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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Apesar da queda da monarquia ter ocorrido em 1910, depois de quase 800 anos de monarquia e do atentado contra a família real em 1908, ainda existe nos dias que correm um partido que defende os ideais monárquicos. Mas comecemos por d. Carlos, último rei governante em Portugal. Sabe-se que durante o seu reinado, um pouco imitando aquilo que já ocorria em Inglaterra, D. Carlos tentou instituir "um sistema de dois grandes partidos, a quem ele pudesse confiar, à vez, a tarefa de governar," uma vez que ele não desejava governar de forma direta, contrariamente ao que "estava previsto na constituição." Dessa forma, entre "1893 e 1906, tentou" fazê-lo, "reservando a chefia do governo para apenas dois chefes políticos, Hintze Ribeiro e José Luciano de Castro, chefes do Partido Regenerador e do Partido Progressista."
Mas, em 1906, estes dois governantes, "já não conseguiam fazer-se aceitar pela restante classe política." O chefe de governo que se seguiu foi "João Franco, a quem nomeou chefe do governo em 1906 e a quem manteve no poder, usando as suas prerrogativas constitucionais, apesar da oposição da restante classe política." No entanto, o desfecho tomou o caminho contrário e, "D. Carlos foi acusado pelos seus inimigos de ser um ditador e de ter destruído a constituição." Por outro lado, a verdade é que "pouco prendia os políticos à monarquia, a não ser o seu interesse em recorrerem ao rei, como uma espécie de árbitro, para fazerem aceitar uns pelos outros o direito a governar." A monarquia já não fazia sentido de existir e até o próprio D. Carlos terá dito que era rei de “uma monarquia sem monárquicos”.
A "estratégia seguida depois de 1908 por D. Manuel II e por D. Amélia" foi a de deixar que fossem "os políticos decidir, lutando entre si, quais deles deviam ser os chefes de partido." D. Manuel II teve 6 governos em apenas dois anos, enquanto que nos seus "18 anos de reinado, D. Carlos teve 9 governos."
No último século, a monarquia portuguesa viu-se afastada da "ribalta" ao contrário do que tinha acontecido com outras "famílias reais."
Em 1910, a Primeira República portuguesa, não houve bem uma democracia, mas sim "um regime dominado por um partido – o Partido Democrático — que nunca saiu pacificamente do poder. Em 1913, aliás, para melhor controlar as eleições, o Partido Democrático restringiu o direito de voto da população, fazendo a percentagem de cidadãos com direito de voto descer de 75% para 30%." Podemos desta forma até afirmar que a morte de D. Carlos terá aberto "o caminho para o autoritarismo em Portugal."
Conhecemos o que se seguiu.
A oposição monárquica ganha força em 1926. De facto, são contra a "eleição de um Chefe de Estado por sufrágio universal direto (em 1928), o
acto colonial de 1931, a proposta de uma nova Constituição Republicana para
ser plebiscitada sem ser discutida (em 1932)," bem como se mostram contra a entrada em vigor desta Constituição, a qual - como sabemos - não foi corretamente aplicada.
A morte em 1932 de D. Manuel II, e "a proclamação de D. Duarte Nuno como pretendente único proposto pelos monárquicos
portugueses," em 1934, levou "à unificação da organização
monárquica, como Causa Monárquica, e à suspensão, consequente, da
atividade do Partido Legitimista, do Integralismo Lusitano, e de todas as
organizações monárquicas autónomas" da época.
Aliado a estes fatores, vem ainda a "atroz perseguição a Henrique de Paiva Couceiro" por parte do regime em vigor e, "o desterro de
Hipólito Raposo em 1937," que numa forte oposição ao governo Salazarista, permite "a formação do Grupo de Ação Monárquica Autónomo."
É neste grupo que se lançam "as bases sobre as quais, depois de 1945, se formariam os movimentos de oposição monárquica desde o Movimento Monárquico Popular à Renovação Portuguesa." Em 1961, uma lista composta por altas individualidades tenta concorrer às eleições mas, tal como seria de esperar, "sob pretextos de mera burocracia, o Estado Novo impediu essa lista
monárquica de concorrer às urnas."
Mas só em 1971 vemos aparecer em Portugal, "o Movimento Popular Monárquico" através da "união da Liga Monárquica e da Renovação Portuguesa, formando a Convergência Monárquica."
Logo após o 25 de abril de 1974, a Junta de Salvação Nacional, considerou a Convergência Monárquica "como um dos movimentos políticos de
oposição ao regime deposto e por isso" convocou-os para participar na "nova ordem política, ao lado da CDE (futuro MDP) e da SEDES, a que, pouco depois se
juntariam o Partido Comunista Português," o Partido Socialista e "o embrião" do
que viria a ser o CDS.
É a "23 de maio de 1974, por iniciativa da Convergência Monárquica," que "congregava as várias forças políticas que tinham formado a Convergência por ocasião das eleições de 1969," que se dá a fundação do atual PPM.
