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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Este sábado, um forte abalo voltou a atingir a costa de Gorontalo, na ilha de Sulawesi, na Indonésia.
"Os terramotos são frequentes neste arquipélago, que se localiza em pleno anel de fogo do Pacífico." Um dos mais conhecidos foi o que tingiu a região de Banda Aceh, na Indonésia. Atualmente, a população continua a realizar simulacros com frequência, para aprender o que fazer em caso de sismo e de tsunami.
Nesta região, encontramos uma forte atividade sísmica à qual não será alheia a existência de centenas de vulcões no arquipélago, muitos deles ainda ativos (como o do Monte Lewotobi Laki-Laki) que há menos de um mês voltou a assustar a população da região. Uma zona viva e, em constante alteração.
Por cá, depois do apagão de segunda-feira, agora o que dá que falar são os tornados que entre ontem e hoje se registaram. Ao que se sabe, terão sido quatro eventos distintos. Houve alguns danos materiais, mas pelo menos não há vítimas a registar.
Fontes:
Este 1º de Maio foi um pouco estranho... depois de ter colocado a morte de um Papa à frente da celebração da Liberdade do país, a AD fez do Dia do Trabalhador, uma festa popular, ou como alguns chamaram "popularucha"...
Depois do 25 de Afril de 1974, a Junta de Salvação Nacional (onde estavam representados os três ramos das forças armadas), "decretou feriado o dia 1 de Maio e, pela primeira vez em quase cinco décadas, o dia do trabalhador voltou a ser assinalado. Nesse dia, as pessoas vieram para a rua, empunhando cartazes e gritando "reivindicações de toda a ordem," demonstrando "de forma espontânea a sua alegria pela liberdade recentemente conquistada." Entre muitas outras coisas, pediram-se "direitos para as mulheres, para as crianças, para todos os partidos, para os artistas e para a imprensa, melhores salários" e, até, água canalizada.
(imagem: Museu do Aljube)
Em 1974, as "manifestações do Dia do Trabalhador que ocorreram em Lisboa e no Porto em 1974 impressionaram na dimensão, no exemplo de civismo e na genuína alegria partilhada entre todos, conhecidos e desconhecidos." Atualmente, descer a Avenida da Liberdade em Lisboa, ainda não é para todos.
"Em Lisboa, a Alameda Afonso Henriques foi ponto de encontro e o comício ocorreu depois no Estádio" da Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, "onde muitos milhares de pessoas se juntaram nesse dia sob o lema “Paz, Pão e Liberdade!" e onde "Mário Soares" (socialista) "e Álvaro Cunhal" (comunista), "apareceram lado a lado", abraçando-se e, juntos, "celebrando a recentemente conquistada liberdade."
"Nos desfiles e comícios havia bandeiras nacionais e flores, estandartes de partidos e sindicatos, cartazes populares e milhares de vozes unidas na banda sonora da revolução. Ao mesmo tempo que cantarolavam a Grândola de Zeca Afonso e outras canções proibidas pela censura, gritavam palavras de ordem contra o fascismo e em defesa dos valores da democracia." Com este governo, quem cantou foi Tony Carreira e a festa foi feita nos Jardins do Palácio de Belém.
A origem desta data é, no entanto bem anterior a 1974. Remonta sim "ao século XIX." Em 1886, "milhares de trabalhadores" dos Estados Unidos, "organizaram uma greve geral para exigir a redução da jornada laboral para oito horas por dia." Estas manifestações, tornaram-se "particularmente violentas." Na cidade de Chicago, os ânimos exaltaram-se e a situação tomou proporções muito graves quando no dia 04 de maio, durante um protesto na Haymarket Square, "foi lançada uma bomba contra a polícia" o que levou à intensificação dos confrontos já de si violentos. "Várias pessoas morreram e líderes sindicais foram condenados à morte ou prisão."
