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Nos últimos dias, tenho dado conta de que se fala cada vez mais em drones e em ataques feitos com estes disposoitivos. Temos também assistido, a partir dos blocos noticiosos, a diversos relatos de aeronaves russas que violam o espaço aéreo de países pertencentes à NATO. Embora sem danos diretos, estes voos podem ter diferentes causas e diversas intenções, desde logo, permitir testar as defesas anti-aéreas e os tempos e formas de reação de cada país a um ataque russo.

Dsta vez, três caças entraram no espaço aéreo da Estónia e, de acordo com o governo deste país, não tinham "autorização" para o fazer e voaram "durante 12 minutos antes de serem interceptados por F-35 italianos," que estariam na região a participar "numa missão de vigilância do Báltico." Estas aeronaves, não responderam a nenhum a tentativa de "comunicação de rádio bidirecional com o controlo de tráfego aéreo da Estónia e não tinham planos de voo," o que constitui desde logo uma situação grave que podia mesmo ter levado ao abate dos caças. No caso da Estónia, esta foi a quarta vez este ano que tal aconteceu e já levou a que "vários líderes políticos europeus" condenassem "o incidente, entre os quais a ministro da Defesa da Lituânia, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, o chefe da diplomacia alemã, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, bem como os primeiros-ministros da Suécia e da Chéquia."

Situação idêntica tinha acontecido na Polónia, cerca de uma semana antes, "depois de mais de 20 drones russos terem entrado no espaço aéreo do país" e levando a que aviões da NATO tivessem mesmo chegado a abater alguns deles. Este incidente levou a que a NATO, tivesse, ainda no passado sábado, avançado com a ativação da "iniciativa militar Sentinela Oriental, criada para reforçar a defesa do flanco oriental." 

No caso da Polónia, este ato foi considerado como uma provocação, que deve ser levada a sério pela NATO, tendo ainda solicitado "uma reunião extraordinária do conselho de segurança da ONU." Entretanto, "dois caças russos sobrevoaram a baixa altitude a plataforma Petrobaltic, no Mar Báltico," violando a "zona de segurança da plataforma."

Sobre a mesma situação, Portugal, através de Paulo Rangel (Ministro dos Negócios Estrangeiros), "convocou o embaixador russo para pedir explicações" acerca da "invasão do espaço aéreo e da fronteira" da Polónia. Não nos podemos esquecer que o nosso país está, apesar de tudo, envolvido diretamente na defesa do espaço aéreo e marítimo europeu, seja através da sua participação ativa em missões da NATO, seja pela importância da sua localização geográfica, particularmente, da base das Lajes, sita nos Açores.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, já veio, no entanto, em defesa do seu homólogo russo, dizendo que se poderia ter tratado apenas de um "acidente," ou "um erro," embora estes atos estejam a ser vistos por algumas forças da NATO, como testes às defesas aéreas de países que fazem parte da organização, bem como, atos de provocação, para incitar a que outros países se envolvam na guerra. O perigo, é nunca sabermos de que lado é que ele está e, isso sim, é um perigo!

Fontes:

https://www.publico.pt/2025/09/19/mundo/noticia/estonia-denuncia-violacao-espaco-aereo-cacas-russos-2147853

https://sicnoticias.pt/mundo/2025-09-15-polonia-abate-drone-que-sobrevoava-edificios-do-governo-e3b559fa

https://sicnoticias.pt/especiais/guerra-russia-ucrania/2025-09-20-ucrania-sugere-resposta-energica-a-incursao-de-cacas-russos-na-estonia-bdbb0d64

https://sicnoticias.pt/pais/2025-09-11-portugal-convoca-embaixador-russo-por-causa-de-intrusao-no-espaco-aereo-polaco-1e881941

https://pt.euronews.com/2025/09/19/tres-cacas-russos-invadiram-o-espaco-aereo-da-estonia

https://expresso.pt/internacional/uniao-europeia/2025-09-19-estonia-denuncia-violacao-do-espaco-aereo-por-cacas-russos-e-solicita-reuniao-ao-abrigo-do-artigo-4-da-nato-7533e6fb

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publicado às 13:21

... e que ainda hoje nos faz tremer quando ouvimos falar em armas nucleares ou mesmo em energia nuclear, foi lançada há precisamente 80 anos.