Foi só em "fevereiro de 1975 que a situação do Partido Popular Monárquico ficou
juridicamente formalizada, por despacho, do Supremo Tribunal de Justiça." "Francisco Rolão Preto assumiu a Presidência do Diretório e do Congresso" do Partido Popular Monárquico, enquanto que a "liderança do partido foi entregue a Gonçalo Ribeiro Telles, que em 1993 o abandona para fundar outra organização: Movimento Partido da Terra (MPT)."
Arquiteto-paisagista e engenheiro agrónomo, Ribeiro Telles, chegou a ser "subsecretário de Estado do Ambiente" nos três "Governos Provisórios. Foi Ministro de Estado e da Qualidade de Vida do VII Governo Constitucional (AD, de Francisco Pinto Balsemão), de 1981 a 1983." Durante a sua participação política, foi responsável pela criação das "zonas protegidas da Reserva Agrícola Nacional, da Reserva Ecológica Nacional e as bases do Plano Diretor Municipal."
Mas o PPM não foi também bem recebido em todos os círculos monárquicos. "Em 1987, Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança," (que, alegadamente, seria filha legítima do rei D. Carlos I), afirmou numa entrevista "ao jornalista Joaquim Letria" (RTP) que "era contra o PPM" porque, para ela, o PPM não representa a Monarquia."
Diz o próprio partido (na sua página) que defende "os valores tradicionais, o desenvolvimento sustentável e políticas ecológicas que respeitem a dignidade humana, afirmando que trabalham no sentido de "uma sociedade democrática onde todos pertencem, onde as comunidades são fortes e prósperas num ambiente natural saudável e diversificado."
"Em 2005, o PPM foi representado por dois deputados na Assembleia da República (Miguel Pignatelli Queiroz e Nuno da Câmara Pereira)," coligados com o PSD.
Em 2021, o "presidente do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, anunciou a sua candidatura às eleições presidenciais", tendo entretando desistido "devido ao estado da Pandemia de COVID-19." Este ano, e depois de muita controvérsia por não ter sido inicialmente convidado, "o PPM junta-se ao PSD e ao CDS para uma reedição da Aliança Democrática para os três atos eleitorais do ano: Legislativas, Europeias e Regionais Açorianas." Em protesto "contra a integração do PPM" na recém formada Aliança Democrática, "a Juventude Monárquica autodissolveu-se, com a desfiliação dos seus membros."
Fontes:
https://observador.pt/especiais/d-carlos-e-o-fim-da-monarquia-em-portugal/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Popular_Mon%C3%A1rquico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alo_Ribeiro_Telles
https://ppmonarquico.pt/wp-content/uploads/2023/09/Historia.PPM_.site_.pdf
...à argúcia de homens portugueses e com vontade de mudança o devemos!
Em 1578, a morte de D. Sebastião, na batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos, desencadeou uma crise de sucessão ao trono português. D. Sebastião nasceu em 1554, e foi feito rei aos 14 anos, em 1568. Era filho de Joana da Áustria e de João Manuel, príncipe herdeiro de Portugal (e que morreu dias antes do nascimento do filho) e era um homem solteiro e ainda sem filhos quando desapareceu em Marrocos. Por esse motivo, foi sucedido pelo seu tio-avô, o cardeal Dom Henrique, antigo inquisidor-mor, que morreu dois anos depois.
A morte de Dom Sebastião (que tinha de cognome "O desejado") representou uma perda substancial para Portugal, pois rompeu o fio hereditário que determinava a independência do país. Também frustrou o desejo lusitano de criar um império português no norte da África e combater os mouros em nome de Cristo, projeto que terminou tragicamente, na batalha de Alcácer-Quibir. Vários pretendentes, todos com argumentos legais e disponíveis para o jogo político das influências, reclamaram o direito a sentar-se no trono português. Destacaram-se dois, quer pelos argumentos quer pela popularidade conseguida de forma espontânea ou instrumentalizada. De um lado, as pretensões de D. António, Prior do Crato que, apesar de ter nascido como bastardo, tinha a vantagem de ser o único varão dos filhos de D. Manuel I; do outro, o rei de Espanha, casado com uma das suas filhas. Enquanto o povo rejeitava o soberano espanhol e estava ao lado do Prior do Crato, nobreza e clero apoiavam Filipe II, convencidos de que uma união ibérica seria a melhor solução para Portugal. Os motins populares chefiados por D. António sucediam-se, e quando este se fez aclamar rei em Lisboa, Santarém e Setúbal, o mais qualificado general de Espanha recebeu ordens para invadir o país.
Em 1580, as tropas castelhanas compostas por milhares de homens, comandadas pelo Duque de Alba, desembarcaram no Cabo Raso e conquistaram a vila de Cascais, derrotando o improvisado exército do Prior do Crato na batalha de Alcântara. Dº António, fugiu para os Açores e depois acabou exilado em França.
Foi o início da Dinastia Filipina.
No dia 15 de Abril de 1581, as cortes reunidas em Tomar declararam Filipe II de Espanha (rei de Leão e Castela), rei de Portugal, tornando-se mestre da Ordem de Cristo em consequência do direito hereditário de mestrado e governo da ordem que D. João III havia obtido do papado para a coroa portuguesa.
