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O que as eleições nos EUA nos dizem?

por Elsa Filipe, em 06.11.24

Trump é o vencedor das eleições americanas, "depois de ter vencido as eleições presidenciais norte-americanas à candidata democrata, Kamala Harris."

As eleições americanas são de facto bastante diferentes daquilo a que estamos acostumados a ver por cá. Desde logo, pela organização do Congresso (que poderíamos comparar ao nosso Parlamento) e que está "dividido entre Câmara dos Representantes (435 lugares), a câmara baixa do Congresso, e do Senado (100 lugares), definida como câmara alta do Congresso norte-americano."

Uma das caraterísticas a ter em conta é que não será votada a totalidade da câmara alta do Congresso - "composta por 100 senadores (dois por cada estado do país, independentemente do número de habitantes)" - mas sim "um terço, ou seja, 34 lugares," nos quais se incluem "os altos cargos do Governo e dos juízes do Supremo Tribunal Federal."

Trump, apresentou-se usando "a mesma retórica populista e anti-imigração que o fez conquistar, em 2015, o apoio da ala mais conservadora do Partido Republicano e atraiu antigos eleitores democratas desiludidos com a estagnação económica e um sistema político que sentiam ser injusto." E esta retórica fê-lo ganhar as eleições, conseguindo "pela primeira vez o voto popular numa eleição, algo que não conseguiu nem em 2016 contra Hillary Clinton nem em 2020 contra Biden."

A maior das suas apostas era o "controlo da imigração ilegal", definindo como prioridade "continuar a construção do muro na fronteira com o México e travar a entrada de pessoas não autorizadas." Além disso, prometeu que faria a maior deportação "em massa de imigrantes ilegais de sempre." E mesmo assim, os americanos acharam que este seria o caminho a seguir e deram-lhe o seu voto, tendo o candidato ganho o condado da Flórida onde existe uma graande comunidade hispânica. 

Trump afirmou também que, caso "fosse eleito, colocaria um fim à guerra da Rússia contra a Ucrânia em 24 horas com um par de telefonemas." O que significariam esses "telefonemas" para nós, europeus e membros na NATO e da UE?

A tomada de posse será apenas em janeiro de 2025, mas as consequências já começam a ser visíveis, por exemplo na bolsa de valores, onde o euro começou a perder valor perante o dólar. Órban, presidente da Hungria, já veio felicitar e mostrar o seu apoio a Trump. 

Kamala perde por vários motivos, mas um dos principais foi o descontentamento "de parte do eleitorado norte-americano face ao apoio incondicional dos Estados Unidos a Israel."  Devido ao apoio demonstrado a Telavive, muitos ativistas garantiram que não irão dar o seu voto à democrata Kamala Harris, "direcionando o seu voto para candidatos independentes."

Esta demoonstração de insatisfação com o apoio dado a Israel "tem sido visível desde as eleições primárias, no início do ano, quando milhares de democratas decidiram votar em branco." No entanto, é Trump quem se tem mostrado um grande apoiante de Netanyahu.

Fontes:

https://sicnoticias.pt/especiais/eleicoes-nos-eua/2024-11-06-video-donald-trump-regressa-a-casa-branca-como-presidente-dos-estados-unidos-8060a5bc

https://sicnoticias.pt/especiais/eleicoes-nos-eua/2024-11-06-republicanos-asseguram-maioria-no-senado-dos-estados-unidos-341e66f5

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/donald-trump-reivindica-vitoria-politica-nunca-antes-vista_e1612788#article_content_1612841

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publicado às 20:18

O 5 de Outubro contado desde os seus alicerces

por Elsa Filipe, em 05.10.24

Conhecemos o que se passou a 5 de outubro de 1910 e que veio a ditar que amanhã se assinale a Implantação da República, proclamada por José Relvas da varanda da Câmara Municipal de Lisboa, mas muitos factos acabam por ficar esquecidos, tais como as conferências da geração de 70, a implicação do Ultimato Inglês ou a formação dos partidos políticos que iriam mudar o país.

