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Natal em estado de guerra

por Elsa Filipe, em 26.12.24

Poderíamos pensar que aqueles que acreditam num qualquer deus, pusessem a mão na consciência e parassem de uma vez por todos de atacar os seus irmãos.

Poderíamos até, esperar, que onde se diz que Jesus nasceu, a paz pudesse reinar. 

A brutalidade de um povo sobre o outro vem dos corações gelados dos homens... vem da ignorância mascarada de um poder que lhes é permitido pelos restantes, talvez com medo ou... quem sabe... por acharem que lhes chegará algum benefício. Como se pode afirmar ser líder do "mundo na luta contra as forças do mal..."  e nada acontecer? Onde andam os nossos decisores, os homens e mulheres que nos deviam proteger contra os novos ditadores que se mascaram de mártires e salvadores?

Nem no natal as armas se calaram, atingindo inocentes e aumentando ainda mais o número já elevado de mortos e feridos. Na véspera de natal, em vez da paz prometida, "o exército israelita obrigou pacientes do Hospital Indonésio, no norte da Faixa de Gaza," a seguir a pé, evacuando "aquela que é uma das últimas unidades de saúde ainda em funcionamento no enclave."

Pelo segundo ano consecutivo, Belém não assiste às tradicionais procissões natalícias, assistindo em vez disso à continuação da violência na Faixa de Gaza, em Israel e nos países limítrofes. Muitas das famílias cristãs estão a abandonar a região devido à guerra.

A 13 de dezembro, sucessivos "ataques aéreos israelitas causaram a morte de pelo menos 61 pessoas," incluindo 33 vítimas resultantes de um "bombardeamento junto a um campo de refugiados em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza." Não sei se é a esta acalmia que algumas igrejas cristãs se referem, mas não me parece que sejam cegos a este ponto! 

Ou talvez se tenham esquecido os ataques a escolas que albergavam refugiados e que provocou a morte a "dez membros de uma mesma família, incluindo sete crianças e uma mulher." Eram todos membros da "família Khalla," e a criança "mais velha" tinha apenas seis anos.

A situação na Síria também não está a ficar melhor. Tem-se vindo a descobrir aquilo que era feito pelo regime de Assad e cada descoberta parece ser mais macabra que a anterior. Durante muitos anos, Alepo esteve sob ataque com "centenas de milhares de pessoas" a serem "mortas em bombardeamentos indiscriminados, enquanto o colapso económico do país mergulhou a maior parte da população na pobreza." As memórias dos ataques não trarão paz aos sobreviventes.

Já em Moçambique, "569 pessoas" terão sido "baleadas em todo o país, além de 252 mortos e seis desaparecidos," números que têm vindo a aumentar desde 21 de outubro. Neste natal, regista-se a fuga de "1500 reclusos" que terão fugido ou sido libertados deliberadamente "da prisão." Não se espera que a situação vá melhorar nas próximas horas. As "manifestações pós-eleitorais," ensombraram o natal e a situação acabou por piorar depois do anúncio da vitória da Frelimo e de Daniel Chapo.

Marcelo Rebelo de Sousa saúdou "a intenção já manifestada de entendimento nacional e sublinha a importância do diálogo democrático entre todas as forças políticas, que" segundo o presidente português, "deve constituir a base de resolução dos diferendos, no quadro e no reconhecimento das novas realidades na sociedade moçambicana e do respeito pela vontade popular." Parece que nem todos concordam com esta declaração, especialmente o candidato da oposição, Venâncio Mondlane, que "considera lamentáveis as posições do presidente da República português e do primeiro-ministro, sobre as eleições em Moçambique."

Mondlane, afirmou ainda que a situação vai piorar na região, pedindo aos seus apoiantes que "intensifiquem" os protestos. O que já se vê é a destruição e os saques, lojas incendiadas e viaturas destruídas.

Em "Litapata, província moçambicana de Cabo Delgado," as pessoas começaram ontem a "abandonar a sua aldeia após detetar a presença de supostos terroristas," que surgiram "em massa na aldeia, a cerca de 20 quilómetros da sede distrital de Muidumbe."

Também aqui, os insurgentes poderão estar relaciondos a grupos extremistas islâmicos, com vários ataques a terem sido já reivindicados.