A 25 de Julho entrou em Lisboa para se tornar Filipe I de Portugal. Jurou guardar e conservar todos os foros, privilégios, usos e liberdades que o seu novo Reino tinha por concessão dos seus antecessores. Ficou a residir em Lisboa, onde permaneceu dois anos, e, à morte de seu filho, Diogo, o herdeiro da Coroa, foi jurado seu sucessor, o príncipe das Astúrias, Filipe que viria a ser III de Espanha e II de Portugal, nas cortes de Lisboa, de 1582.
Durante o período de domínio espanhol (1580-1640), a população portuguesa enfrentou uma série de desafios e dificuldade, como a perda da autonomia política e cultural, pesados impostos e a presença constante de autoridades estrangeiras.
Liderados pela nobreza e apoiados por uma parte significativa da população, os portugueses conspiraram para proclamar a independência. O planeamento do golpe de Estado foi feito em várias reuniões secretas no Palácio da Independência, no Largo de São Domingos, perto do Largo do Rossio, em Lisboa. Ao mesmo tempo, a Guerra dos Segadores, na Catalunha, serviu para desviar as atenções da coroa espanhola, que na altura travava outras guerras com outros territórios para além de Portugal, e este conflito revelou-se essencial para o sucesso dos esforços da restauração da independência. Foram 120 os conspiradores que, na manhã de 1 de Dezembro de 1640, invadiram o Paço da Ribeira, em Lisboa, para derrubar a dinastia espanhola que governava o país desde 1580. Miguel de Vasconcelos, que representava os interesses castelhanos, foi morto a tiro e atirado pela janela.
Foi do balcão do Paço que foi proclamada a coroação do Duque de Bragança, futuro D. João IV, e foi também dali que foi ordenado o cerco à guarnição militar do Castelo de S. Jorge e a apreensão dos navios espanhóis que se encontravam no porto.
Até ao final de 1640 todas as praças, castelos e vilas com alguma importância tinham declarado a sua fidelidade aos revoltosos. D. João IV foi aclamado como o novo monarca, marcando o início da quarta dinastia, a Casa de Bragança. A restauração da independência só seria reconhecida pelos espanhóis 27 anos depois, com a assinatura do Tratado de Lisboa.
Foi por iniciativa de D. João IV, que terão sido edificados cinco Fortes na costa Sesimbrense: Fortaleza de Santiago; Forte de São Teodósio ou do Cavalo; Forte de São Domingos da Baralha; Forte de Santa Maria do Cabo e Forte de São Pedro da Foz.
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-51452807
https://sicnoticias.pt/pais/2023-12-01-O-que-aconteceu-a-1-de-Dezembro-de-1640--0fcd456f
http://www.conventocristo.gov.pt/pt/index.php?s=white&pid=256&identificador=
https://ensina.rtp.pt/artigo/tomada-de-cascais-o-inicio-da-dinastia-filipina/
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-restauracao-de-1640/
https://www.facebook.com/museu.maritimo.sesimbra
Hoje é feriado em Portugal e em muitas outras partes do mundo. Apesar de se celebrar um feriado religiosos, dedicado à Imaculada Conceição - ou segundo alguns teólogos - à conceção sem mácula da Virgem Maria. A ideia da Imaculada Conceição e o feriado foram introduzidos em Portugal com a chegada, em 1166, de D. Gilberto, o primeiro Bispo da cidade de Lisboa. O conceito propagou-se rapidamente pelas paróquias. A primeira celebração oficial do culto da Imaculada Conceição decorreu no dia 8 de dezembro de 1320, em Coimbra.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganha destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota. Em 1420, D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, mandou construir uma enorme igreja em Vila Viçosa que dedicou a “Nossa Senhora da Imaculada Conceição” (também conhecida como Nossa Senhora do Castelo).
É também importante lembrar que D. João IV, rei de Portugal, declarou Nossa Senhora da Conceição como padroeira do reino. Estavamos no ano de 1646 e uma decisiva batalha era travada em Montes Claros, Vila Viçosa. Em plena Guerra da Restauração contra Espanha, D. João IV, jurou e proclamou solenemente que Nossa Senhora da Conceição seria a Rainha e Padroeira de Portugal para sempre. Desde este dia, os reis portugueses deixaram de usar coroa na cabeça, privilégio reservado exclusivamente para a Imaculada Conceição. Nas cerimónias solenes monárquicas, a coroa passou a ser colocada em cima de uma almofada ao lado do rei.
Mas já antes, D. Afonso Henriques se tinha colocado ao seu serviço e isto também nos lembra que conhecermos a nossa História, nos torna uma parte daquilo que somos.
No dia 8 de Dezembro de 1854 o papa Pio IX decretava, solenemente, e para todo o mundo, o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria. A reconfirmação da pessoa da Virgem Maria enquanto Padroeira de Portugal foi efectuada pelo Papa Pio XI, a 25 de Março de 1936. Na bandeira monárquica que representou Portugal, a cor azul era uma alusão a Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal.