O Republicanismo não era uma ideia nova em Portugal. Já em 1820, a ideia começava a dar ares da sua graça durante a Revolução Liberal, mas é em 1883 que o Partido Republicano Português é finalmente fundado. O objetivo defendido pelos republicanos "era o de substituir a monarquia e a figura do rei por um regime presidencial apoiado numa assembleia que reunisse representantes votados pela população."

Se até ao início do século XIX, Portugal poderia ser considerado uma grande potência europeia, com o Brasil a proclamar "a sua independência em 1822," Portugal fica "privado da sua principal fonte de receitas" e teve "de reconfigurar a sua economia, apostando na indústria e reativação da agricultura para aumentar a produção interna."

Portugal vivia numa democracia constitucional, (reflexo das ideias das Revoluções Americana e Francesa e das revoluções liberais), a ser governado por "dois partidos, o Regenerador e o Progressista, ambos fiéis ao rei." 

No entanto, a instabilidade causada pelas lutas "entre liberais e absolutistas que se estenderam até 1834 não permitiram o arranque económico." O país ia passando por sucessivos conflitos internos que levaram a tentativas de implementar diversos projetos políticos e económicos, dos quais se destacam as propostas setembristas e cabralistas. Desde logo o "projeto setembrista" (primeiro em 1836 e mais tarde em 1842), tentou "estimular a indústria através de medidas protecionistas," enquanto o cabralismo, (que 1842 sucedeu ao projeto setembrista e, novamente em 1846), embora seguindo também por ideais protecionistas, lançou um amplo pacote de reformas tendentes a obter receitas, através de mais impostos e de impopulares reformas políticas," acabou por lançar "o país em revoltas anti fiscais, como foi o caso da Maria da Fonte," provocando uma "nova guerra civil entre 1846 e 1847."

Em 1851, a Regeneração, permitiu o lançamento do desenvolvimento material e trouxe uma aparente estabilidade ao país.

Nos anos 70, debatia sobre os problemas do país um grupo de intelectuais, naquelas que seriam chamadas as "conferências democráticas, também conhecidas como conferências do casino." Este grupo, onde se incluiam entre outros, "Antero de Quental, Eça de Queiroz, Oliveira Martins e Teófilo Braga," era designado pela "geração de 70," e debruçava-se sobre os problemas do país, aproveitando "a onda de mudança que se vivia noutros pontos da Europa." Receando a interferência destes na política e nas "leis" do país, a coroa acabou por interromper e proibir a realização destas conferências, através de uma portaria emitida em 1871.

D. Luís e D. Carlos não conseguiam pôr cobro às sucessivas revoltas e chegaram a recorrer "amiúde à dissolução do parlamento, forçando eleições, mas as mudanças nunca resultavam e apenas descredibilizavam o sistema político português."

A 11 de janeiro de 1890, "Inglaterra lança um ultimato a Portugal para que abandonasse o território entre as suas colónias africanas de Angola e Moçambique," acabando com a proposta do “mapa cor-de-rosa” que Portugal queria impôr. "O Governo português, com o apoio do rei D. Carlos, cede de imediato ao Ultimato, gerando reações nacionalistas e antibritânicas, assim como um movimento de contestação à Monarquia."

O Parlamento acabou por ratificar "um tratado anglo-luso," que acabaria por conduzir ao fim "do regime monárquico em Portugal" e à "emergência do movimento republicano."

Esta cedência do rei e do próprio Parlamento, causou ações em resposta.

Um dos opositores ao regime monárquico foi Guerra Junqueiro, que também fazia parte do grupo de notáveis da Geração de 70, e que viria depois a tornar-se uma das personagens relevantes na Implantação da República. A imprensa incentivava o ódio contra os ingleses:  “Nas lojas de Lisboa, não se vendia a ingleses; nos alfaiates, não se costuravam figurinos ingleses; nas docas, não se descarregavam barcos ingleses; nos hotéis, não havia quartos para ingleses. (...)" 