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/mocambique-populacao-em-fuga-apos-chegada-de-alegados-terroristas-a-muidumbe_n1623749

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/mocambique-saques-e-destruicao-apos-anuncio-de-resultados-eleitorais_v1623657

https://www.presidencia.pt/atualidade/toda-a-atualidade/2024/12/nota-do-presidente-da-republica-sobre-eleicoes-em-mocambique/

https://www.rfi.fr/pt/mundo/20241224-v%C3%A9spera-de-natal-ensombrada-no-m%C3%A9dio-oriente-pela-guerra-na-faixa-de-gaza

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/defesa-civil-de-gaza-anuncia-morte-de-sete-criancas-da-mesma-familia-num-ataque-israelita_n1622977

https://pt.euronews.com/2024/12/22/habitantes-de-alepo-lembram-horrores-do-regime-de-assad

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publicado às 15:48

Páscoa... férias, tradições e chocolates

por Elsa Filipe, em 29.03.24

Para mim, a Páscoa é aquele conjunto de dias em que comemos amêndoas de chocolate, somos bombardeados de imagens fofinhas de coelhinhos coloridos e, já que a criançada está de férias escolares - cada vez mais curtas por sinal - podemos aproveitar para descansar um pouco mais. 

Mas para algumas pessoas, a Páscoa também é um ritual religioso, dependendo daquilo em que acreditam. Para muitos, a Páscoa é uma festa religiosa. Mas vamos ver melhor a origem destas festividades e o que significam.

Podemos dizer que a Páscoa é uma "festa de origem judaica, que comemora a liberdade do povo hebreu após um longo período de escravidão no Egito"?

Pois é, por volta de 1250 a.C., o povo hebraico que tinha sido "escravizado durante anos" pelos Egípcios acaba por ser libertado, depois daquilo que ficou conhecido como "As dez pragas do Egipto." 

O Faraó - que na época seria Ramsés II - consente a libertação dos escravos após a primeira praga, mas assim que percebe que o Egipto está livre do problema, volta atrás na sua decisão. Deus envia uma nova praga, e assim foi acontecendo sucessivamente: "sempre que Deus enviava uma praga, convencia o Faraó, que depois de se ver livre da mesma, voltava atrás." Só quando na décima praga, Ramsés II se apercebe que estão a morrer "todos os primogênitos egípcios" destino que não irá excluir o seu próprio filho, este acaba por ceder e aceitar libertar da escravatura o povo hebraico.

Depois de se verem livres, os hebreus iniciaram a sua "travessia rumo a Israel." A própria terminologia deriva de uma palavra judaica: "Pessach," que significa “passagem." Na festa judaica, um dos símbolos mais importantes é o “Matzá” (pão sem fermento), que representa a fé. Por esse motivo, no festejo que se denomina de “Festa dos Pães Ázimos” (Chag haMatzot), "é proibido comer pães com fermento."

Mas a própria palavra, sofreu algumas evoluções, conforme o povo ou a língua. Passou a ser "Paska," na Grécia e "Pascua"  em Roma. Em latim, o termo significava mesmo "alimento", ou seja, o fim do jejum da quaresma. Então, o termo já existia e a celebração também, mas podemos afirmar que o que têm em comum estas celebrações, são a sua ligação à "libertação" e à "esperança."

No caso da festa cristã, o domingo de Páscoa encerra a Semana Santa, na qual se "recorda a Última Ceia de Jesus com os apóstolos, a sua crucificação e ressurreição" - o que conforme se conta, teria "acontecido durante a celebração da Páscoa judaica." Na liturgia católica, esta semana é então composta pelo "Domingo de Ramos," - que antecede a Páscoa, "Segunda-Feira Santa, Terça-Feira Santa, Quarta-Feira Santa, Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa ou Sexta-Feira da Paixão, Sábado Santo ou Sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa." Existem também outros símbolos, como por exemplo, o Círio Pascal, que em algumas zonas do país, ainda visita a casa dos crentes. Este círio pode ser também as velas que se acendem "para comemorar o retorno de Jesus Cristo, ou seja, a vida nova." Habitualmente, estas velas têm inscritas as "letras gregas alfa e ômega," que se podem traduzir como "o início e o fim, simbolizando assim, a luz de Cristo que traz a esperança." Já o "pão e o vinho, dois elementos muito emblemáticos no cristianismo, representam o corpo e o sangue de Cristo e simbolizam a vida eterna," assim como o cordeiro, que significa o sacrifício de Jesus.