De facto, a santa é "muitas" e tem "muitos" nomes: Maria de Nazaré foi a mulher escolhida para gerar o filho de Deus, Jesus Cristo e em Portugal é mais conhecida como Senhora de Fátima, em Espanha já é a Senhora do Pilar, no Brasil é conhecida como a Senhora da Aparecida, no México é venerada como Senhora de Guadalupe, na Polónia é a Virgem Negra de Tchestócowa, e em França é a Senhora de Lourdes.
Fontes:
https://rr.sapo.pt/artigo/262692/quarta-feira-8-de-dezembro-de-2021
https://publicholidays.pt/pt/immaculate-conception/
https://esplpalavras.wordpress.com/2017/12/19/feriados-de-1-e-8-de-dezembro/
Hoje é feriado em Portugal. Dia de ficar em casa - o frio convida a isso mesmo - de descansar ou estar em família, mas é na História que encontramos as razões para este feriado. Assinala-se hoje o dia da Restauração da Independência de Portugal, acontecimento histórico que se registou no ano de 1640.
D. Sebastião, rei sem descendência, avança para a Batalha de Alcácer onde acaba por perder a vida. O trono de Portugal foi inicialmente entregue ao seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique. Após a sua morte, em 1580, os principais candidatos ao trono de Portugal eram os netos de D. Manuel I: D. Catarina de Bragança, D. António-Prior do Crato e Filipe II (rei de Espanha). D. Filipe II, governa durante 60 anos, mantendo o seu compromisso de respeitar a autonomia de Portugal, manter os seus usos e costumes, a língua, a bandeira, a moeda, assim como a nomear portugueses para a sua administração.
Porém, os seus sucessores, Filipe III e Filipe IV, começaram a ignorar as suas promessas, e o país acabou por perder efetivamente a sua independência, o que motivou um progressivo descontentamento da maioria dos portugueses.
Neste contexto, aproveitando-se de uma conjuntura interna e internacional favorável, no dia 1 de dezembro do ano de 1640, um grupo de nobres portugueses revoltou-se contra o domínio espanhol. Conhecido como os “40 conjurados”, reuniram-se no Palácio dos Condes de Almada (um dos conjurados era o nobre Antão de Almada), para depois levarem a cabo o golpe que os levaria a invadir o Paço Real, afastar a duquesa de Mântua e a matar Miguel de Vasconcelos, o representante da Espanha em Lisboa. Derrubado o domínio castelhano, Portugal voltou a ser um reino independente, iniciando-se uma nova (e última) dinastia com a aclamação do duque de Bragança, D. João IV, como novo rei de Portugal. D. João IV, devolveu a independência política, financeira e fiscal a Portugal e anulou os impostos criados pela dinastia filipina. Só em 1668 é que os espanhóis consideraram Portugal como um reino independente, com a assinatura do Tratado de Lisboa.
Desde 1823, primeira comemoração oficial da Restauração da Independência, que este dia é comemorado, passando a feriado nacional na segunda metade do século XIX. É o feriado civil mais antigo, tendo sido o único que se manteve, vindo da monarquia, após a revolução republicana de 1910 (salvo entre 2013 e 2016).
Fontes:
https://forum.pt/forum/o-que-significa-a-restauracao-da-independencia
https://amensagem.pt/2022/12/01/palacio-da-independencia-1-dezembro-largo-de-sao-domingos/
Falo-vos hoje da abertura do Túmulo de um rei, que na minha opinião podia ter sido um desastre mas que acabou por ser um marco na nossa história e na construção e desenvolvimento do nosso país. Aqui vos deixo apenas um cheirinho, mas se pesquisarem descobrirão a novela que era a corte portuguesa. Vejam os links que deixo em baixo e que são apenas alguns dos que pesquisei para dsenvolver este pequeno texto.
D. Dinis de Portugal, "O Lavrador" de cognome, nasceu em Lisboa, a 9 de outubro de 1261. Foi Rei de Portugal e do Algarve de 1279 até à sua morte, em Santarém, a 7 de janeiro de 1325. Era o filho mais velho do rei Afonso III e sua segunda esposa Beatriz de Castela. Pertenceu, pelo lado paterno, à Casa Real Portuguesa, descendente direta da Casa Ducal da Borgonha. Pelo lado materno, descendia de importantes personalidades como Afonso X de Leão e Castela, Henrique II de Inglaterra ou Filipe da Suábia.
Como herdeiro da coroa, Dinis desde cedo foi envolvido nos aspectos de governação pelo seu pai, Afonso III, que, a 16 de fevereiro de 1279, deixa um reino com uma acentuada estabilidade interna, resultante de uma autoridade régia incontestada, em contraste com o estado geral em que se encontrava o reino de Castela, onde imperava um acentuado clima de ingovernabilidade e de permanentes conflitos sociais. Foi confiado, embora já fosse maior de idade (contava com 17 anos na altura da sua ascensão ao trono), a um conselho de regência presidido por sua mãe, Beatriz, que provavelmente tentaria liderar o reino chefiando um conselho esse no qual tomava parte o mordomo-mor do seu pai, João Peres de Aboim. No entanto, apesar de muito jovem, o rei afasta a mãe de qualquer participação na governação e este conflito acaba por levar mesmo à intervenção do avô, Afonso X, que terá tentado encontrar-se com o neto em Badajoz, encontro que o próprio Dinis rejeitou.