Um ano depois do Ultimato, a 31 de Janeiro de 1891, ocorre na cidade do Porto "a primeira tentativa de implantação da República em Portugal."

"Alves da Veiga, advogado republicano," chegou mesmo a subir "à varanda da Câmara Municipal do Porto para proclamar a República. Boa parte da acção foi organizada por militares e, no empolgamento, foi esmagada por outros militares fiéis ao monarca. Os líderes do golpe exilaram-se e mais de quinhentos revoltosos foram presos."

Este acontecimento, apesar do fracasso, viria a trazer importantes lições "sobre o que não se fazer quando se quer derrubar um rei."

Do ponto de vista republicano, "só um verdadeiro governo baseado nos ideais liberais da Revolução Francesa – Liberdade, Igualdade, Fraternidade – podia responder aos problemas do país." Parte desta revolta foi também a composição de "A Portuguesa", por "Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça," que se mostrou como um autêntico "manifesto de nacionalismo e de resistência aos britânicos." Este seria "adotado como Hino Nacional após a Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910."

Fontes:

https://ensina.rtp.pt/explicador/os-obstaculos-a-modernizacao-portuguesa-na-primeira-metade-do-seculo-xix/

https://ensina.rtp.pt/artigo/a-suspensao-das-conferencias-do-casino/

https://ensina.rtp.pt/artigo/guerra-junqueiro-1850-1923/

https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/Ultimato-britanico.aspx

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publicado às 22:04

O almirante que não chegou a ver a República

por Elsa Filipe, em 04.10.24

De origem Cabo-verdiana, Cândido dos Reis nasceu em 1852 e morreu em 1910, na Travessa das Freiras, em Arroios e foi uma das figuras que preparou a revolução mas que acabou por não assistir à mesma. Por esse e outros motivos, acabou por ficar pouco conhecido da maioria dos portugueses, mas este vice-almirante teria um papel muito relevante "na insurreição republicana iniciada em Lisboa à uma da manhã" do dia 4 de outubro de 1910. No entanto, tudo correu mal e ele não chegou a "comandar a marinha de guerra," como estava previsto.

Como combinado, o almirante cobriu a farda de gala com um sobretudo e ficou "no Cais da Viscondessa" a aguardar "transporte para os navios de guerra fundeados no Tejo – os cruzadores S. Rafael, Adamastor e D. Carlos." Mas à "hora marcada, não encontrou o barco previsto, acabou por tentar embarcar noutro, que não estava pronto para navegar, e por fim vieram dizer-lhe que tudo falhara."

Alguém lhe etrá comunicado que estava tudo tranquilo em Lisboa e Cândido "acabou por se recolher à casa de uma irmã, na rua D. Estefânia. Durante a madrugada, concluiu provavelmente que a aventura revolucionária só servira para o comprometer."

Na manhã de 05 de outubro, Cândido de apenas 58 anos, apareceria "morto na travessa das Freiras, em frente ao hospital de Arroios. Matara-se com um tiro de pistola." Nunca chegaria a saber que "os navios de guerra acabaram mesmo por se revoltar e que umas centenas de sargentos e de soldados insurrectos, acampados na Rotunda (hoje praça Marquês de Pombal), resistiriam o tempo necessário para a monarquia constitucional se desconjuntar." Por um lado, este suicídio, bem como as fugas que ocorreram a essa data, vieram revelar "o carácter caótico da conspiração."

Para que os revolucionários não desmotivassem ao saber do suicídio, chegaram mesmo a "imprimir um panfleto a anunciar que" Cândido dos Reis era o vice-almirante responsável pelo avanço das "tropas da marinha," fazendo com que muita gente tenha acreditado que era ele "quem dirigia a revolução."4

De facto, as primeiras "grandes cerimónias da república" foram mesmo as exéquias de Cândido dos Reis e do médico "Miguel Bombarda, considerado o chefe civil da revolução" acabou por ser "assassinado por um doente na manhã de 3 de Outubro," o que "fez recear a revolução." Se no caso da morte do vice-almirante, "a hipótese de suicídio" tivesse sido "sustentada por um estudante que lhe dedicou uma tese defendida na Faculdade de Medicina de Lisboa em Dezembro de 1911," o caso de Miguel Bombarda terá sido mesmo um atentado.