Se acabou com a guerra? Não acredito que o tenha feito, pelo menos não no que se refere à situação na Europa.

Se era necessária e imprescindível o seu lançamento? Só se for por mostrar a força de uma grande potência, atacada, inferiorizada e que teve de se mostrar mais forte. É este o risco do nuclear. Não são as bombas... é quem está atrás do "botão".

Continua então a haver risco... continua então a ser preciso falar disto, todos os anos, todos os dias se preciso for. Para que ninguém se esqueça que a morte está apenas dependente da decisão de alguém. Alguém com poder em mandar...

O material usado para a primeira bomba ("Little Boy") foi o urânio 235. A bomba foi transportada pelo avião "Enola Gay" e o seu rebentamento "causou a morte imediata de 70.000 pessoas, um número que subiu para 140.000 no final daquele ano." Os efeitos foram agravados porque o engenho tinha sido programado para explodir acima do solo e não quando embatesse nele, ou seja, não houve qualquer absorção da energia que se espalhou por vários quilómetros. Na tarde do ataque, uma chuva negra começou a espalhar a radiação, que viria a matar milhares de pessoas e a causar danos irreversíveis em muitas outras.

O que ainda hoje está em causa - em termos históricos, podemos dizer que a bomba foi lançada "ontem", pois ainda há danos a serem atualmente descobertos, pessoas afetadas e seus descendentes ainda vivos - é se o seu lançamento era imprescindível para terminar com a guerra ou se foi apenas uma manifestação do poder americano. E este é um tema que ainda nos nossos dias é complicado de discutir...

Justificar-se-iam os milhares de mortos, ou teria havido outra forma de amedontrar os inimigos e fazê-los depôr as armas? Talvez isso nunca se venha a saber, principalmente devido à forma como a opinião pública à época era levada a entender a guerra e as suas consequências. Hoje vemos imagens terríveis, fotografadas e gravadas logo após a explosão, que nem sequer nos mostram exatamente o que ocorreu no local do impacto, mas na época, a quantas pessoas chegaram essas imagens? Poucas pessoas na Europa tinham acesso naqueles dias a ver as notícias na televisão (em Portugal a televisão pública chegaria em 1957) e ou jornais que chegavam às bancas eram, em muitos casos, sujeitos a censura prévia. Não houve o impacto que teria hoje, afinal, para muitos europeus e americanos foi o cessar de uma ameaça real - os ataques dos japoneses eram vistos como altamente eficazes e mortais, um risco ao qual tinha de ser posto cobro. Já para nem falar que na altura ninguém navegava na Internet... e há aqui muito mais a dizer e a analisar, ainda nos tempos que correm.

A descoberta da fissão nuclear que depois viria a dar origem à bomba, ocorreu "dois meses antes do início da Segunda Guerra Mundial," num laboratório de Berlim. Os três físicos, a que a bomba deve a sua origem, chamavam-se "Otto Hahn, Lise Meitner e Fritz Strassman." Perguntamo-nos para já, como é que começou a II Guerra Mundial.

Apesar de se apontar a invasão da Polónia (em 1939) pelas tropas de Hitler, como fator percursor deste conflito,houve vários acontecimentos que foram alargando as tensões que se viviam desde a Primeira Guerra. Esta invasão vem no seguimento da assinatura de um "Pacto de Não-Agressão" e de um protocolo secreto que tinha como uma das suas cáusulas a divisão do Leste da Europa entre si.

Aquando da invasão da Polónia, a Inglaterra e a França fizeram um ultimato aos alemães, que dois dias depois daria início ao ataque contra a Alemanha por parte destes países. Poucos dias depois, a Rússia (através do protocolo assinado entre as duas potências) avança também, invadindo a Polónia.

No entanto, temos de nos afastar um pouco e olhar também para o resto das anexações e tratados, que já tinham entretanto começado a delinear os dois grandes blocos que se oporiam: de um lado o Japão (que em 1937 tinha atacado a China), a Alemanha (que em 1938 tinha anexado a Áustria) e a Itália, do outro lado a União Soviética, a China e o Reino Unido. Em 1939, quando a Alemanha viola o Acordo de Munique assinado no ano anterior, ocupando as províncias resultantes do desmantelamento da Checoslováquia e a Itália anexa a Albânia, o clima já estava suficientemente quente para se evitar a Guerra.