O Rei Lavrador foi um grande amante das artes e letras e trovador talentoso. Terá sido o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo.
Em 1282, com 20 anos, casa-se com Isabel de Aragão, que tinha apenas 11 e era filha de Pedro III. Mais tarde, Isabel foi considerada a Rainha Santa. Mas o casamento não refreou os ímpetos do rei, que gerou pelo menos meia dúzia de bastardos de diferentes amantes. O especial carinho por um deles, Afonso Sanches, provocou ciúmes ao herdeiro legítimo, o futuro D. Afonso IV, que por causa disso pegou em armas contra o pai e o meio-irmão. O que se terá passado, foi que o infante Afonso revolta-se, com tropas no Norte do País, exercendo violências sobre quem era fiel ao seu pai. Afonso dirige-se então a Coimbra, e depois toma Leiria. Dinis segue para Leiria, mas o filho, tentando evitar o encontro, desloca-se a Santarém. Reúne-se depois em Coimbra com os seus apoiantes, e daí volta a partir para Norte, exaltado perante o ânimo da sua conquista. Acaba por conseguir tomar Montemor-o-Velho, Santa Maria da Feira, Vila Nova de Gaia, Porto, e é em Guimarães, no final de 1321 onde encontra a primeira resistência.
A mãe, Isabel, dirige-se também a Norte, para se encontrar com o filho e tenta convencê-lo da sua rebeldia inútil, mas sem sucesso. Dinis dirige-se a Coimbra com um exército, e o mesmo faz o seu filho, encontrando-se pela primeira vez, frente-a-frente, ambos os exércitos. Isabel, juntamente com um enteado, o Conde Pedro de Barcelos, tentam convencer pai e filho a desistirem da ideia de se enfrentarem um ao outro, dirigindo-se a cada um dos acampamentos. Tudo o que Isabel e Pedro conseguiram obter foi um armistício, mas não conseguiram evitar um combate sangrento numa ponte sobre o rio Mondego.
Com a (aparente) paz estabelecida em maio de 1322, a situação pareceu acalmar, mas alguma da aristocracia e vários maus conselhos dados por pessoas influentes, voltam uma vez mais o filho contra o pai, situação que acabou favorecida com o regresso de Afonso Sanches, que durante este conflito se encontrava em Castela. Afonso tenta surpreender o meio-irmão em Lisboa, mas Dinis protege o seu bastardo, proibindo Afonso de avançar sobre a cidade. A desobediência deste levou a que pai e filho se defrontassem uma vez mais, na Batalha de Alvalade, que não teve um pior desfecho porque a rainha Isabel resolveu intervir diretamente na batalha, interpondo-se entre as hostes inimigas já postas em ordem de combate.
Nesse ano, D. Dinis sofre aquilo que pode ter sido um acidente vascular cerebral e que o faz ficar numa situação crítica e até dependente, acabando por fazer as pazes com o filho em 1324. Mas esta situação fez também com que Afonso pedisse ao pai para abdicar a seu favor, algo que o monarca recusou.
D. Dinis foi o sexto rei de Portugal, um homem que, durante quase meio século de governo, consolidou as fronteiras, revolucionou a agricultura (daí o cognome O Lavrador), revitalizou a exploração mineira e impulsionou o comércio. Foi o responsável pela criação da primeira Universidade portuguesa, inicialmente instalada em Lisboa e depois para Coimbra. Travou uma guerra civil (1319-1324) e ainda teve tempo para escrever poesia (é autor de dezenas de cantigas de amor e de amigo, referência das letras trovadorescas em Portugal e fora dele). Os forais que deu a muitas localidades estimularam a fixação das populações, beneficiando vastas áreas até então incultas, designadamente na Beira Alta e em Trás-os-Montes. A sua política centralizadora foi articulada com importantes acções de fomento económico - como a criação de inúmeros concelhos e feiras.
Ao assinar com Fernando IV de Leão e Castela o Tratado de Alcanizes, em 1297, D. Dinis fez da fronteira portuguesa “o mais antigo limite político da Europa.” Este Tratado vem da devolução das vilas de Moura e Serpa, dos castelos de Mourão e Noudar, e ainda dos castelos e das vilas de Arronches e de Aracena, entregues a Aragão aquando do seu casamento com Isabel. Neste tratado ficaram combinados os casamentos dos infantes Constança e Afonso, filhos de Dinis, com o rei Fernando IV de Castela e a infanta Beatriz de Castela, respetivamente, um duplo casamento para reforçar a aliança e a garantia de paz de Castela com Portugal. É fantástico aquilo que não vem nos manuais mas que torna a História em algo tão completo, não acham?