Mas, vamos lá andar um pouco mais para trás!

Segundo alguns historiadores, civilizações muito mais antigas, especialmente nas mitologias nórdica e germânica, já se prestava culto a "uma deusa, conhecida como Ostara ou Eostern, numa festa que celebrava a passagem do inverno para a primavera," e que era também conhecida por ser a "deusa da fertilidade."

Ou seja, já os "antigos povos pagãos (celtas, fenícios, egípcios, etc.) festejavam a chegada da primavera e o fim do inverno," numa celebração que "simbolizava a sobrevivência da espécie humana."

E de onde apareceram então os coelhos e os ovos?

Bem, de certeza que este costume também teria de vir dos povos mais antigos! Em várias culturas, o coelho era um símbolo ligado à "fertilidade" e ao próprio "nascimento."

Também os ovos simbolizam a fertilidade. "Os ovos de páscoa (cozidos e coloridos ou de chocolate), carregam o germe da vida e representam a fertilidade, o nascimento, a esperança, a renovação e a criação cíclica." A tradição de trocar ovos vem da antiguidade, mas ainda hoje o fazemos, seja como oferta ou até escondendo-os para as crianças os poderem encontrar. 

Em Portugal, apesar de não ser tão festejada como o Natal, a Páscoa ainda mantém um "importante significado religioso, assinalado através de diversos eventos de norte a sul do país." Este é especialmente "um momento de reunião" da família em volta da mesa, como é hábito por cá.  Em cada região podemos encontrar diferentes tradições gastronómicas, mas são os mais conhecidos, os pratos "que incluam cabrito ou borrego."

São tradição também os folares, o pão-de-ló, as amêndoas, os ninhos, as queijadinhas, entre outras delícias típicas. 

Fontes:

https://www.todamateria.com.br/origem-da-pascoa/

https://www.todamateria.com.br/historia-da-pascoa/

https://www.lostinlisbon.com/pt/blog/pascoa-a-sua-origem-e-o-que-fazer-nesta-epoca-tao-especial/

 

 

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publicado às 18:02

Dia de Reis

por Elsa Filipe, em 06.01.24

Melchior, Gaspar e Baltazar foram considerados santos apensa no século VIII depois de Cristo. O dia de Reis, é celebrado hoje em muitas partes do mundo por cristãos católicos.

A lenda, narrada no evangelho de S. Mateus, conta que os três magos foram visitar o menino Jesus a Belém e ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra. Só no período da Idade Média, passaram a ser considerados "Reis".

Sobre a nossa tradição, em várias zonas do país de continua a celebrar com o bolo-rei que traz uma fava e, a quem calhar a fatia com a fava deverá providenciar o bolo no ano seguinte. Existe ainda a variação a este bolo, que é o bolo-rainha (dos dois, o meu preferido é este) por sua vez sem as tradicionais frutas cristalizadas.

Em algumas zonas do país, ainda se continua com a tradição de  cantar as Janeiras de porta em porta, em pequenos grupos. Nas escolas, as crianças preparam coroas em cartão e aprendem a cantar as "Janeiras". Antigamente, íamos neste dia ao comércio local e quando cantávamos as pessoas ofereciam-nos doces. Agora, isso ainda acontece, mas houve uma grande quebra nesse hábito devido à pandemia.

Os cristãos ortodoxos celebraram o Natal na noite de 6 janeiro para 7 de janeiro, por seguirem o calendário juliano.

 

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publicado às 21:52

As primeiras notícias são de maio e eu relatei aqui em julho a situação terrível que se está a viver na Índia. Além de milhares de edifícios e de igrejas destruídas, lojas e negócios vandalizados, por todo o lado há trocas de tiros, e os relatos de violações e de assassinatos sucedem-se.