O ataque dos japoneses a Pearl Harbour ocorreria em 1941e levaria os EUA a juntarem-se ao conflito, naquela que seria apelidada de "Guerra do Pacífico" e que levou a vários ataques (sobretudo aéreos) sobre Tóquio e outras cidades nipónicas. No mesmo dia em que decorria o ataque ao porto americano e que levou à morte de milhares de soldados, "a aviação japonesa atacou vários objetivos estratégicos: Manila, nas FilipinasMalásiaSingapura e Hong-Kong, enquanto as forças terrestres desembarcavam no Bornéu britânico e no Norte da Malásia; foi também por essa altura que a Tailândia foi ocupada." A guerra parecia estar a virar e, os americanos, não estavam a conseguir derrotar as tropas japonesas, apesar de vários ataques bem sucedidos. As perdas de vidas eram aos milhares de ambos os lados. Em junho de 1942, os EUA começam a ter novamente algum domínio e recuperam territórios entretanto perdidos para o inimigo.

Entretanto, Roosevelt receberia uma carta de Albert Eistein que o avisava da possibilidade da Alemanha estar a tentar fabricar uma bomba com grande capacidade destrutiva, o que levaria o presidente dos EUA a autorizar o início do Projeto Manhattan, "uma corrida para vencer a Alemanha no desenvolvimento de armas atómicas." Este projeto seria liderado pelo "físico Robert Oppenheimer (1904-1967)," e conduziria os EUA para os dois ataques mais mortíferos da história. A ideia seria a de criar algo que dissuadisse os alemães a usar a energia nuclear - o que mais tarde, viria a designar-se como "o princípio da destruição mútua assegurada (ou MAD), intimamente relacionado com a teoria da dissuasão" - mas o que aconteceu foi um ataque que matou milhares de pessoas.

Apesar dos progressos americanos, a guerra parecia estar a terminar com a queda da Alemanha no ocidente, mas o Japão ainda continuava a atacar territórios defendidos pelos americanos, incluindo a  dominava "a Indochina, grande parte da China continental, a Indonésia e muitas ilhas dispersas." Para os EUA, era impensável desistir e deixar de dominar o Japão, mas isso não iria ser facilmente conseguido. "Perante este cenário, o presidente americano Truman tomou a decisão de lançar a bomba atómica sobre Hiroshima." Iria seguir-se Nagasáqui a 9 de agosto, enquanto a URSS voltava a entrar no conflito, atacando "o Japão nos seus domínios continentais da Manchúria e da Coreia."

Depois do lançamento da bomba sobre Hiroshima, seria lançado um segundo engenho sobre a zona de Nagasáqui. Então, podemos afirmar que foi uma defesa e que era essencial o lançamento das bombas, ou terá sido um aproveitamento, um último recurso contra uma força que, apesar de todos os ataques, não se estava a deixar fragilizar?

A ONU, criada em outubro de 1945, viria, anos mais tarde, a propor um Tratado para evitar que Hiroshima e Nagasaki se viessem a repetir. Vários países assinaram o Tratado, mas nem todos se mantém longe da corrida ao armamento de destruição em massa. O Japão foi um dos países que nunca chegou a aderir ao "tratado da ONU sobre a proibição de armas nucleares, assinado em 2017."

Ver também:

https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/dia-internacional-para-a-eliminacao-188777

https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/75-anos-de-hiroshima-292410

https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/50-anos-contra-as-armas-nucleares-283933

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/cydzer73zd7o

https://www.publico.pt/2023/08/06/opiniao/opiniao/lancamento-bomba-atomica-78-anos-dilema-etico-2059311

https://sicnoticias.pt/olhares-pelo-mundo/2025-08-06-video-hiroshima-assinala-80-anos-da-bomba-atomica-13d06925

https://theconversation.com/80-anos-depois-o-que-aconteceu-com-os-sobreviventes-de-hiroshima-e-nagasaki-262756

https://www.infopedia.pt/artigos/$guerra-do-pacifico-(1941-1945)

 

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publicado às 20:10

Bem, que ainda falta contar os votos dos emigrantes e que ainda podemos ter mais algumas alterações no Parlamento, todos sabemos, mas hoje venho dar aqui destaque a outros dois atos eleitorais que se realizaram na Europa. 