"Três anos depois, em 1889, o Congresso Operário Internacional, em Paris, decidiu homenagear os trabalhadores de Chicago e instituiu o 1.º de Maio como dia de luta internacional pela melhoria das condições de trabalho." Em Portugal, a ditadura proibiu as comemorações, que tinham sido assinaladas pela primeira vez em 1890.
Numa data que é, acima de tudo, simbólica, surgem agora novas questões e novas reinvindicações: "o impacto da automatização e da inteligência artificial, os efeitos da pandemia na organização do trabalho, a importância da conciliação entre vida pessoal e profissional e as desigualdades que persistem entre setores e entre homens e mulheres." Ainda hoje, tantos anos depois, os direitos não são ainda iguais para todos, os ordenados diferem pelo sexo do trabalhador e ainda há mulheres a morrer às mãos dos maridos que as consideram sua propriedade. Não podemos deixar cair a liberdade, não podemos esquecer que os nossos direitos ainda não estão seguros!
Fontes:
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-junta-de-salvacao-nacional-primeiro-poder-apos-a-ditadura/
https://ensina.rtp.pt/artigo/o-primeiro-1-o-de-maio-da-democracia/
https://ensina.rtp.pt/artigo/o-povo-unido-jamais-sera-vencido/
Ontem, a grande maioria dos portugueses foi surpreendida por uma falha de energia elétrica. O que nos primeiros minutos se pensou ser algo mais localizado, era de facto uma falha que atingia também Espanha e uma zona de França. Não atingiu toda a Europa como ainda se chegou a ouvir. Aliás, durante o dia de ontem (e hoje ainda mais, pois hoje é que as pessoas foram regressando às redes) tem sido divulgada muita informação duvidosa. E se numas vezes, pode ser mesmo por desconhecimento e por tentativa de encontrar uma causa para esta situação, noutras terá mesmo sido divulgada informação falsa com a intenção de lançar o caos e de prejudicar os envolvidos. Nem uma nem outra coisa deveriam ter sido feitas e era bom que se encontrassem os responsáveis por começarem a lançar teorias da conspiração através (não apenas, mas principalmente) na Internet.
No meio disto tudo, e apesar de em algumas regiões do país a eletricidade ter regressado ao final da tarde, muitas pessoas acabaram por estar sem luz, sem comunicações e sem água até perto das 23h00 (sendo que nalgumas regiões a situação só se restabeleceu pela manhã de hoje).
A falha de eletricidade num país vai afetar, não apenas o consumidor final desse tipo de energia, como também outros sistemas que dependem de eletricidade para funcionar, como é caso do fornecimento de água, cujas bombas são elétricas, e o caso das torres de telemóveis, que ao longo do dia foram ficando sem sinal.
O que nunca nos abandonou foi a rádio. Neste dia, muitas das rádios estiveram em transmissão ininterrupta, trabalhando para encontrar e transmitir à população o máximo de informação possível. Mesmo com as dificuldades de filtragem de toda a informação, a rádio acabou por prestar um excelente serviço à comunidade - tenham sido as rádios nacionais, tenham sido as rádios locais.
Não vou divagar muito sobre este tema, uma vez que acho que, apesar de ser muito importante, está a ser, erradamente, aproveitado para se fazer campanha política. Acho, no entanto, que devo dar os parabéns àqueles profissionais que, mais uma vez, continuaram a trabalhar para que a situação regressasse à normalidade o mais rapidamente possível. E um destaque para os funcionários dos supermercados: parabéns pela vossa paciência, para aturar coisas que não lembra a ninguém.
A nossa sociedade continua a não estar preparada para eventos destes. A marioria das pessoas não sabia o que fazer, não estava organizada com a família para que fossem tomadas decisões assertivas. Dou um exemplo que aconteceu com algumas famílias. Por não conseguirem encontrar transporte, muitas pessoas entraram em pânico por não conseguirem contatar com ninguém para o filho ou a filha serem recolhidos da escola, ou da creche. Foram vários casos destes que aconteceram e, claro, é natural que se fique ansioso, mas tem de haver um plano familiar pré-definido que, nestes casos, possa ser executado. As creches, Jardins de Infância e escolas de 1º ciclo e 2º ciclo, não poem crianças sozinhas no meio da rua e mesmo nas escolas em que os alunos são mais velhos, a ordem foi para só se deixar sair aqueles alunos que, já nos outros dias, saem sozinhos.