Nas ruas, há corpos espalhados pelas ruas e milhares de pessoas acabaram por fugir para campos de refugiados. O futuro da população cristã é cada vez mais incerto, devido à atuação dos grupos extremistas hindus.O funeral de 35 pessoas, mortas durante os conflitos no distrito de Churachandpur foi impedido porque o terreno onde aconteceria o enterro destes cristãos, pertence à comunidade Meitei. Os meitei são hindus, enquanto grupos rivais, incluindo os kuki e outras tribos, são maioritariamente cristãos e vivem principalmente nos distritos montanhosos circundantes.

Fontes:

https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/cristaos-enfrentam-violencia-extrema-na-india-manipur-cheira-sangue.html

https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/enterro-em-massa-de-cristaos-e-cancelado-por-tribunal-em-manipur-na-india.html

https://cnnportugal.iol.pt/manipur/conflitos-etnicos/confrontos-etnicos-no-nordeste-da-india-fazem-pelo-menos-nove-mortos/20230614/648a09f5d34ea91b0aad8c42

 

 

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publicado às 22:33

Um Papa que falou para todos

por Elsa Filipe, em 06.08.23

Para Todos.

Foi assim que o Papa caraterizou a Igreja que defende.

Eu, como tenho dito sempre, não acredito na existência de deuses, mas respeito quem crê em algo superior que os guia. A crença e a fé de cada pessoa não deve ser ridicularizada. Cada um de nós é livre de acreditar ou não e eu tenho cá para mim que ninguém pode impor a sua religião aos outros, seja ela qual for. Nestes dias, acompanhei as Jornadas Mundiais da Juventude através da televisão e senti ali uma onda de amor e de dedicação ao outro, que passava entre os voluntários e os peregrinos. Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

Esta onda de amor fraterno, entre pessoas que nunca se tinham conhecido, que receberam jovens em suas casas, que receberam os padres, os missionários e lhes deram abrigo é sem dúvida algo lindo que não pode ser esquecido. As Jornadas fizeram-me ver que ainda pode haver fé nos jovens de hoje e que mesmo que não sejam a maioria, estes jovens têm uma grande força e podem, se assim quiserem, transpor para o seu dia a dia as boas atitudes e os bons valores que a sua igreja lhes passa ao longo da vida. 

Acredito nos jovens, que o Papa Franscisco desafiou a fazerem mais e a serem inconformados. Sim, os nossos jovens podem ser agentes de mudança. Esta união entre jovens de vários países, foi uma prova de que ainda há esperança e que se pode viver em comunidade. Mas enquanto uns rezam, outros matam, ferem, agridem! Pelo país, pelo mundo... o sofrimento tem sido uma constante. O respeito pelo outro, na sua diferença, não tem sido mantido. 

O Papa deixou mensagens muito claras, que acho que todos conseguimos compreender. Sejamos cristãos, muçulmanos, hindus, budistas, judeus ou ateus, devemos pegar nas palavras deste homem e de refletir sobre o seu sentido. Independentemente do deus ou deuses em que acreditem (ou não), pelo menos podemos juntos acreditar na humanidade? Na beleza das coisas, em olharmos o outro nos olhos e sermos verdadeiros com quem nos rodeia, com quem nos pede auxílio. O papa considerou ainda que "esta Jornada ajuda tanto a reordenar a nossa vida". "E para pôr ordem na vida não servem as coisas, as distrações e o dinheiro; o que serve é dilatar o coração, por isso não tenham medo: dilatem o coração", disse, renovando o seu apelo de coragem aos jovens.

Sobre os gastos feitos, penso que o país quis mostrar que recebia bem, mas acho que era desnecessário gastar tanto dinheiro. Antes do evento, falava-se já em enormes gastos o que levantou, claro, muita polémica. Não há ainda números globais nem oficiais, mas estimou-se que, no total, a JMJ iria custar cerca de 160 milhões de euros. O Governo avançou com o número de 36 milhões de euros e a Igreja admitiu que iria gastar cerca de 80 milhões.

O recinto da jornada com cerca de 100 hectares, (concelhos de Lisboa e Loures), tinha a ponte Vasco da Gama como pano de fundo. Para unir os dois concelhos foi construída uma ponte sobre o Rio Trancão.

