".

"Fora da Assembleia, defendeu presos políticos, incluindo comunistas, como José Pedro Soares, que visitou em Caxias." Em 1972, numa entrevista ao "República," declara-se "social-democrata", o que era naquela época, "uma escandalosa heresia." Nessa mesma entrevista, Sá Carneiro professa "o republicanismo e a laicidade como as formas de organização estrutural do Estado Português." 

Desta forma começa a ser acusado de movimentações clandestina, cuja "atividade, dentro e fora da Assembleia Nacional," era considerada pelo poder vigente como "preocupante", havendo o receio de que se tornasse "explosiva" e até "subversiva". 

Levando à prática a sua determinação, e apesar da eleição direta do Presidente da República ter sido extinta em 1959, "Sá Carneiro liderou catorze deputados, subscritores do projeto-lei a defender a eleição do Presidente da República por sufrágio universal," perante a incredulidade de Marcelo. Em plena Assembleia, "Sá Carneiro e seis outros liberais protestaram ruidosamente e saíram do hemiciclo em plena sessão — foi o abandono simbólico da barca caetanista." Determinado, é em 1972 que Sá Carneiro desafia "Spínola para se candidatar."

Spínola era o "governador da Guiné," e já se tinha apercebido da ruptura iminente que nos finais de 1971, alimentava a hipótese de uma outra via, "entre o autoritarismo e o socialismo." No entanto, o grupo considerado "liberal" não adquiriu a coesão necessária e acabou por agir um pouco "ao sabor do improviso individualista."

Em janeiro de 72, Sá Carneiro demite-se, "alegando falta de condições para o exercício das funções de deputado." Dedica-se "à escrita, como colunista" do Expresso, "criado, em Janeiro de 1973," por Pinto Balsemão e onde tantas vezes era censurado.

Pode-se afirmar que o PSD tem então a sua origem na ala Liberal "da Assembleia Nacional, composta por uma geração de políticos adeptos de uma forte liberalização do regime do Estado Novo." Das personalidades que pontificaram a Ala Liberal anterior à Revolução, estão figuras "como Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão, Mota Amaral, Joaquim Magalhães Mota, Miller Guerra, entre outros". Esta ala vem expor, "as fragilidades do regime, influenciando algumas decisões e rompendo com os cânones de uma linha mais dura e pouco flexível que aos pouco foi acabando por ceder." 

"Foi no escritório dos maçons Mário Cal Brandão e António Macedo, conhecido como A Toca, que o Partido Popular Democrático tem, em parte, a sua génese." Em 1974, o "Movimento das Forças Armadas põe fim a quase meio século de autoritarismo," depondo o regime. O poder "passa a ser exercido pela Junta de Salvação Nacional" e "Portugal inicia o processo de transição democrática." No mesmo ano, forma-se o PPD (Partido Popular Democrata) em 1974 por Francisco Sá Carneiro, antigo aluno de Marcello Caetano na Faculdade de Direito.

A JSD (Juventude Social-Democrata) nasce em junho de 74 "por iniciativa de 30 jovens que haviam formado o Núcleo de Jovens do PPD no início do mês." Em agosto, é "lançado o jornal do Partido, o semanário Povo Livre, do qual é diretor "Manuel Alegria que assina também o primeiro editorial."

A 25 de abril de 75, depois da instalação do PREC, o PPD consegue ser "o segundo partido mais votado com 26,39% dos votos, garantindo a eleição de 81 deputados para a Assembleia Constituinte." 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Social_Democrata_(Portugal)

https://www.psd.pt/pt/cronologia

 

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publicado às 11:36

"As raízes ideológicas do Partido Socialista e do seu Grupo Parlamentar na Assembleia da República estão indissoluvelmente ligadas ao ideal do socialismo democrático, desenvolvido em meados da segunda metade do século XIX." Na sua origem esteve a "evolução do movimento operário português, em particular a partir das fações lideradas pelos poucos intelectuais que em Portugal por meados do século XIX se interessaram pelas questões do proletariado e pelas transformações sociais ditadas pela Revolução Industrial." 