O que eu senti, e que entendo perfeitamente, foi a necessidade das pessoas resolverem a sua própria situação no imediato, numa impaciência motivada talvez pela falta de comunicação das entidades competentes. Mas temos de nos lembrar que, no decorrer destas horas, muitas das pessoas ligadas às entidades competentes estavam a gerir situações. E essa gestão, feita de acordo com procedimentos organizados, tem ordens de prioridades e obedece a tempos que muitas vezes não são os mesmos que a cada um de nós poderia interessar.
De acordo com informação do "operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes", a meia noite estariam já "ligadas parcialmente 424 subestações," o que dava para fornecer energia a cerca de 6,2 milhões de clientes" dos 6.5 milhões de consumidores.
Não acho, porém, que tenha sido um bom dia. Houve situações graves que podiam ter corrido muito mal e se, ainda, não temos registos de mortos, foi porque no meio do possível caos que se começou a fazer sentir, houve algumas pessoas que usaram uma capacidade que se chama resiliência, enquanto outras usavam o "chico-espertismo." Por favor, isto não foi nada bom, podia ter sido bem pior. Agora que já passou, podemos refletir - a nível pessoal e familiar, o que correu bem ou mal, o que podia ter sido feito de outra forma e, claro, a nível comunitário, encontrando não tanto soluções, mas caminhos.
Este apagão acabou por levar ao encerramentos dos aeroportos, ao "congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades," ao encerramento de lojas e serviços e à "falta de combustíveis," e de ter sido até considerado como um dos mais graves a acontecer na Europa nos últimos anos. Para muitos, foi um incómodo, um dia diferente que nos surpreendeu e transtornou, mas para algumas pessoas, foi mesmo uma situação de uma gravidade extrema, principalmente naqueles casos em que a presença de uma tomada elétrica pode fazer a diferença entre a vida e a morte.
Foi o caso de doentes que necessitam de dispositivos como ventiladores, bipap, cipap ou outros (apesar de haver baterias, por vezes, as pessoas esquecem-se de as carregar e de ter baterias extra caso aquelas se tenham de gastar até ao fim ou avariem), ou podem sofrer um agravamento da sua situação devido ao stress causado pela falha elétrica em si. Outros casos bastante graves - as pessoas que ficaram retidas em comboios, elétricos e elevadores (felizmente a falha começou às 11h30 porque se fosse na hora de ponta em que os transportes vão completamente apinhados, acredito que aí sim a situação teria sido bem pior), as que estavam em veículos suspensos (teleféricos) ou em gruas e estruturas elevatórias. Muitos destes sistemas funcionam a eletricidade e, apesar de terem sistemas de descida redundantes (por exemplo, manuais) ou hidráulicos.
Esperemos que uma situação destas não se volte a repetir, mas que esta tenha servido de aprendizagem para muitas pessoas. Principalmente no que se refere à prevenção.
Fontes:
No dia 19 de abril de 1506, aconteceu um dos mais trágicos momentos da nossa história. Nesse dia, uma multidão em fúria perseguiu e matou milhares de judeus (segundo Garcia de Resende, terão sido mais de 4000), naquele que ficou conhecido como o Massacre de Lisboa de 1506. Esta matança aconteceu porque a população precisava de um culpado para a situação de seca e fome que, junto com a chegada da peste negra, assolavam o país. E a culpa foi direcionada para os milhares de judeus que nove anos antes tinham sido forçados a se converterem ao catolicismo, em Portugal. Este é mais um pedaço da nossa história que teima em ser "esquecida," e que não vem "nos livros de história," acabando por cair no esquecimento.