Apesar da comitiva que trazia ser grande, o Papa é uma pessoa simples. Poderiam ter gasto em melhores condições para os peregrinos e para os voluntários, bem como em melhoria nas condições de trabalho das forças de segurança e de saúde que esstiveram presentes neste evento em vez de terem gasto num palco enorme que não reflete aquilo que este Papa defende. É a minha opinião, a opinião de quem viu o evento de fora.

O Papa agradeceu hoje aos voluntários, dizendo que sem eles o evento não teria sido possível. “Quem ama não fica de braços cruzados, mas apressa o passo para alcançar os outros. E vós, quanto correstes nestes meses e nestes dias”, disse.

Com temperaturas sempre a subir - hoje estavam 40º aqui no Seixal quase às 18h - os números de participantes foram também muito elevados. Segundo as autoridades, cerca de 500 mil pessoas estiveram no Parque Eduardo VII para assistir à cerimónia de acolhimento, a primeira com a presença do Papa e que se realizou na quinta-feira. Na sexta-feira, aponta-se em 800 mil participantes, os que marcaram presença no Parque Eduardo VII para a Via-Sacra, presidida pelo Papa Francisco, segundo a sala de imprensa da Santa Sé. Na visita a Fátima estiveram presentes 200 mil pessoas. A Santa Sé estimou que 1,5 milhões de pessoas assistiram à vigília no Parque Tejo, no sábado à noite.

Os serviços de imprensa da Santa Sé avançam que estão cerca de um milhão e meio de pessoas estão este domingo, no Parque Tejo, em Lisboa, na missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), presidida pelo Papa Francisco.

Hoje, domingo, os números de participantes contiunuam elevados, apesar do calor. "As autoridades locais confirmaram a presença de cerca de um milhão e 500 mil pessoas no Parque Tejo para a Santa Missa”, divulgou a Santa Sé. Também presentes, a concelebrar com o Papa, estão 30 cardeais, 700 bispos e 10 mil sacerdotes.

Durante a JMJ, o Banco Alimentar promoveu uma campanha de sensibilização para o desperdício alimentar dirigida aos jovens de todo o mundo que participaram no encontro. No entanto, no fim do evento e apesar dos participantes terem usado as caixas para deixar alimentos que seriam depois enviados a famílias carenciadas, estes não chegaram a ser recolhidos e estão a estargar-se ao sol. 

Fontes:

https://pt.euronews.com/2023/08/06/jmj-ultimo-dia-do-papa-francisco-em-portugal

https://www.rtp.pt/noticias/pais/jornada-mundial-da-juventude-o-ultimo-dia-do-evento-religioso-em-lisboa_e1505428

https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2023/08/06/jmj-cerca-de-15-milhoes-de-pessoas-na-missa-do-envio/341931/

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/jmj-e-banco-alimentar-lancam-campanha-contra-o-desperdicio-alimentar-nao-desperdice-partilhe

https://expresso.pt/sociedade/jornada-mundial-da-juventude/2023-07-30-JMJ-conheca-os-principais-numeros-em-torno-da-vinda-do-Papa-Francisco-a-Portugal-97cb37b5

 

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publicado às 19:35

Censura num país livre

por Elsa Filipe, em 03.08.23

A possibilidade de dizermos o que sentimos, de expressarmos as nossas opiniões sem sermos reprimidos é um direito adquirido pelos portugueses. 

Ainda há pouco tempo, nos andavamos a vangloriar de sermos todos "Charlie", aquando de um dos atentados em França. E agora? Deixamos que calem a opinião?

Somos todos 'CharlieHebdo'”: a reação ao atentado nas redes ...

Porventura agora é diferente falarmos de abusos sexuais?

Vejamos, o próprio Papa Francisco, que por acaso até está agora em Portugal, já falou disso - e não apenas uma vez - e condenou esses atos! Não é melhor que ele saiba que Portugal (ou a maioria) está do lado das vítimas? Ninguém está, com o cartaz que foi afixado em Oeiras a afastar o Papa nem o que ele representa. A sua vinda, apesar de nem todos concordarem, é a vinda de um chefe de Estado como outros. Um chefe de Estado especial para algumas pessoas.

No entanto, um dos três cartazes em que se denunciam os abusos sexuais a crianças na Igreja portuguesa, colocado em Algés, foi retirado por ordem da Câmara Municipal de Oeiras por ser "publicidade ilegal". Isto deveria ser explicado para que todos percebessemos, uma vez que nem sequer se trata de um cartaz publicitário.