Sem a participação de Reis ou de Bombarda, provavelmente a revolução republicana não teria acontecido em outubro de 1910. A função de Cândido dos Reis, que pertencia à maçonaria, teria sido a de "recrutar oficiais na marinha e no exército para um golpe armado contra a monarquia constitucional."

"Na última reunião dos conspiradores, às oito meia da noite de 3 outubro," Cândido dos Reis mostrou ser um dos mais decididos, mas o governo tinha posto "a guarnição de Lisboa de prevenção," e isso fez com que alguns achassem "que tudo devia ser adiado. Reis, extremamente exaltado, contrariou a tendência" da maioria. 

Além de ser maçon, Reis também se dava "com jornalistas republicanos." No entanto, "nada disso o impedira de fazer uma carreira cheia de promoções e de condecorações na marinha, com serviço nas colónias," sendo também bastante estimado pelo "rei D. Carlos," que o considerava um “homem de bem”.

Bombarda, que "também não era militante do PRP," era um "crente na ciência como única base legítima do conhecimento, e como tal inimigo do clero católico tradicionalista, especialmente dos jesuítas." No entanto, "isso não o impedira de ser deputado da monarquia e de apoiar o primeiro governo nomeado por D. Manuel II em 1908."

Bombarda só aderiria ao ideal revolucionário em "1909, quando julgou perceber que a influência clerical apenas poderia ser desfeita através de uma mudança de regime."

O suicídio de Cândido dos Reis é muito significativo, principalmente devido à sua reputação de “austeridade”, de vida “espartana”. Era um homem simples e "de opções violentas, que não aceitava calculismos nem transigências." Terá até referido várias vezes que o suicídio seria uma possibilidade caso a revolução fracassasse, repetindo em cada reunião que seria “vitória ou morte."

Nessa madrugada, "o almirante não deve ter suportado a ideia" de vir a ser preso, julgado e deportado.

"Mais do que os tribunais da monarquia, receava provavelmente a imprensa republicana, que havia de o culpar pela precipitação e pelo fracasso do golpe," lembrando-se como tinha terminado "a sublevação do 31 de Janeiro de 1891, no Porto, com a imprensa republicana a renegar a iniciativa e os presos a acusarem-se uns aos outros."

Também os "nove oficiais do exército que deviam ter comando as tropas concentradas na Rotunda" fugiram, e os "líderes do Partido Republicano" acabaram por se esconder e desaparecer: "a maioria só tornou a ser vista na tarde do dia 5 de outubro," já depois de ter sido "proclamada a república."

Foi possivelmente devido às más comunicações que o vice-almirante se acabou por ver "sozinho na madrugada do dia 4 e acreditou que tudo falhara. Mas este caos também salvou a revolução. Se a conspiração tivesse tido uma estrutura centralizada, dirigida por Reis, a sua morte poderia ter comprometido tudo."

Este movimento, que acabou por não ser liderado pelo Partido Republicano, acabou por corresponder em vez disso "à divisão e à alienação das elites da monarquia constitucional," e a revolução acabou assim por ser organizada por dissidentes da monarquia, como Bombarda, e consumada por activistas desconhecidos, como Machado Santos."
 
Será que com Bombarda e Reis, vivos, os primeiros governos teriam tomado outro rumo?
 
Fontes:
 
 
 
 

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publicado às 13:29

Biden dá a vez a Kamala Harris

por Elsa Filipe, em 22.07.24

Depois de inúmeras situações em que as condições de Joe Biden para continuar na corrida à Casa Branca foram postas em causa, ontem o atual presidente dos EUA, acabou mesmo por desistir da sua candidatura e de mostrar o seu apoio à candidatura da sua atual vice-presidente.