Na Roménia, as eleições presidenciais foram ganhas pelo "candidato independente pró-ocidental Nicusor Dan," que conseguiu, este domingo, "54%" dos votos. "O seu concorrente, o candidato da extrema-direita George Simion," ficou com "46% dos votos." Mas... e não havia mais nenhum candidato a concorrer? A verdade é que, na primeira volta, realizada a 4 de maio, o vencedor tinha sido "George Simion, o pouco conhecido candidato da extrema-direita. No entanto, as intenções mudaram em apenas "duas semanas" com Nicusor Dan, defensor da UE, a conseguir "dar a volta ao resultado e passar para a frente."

O partido "Aliança para a União dos Romenos - um pequeno partido nacionalista de extrema-direita," de Simion, defendia entre outras coisas, "a integração da Moldova e do sudoeste da Ucrânia na Roménia, o que lhe valeu a proibição de entrar nesses países."

Estes resultados mostram a dicotomia existente no país, ficando assim o "futuro presidente" com um grande desafio em mãos: a reunificação do país." Nicusor Dan, terá ainda de lidar com "a turbulência económica que se aproxima e que assola a Roménia." A Ucrânia e a Moldova não ficaram indiferentes a este resultado, "num momento crucial" para toda a UE, uma vez que se espera que o "presidente eleito," trabalhe "com a atual maioria pró-ocidental no parlamento." Nestas que foram consideradas as eleições mais importantes desde o "fim do comunismo" na Roménia, a polémica tem sido uma constante. A primeira volta, em dezembro, acabou por  ser "anulada" pelo "Tribunal Constitucional, numa decisão inédita, por suspeita de ingerência russa, que teria beneficiado nas redes sociais, nomeadamente no TikTok, o candidato pró-russo Calin Georgescu."

Já na polónia, tudo aponta para a vitória de Rafał Trzaskowski, na primeira volta que também se realizou este domingo, "contra o rival de direita, Karol Nawrocki." A segunda volta irá disputar-se "a 1 de junho." Trzaskowski, do "partido Plataforma Cívica," de onde é também o "primeiro-ministro Donald Tusk," conseguiu "30,8% dos votos, enquanto Nawrocki, apoiado pelo partido populista de direita Lei e Justiça (PiS), obteve 29,1%." Neste caso, estavam em disputa "13 candidatos" (11 homens e 2 mulheres) e nenhum deles conseguiu ter "mais de 50% dos votos, sendo necessária uma segunda volta, que vai agora ser influenciada pelo sentido de voto dos derrotados." Segundo as projeções, o "terceiro colocado será Slawomir Mentzen, candidato da Confederação (extrema-direita), com 15,4% dos votos."

Em ambos os casos, a extrema direita saiu, para já, derrotada. 

Fontes:

https://pt.euronews.com/my-europe/2025/05/18/candidato-pro-ue-lidera-presidenciais-cruciais-na-romenia-segundo-sondagens-a-boca-das-urn

https://expresso.pt/internacional/europa/2025-05-18-eleicoes-presidenciais-na-polonia-candidato-pro-europeu-vence-rival-populista-por-pequena-margem-na-primeira-volta-4dfbe263

https://www.dn.pt/internacional/europe%C3%ADsta-dan-vence-presidenciais-na-rom%C3%A9nia-e-ue-respira-de-al%C3%ADvio

 

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publicado às 23:05

No dia 27 de janeiro de 1945, soldados das forças soviéticas chegaram ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, onde encontraram aqueles que tinham ficado para trás. Começo por aconselhar a vossa pesquisa sobre esta data - existe muita informação, espalhada por aí. Reforço ainda que esta data não deve ser esquecida! Um dos primeiros locais que vos convido a visitar é o site "A Enciclopédia do Holocausto", onde encontram diversa informação sobre o tema.