Reinava D. Manuel I e os judeus que se convertiam eram chamados Cristãos-Novos.
Naquele domingo, rezava-se no Convento de São Domingos de Lisboa. Os fiéis pediam o fim" da seca e da peste que grassavam em Portugal, e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado — fenómeno que, para os católicos presentes, só poderia ser interpretado como uma mensagem de misericórdia do Messias — um milagre."
"Um cristão-novo," que também assistia àquela missa, "tentou explicar que esse milagre era apenas o reflexo de uma luz, mas foi calado pela multidão, que o espancou até à morte."
Portugal, vivia ainda um período obscuro, de ignorância coletiva e de medo perante qualquer fenómeno desconhecido e, este episódio, foi o reflexo dessa mesma ignorância. Nos três dias que se seguiram, as mortes sucederam-se, incitadas pelos "frades dominicanos que prometiam absolvição dos pecados dos últimos 100 dias para quem matasse os hereges." O resultado foi "uma turba de mais de quinhentas pessoas incluindo muitos marinheiros da Holanda, da Zelândia e de outras terras," que perseguiram e mataram todos os judeus que iam encontrando.
Sem escapatória possível, "homens, mulheres e crianças foram torturados, massacrados e queimados em fogueiras improvisadas no Rossio, mais precisamente junto ao largo de São Domingos. Os judeus foram acusados entre outros "males", de deicídio e de serem a causa da profunda seca e da peste que assolava o país."
A esta turba de maus homens e de frades que, sem temor de Deus, andavam pelas ruas concitando o povo a tamanha crueldade, juntaram-se mais de mil homens (de Lisboa) da qualidade (social) dos (marinheiros estrangeiros), os quais, na Segunda-feira, continuaram esta maldade com maior crueza. E, por já nas ruas não acharem Cristãos-novos, foram assaltar as casas onde viviam e arrastavam-nos para as ruas, com os filhos, mulheres e filhas, e lançavam-nos de mistura, vivos e mortos, nas fogueiras, sem piedade. E era tamanha a crueldade que até executavam os meninos e (as próprias) crianças de berço, fendendo-os em pedaços ou esborrachando-os de arremesso contra as paredes. E não esqueciam de lhes saquear as casas e de roubar todo o ouro, prata e enxovais que achavam.
(Damião de Góis, in «Chronica do Felicissimo Rey D. Emanuel da Gloriosa Memória»)
Em consequência do massacre, "D. Manuel I penalizou os envolvidos, confiscando-lhes os bens, e os dominicanos instigadores foram condenados à morte por enforcamento."
"No seguimento do massacre, do clima de crescente antissemitismo em Portugal e do estabelecimento do Tribunal do Santo Ofício — que entrou em funcionamento em 1540, perdurando até 1821 — muitas famílias judaicas fugiram ou foram expulsas do país, tendo como destino principal os Países Baixos," mas também a "França, Turquia e Brasil."
Este massacre traduz bem aquilo que é "a psicologia das massas e a demonstração primitiva da falta de tolerância." Em Lisboa, existe um monumento alusivo a esta data. Um singelo "tributo da cidade de Lisboa às vítimas da intolerância e do fanatismo religioso resultantes do massacre judaico de 1506."
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Lisboa_de_1506
João Cravinho tinha 88 anos e faleceu devido a doença prolongada. Encontrava-se em casa.
João Cravinho, nasceu em Angola em 1936, foi engenheiro de formação, militante do partido socialista e "ministro da Indústria e Tecnologia do IV governo provisório de Vasco Gonçalves, em 1975." Anos mais tarde, foi também "ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território, no XIII Governo, liderado por António Guterres." Chegou a ser "ministro da República em vários Governos, deputado à Assembleia da República em várias legislaturas e deputado ao Parlamento Europeu, onde aliás foi vice-presidente."