A situação não é nova nos EUA. "A última vez que um presidente americano em exercício abandonou a campanha para a reeleição foi em 1968 e o protagonista foi Lyndon Baines Johnson." Joe Biden saiu, na opinião de vários comentadores (e na minha também) por ter sido "empurrado" tantos pela alta esfera democrata, como pelos patrocinadores da campanha, devido aos resultados das sondagens que têm mostrado o baixo apoio demonstrado pelos próprios democratas. A situação piorou depois de Biden, de 81 anos, se ter mostrado muito fragilizado tanto física como cognitivamente, durante "um debate televisivo com Donald Trump, a 27 de junho. Neste debate, Biden mostrou "dificuldade em refutar as afirmações muitas vezes falsas do seu oponente, deu as suas próprias respostas de forma desconexa e, por vezes, olhou fixamente para o espaço." Nos dias seguintes, nas entrevistas e aparições públicas que se sucederam e que serviriam tranquilizar os eleitores e o seu próprio partido, Biden não convenceu, parecendo sempre cansado.

No comunicado transmitido ontem à noite, Biden afirma-se profundamente "agradecimento à sua equipa, em especial à vice-presidente Kamala Harris "por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho".

A decisão do Partido Democrático ainda não está tomada e só será oficializada durante a Convenção Nacional que acontecerá a 19 do próximo mês. Kamala Harris está a receber já apoio de outros democratas, como é o caso do "governador da Califórnia, Gavin Newsom," do "secretário dos Transportes, Pete Buttigieg," e do "governador da Pensilvânia, Josh Shapiro." Além destes, também a "ex-candidata democrata à presidência Hillary Clinton, o ex-presidente Bill Clinton e o ex-secretário de Estado John Kerry", bem como a atual "senadora do Massachusetts, Elizabeth Warren, e a senadora do Minnesota, Amy Klobuchar, que concorreu contra Biden para a nomeação em 2020," mostraram já o seu apoio a Kamala Harris.

Kamala Harris poderá vir a ser a primeira mulher a assumir a presidência dos EUA.

Kamala tem 59 anos e cresceu em Oakland, na Califórnia. É filha de pai "jamaicano-americano e mãe indiana tamil."  Formou-se em direito, tendo-se tornado "procuradora distrital, subindo no sistema jurídico da Califórnia antes de ser eleita procuradora-geral do estado em 2010", função para a qual foi reeleita em 2014. Em 2016, foi "eleita para o Senado dos EUA," onde substituiu "a senadora democrata Barbara Boxer."

Em 2019, Kamala chega a lançar a sua campanha, como opositora de Biden, mas depois de alguns fracos resultados, acaba por entrar com ele na campanha às presidenciais em 2020. Quando ganharam as eleições, "Harris tornou-se a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa de origem sul-asiática a servir como vice-presidente dos EUA de uma só vez." Como vice-presidente, ela recebeu de Biden uma pasta com "questões imponentes, entre as quais a imigração e o direito de voto - questões profundamente polémicas que só poderiam ser abordadas através de legislação importante, algo que, por sua vez, exigia o apoio de uma supermaioria do Senado que os democratas não dominavam." As reformas que defendeu, nunca tiveram "sucesso no Capitólio" e o esforço feito "para resolver os problemas de imigração", foram postos em causa numa entrevista em que se mostrou bastante "irritada quando lhe perguntaram porque é que ainda não tinha visitado a fronteira entre os Estados Unidos e o México."

Donald Trump refere que será mais fácil vencer Kamala Harris, caso seja ela a candidata democrata, desvalorizando as suas competências e a sua determinação para assumir a presidência, aproveitando ainda para acusar Biden de ser "corrupto" e "inapto" e acusa ainda "toda a sua equipa de ter mentido sobre a capacidade do presidente dos EUA." 