"À medida em que as tropas aliadas penetravam na Europa, em uma série de ofensivas contra a Alemanha, os soldados começaram a encontrar e a libertar os prisioneiros dos campos de concentração, muitos dos quais haviam sobrevivido às marchas da morte para o interior da Alemanha. As forças soviéticas foram as primeiras a se aproximar de um campo nazista de grande porte, chegando ao campo de Majdanek próximo de Lublin na Polônia, em julho de 1944. Surpreendidos pelo rápido avanço soviético, os alemães tentaram demolir o campo numa tentativa de ocultar as evidências do extermínio em massa que haviam cometido."

Neste dia, começava a ser posta a descoberto "a escala das atrocidades cometidas pelo regime nazi naquele e noutros locais.

"6 milhões de judeus, minorias e dissidentes políticos foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial pelo regime nazi," e para que isto não se repita, há que lembrar o que se passou e não deixar disseminar as ideologias que, ainda hoje, passados 80 anos, dizem que foi tudo uma invenção.

Assinalando hoje o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e os 80 anos que passaram sobre a libertação de Auschwitz, António Guterres, chefe das Nações Unidas, ressalta durante o seu discurso "que a lembrança dos eventos do Holocausto é um bastião contra a difamação da humanidade e um apelo à ação coletiva para garantir o respeito pela dignidade e pelos princípios fundamentais."

Os campos de concentração nazi foram erguidos na Alemanha em março de 1933, logo depois de Adolf Hitler se ter tornado Chanceler e do seu Partido ter recebido "o controle da polícia pelo Ministro do Interior do Reich, Wilhelm Frick, e pelo Ministro do Interior prussiano, Hermann Göring." Estes campos eram usados "para prender e torturar" aqueles que eram considerados como "adversários políticos e sindicalistas." Inicialmente, cerca de "45 mil prisioneiros" deram entrada nestes campos. Estima-se que em janeiro de 1945, estivessem em campos de concentração cerca de "715 000" pessoas. Além dos campos de concentração, onde existiam "bases de recursos de trabalho forçado para empresas alemãs," foram também criados "os campos de extermínio." Estes campos foram estabelecidos com apenas um objetivo: matar! Nestes campos, foram assassinadas milhares de pessoas, de todas as idades, a uma escala praticamente "industrial" não só de judeus, mas também de eslavos, comunistas, homossexuais e outros que os nazistas consideravam "Untermensch" (povos inferiores) ou indignos de viver," através das "câmaras de gás." 

Este genocídio do povo judeu por toda a Europa foi a solução encontrada pelo "Terceiro Reich para a questão judaica", o que hoje designamos coletivamente por Holocausto. 

Mas aqueles que conseguiram sobreviver, nunca chegaram a ver a sua vida reposta nem foi feita justiça ao que ali sofreram, muito menos chegou alguma vez a ser feita justiça às mortes causadas às mãos dos nazis.

A "segregação da população judaica na Alemanha," começou com "as leis de Nuremberga," introduzidas a "15 de setembro de 1935 pelo Reichstag, numa reunião especial durante o comício anual em Nuremberga do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães." O objetivo era obrigar à "Protecção do Sangue Alemão e da Honra Alemã." Em "26 de novembro de 1935", as leis foram corrigidas para incluírem, além da população judaica, "os ciganos e os negros." No ano seguinte, "depois dos Jogos Olímpicos de Verão de 1936," que se realizaram em Berlim, começaram as perseguições sob pretexto de pôr em prática estas leis.

"As Leis de Nuremberga tiveram um impacto económico e social incapacitante na comunidade judaica. As pessoas suspeitas de violar as leis do casamento eram detidas, e (a partir de 8 de março de 1938) após terem cumprido as suas condenações, eram novamente presas pela Gestapo e enviadas para campos de concentração nazis."

"Em 1938, já era difícil, se não impossível, os emigrantes judeus encontrarem um país que os aceitasse. Os esquemas para as deportações em massa, como o Plano Madagáscar, mostraram-se impossíveis de realizar, e a partir de meados de 1941, o governo alemão deu início à exterminação em massa dos judeus na Europa." Este plano consistiu numa tentativa de "transferir a população" judaica "da Europa para a ilha de Madagáscar," proposta pelo governo nazi, depois da França entregar a sua colónia à "Alemanha, como parte dos termos de rendição franceses," na 2ª Guerra Mundial. Este plano, acabou por não ir em frente e foi substituído, por uma "evacuação para o leste," mas que não era nada mais nada menos do que a expulsão e perseguição dos judeus em direção ao leste da Europa.