Explicação é insuficiente.″ Oeiras retira cartaz sobre ...

Uma coisa é eu ser contra as ações de pessoas, outra coisa é a generalização. Portugal é de maioria católica: 80% declararam-se como tal nos Censos, embora nem todos sejam praticantes. Somos um país de muitas culturas, com influências do mundo! Não há uma esquina onde não se respire interculturalidade - e isso é bom! Não nos tornmos por estes dias, um país fechado, quando temos de ser é um país livre e aberto, com direitos e deveres que balizam a nossa sociedade!

Fontes:

https://veja.abril.com.br/mundo/somos-todos-charliehebdo-a-reacao-ao-atentado-nas-redes

https://www.publico.pt/2023/08/01/sociedade/noticia/portugueses-face-religiao-catolicos-2058660

https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/explicacao-e-insuficiente-cartaz-sobre-abusos-sexuais-na-igreja-retirado-em-oeiras-16796980.html

 

 

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publicado às 11:14

Situação de extrema violência na Índia

por Elsa Filipe, em 12.07.23

A riqueza do nosso mundo é a sua diversidade. Infelizmente, é também essa diversidade a causa de muitos distúrbios e guerras, sejam elas de ordem civil ou religiosa ou ambas.

Na Índia, é o que tem estado a acontecer (apesar de ter sido pouco noticiado). Segundo várias notícias internacionais, foram destruídas mais de 500 igrejas, em ataques que fizeram mais de 100 mortos. Destes ataques resultaram a deslocação de cerca de 35 mil pessoas, devido à escalada de violência no Estado de Manipur, no nordeste da Índia, denunciada por grupos de cristãos.

Os ataques começaram em maio, devido a divergências entre dois grupos étnicos, os Kuki (cristãos) e os Meitei. "A comunidade Meitei, que representa cerca de 50% da população do estado," e que é composta essencialmente por pessoas de origem hindu, mas também por muçulmanos, tem tentado desde há vários anos ser "reconhecida como uma tribo classificada, o que lhes daria acesso a benefícios mais amplos, incluindo saúde, educação e empregos públicos." A situação tem escalado dia após dia e trazido um clima de medo, insegurança e morte.

Um missionário cristão, que reside mora numa das regiões que recentemente forma afetadas, confirmou que os Meitei continuam a atacar diariamente, com tiros. O principal objetivo é o de aterrorizar os cristãos tribais.

Segundo um outro missionários cristão que vive naquela na zona, várias “mulheres e meninas são assediadas sexualmente e abusadas. Já os homens com mais de 18 anos são treinados com armas pelos grupos insurgentes." São relatados muitos casos de agressões. Um desses casos é o de “uma mãe" que seguia com o seu filho com destino a um acampamento. "No caminho, uma multidão os encontrou e espancou o filho até a morte. A mãe, que estava tentando proteger o filho, foi morta também.”

Em maio deste ano, foi feita uma tentativa pelo exército do estado de Manipur no sentido de "resgatar civis em todas as comunidades, reduzir a violência e restaurar a normalidade”.

E assim vai o nosso mundo, mais uma vez, em nome de crenças.

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cn4gdlm5542o

https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/conflitos-continuam-mais-de-350-igrejas-sao-destruidas-na-india.html

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/conflitos-etnicos-deixam-55-mortos-e-23-000-deslocados-em-manipur-na-india/

 

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publicado às 13:21

Dia da Espiga

por Elsa Filipe, em 18.05.23

Dia da Espiga

Lembraram-me hoje que é Dia da Espiga, ou Quinta-Feira da Ascensão. Lembro-me de ver os raminhos atrás da porta da cozinha da minha avó, ou na casa das vizinhas, mas nunca liguei muito a isso. É uma tradição muito antiga e como tal decidi procurar um pouco mais sobre esta data e o simbolismo do raminho.

Neste dia celebra-se a consagração da Primavera, uma tradição ligada à agricultura. Começou há muito muito tempo com os celtas e os romanos a agradecerem aos deuses as primeiras colheitas do ano. Mais tarde, de acordo com a tradição católica, começou a festejar-se neste dia a subida de Jesus Cristo aos céus 40 dias após a sua ressurreição (na Páscoa).