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/kamala-harris-avanca-para-a-corrida-a-casa-branca-quais-sao-os-passos-seguintes_n1587802

https://pt.euronews.com/2024/07/22/quem-e-kamala-harris-e-sera-ela-a-primeira-mulher-presidente-dos-eua

https://pt.euronews.com/2024/07/21/joe-biden-desiste-da-corrida-a-casa-branca

 

 

 

 

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publicado às 14:30

Tentativa de assassinato a Donald Trump

por Elsa Filipe, em 14.07.24

Ontem, enquanto discursava num comício na zona da Pensilvânia, Donald Trump foi atingido por um disparo que, felizmente para o candidato à presidência dos EUA, lhe passou apenas de raspão na orelha. Os serviços secretos agiram de imediato, mas têm estado a ser criticados por não terem antecipado quer a presença de um atirador, quer a possível presença de um segundo atirador que viesse a disparar contra o candidato que acaba por ficar desprotegido em diferentes momentos.

Apesar de não ter ficado com ferimentos graves, Trump recebeu assistência hospitalar e, atribuiu "a Deus" o facto de ter sobrevivido. No entanto, registaram-se duas mortes na sequência do ataque: um "apoiante de Trump" que estava com a família a assistir ao comício, "e o presumível atirador, abatido pelos serviços secretos." Outras duas pessoas ficaram feridas.

"O suspeito," que o FBI identificou como sendo Thomas Mathiew Crooks, de 20 anos, é ao que parece também ele Republicano. Crooks "estava no telhado de um edifício próximo do palco, mas fora do perímetro de segurança do comício, na posse de uma arma automática" a cerca de 60 metros do palco. Fica a questão de como é que conseguiu chegar àquele local sem ser visto, transportando munições, apetrechos e uma arma de grandes dimensões. O atirador dispara oito tiros e acaba por ser abatido por quatro.

Fontes:

https://www.publico.pt/2024/07/13/mundo/noticia/donald-trump-retirado-placo-sangrar-apos-som-tiros-interromper-comicio-2097510
https://sicnoticias.pt/mundo/2024-07-14-video-o-sangue-era-visivel-por-todo-o-lado-testemunha-relata-momento-do-ataque-contra-trump-b9e98fc5

 

 

 

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publicado às 14:10

Depois dos resultados obtidos pela extrema direita nas últimas eleições europeias, Macron marcou eleições antecipadas e os franceses fizeram valer a sua vontade dando a vitória à esquerda. Nas eleições para o parlamento europeu, o Grupo Renew Europe, venceu em França com mais de 31% dos votos.

Neste domingo, os franceses apresentaram-se em força para a segunda volta, na qual estão em causa 501 mandatos, uma vez que da primeira volta ficaram já atribuídos 76 lugares na Assembleia Nacional.

Apurados os resultados, a "Nova Frente Popular (NFP), a coligação de partidos de esquerda, foi o bloco mais votado e terá uma bancada com mais de 180 deputados na Assembleia Nacional", enquanto que o partido que apoia Emmanuel Macron, o Juntos, coseguiu um segundo lugar "com pelo menos 166 deputados." Já a União Nacional, onde se aliam os apoiantes da extrema-direita, obteve "143 lugares e, embora seja um resultado histórico para a antiga Frente Nacional, foi recebido como uma decepção perante o bom resultado da primeira volta."

Tendo-se manifestado contra a realização de eleições antecipadas e perante os resultados deste domingo, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, anunciou a sua demissão. No entanto, a mesma foi recusada pelo presidente francês Emmanuel Macron.

Apesar do pior cenário ter sido evitado, olha-se agora atentamente para o que se vai passar em França, uma vez que a mudança de quem está no poder, pode alterar diversas decisões políticas, especialmente no que respeita à economia onde o euro se reflete. Os parceiros europeus estão, no entanto, otimistas. A "expectativa é a de que possa haver um governo estável, apoiado pela Assembleia Nacional. A outra questão que está por responder é se o novo programa político que sair da futura coligação é compatível com os compromissos europeus." Poder-se-á dizer que aquilo que vier a "acontecer em França poderá ter impacto na guerra na Ucrânia, na diplomacia global e na estabilidade económica da Europa."