Defendeu sempre a "ética na política e na vida pública," e desempenhou um "importante papel na luta anticorrupção," mesmo contra "deputados parlamentares do seu próprio partido." Foi o que aconteceu quando, em 2006, "apresentou um ‘pacote anti-corrupção’, que incluía a polémica proposta de criminalização do enriquecimento ilícito, e que foi rejeitado pela sua própria bancada parlamentar, numa altura em que o líder do PS era o primeiro-ministro, José Sócrates."
Entre "2007 a 2011, foi administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), com sede em Londres."
De acordo com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, João Cravinho ter-se-á também destacado "como Presidente da Comissão Independente para a Descentralização. Multifacetado, pautou a sua vida por uma defesa incansável da ética na política e na vida pública, lutando sempre contra a corrupção e desempenhando os mais diversos cargos com desassombro e coragem."
Fontes:
Os EUA e a China entraram em guerra aberta, impondo elevados direitos aduaneiros. A situação tem vindo a escalar desde que o presidente Donald Trump começou a aplicar taxas a "quase todos os parceiros comerciais norte-americanos a um mínimo de 10%," assim como outras bastante "mais elevadas aos países que, segundo ele, têm excedentes comerciais com os EUA."
Uma das situações mais graves é a da China que "vai aumentar os direitos aduaneiros sobre todos os produtos americanos para 125% a partir de 12 de abril." Os EUA já atualizaram a taxa atual sobre os bens importados à China que se situa agora nos "145%." Donald Trump tem vindo a acusar os outros países de "roubar" os EUA. Esta tensão levou à queda do Yuan (moeda chinesa) que "desvalorizou para os níveis mais baixos desde 2007, face ao dólar norte-americano."
Foram também aplicadas taxas "de 47% sobre as importações de Madagáscar, 46% sobre o Vietname, 32% sobre Taiwan, 25% sobre a Coreia do Sul, 24% sobre o Japão e 20% sobre a União Europeia." Os economistas já vieram alertar "para o facto de as taxas aumentarem os preços dos bens que os consumidores compram todos os dias, especialmente porque as novas tarifas têm por base algumas das medidas comerciais anteriores."
Em relação à situação europeia, é preciso dizer que a situação pode ficar em suspenso até junho, uma vez que é suposto ainda haverem negociações entre representantes europeus e Trump. Inicialmente, foi feita uma proposta de 0%, mas a recusa de Trump levou os 27 países da União Europeia a aprovarem "as contramedidas europeias às tarifas de 20% que Donald Trump mandou aplicar a bens europeus." Além de afetar o aço e o alumínio, "a nova taxa de 25% deverá incidir sobre produtos como ovos, fio dentário, salsichas, carne de aves e diamantes que venham dos Estados Unidos da América para a Europa." No que nos toca aqui em Portugal, se estas taxas de 25% vierem mesmo a ser aplicadas, os preços irão subir. De reforçar que os "Estados Unidos são o 9.º principal país fornecedor de Portugal." Alguns desses produtos são a soja e o milho doce, os produtos de beleza e de maquilhagem, e alguns químicos usados na indústria farmacêutica.
Fontes:
Foi hoje sentido em Portugal, um sismo de 4.4 na escala de Richter. O abalo registado pelas 5h18m, teve epicentro "a cerca de 75 quilómetros a sul de Faro," no mar, tendo sido sentido com mais intensidade nos "concelhos de Albufeira e Faro e menor intensidade em Loulé, sem notícia de danos pessoais ou materiais."
Há cerca de 300 anos, precisamente a "27 de dezembro de 1722", um grande sismo afetou esta região, tendo chegado aos "7,8 na escala de Richter." O abalo foi sentido pelas 18h00m e terá deixado "um enorme rasto de destruição de Tavira a Loulé." Alguns estudos feitos recentemente, estimou que os "danos potenciais" poderiam atingir cerca "de 12 mil mortos."
O abalo acabou por cair "no esquecimento após o Grande Terramoto de Lisboa, em 1755."
