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Dia Mundial dos Jornalistas pela Paz

por Elsa Filipe, em 27.10.23

Assinala-se hoje o dia do Jornalista pela Paz e, sem dúvida, temos mesmo de referir a importância desta profissão. Todos os dias, são eles que nos trazem aquilo que se passa no mundo. As imagens e os relatos, tantas vezes na primeira pessoa, trazem a realidade dos grandes acontecimentos que fazem a nossa história como povo.

 "Neste dia destaca-se o sentido de responsabilidade, a ética, a independência e o profissionalismo dos jornalistas que relatam a verdade sem ceder a pressões internas e externas. Os meios de comunicação social, por intermédio dos seus profissionais, podem ser um meio eficaz para derrubar injustiças, desconfianças, conflitos e para semear a compreensão, o respeito e a unidade."

Só durante o mês de outubro, no conflito entre Israel e o Hamas, na Palestina, morreram 24 jornalistas a cobrir o conflito ou dentro de casa. Três são israelitas mortos no brutal ataque do Hamas no Sul de Israel, um é o libanês Issam Abdallah, videógrafo da Reuters atingido quando filmava um tanque israelita que disparava na direcção do Líbano – os restantes 20 são palestinianos que foram mortos na Faixa de Gaza. Além disso, está em causa também o risco de ataques aéreos, interrupções nas comunicações, cortes de energia, ameaças, censuras e o assassinato de familiares. Outros oito jornalistas foram feridos e nove foram dados como desaparecidos ou detidos, disse o Comité para a Proteção dos Jornalistas, num comunicado.

De acordo com o CPJ, este foi o período mais mortal para os jornalistas que cobrem conflitos militares em décadas.

Neste dia, deve também ser relembrado que foi uma jornalista a receber este ano o Prémio Nobel da paz. Receber, ainda não, uma vez que a jornalista e ativista iraniana Narges Mohammadi, se encontra detida na prisão de Evin, onde cumpre uma pena de 10 anos, acusada de divulgar propaganda contra o estado iraniano. O prémio veio reconhecer o seu trabalho na “luta pelas mulheres do Irão contra a opressão”.

Berit Reiss-Andersen, do Comité Nobel, declarou: "Ao atribuir-lhe o Prémio Nobel da Paz deste ano, o Comité Nobel Norueguês pretende honrar a sua corajosa luta pelos direitos humanos, pela liberdade e pela democracia no Irão. A luta de Narges Mohammadi contra a pena de morte e a obrigatoriedade do uso do hijab para as mulheres continua atrás das grades, onde escreve artigos e incentiva aos protestos contra o regime, que emergiram após a morte de Mahsa Amini.

Com regularidade, a defensora dos direitos humanos iraniana tem alertado e criticado a situação “lamentável” em que se encontram os reclusos no Irão e tem assinado dezenas de artigos sobre maus tratos e torturas de que têm sido alvo, apesar de enfrentar sérios problemas cardíacos. 

Mohammadi iniciou a carreira como jornalista, escrevendo para a Payaam-e Haajar, uma revista dedicada às questões das mulheres no Irão e que era publicada por Azam Alaei Taleghani, filha do ayatollah Seyyed Mahmoud Alaei Taleghani. A revista foi encerrada em abril de 2000 pelo regime.

Mohammadi escreveu inúmeras vezes sobre os direitos humanos, os direitos das mulheres e sobre questões relacionadas com os estudantes universitários, tendo publicado igualmente vários trabalhos em publicações reformistas, que acabaram todas por ser encerradas.

Fontes:

https://www.calendarr.com/portugal/dia-dos-jornalistas-pela-paz/

https://www.publico.pt/2023/10/26/mundo/noticia/gaza-jornalistas-sao-mortos-cobrir-conflito-dentro-casa-2068085

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/guerra-de-israel-e-a-mais-mortal-para-jornalistas-desde-1992-diz-associacao/

https://sputniknewsbr.com.br/20231026/sobe-para-27-o-numero-de-jornalistas-mortos-pelo-conflito-em-gaza-31098230.html

https://pt.euronews.com/2023/10/06/ativista-iraniana-narges-mohammadi-vence-nobel-da-paz

https://www.forbespt.com/narges-mohammadi-uma-vida-de-luta-permanente-pelos-direitos-humanos-no-irao/

 

 

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publicado às 22:16

Prémio Nobel da Paz premeia combate à fome

por Elsa Filipe, em 10.10.20

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas venceu este ano o prémio Nobel da Paz. O anúncio foi feito esta sexta-feira em Oslo pelo Instituto Nobel norueguês, que sublinha “os seus esforços por combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e a sua ação como força motriz nos esforços por evitar a utilização da fome como arma na guerra e em conflitos”.