Fontes:

https://www.publico.pt/2024/07/07/mundo/noticia/franca-votase-eleicoes-legislativas-concorridas-desde-1981-2096699

https://expresso.pt/internacional/uniao-europeia/2024-07-08-eleicoes-em-franca-ue-respira-de-alivio-mas-nao-esta-tranquila-3c325334

https://pt.euronews.com/my-europe/2024/07/08/franca-macron-recusa-demissao-do-primeiro-ministro-gabriel-attal

 

 

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publicado às 23:00

Reino Unido já tem novo governo

por Elsa Filipe, em 06.07.24

Depois de 14 anos de executivos conservadores no governo do Reino Unido, o rei Carlos III indigitou na passada sexta-feira Keil Starmer, do Partido Trabalhista, como novo Primeiro-ministro.

O Partido Conservador, de Rishi Sunak, desde logo assumiu a esmagadora derrota a que foi submetido, tendo "o pior resultado da história, com a eleição de pouco mais de 110 deputados." Em contrapartida, o Partido Trabalhista conseguiu "eleger mais de 410 assentos parlamentares, bem acima dos 326 necessários para conseguir uma maioria." O partido dos Liberais Democratas fica em terceiro, "ultrapassando o Partido Nacional Escocês (SNP)." O Partido Reformista (Reform UK) - responsável pelo Brexit - elege dez deputados.

No que respeita a questões atuais de grande relevância, o governo de Labour, irá "continuar com uma política de apoio militar à Ucrânia, pelo menos até a eleição norte-americana." Já em relação à questão da Faixa de Gaza, é previsível que venha a ser apoiado o reconhecimento do Estado da Palestina.

Como curiosidade, "uma das primeiras tarefas que Keirs Starmer terá enquanto novo primeiro-ministro será escrever cartas aos comandantes dos quatro submarinos nucleares do Reino Unido, dando-lhes instruções sobre o que fazer no caso de um ataque nuclear que elimine o contacto dos submarinos com o Reino Unido. Estas instruções substituem de forma imediata as instruções do anterior primeiro-ministro, Rishi Sunak." Nos próximos dias, "o Reino Unido deverá estar representado ao mais alto nível na cimeira da NATO, organizada pelos Estados Unidos em Washington."

Além da indigitação do Primeiro-ministro, cabe também ao rei Carlos III, a "abertura oficial do Parlamento" no próximo dia 17 de julho. Nessa sessão, o monarca irá ler "o programa do governo para a sessão legislativa corrente."

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/eleicoes-historicas-no-reino-unido-trabalhistas-destronam-conservadores-com-vitoria-esmagadora_n1583986

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-07-05-keir-starmer-indigitado-primeiro-ministro-pelo-rei-carlos-iii--e-ja-tem-a-agenda-cheia--69fb47fe

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-07-05-video-eleicoes-no-reino-unido-

foi-um-cataclismo-na-politica-britanica--d23f8e81

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publicado às 17:21

Há poucos dias, fomos chamados a votar para as eleições europeias e, tal como algumas sondagens indicavam, "verificou-se uma ascensão da extrema-direita," que apesar de tudo "não foi suficiente para causar grandes alterações no bloco central do Parlamento, responsável pela distribuição dos cargos mais altos das instituições europeias."

Em França, país que elege 81 eurodeputados, "a vitória do partido de extrema-direita francês, Frente Nacional, levou o Presidente Emmanuel Macron a dissolver a Assembleia Nacional na noite eleitoral," e a convocar legislativas. De acordo com dados publicados pelo Parlamento Europeu, o "partido da extrema-direita União Nacional (Rassemblement national, RN, na sigla francesa) ganhou as eleições europeias de domingo com 31,37%." A situação em França torna-se assim cada vez mais instável.