Começamos por ter de constextualizar a situação social e económica em que o país se encontrava, não nos esquecendo que Portugal, apesar da crescente industrialização, era um país ainda muito pobre, cuja classe proletária lutava pela "defesa dos interesses dos trabalhadores face ao crescente poder do patronato e à dureza das condições de trabalho e magreza dos salários." Estes movimentos acabam por desembocar na formação da "Associação dos Operários, em 1852, tendo em 1853 sido aprovados os "estatutos do Centro Promotor de Melhoramentos das Classes Laboriosas." Em 1860, começa a desenvolver-se no país "um forte movimento associativo entre o operariado, com a formação de associações de classe, que desembocaria no sindicalismo." Nesta senda, há uma cereteza de que para se melhorar as condições dos trabalhadores, se tem de mudar o regime político vigente no país. É fora de Portugal que o partido dá os primeiros passos, seguindo as linhas espanhola e francesa. Em 1871, Antero de Quental publica pela primeira vez um artigo onde se refere ao movimento socialista em Portugal.

Em 1875 foi criada a "primeira organização partidária do movimento socialista em Portugal" por importantes personalidades da época, entre os quais "Azedo Gneco, Antero de Quental e José Fontana", na sequência do "Congresso de Haia da Associação Internacional dos Trabalhadores, o qual votara a criação de partidos socialistas nacionais", realizado em setembro de 1872. Na sequência deste congresso, este partido assumiu-se como "marxista (depois federalista e proudhoniana), rejeitando as propostas de pendor anarquista da fação do movimento operário" que se inspirou no "pensamento de Mikhail Aleksandrovitch Bakunin."

"A Fraternidade Operária seguiu as orientações aprovadas no Congresso e iniciou o processo de fundação de um partido socialista em Portugal," tendo cabido a liderança deste processo ao suíço radicado em Portugal, José Fontana, um jovem muito popular.

É em 1895 aprovado o seu primeiro Programa.

No ano que se seguiu à queda da monarquia, a Constituição de 1911 consagra os ideais republicanos, mas a República como era apregoada tinha os dias contados e em pouco tempo sucumbiu perante a possível entrada de Portugal na 1ª Grande Guerra.

A 28 de maio de 1926, o país perde o seu caminho democrático e entra naquilo que foi conhecido como o período da Ditadura, instituído pelo Estado Novo. Em 1933, o P.S.P. ainda "realizou uma Conferência Nacional, em Coimbra, nas vésperas da entrada em vigor da Constituição Portuguesa de 1933 a partir da qual a existência de partidos políticos se tornou ilegal em Portugal. No entanto, a atividade continuou e nas décadas de 40 - 50, animados pela "conjuntura do pós-guerra", na tentativa de fazer "oposição ao Estado Novo", o país podia contar com "o Núcleo de Doutrinação e Acção Socialista (1942-1944), o Partido Socialista Independente (1944), a União Socialista (1944-1950), o Partido Trabalhista (1947) e a Frente Socialista (1950-1954)." Em 1946, "o P.S.P. (S.P.I.O)" - Partido Socialista Português, como se designava - tentava também reorganizar-se.

É em 1953, que se forma a "Resistência Republicana e Socialista (1955-1964), grupo de reflexão e intervenção política." Segue-se a constituição da A.S.P., criada em Genebra, em 1964, por iniciativa de Mário Soares, Manuel Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa.

No dia 19 de Abril de 1973, realizou-se um Congresso da Ação Socialista Portuguesa (ASP), na cidade alemã de Bad Munstereifel, onde "militantes da Ação Socialista Portuguesa" aprovaram a "transformação da ASP em Partido Socialista." O primeiro símbolo utilizado foi "oferecido por Enzo Brunori, militante do Partido Socialista Italiano."

Atualmente, o "Grupo Parlamentar do Partido Socialista tem assento na atual Assembleia da República desde 1976, ano que marca o início da I Legislatura (1976-1980) do Portugal democrático," na sequência da revolução de abril."