Segundo a tradição, o Dia da Espiga era considerado “o dia mais santo do ano”, em que não se devia trabalhar e que as pessoas partiam num passeio matinal pelos campos para colherem espigas e depois fazerem um ramo que incluía também flores silvestres como papoilas ou malmequeres, raminhos de oliveira, de alecrim e de videira. Infelizmente, agora trabalha-se neste dia e encontrar espigas por aí também não é tarefa fácil.

Por ter uma ligação com a Natureza, pensa-se que este costume está relacionado com antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora que aconteciam por esta altura. Com a chegada do Cristianismo, a Igreja de Roma, à semelhança do que fez com outras festas ancestrais pagãs, cristianiza depois a data e tendo em conta as datas de celebração da Páscoa, em Portugal este dia foi associado à Festa da Ascenção, celebrada 40 dias depois da Páscoa e que em tempos foi comemorada com feriado nacional.

Cada planta que é colocada no ramo, está associada a um significado:

  • As espigas representam o pão, como a base do sustento da família, e a fecundidade.
  • A papoila significa o amor e a vida.
  • O malmequer simboliza a riqueza e a prosperidade.
  • A oliveira significa a Paz e a Luz. 
  • O alecrim representa a saúde, a força e resiliência.
  • A videira simboliza o vinho e a alegria.

Ditam os antigos costumes que o ramo deve ser colocado atrás da porta de entrada de casa e apenas deve ser substituído no ano seguinte, por um ramo novo, como símbolo de sorte e prosperidade do lar.

Além destas associações ao pão e ao azeite, a espiga surge também conotada com o leite, com as proibições do trabalho e ainda com o poder da Hora, isto é, com o período de tempo que decorre entre o meio-dia e a uma hora da tarde, tomando mesmo, nalguns sítios do país a designação de Dia da Hora.

Nas localidades em que assim é entendida esta quinta-feira, acredita-se que neste período do dia se manifestam os mais sagrados e encantatórios poderes da data e nas igrejas realiza-se um serviço religioso de Adoração, após o qual toca o sino. Diz a voz popular que nessa hora “as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e até as folhas se cruzam”. Nalgumas povoações era também do meio-dia à uma que se colhia a espiga.

Não se cozia nem se remendava e havia quem deixasse comida feita de véspera para não ter de cozinhar neste dia. Em algumas aldeias, era também costume guardar-se pão, para que durante todo o ano não falte este alimento em casa. Este pão consumia-se no ano seguinte «sem bolor», prova da santidade do dia.

Fontes:

https://hortodocampogrande.pt/flores/dia-da-espiga-conheca-a-historia-e-o-simbolismo-desta-data/

https://ensina.rtp.pt/artigo/quem-sabe-o-que-e-o-dia-da-espiga/

OLIVEIRA, Ernesto Veiga – Festividades Cíclicas em Portugal. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1984. 357 p.(Colecção Portugal de Perto n.º 6) in https://www.santovarao.net/17-de-maio-dia-da-ascensao-dia-da-espiga-ou-quinta-feira-de-espiga/

 

 

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publicado às 11:29

Apoiando-se na sua própria interpretação da Bíblia, uma seita no Quénia, levava os seus seguidores a fazer um jejum forçado e mortal. As autoridades do Quénia procuram em valas comuns na floresta de Shakahola, no norte do país, onde há cerca de uma semana 90 corpos foram descobertos. Em Malindi, outros 17 corpos foram localizados em várias sepulturas. As autopsias posteriormente realizadas aos corpos de nove crianças, com idades compreendidas entre 1 e 10 anos, e de uma mulher, revelaram que as mortes foram causadas por fome e asfixia.

"Isto foi um abuso do direito fundamental de liberdade com o suposto uso da Bíblia para matar e causar um massacre. Aqueles que exortavam os outros a jejuar e morrer, comiam e bebiam e pretendiam prepará-los para encontrar o criador", declarou o Ministro do Interior do Quénia, Kithure Kindiki, no final de uma visita à região.