Em 1308 assinou o primeiro acordo comercial português com a Inglaterra. Em 1312 fundou a marinha Portuguesa, nomeando 1º Almirante de Portugal, o genovês Manuel Pessanha, e ordenando a construção de várias docas.
É durante o seu reinado, que os documentos oficiais passam a ser escritos em português. D. Dinis “nacionalizou” as ordens religiosas-militares e, ao criar a Ordem de Cristo (1315), salvou os templários portugueses da perseguição movida pelo rei de França Filipe IV, o Belo, e pelo papa Clemente V.
No primeiro dos testamentos que deixou, o de 1318, D. Dinis determinou que o Mosteiro de Odivelas, cuja construção começou em 1295, deveria receber o seu túmulo e o da mulher, D. Isabel. Mas, num segundo documento, quatro anos mais tarde, muda de ideias. Para essa deriva de opinião terá contribuído a questão da guerra civil que opôs D. Dinis ao filho Afonso.
Dom Dinis faleceu a 7 de Janeiro de 1325, com sessenta e três anos, sendo aclamado seu filho Afonso IV rei de Portugal.
Em 1755, o túmulo ficou seriamente danificado pelo terramoto, quando a abóbada da igreja se abateu sobre ele.
Em 2016, especulava-se sobre como seria o túmulo antes do terramoto e, "se alguns defendem que lhe falta nas mãos a espada que era comum nas jacentes dos reis europeus da Idade Média, outros há que levantam a hipótese de ela nunca ter existido." O túmulo foi preparado antes da sua morte e feito ao seu gosto, no local por si escolhido.
Em Julho de 2017, num despacho publicado em Diário da República, o Governo já tinha aprovado a cedência de utilização do mosteiro pelo município de Odivelas, com vista à sua requalificação e adaptação para instalação de serviços municipais e outros de utilidade pública. Infelizmente, a transferência, oficializada com a assinatura de um acordo de cedência entre o município de Odivelas e o Ministério da Defesa, o proprietário, ocorre duas semanas após ter sido noticiado o furto de cerca de 170 azulejos do séc. XVII daquele monumento nacional desocupado desde 2015, quando o Instituto de Odivelas – escola tutelada pelo Exército e destinada a jovens do sexo feminino – se mudou para o Colégio Militar.
Cerca de dois anos depois, em 2019, o túmulo começou a ser restaurado. A espada do rei D.Dinis de Portugal, descoberta em 2020 durante os trabalhos de restauro do seu túmulo, no Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, em Odivelas, foi hoje exumada da arca tumular. A espada encontrava-se do lado direito do rei, e “estava de alguma forma escondida pelos panejamentos”. Feita de ferro, com um punho de prata com aplicações de esmalte de várias cores e uma bainha de madeira que poderá estar revestida com couro, este artefacto será agora alvo de conservação e estudo por parte de uma equipa especializada.
A arqueóloga responsável pelo projeto, Maria Antónia Amaral afirmou que não sabiam que iam "encontrar esta espada“ e que a sua descoberta "é de uma importância imensa". O túmulo já tinha sido anteriormente aberto, em 1938, mas na altura a espada manteve-se escondida dos olhos dos investigadores e permaneceu por descobrir. “São raríssimas as espadas régias. Há pouquíssimas no contexto europeu e no contexto português, sobretudo encontradas in situ“.
“Há algumas espadas que estão associadas a reis, como a de D. João I, mas não temos a certeza absoluta. Aqui temos“, acrescenta a arquóloga. D. Dinis, foi o primeiro de um monarca português a receber autorização do próprio Papa para ser colocado dentro de uma igreja e não num espaço anexo, como era hábito. O rei repousa assim há 700 anos em Odivelas, numa magnífica sepultura, sob arcadas góticas, rodeado de monges cistercienses e monjas em pose, mas a sua espada, com a qual teria sido enterrado, há muito tinha desaparecido.
A datação da espada, que é “uma peça valiosíssima" e porque "é a espada do rei, símbolo máximo do poder militar“.
Fontes:
Imagem: https://zap.aeiou.pt/espada-desaparecida-de-d-dinis-desenterrada-tumulo-504591
https://www.mundoportugues.pt/2019/12/25/os-grandes-reis-de-portugal-d-dinis/
https://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/espada-do-rei-d-dinis-retirada-do-1059900
https://www.cm-odivelas.pt/autarquia/noticias/noticia/espada-de-d-dinis-retirada-do-tumulo
https://anodomdinis.blogs.sapo.pt/dom-dinis-morreu-ha-691-anos-1234
https://monarquiaportuguesa.blogs.sapo.pt/reis-de-portugal-dinis-i-de-portugal-408425
O Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos é celebrado anualmente no dia 25 de março e tem como principal objetivo o prestar de uma homenagem àqueles que sofreram e morreram nas mãos do brutal sistema de escravidão e, também de lembrar e consciencializar sobre os perigos do racismo e do preconceito ainda existentes nos dias de hoje.