Um outro abalo, este ainda na memória de alguns, foi o "sismo de 1969, o mais forte a atingir Portugal no século XX." Neste evento, "os municípios de Vila do Bispo, Bensafrim, Portimão e Aljezur" foram as "zonas do país mais afetadas. O evento aconteceu na madrugada de 28 de fevereiro desse ano, estando o seu epicentro registado a cerca de 200 km de Sagres."
De facto, o sul do país acaba por estar mais exposto a este tipo de eventos, "devido não só aos sismos inter-placas mas também à presença de falhas ativas que atravessam a região do Algarve, nomeadamente as falhas de Portimão, Quarteira e Faro-Loulé."
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/pais/sismo-de-44-na-escala-de-richter-sentido-no-algarve_n1642995
Neste caso, com a vida dos outros.
Se não houve, alguém, uma cabeça com um mínimo de inteligência que olhasse para o arraial ali montado e visse que algo não estava bem?
Hoje, acordei um pouco agressiva, talvez, mas seja aqui ou na Macedónia do Norte, há coisas que eu só posso chamar de homicídio (intensional ou por negligência, se irá saber) e, se acaso não foi intenção, então só o posso colocar na categoria da ignorância. Para mim, só é negligente quem não sabe o que está a fazer ou as suas consequências. Usar fogo dentro de um espaço fechado, onde existem diversos materiais inflamáveis, iria correr bem, só no pensamento de alguns.
O número provisório do incêndio que terá "sido causado pela utilização de dispositivos pirotécnicos no interior da discoteca,"é de 51 mortos e mais de 100 feridos. Nas imagens, é percetível o uso de fogo de artifício dentro do estabelecimento noturno. Parece fazer parte da atuação, mas as faíscas, porventura maiores que o desejado, atingem o teto que muito rapidamente se incendeia. Culpam os jovens que assistiam à atuação da banda, mas não é ignífugo aquele material, e não foi fogo de artifício lançado para o telhado que incendiou o espaço. Há muito ainda a explicar.
Com também houve (ou ainda há) a explicar em ouros casos de que logo me lembrei ao ver esta notícia. De origens diferentes, o fogo e o pânico mataram quem se divertia naqueles fatídicos locais. Que sirvam de alerta para uma atitude mais preventida e de maior fiscalização dos espaços, o da discoteca Luanda, em Alcântara (em 2000), o de Amarante (em 1997) e o de uma discoteca que ardeu no Brasil (em 2013).
Num espaço que poderia ter 360 pessoas, estavam cerca de mil. Tantas quantas as que sentindo os efeitos do gás pimenta, tentaram sair para a rua. Em vez de saídas de emergência, encontraram portas fechadas a cadeado e grades. Na discoteca, de nome "Luanda", com clientes na sua maioria africanos, morreram 7 pessoas.
Em 1997, a discoteca "Mea Culpa" é incendiada em Amarante. "Três homens armados," atearam fogo ao estabelecimento, depois de o regarem com gasolina e trancar lá dentro clientes e empregados. Morreram 13 pessoas. José Queirós, autor moral, é considerado culpado e condenado à pena de 25 anos de prisão, mas sempre recusou a culpa pelo desfecho trágico.
A 27 de janeiro de 2013, uma tragédia semelhante "foi provocada por um engenho pirotécnico usado por uma banda, os Gurizada," que atuavam numa discoteca , no Brasil. Os primeiros a tentar sair, viram a sua intenção rogada pelos seguranças e pelas portas fechadas. Muitos, em pânico tentaram esconder-se nas casas de banho, onde morreram asfixiados. Outros foram esmagados no meio do desespero. "Quando os bombeiros chegaram, tiveram de abrir um buraco na parede para tentar retirar mais jovens da discoteca." Além dos muitos feridos, alguns dos quais em estdo grave, revgistaram-se 231 mortos.