Por cá, António Costa tem tido um forte apoio, inclusive da parte de Luís Montenegro, atual primeiro-ministro. Caso seja escolhido para o Conselho Europeu, Costa aparenta "reunir todo um conjunto de qualidades" para assumir a função específica de "coordenador do Conselho Europeu." Na sua primeira visita oficial a França, Montenegro, "fala nas qualidades europeístas, nos valores de solidariedade dentro da União e na capacidade de construir pontes entre os vários Estados-membros." O presidente da República, é também um forte apoiante de Costa para este cargo.

 

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/rtpeuropa-parlamento-europeu/marina-costa-lobo-diretora-do-instituto-de-ciencias-sociais-existiu-mais-estabilidade-e-continuidade-de-2019-para-2024-do-que-era-expectavel_v1579994

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/franca-extrema-direita-da-uniao-nacional-ganhou-com-3137_n1578314

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/primeiro-ministro-insiste-que-costa-tem-o-perfil-certo-para-presidente-do-conselho-europeu_v1580269

 

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publicado às 21:55

Eleições Europeias

por Elsa Filipe, em 04.06.24

No próximo domingo, dia 9 de Junho, teremos as eleições para o parlamento europeu.

No JN podemos encontrar um Inquérito de 30 perguntas que nos podem ajudar a comparar as nossas opiniões sobre diversos assuntos e o que diz cada um dos partidos sobre isso. Ao realizarmos esse inquérito, é possível saber com que percentagem nos identificamos mais com este ou aquele partido.

As eleições europeias que este ano se realizam, irão decorrer entre quinta e domingo, ou seja, de 6 a 9 de junho de 2024 - em que cada país da UE escolhe um dia de eleições. "Se é cidadão da UE, tem direito de voto nestas eleições, juntamente com 360 milhões de europeus." No passado domingo, muitos portugueses exerceram já o seu direito de voto de forma antecipada. Esta data serviu também para testar o uso de cadernos digitais, tendo sido detetadas falhas nestes sistemas, o que levou a alguns "constrangimentos nas mesas de voto." Estes cadernos digitais, permitem que os eleitores possam votar em qualquer mesa de voto, mesmo que não seja na sua área de recenseamento.

Não nos podemos esquecer que nem sempre tivemos este direito - o de votar, escolher, dar a nossa opinião -  e que por isso, a "democracia é um bem precioso, que nos foi transmitido pelas gerações anteriores."

É nossa obrigação, preservar esta mesma democracia, "reforçá-la e transmiti-la às futuras gerações. A forma mais eficaz de o fazer é votando - porque quanto mais pessoas votarem, mais forte a democracia se tornará." E você? Já se preparou para votar?

Fontes:

https://www.jn.pt/3865007347/30-perguntas-para-saber-qual-o-partido-com-que-mais-se-identifica-nas-europeias/

https://european-union.europa.eu/institutions-law-budget/european-elections-2024_pt

https://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigos/eleicoes-europeias-com-cadernos-de-voto-digitais-em-portugal-pela-primeira-vez-mas-ha-erros-para-corrigir

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Faleceu o Embaixador de Portugal em Cabo Verde

por Elsa Filipe, em 25.05.24

Paulo Jorge Lopes Lourenço tinha apenas 52 anos e terá sido, ao que se sabe, vítima de enfarte. O acontecimento deu-se ao final do dia de ontem, na cidade da Praia, depois de uma caminhada. Durante o dia, tinha participado "em atividades públicas no centro histórico da Praia e na Escola Portuguesa de Cabo Verde."

O corpo será repatriado para Portugal.

Paulo Lourenço, nasceu a 10 de março de 1972, em Angola e era "diplomata de carreira desde 1995." Desempenhou funções em Luanda, Londres, Sarajevo, Bósnia e Belgrado. Foi Consul-geral de São Paulo, no Brasol, entre 2012 e 2018 e, mais recentemente, chefe de direção geral de Política e Defesa Nacional entre 2020 e 2022, "funções nas quais negociou o novo programa-quadro de Defesa entre Portugal e Cabo Verde para o período 2022 a 2026."

Fontes:

https://observador.pt/2024/05/25/embaixador-de-portugal-em-cabo-verde-morreu-de-enfarte-cardiaco-fulminante/

 

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