Esta data foi proclamada através da Resolução 62/102 adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 17 de dezembro de 2007. "Neste dia, a Organização das Nações Unidas honra a memória de milhões de africanos retirados, à força, das suas famílias e terras, ao longo de centenas de anos." Infelizmente, o tráfico humano e a escravatura ainda são uma dura realidade e não pensemos que está apenas restrita a países menos desenvolvidos. Atualmente, encontramos ainda pelo mundo, pela Europa e aqui mesmo em Portugal, notícias que espelham bem a realidade vivida pelos escravos da atualidade e sobre as quais por vezes não damos a devida atenção. Conhece alguns desses casos? Partilhe-os nos comentários.
Mas vamos agora um pouco mais atrás. Num dos capítulos mais terríveis da história, mais de "15 milhões de homens, mulheres e crianças foram vítimas do trágico comércio transatlântico de escravos." Portugal foi "o primeiro estado do mundo a fazer comércio global de escravos vindos de África" mas acabou por ser um dos pioneiros "na abolição da escravatura". Apesar de ter sido um dos primeiros países a "abolir a entrada de escravos na Europa", não nos podemos esquecer que foi um dos últimos Estados a "abolir a escravatura nos territórios coloniais.” Mas afinal quando é que este flagelo se deu por terminado? A verdade é que em Portugal, "entre 2014 e 2015, o Observatório do Tráfico de Seres Humanos, do Ministério da Administração Interna, sinalizou 193 presumíveis escravos e deu conta de 40 condenações de traficantes."
"Já Portugal era há muito uma república quando morreu, em Lisboa, a última escrava do império. Foi nos anos 30 do século passado. Os jornais da época diziam que teria 120 anos. Era muito conhecida no Bairro Alto, onde vendia amendoins. Tinha sido escrava até 1869, data em que foi publicado o decreto que abolia a escravatura em todo o território português." Nem o decreto publicado em 1761 pelo Marquês de Pombal acabou com a escravatura, uma vez que esta "não foi proibida, o que foi proibido foi a entrada de novos escravos" pelo que, até as crianças "que nasciam de mãe escrava," continuavam a ser escravos. De acordo com o historiador Arlindo Caldeira, "em 1763, o Marquês de Pombal aprovou uma nova lei, a lei do ventre livre, que determinava que os filhos de escravos passavam a ser homens livres e que todos os escravos cuja bisavó já era escrava podiam ser libertados." Segundo ele, na teoria poderiamos pensar que "restava apenas uma geração de escravidão, mas isso não aconteceu por razões fraudulentas: a entrada ilegal de escravos vindos das colónias.”
Em 1822, a independência do Brasil, trouxe de regresso a Portugal "muitos portugueses que trouxeram os escravos como um dos seus aforros" e apesar destes se deverem tornar livres, isto não aconteceu uma vez que "o rei concedeu aos seus donos um privilégio especial para os poderem manter".
António de Almeida Mendes, refere que o "tráfico moderno de escravos africanos para a Europa, as Américas e o continente asiático é uma das manifestações dessas migrações mundiais de longa distância que acompanham a modernidade atlântica, mas também se inscreve nas mobilidades de proximidade, intraeuropeias e intramediterrâneas." Almeida Mendes, explica que foram necessárias várias gerações "para que o Estado português, finalmente, aprovasse o princípio da abolição da escravatura." Vai ainda mais longe, afirmando que a escravatura estava "enraizada na economia, nas práticas e nos costumes desde a Antiguidade; ser escravo era ser obrigado a um trabalho agrícola, a serviços domésticos e de aprendiz mais do que a um trabalho industrial, e era ser também um membro efetivo da Igreja cristã portuguesa."
Fontes:
https://books.openedition.org/oep/1541
Apesar de só na viagem de Pedro Álvares Cabral, ter sido feita a documentação da existência de uma terra a que chamaram Brasil - a verdade é que o território já tinha sido avistado "ou tocada por navios portugueses, em anos anteriores. Embora não tendo havido na época registos oficiais, em dezembro de 1498, a frota de Duarte Pacheco Pereira chegou ao Brasil. Sabe-se também que quando os termos do Tratado de Tordesilhas foram definidos em 1494, "o rei D. João II exigiu que fosse traçada mais para oeste do que tinha sido inicialmente proposto pelos castelhanos," facto que pode indiciar que o monarca já conhecia ou suspeitava "da existência de terra naquelas paragens." Em 1498, D. Manuel I, encarrega então Duarte Pacheco Pereira, cosmógrafo da sua confiança, "de uma expedição relacionada com a demarcação da linha estabelecida pelo mesmo tratado" e dois anos depois, Pacheco Pereira acompanha também Pedro Álvares Cabral na sua viagem.
Quando Cabral, em viagem para a Índia, acaba por chegar ao Brasil, foi de tal maneira apanhado de surpresa "que o capitão mandou um dos navios de regresso a Lisboa, para informar o rei do achado da nova terra." Mas porquê, se Pacheco Pereira já conhecia a existência daquelas terras?