210 pessoas estão dadas como desaparecidas, entre elas 112 menores, possivelmente ligadas à seita autodenominada Igreja Internacional da Boa Nova. O líder, o alegado padre Paul Makenzie Nthenge, foi preso e acusado a 14 de abril, depois de duas crianças terem morrido à fome quando se encontravam ao cuidado dos pais, que seguiam as suas "obrigações" religiosas. Várias pessoas foram também resgatadas, na floresta de Shakahola, onde estavam escondidas. O número de vítimas pode aumentar enquanto se explora a região e se vão descobrindo mais sepulturas e valas comuns.

Fontes:

https://cnnportugal.iol.pt/quenia/mortos/novo-balanco-indica-90-membros-de-seita-encontrados-mortos-no-quenia/20230426/6448cc2e0cf2cf92250432e0

https://cnnportugal.iol.pt/quenia/tragedia/quenia-quer-rever-regulacao-de-locais-de-culto-apos-tragedia-com-seita-religiosa/20230424/644625c90cf2cf922503e449

https://pt.euronews.com/2023/04/26/aumenta-o-numero-de-vitimas-do-jejum-fatal-de-um-culto-religioso-no-quenia

 

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publicado às 17:35

Dia da Padroeira do Reino

por Elsa Filipe, em 08.12.22

Hoje é feriado em Portugal e em muitas outras partes do mundo. Apesar de se celebrar um feriado religiosos, dedicado à Imaculada Conceição - ou segundo alguns teólogos - à conceção sem mácula da Virgem Maria. A ideia da Imaculada Conceição e o feriado foram introduzidos em Portugal com a chegada, em 1166, de D. Gilberto, o primeiro Bispo da cidade de Lisboa. O conceito propagou-se rapidamente pelas paróquias. A primeira celebração oficial do culto da Imaculada Conceição decorreu no dia 8 de dezembro de 1320, em Coimbra. 

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganha destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota. Em 1420, D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, mandou construir uma enorme igreja em Vila Viçosa que dedicou a “Nossa Senhora da Imaculada Conceição” (também conhecida como Nossa Senhora do Castelo).

É também importante lembrar que  D. João IV, rei de Portugal, declarou Nossa Senhora da Conceição como padroeira do reino. Estavamos no ano de 1646 e uma decisiva batalha era travada em Montes Claros, Vila Viçosa. Em plena Guerra da Restauração contra Espanha, D. João IV, jurou e proclamou solenemente que Nossa Senhora da Conceição seria a Rainha e Padroeira de Portugal para sempre. Desde este dia, os reis portugueses deixaram de usar coroa na cabeça, privilégio reservado exclusivamente para a Imaculada Conceição. Nas cerimónias solenes monárquicas, a coroa passou a ser colocada em cima de uma almofada ao lado do rei. 

Mas já antes, D. Afonso Henriques se tinha colocado ao seu serviço e isto também nos lembra que conhecermos a nossa História, nos torna uma parte daquilo que somos. 

No dia 8 de Dezembro de 1854 o papa Pio IX decretava, solenemente, e para todo o mundo, o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria. A reconfirmação da pessoa da Virgem Maria enquanto Padroeira de Portugal foi efectuada pelo Papa Pio XI, a 25 de Março de 1936. Na bandeira monárquica que representou Portugal, a cor azul era uma alusão a Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal.

De facto, a santa é "muitas" e tem "muitos" nomes: Maria de Nazaré foi a mulher escolhida para gerar o filho de Deus, Jesus Cristo e em Portugal é mais conhecida como Senhora de Fátima, em Espanha já é a Senhora do Pilar, no Brasil é conhecida como a Senhora da Aparecida, no México é venerada como Senhora de Guadalupe, na Polónia é a Virgem Negra de Tchestócowa, e em França é a Senhora de Lourdes.

Fontes:

https://rr.sapo.pt/artigo/262692/quarta-feira-8-de-dezembro-de-2021

https://publicholidays.pt/pt/immaculate-conception/

https://www.igrejaacores.pt/imaculada-conceicao-uma-solenidade-religiosa-que-evoca-a-historia-de-portugal/

https://esplpalavras.wordpress.com/2017/12/19/feriados-de-1-e-8-de-dezembro/

 

 

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publicado às 17:09


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