Fontes:
https://www.jn.pt/7584010460/incendio-em-discoteca-faz-51-mortos-na-macedonia-do-norte/
https://www.publico.pt/2000/04/18/jornal/tragedia-ainda-sem-explicacao-142792
É normal a terra tremer nos Açores, uma vez que o arquipélago fica na fronteira "entre três placas tectónicas."
Na terça-feira (11 de março) pelas 07h14, foi sentido um sismo com 5.3 de magnitude, de acordo com o site do IPMA (ou de 5,1 segundo o CIVISA) – "com epicentro a cerca de 25 quilómetros a sul-sudeste de Faial da Terra." O evento foi sentido “em praticamente toda a ilha de São Miguel” mas "também na ilha de Santa Maria, no grupo Oriental." Seguiram-se cerca de 40 réplicas ao primeiro evento, uma das quais de magnitude 3.3 foi registada "nas estações da Rede Sísmica do Arquipélago dos Açores pelas 13h16 locais e teve epicentro a cerca de 25 quilómetros a su-sudeste de Faial da Terra."
Ontem, um sismo de "magnitude de 4,2 na escala de Richter foi sentido" pelas 17h13m (menos uma hora que no continente) na ilha de São Miguel. O epicentro foi "a cerca de 25 quilómetros a sul-sudeste de Faial da Terra, no concelho da Povoação." Dadas as caraterísticas geológicas da região, esta crise sismica será de natureza tectónica, uma vez que naquela região não há conhecimento de vulcões ativos. Esta crise não terá ligação com a de Santa Bárbara, que dura deste 2022 e cuja origem está no próprio vulcão de Santa Bárbara.
Como comecei por dizer, os sismos são frequentes e podem ter origem tectónica ou vulcânica. "A sismicidade de natureza tectónica resulta da libertação súbita de tensões acumuladas na porção frágil da litosfera em resultado da movimentação relativa das placas," enquanto que os "tremores de terra relacionados com a atividade vulcânica são desencadeados pela movimentação de magma e gases vulcânicos que produz fracturação da rocha encaixante."
Existem 26 vulcões considerados ativos - isso não quer dizer que estejam a expelir lava! Das "nove ilhas do arquipélago, apenas Santa Maria não tem qualquer vulcão ativo. Nas restantes encontram-se estruturas vulcânicas que podem entrar em erupção a qualquer momento, apesar de estarem adormecidos e não darem sinal de vida há muito tempo."
Devido à sua magnitude ou por terem causado vítimas mortais, "os principais sismos que atingiram os Açores desde o início do povoamento foram os terramotos de 22 de Outubro de 1522" (que atingiu S. Miguel e fez cerca de "5000 mortos"), o de "17 de Maio de 1547 (Terceira, alguns mortos), 24 de Maio de 1614 (Terceira," e que terá provocado uma centena de vítimas mortais) e o de "9 de Julho de 1757 (S. Jorge," que levou cerca de 1000 vidas). No século XIX ocorreram outros eventos de grande intensidade como a chamada "crise de Junho de 1800 a Janeiro de 1801 (Terceira)" que apesar da sua duração apenas terá causado uma vítima mortal direta. A "21 de Janeiro de 1837" um abalo fez 3 mortos na Graciosa e a "16 de abril de 1852" o sismo de S. Miguel, provocou 9 mortos.
Já no século XX, a "31 de Agosto de 1926, um sismo no Faial faria 8 mortos e a "26 de Abril de 1935," S. Miguel sofreria 1 vítima mortal num novo abalo. Na memória de muitos estará certamente o sismo de "1 de Janeiro de 1980", que atingiu S. Jorge, a Terceira e a Graciosa e fez 63 mortos, com uma magnitude de 7.2. A "9 de julho de 1998" um novo sismo, no Faial traria 9 vítimas mortais. Todos estes abalos trouxeram danos avultados para o arquipélago, sobretudo o de 1980, que afetou Angra do Heroísmo, provocando "mais de 400 feridos," além de ter deixado desalojadas cerca de "21 mil pessoas."