Em 1892, é revelado “Esmeraldo de Situ Orbis”, escrito pelo próprio Duarte Pacheco Pereira (documento que foi iniciado em 1505 mas que só seria publicado 400 anos mais tarde) onde desvenda a sua chegada ao Brasil. Nestes escritos, perpassa a "emergência de uma nova época, uma nova Idade onde se enfrentam os antigos e os modernos saberes," mas têm de ser postos em confronto com um mapa de 1519 para realmente mostrarem como seria a concepção geográfica de Duarte Pacheco Pereira e o alcance que a sua viagem tinha tido. Para compreendermos, temos de olhar para a questão perante os conhecimentos da época. Camões chegou mesmo a chamá-le de "Aquiles lusitano."
"Uma das duas concepções do mundo dominantes na época," inferia que a terra rodeava todos os oceanos. Nos textos deixados por Pacheco Pereira, o que ele está "verdadeiramente a discutir quando fala desta viagem é qual a proporção entre terra e água. Ele conclui que a terra ocupa a maior parte do espaço e que a água se situa no centro. É, em termos gerais, a concepção ptolomaica do mundo."
Nesta abordagem, Duarte Pacheco pensa então que atingiu a margem dessa "terra que tudo envolve." Embora realmente ele possa lá ter chegado, a descoberta não foi documentada como tal e, só se considera como registo da primeira viagem de descobrimento do Brasil, a "carta de Pêro Vaz de Caminha a D. Manuel I," no ano de 1500, a par também "das cartas de Mestre João e do chamado Piloto Anónimo." Na época, Portugal estava mais virado para a exploração das rotas do Oriente e o Brasil não era a sua prioridade, mas sim "um destino secundário para as navegações portuguesas."
Em 1508, Pacheco Pereira "interrompe a redacção da sua obra," quando lhe é incumbida a tarefa de "vigiar a costa portuguesa" e "o estreito de Gibraltar."
Em 1519, chega mesmo a ser "nomeado capitão da fortaleza da Mina," mas acaba por vir preso para o reino, por motivos desconhecidos.
Fontes:
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-partida-de-pedro-alvares-cabral-para-descobrir-o-brasil/
https://www.infopedia.pt/artigos/$duarte-pacheco-pereira
CARVALHO, Frederico CarvalhoFrederico Carvalho, entrevista, in: https://www.publico.pt/2012/10/14/jornal/o-caso-pacheco-pereira-25408499
VALENTIM, Carlos Manuel, in: http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/g24.html
Celembram-se hoje 890 anos desde que "as hostes desavindas de D. Teresa (condessa-rainha de Portucale) e de D. Afonso Henriques (futuro rei de Portugal)" se confrontaram nos "Campos de São Mamede, entre Guimarães e São Torquato." O local exato não está ainda completamente definido, mas pensa-se que terá sido perto de São Torcato, naquele que é chamado "campo da Ataca, no sopé de Gildes", sendo a principal referência o Castelo de Guimarães.
"Do lado da condessa-rainha congregaram-se as forças que ela conseguira reunir ao Sul do Douro" e as dos seus aliados, os condes Fernão Peres de Trava e Bermudo Peres de Trava. D. Teresa tinha ficado a governar o condado de Leão, após a morte do conde Henrique de Borgonha, a 24 de abril de 1112, achando "que este lhe pertencia por direito, mais do que a outrem," por com ele ter sido casada.
A crescente influência dos condes galegos no governo do condado Portucalense não agradava à nobreza e acabou por conduzir "à revolta de 1128." Assim, a nobreza mais influente na época, escolheu como seu líder o jovem Afonso, "filho de Henrique de Borgonha e de Teresa de Leão".
As tropas de Afonso venceram, apoiadas pela "nobreza de Entre Douro e Minho (Sousões, Braganções, Senhores da Maia e de Baião, Gascos, entre outros) e alguns homens do Arcebispo de Braga," e D. Afonso Henriques foi nomeado como "único governante da região, com capacidade de comando militar e controle efectivo dos territórios."
Já a "derrota das forças de D. Teresa implicou a sua retirada para a Galiza e o fim do governo da condessa-rainha." No entanto, o abandono do "governo condal, que ficou então nas mãos do infante e dos seus partidários," não agradou ao "Bispo de Santiago de Compostela, Diogo Gelmires, que cobiçava o domínio das terras."
Portugal nasceu, podemos assim dizer, das partilhas por morte de Henrique de Borgonha. Ao casar com Teresa, Henrique de Borgonha recebera do sogro as terras de Portucale e com a morta do marido, a viúva considera que lhe cabe a ela a governação das mesmas e não ao seu filho, por descendência direta. Na altura, o costume era o filho mais velho, barão, herdar as propriedades. Se nã tivesse havido esta imposição dos apoiantes de Afonso para a recuperação desses territórios, os mesmos podiam continuar anexados ao Condado de Leão, como tinha acontecido anos antes quando a "Terra Portugalense ou Portugália," se tinha constituido "como um condado do Reino de Leão dirigido por Vimara Peres."
Fontes:
https://www.ship.pt/sociedade-historica/datas-importantes/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_S%C3%A3o_Mamede
https://www.leme.pt/magazine/efemerides/0624/batalha-de-sao-mamede.html
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