Nas "primeiras eleições para a Assembleia da Republica, a 25 de abril de 1976," o Partido Socialista, "liderado por Mário Soares," ganha "com 38,4% dos votos," o que garantiu "ao Partido o assento de 107 deputados."

"O seu primeiro presidente e líder parlamentar foi Francisco Salgado Zenha, que exerce funções durante a I e II Legislaturas (1976-83)."

"A 8 de Julho do mesmo ano, a Assembleia da República aprova o seu Regimento e elege o seu 1º presidente constitucional, Vasco da Gama Fernandes, membro histórico do Partido Socialista e da oposição antifascista republicana."

Os ideiais do "Grupo Parlamentar do Partido Socialista" afirma o seu empenho "na construção de uma sociedade livre, igual e solidária, aberta à diversidade, à iniciativa, à inovação e ao progresso."

Fontes:

https://www.ps.parlamento.pt/sobre

https://ps.pt/a-nossa-historia/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Socialista_Portugu%C3%AAs

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publicado às 12:25

Este fim de semana termina com uma questão: quem vai mais trocar de lado? Se andamos indecisos em quem votar nas próximas legislativas, ainda mais confusos ficamos com a troca de cadeiras que têm acontecido nos últimos tempos, com as acusações entre candidatos, com as afirmações que num dia são verdades absolutas e no dia seguinte são mentiras redondas!

Eu nunca me liguei a nenhum partido político em concreto, uma vez que me costumo mais identificar com as pessoas do que com as cores que vestem. Isto não significa que eu não saiba se me localizo mais à esquerda ou mais à direita, significa que antes de colocar a cruz no boletim, eu tenho de saber bem o que defende cada lado, cada pessoa, cada história.

O que me incomoda são as constantes mudanças de posição e a incerteza que nos transmitem diariamente. Há uma falta de respostas diretas - habitual nas entrevistas televisivas, nos debates e nos discursos proferidos nos comícios e convenções. Não seriam estes locais de esclarecimento? É que quanto mais os ouço falar, mais confusa me sinto. Se por um lado, sei aquilo que defendo e sei, com todas as minhas convicções, aquilo que não quero para o meu país, por outro lado fico na dúvida sobre quem defende o quê e se se pode, neste momento, confiar em alguém.

Na semana que amanhã começa, vou escrever um pouco sobre as origens históricas e sobre as ideologias defendidas por cada um dos partidos e sobre alguns cabeças de lista lista. Sobre o resto... bem lá vamos tentando descortinar aquilo que vai na ideia de cada um e esperar que deixem transparecer um pouco mais de verdade, para que nos possamos orientar e, quando chegar o dia, possamos todos votar em consciência.

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publicado às 22:05

Ano de eleições

por Elsa Filipe, em 20.01.24

Este será um ano de eleições. Ao que se prevê teremos já a 4 de fevereiro a eleição da Assembleia Legislativa da RA dos Açores, a 10 de março, elege-se a Assembleia da República e teremos a 9 de junho, a eleição dos deputados para o Parlamento Europeu.

No que respeita à eleição para a Assembleia da República, esta irá acontecer antecipadamente ao que estava previsto, devido à dissolução da Assembleia da República - a nona que acontece desde o 25 de Abril de 1974  - "na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, apresentada em 7 de novembro, por causa da Operação Influencer, e de imediato aceite pelo Presidente da República."

No nosso país são eleitos, tal como estabelecido na Constituição, entre um mínimo de 180 e um máximo de 230 Deputados. Este ano, teremos então a 16ª Legislatura da Terceira República Portuguesa.

A grande "luta" este ano, será ao que parece entre o PS e a aliança formada entre o PPD/PSP, o CDS/PP, o PPD/PSD e o PPM. Além destes, encontramos partidos como o BE, a IL, a CDU, o PAN, o CHEGA e o LIVRE.

Fontes:

https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/SistemaEleitoral.aspx

https://www.dn.pt/4219714261/presidente-da-republica-decretou-a-dissolucao-do-parlamento/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Elei%C3%A7%C3%B5es_legislativas_portuguesas_de_2024

 

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publicado às 12:35


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