Fontes:
https://observador.pt/2025/03/12/sismo-com-magnitude-42-sentido-na-ilha-de-sao-miguel/
https://ensina.rtp.pt/artigo/os-acores-tem-26-vulcoes-ativos/
https://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=10159
https://ensina.rtp.pt/artigo/sismo-de-angra-do-heroismo/
Para aqueles mais distraídos, passaram-se apenas poucos dias entre a decisão de interpôr uma moção de confiança e a queda do governo. Mas o que aconteceu para que a notícia de alegado favorecimento da empresa familiar de Luís Montenegro, tenha levado à dissolução da AR?
A 21 de março de 2024, era indigitado Luís Montenegro como Primeiro ministro. O líder do PSD, concorrera com na AD (Aliança Democrática que unia o PSD, CDS-PP e PPM). Sem maioria absoluta, Luís Montenegro teve de ir contando com o apoio ou a censura dos outros grupos partidários, conseguindo fazer passar Orçamento de Estado, apesar dos votos contra do Chega, Iniciativa Liberal, Bloco de Esquerda, PCP, Livre e PAN e da abstenção do PS.
Mas o ano de 2025 não começou bem e logo em janeiro se soube que, "alegadamente, o então secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Hernâni Dias, terá constituído duas empresas já enquanto governante, ambas ligadas ao imobiliário e à construção civil, que eram áreas na sua tutela direta." A situação foi denunciada pelo programa A Prova dos Factos da RTP, que investigou e noticiou a criação de "duas empresas" pelo então secretário de Estado, "que poderiam vir a beneficiar com a nova Lei dos Solos, legislação criada sob alçada da secretaria de Estado liderada por Hernâni Dias." A situação foi alvo de duras críticas e Hernâni Dias acabaria por apresentar ao primeiro-ministro o pedido de suspensão da sua atividade, de forma a permitir a investigação e a proteger-se a si e à sua família.
Levantada a ponta da manta, parece que o resto se foi desprendendo pouco a pouco e, depois deste caso, "passou a ser o próprio Luís Montenegro a estar debaixo de fogo, devido à Spinumviva, uma empresa familiar, cujas ações eram detidas, em parte, pelo primeiro-ministro." Nas primeiras versões, Montenegro seria dono (junto com a mulher e os dois filhos) de uma empresa do ramo imobiliário. Mais tarde, vir-se-ia a saber que a Spinumviva (empresa fundada por Montenegro antes de assumir a liderança do executivo), atuava em vários ramos de negócio, mantendo por exemplo "negócios, pagos através de avenças mensais, com a Solverde — cujo futuro à frente dos casinos de Espinho e Algarve estava prestes a ser decidido pelo Governo de Montenegro."
Perante as acusações de que era alvo, Montenegro acabou por, optar numa primeira fase por não responder e, nos dias seguintes por ser vago, adotando como escolha a "entrega" da dita empresa aos filhos. Mas não foi suficiente, porque o que está aqui em causa é saber se esteve a receber benefícios desde que foi eleito Primeiro-ministro. O governo, que tinha sobrevivido "a duas moções de censura, apresentadas pelo Chega e pelo PCP" estava agora exposto a uma moção de confiança, apresentada pelo próprio PSD.
Faltando "explicações", e depois de um aceso debate na Assembleia da República em que o PS se recusou a reunir à porta fechada com o representante da AD, o "Governo acabou por cair." Pedro Nuno Santos (do PS) acusou o "governo de Luís de Montenegro" de pretender utilizar "a moção de confiança para condicionar o inquérito e o apuramento da verdade”.
E assim vamos... num país que celebra os 50 anos da Assembleia da República! Ainda haverá muito por saber sobre este caso, mas certamente irão aparecer outros casos e "casinhos".
Fontes:
https://www.publico.pt/2025/03/11/politica/noticia/tres-perguntas-pairam-empresa-montenegro-2125506
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