 

Fontes:

https://www.presidencia.pt/atualidade/toda-a-atualidade/2025/01/presidente-da-republica-assinala-o-80-o-aniversario-da-libertacao-do-campo-de-concentracao-e-exterminacao-de-auschwitz-e-o-dia-internacional-em-memoria-das-vitimas-do-holocausto/

https://expresso.pt/podcasts/o-mundo-a-seus-pes/2025-01-27-80-anos-de-libertacao-de-auschwitz-os-sobreviventes-estao-a-enfrentar-uma-vaga-de-antissemitismo-comparavel-a-dos-anos-30-e-40-082fa212

https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Nuremberg

https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_nazistas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_exterm%C3%ADnio

https://news.un.org/pt/story/2025/01/1844016

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/liberation-of-nazi-camps

 

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publicado às 14:03

II Guerra Mundial - 80 anos já se passaram

por Elsa Filipe, em 01.09.19

Hoje completo 36 anos, mas a data que venho assinalar não é de todo a minha. Quis apenas a coincidência que calhassem ambas no mesmo dia.

Assinalam-se hoje 80 anos da invasão da Polónia por parte da Alemanha. Esta invasão daria origem a uma reação da Inglaterra e da França que declaram guerra a Hitler apenas dois dias depois.

Em 1931, o Japão tinha invadido a Manchúria e, em 1934, a Etiópia tinha sido anexada por Itália. Em 1937 é o Japão que invade a China. A situação era crítica em muitas regiões do globo, com a assinatura do “Pacto Anticomintern” pela Alemanha e pelo Japão a mostrarem uma clara oposição à União Soviética e ao "movimento comunista internacional." A Itália viria a assinar meses depois o mesmo pacto. Em 1938, a "Alemanha anexa a Áustria."

A 29 de setembro de 1938, a "Alemanha, a Itália, a Grã-Bretanha e a França" tinham assinado o Acordo de Munique, forçando a República da Tchecoslováquia a ceder a região dos Sudetos." Em 1939, foi criada a República da Eslováquia, levando os alemães a ocupar "as províncias desmanteladas da Tchecoslováquia, em violação ao Acordo de Munique." É então formado o "Protetorado da Boémia e da Morávia." Ainda em abril de 1939, a Itália anexou a Albânia.

A 23 de agosto de 1939, a Alemanha nazi e a União Soviética "assinam um Pacto de Não-Agressão e um protocolo secreto dividindo o Leste europeu sob suas esferas de influência." Poucos dias depois, dá-se a invasão da Polónia, levando a uma resposta por parte da Inglaterra e da França, que "responderam de imediato com ultimatos, exigindo o recuo das tropas até às fronteiras pré-estabelecidas." A 17 de setembro, forças russas também invadiram o país, selando aquilo que tinha ficado estabelecido no Pacto de Não-Agressão assinado semanas antes e que, "continha uma cláusula secreta" segundo a qual os dois países dividiriam a Polónia entre si. "Posteriormente, milhares de polacos combateriam integrados nos exércitos aliados tanto no ocidente como no leste. Após o final da II Guerra Mundial, a Polónia ficou sob influência da União Soviética, integrada no que ficou conhecido como Bloco de Leste."

Portugal, governado por Salazar, declarou neutralidade, mas não obstante essa decisão, não deixou de participar no conflito, conforme ia dando mais jeito. Uma das formas de participação indireta, consistiu na venda de volfrâmio. Este minério foi essencial ao esforço de guerra dos dois lados do conflito e permitiu até que o país crescesse economicamente com estas exportações. Estas exportações levariam a um clima de tensão entre Portugal e os Aliados, chegando mesmo a haver o risco de "um golpe de Estado em Lisboa" promovido pela embaixada Britânica em 1944.

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/portugal-e-o-dia-d-como-salazar-escapou-por-um-triz_n1152272

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/world-war-ii-key-dates

https://ensina.rtp.pt/artigo/a-invasao-da-polonia/

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publicado às 12:16


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