O Programa Alimentar Mundial foi criado em 1961 e tem a sua sede em Roma. É neste momento, a maior organização no planeta a promover a segurança alimentar. Com cerca de 17 mil funcionários, todos os anos presta assistência a cerca de 90 milhões de pessoas em mais de 80 países. Em agosto deste ano, Beirute, no Líbano, sofreu uma enorme explosão que levou 300 mil pessoas a ficarem sem abrigo e sem de que se alimentar. Era necessário agir e foi isso que esta organização conseguiu fazer: levou 12,5 toneladas de farinha de trigo, para tentar estabilizar a oferta do ingrediente e baixar o preço do pão. Organizações não governamentais que receberam apoio desta entidade distribuíram refeições para mais de 3000 pessoas por dia - não só para afetados, mas também a todos os libaneses que participaram na limpeza dos escombros resultantes da explosão. David Beasley é o atual diretor-executivo.

Com um valor de cerca de 918 mil euros, o prémio Nobel da Paz distingue “quem fez mais ou melhor trabalho pela fraternidade entre nações, pela abolição ou redução dos exércitos ativos e pela realização e promoção de congressos de paz”. Alfred Nobel foi o criador destes galardões. Desde 1901, o prémio coube a 107 indivíduos e 24 organizações.

No ano passado a honra coube ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, pelos esforços para promover a paz no seu país e entre este e a vizinha Eritreia. Em 2018 foi a luta contra a violência sexual que valeu o prémio à iraquiana Nadia Murad e ao médico Denis Mukwege, da República Democrática do Congo.

Destaco também o prémio atribuído à pessoa mais jovem de sempre (17 anos) em 2014. Malala, era ainda uma criança, uma jovem paquistanesa quando começou a ser ouvida em todo o mundo. Ainda hoje, Malala não se cansa de dizer que todas as crianças devem ir à escola, que todas têm direito à educação.

A causa desta ativista começou quando tinha 11 anos e vivia no Vale de Swat, no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Em 2009 os extremistas religiosos conseguiram impor a sharia, a lei islâmica, e o terror entrou na sua aldeia, com as adolescentes a serem perseguidas por frequentarem o ensino. A situação começou a ser relatada por Malala num blogue da BBC, com a coragem e a inocência de uma menina que falava quando todos os outros tinham medo.

O sucesso do "Diário de uma Estudante Paquistanesa" chamou a atenção dos taliban que, a 9 de outubro de 2012, dispararam sobre ela, atingindo-a na cabeça. A menina foi levada para o Hospital da Rainha Isabel, em Birmigham, Reino Unido, onde esteve em coma durante vários dias. Malala sobreviveu ao ataque e continuou, ainda mais determinada, a defender o direito à educação. Por causa das constantes ameaças, a família refugiou-se em Inglaterra e lá Malala pôde regressar à escola, em liberdade.

“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” é o mantra que repete em todos os grandes palcos deste mundo. O dinheiro dos muitos prémios que já recebeu tem sido investido na ONG que fundou com o pai. O Fundo Malala já ajudou 60 milhões de raparigas que não podiam ir à escola.

Fontes:

https://ensina.rtp.pt/artigo/malala-a-jovem-paquistanesa-que-defende-as-criancas/

https://expresso.pt/internacional/2020-10-09-Programa-Alimentar-Mundial-da-ONU-vence-Premio-Nobel-da-Paz-2020

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/09/conheca-o-orgao-da-onu-que-venceu-o-nobel-da-paz-de-2020.ghtml

 

 

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publicado às 12:05

Este ano, celebra-se o 100º prémio Nobel da Paz, o qual foi dignamente atribuído ao primeiro-ministro da Etiópia Abiy Ahmed, de 43 anos. No poder desde abril de 2018, foi destacado pelos acordos de paz com a vizinha Eritreia.

A Eritreia acedeu em 1993 à independência pela qual lutava desde 1961, fazendo perder à Etiópia a sua única fachada marítima, sobre o Mar Vermelho. Entre 1998 e 2000, os dois países travaram uma guerra, que provocou pelo menos 80 mil mortos, com a questão da delimitação da fronteira a figurar entre as razões do conflito. Apesar de terem assinado um acordo de paz em 2000, os dois paísescontinuavam a manter numerosas forças ao longo da fronteira comum, de mil quilómetros. Esta situação levava a um clima de grande instabilidade entre os dois países.

Ao chegar ao poder, Abiy Ahmed, tentou conter os confrontos: libertou centenas de presos políticos, retirou o estado de emergência e permitiu o regresso à Etiópia de figuras destacadas da oposição que se tinham exilado.

Fontes:

https://www.dn.pt/mundo/nobel-da-paz-2019-vai-para-primeiro-ministro-da-etiopia-11395118.html

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publicado às 22:33


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