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Dia Internacional da Paz

por Elsa Filipe, em 21.09.24

Assim devia ser, todos os dias e... em todo o lado.

Infelizmente, a paz é quase uma utopia, algo impossível de alcançar. Neste dia, os Estados deviam reforçar os ideais de paz, "através da observação de 24 horas de não-violência e de cessar-fogo em todo o mundo."

Mas o que temos?

Numa cultura de paz em que deveria prevalecer o "respeito pela vida, pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais," temos milhares de pessoas deslocadas dos seus países, fugindo praticamente sem nada.

Quando "a promoção da não-violência através da educação, do diálogo e da cooperação" falha, temos escolas a ser destruídas por mísseis, meninos e meninas sem poderem estudar porque as salas onde antes se ensinava para a vida, estão agora a servir-lhes de abrigo. Estas crianças nunca mais sentirão na escola um lugar seguro. As lembranças dos seus dias de infância serão negros e escuros, os seus ouvidos não lembrarão cantigas de roda, mas o silvar das balas e a queda das bombas. Os gritos. A agonia.

Se não se consegue um "compromisso com a resolução pacífica dos conflitos", quem sofre são sempre os mais frágeis, aqueles que menos têm, aqueles que só queriam estar junto das suas famílias nas suas casas. 

Quando falha "a adesão à liberdade, à justiça, à democracia, à tolerância, à solidariedade, à cooperação, ao pluralismo, à diversidade cultural, ao diálogo e à compreensão a todos os níveis da sociedade e entre as nações," falha também a humanidade. Falhamos todos.

A guerra devia ser uma memória que tivesse de ser contada nos livros de história aos alunos, nunca uma vivência para qualquer criança ou jovem, nunca uma ameaça ou, uma certeza. A paz, parece estar cada vez mais longe e a ameaça de um conflito global envolve-nos a todos. Desde que o Homem é Homem, que esta dicotomia faz parte da sua natureza. A humanidade evoluiu tanto e, nisto, fomos incapazes de evoluir, de construir pontes e de quebrar fronteiras. A guerra nunca trouxe nada de positivo, muito pelo contrário, mas é com armas que constroem barreiras entre culturas, é com a morte que se destrói um povo.

Fontes:

https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-da-paz

 

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publicado às 15:19

Celebra-se hoje o Dia da Europa. A data foi escolhida pelo Conselho Europeu de Milão, de 28 e 29 de junho de 1985 e celebrada pela primeira vez em 1986, de forma a assinalar a Declaração Schuman, e a necessidade de manter "a paz e a unidade do continente europeu."

Considera-se que a atual ideia de União Europeia, teve início com a proposta de Robert Schuman, que apresentou uma nova forma de cooperação política na Europa, que "tornaria impensável uma guerra entre os países europeus." No documento, de 9 de maio de 1950, destaca-se a frase:

"A paz mundial só poderá ser salvaguardada com esforços criativos à medida dos perigos que a ameaçam."

Em 2024, a ideia de uma Europa unida e democrática está presa por fios cada vez mais frágeis. Há muito que as ameaças têm sido ignoradas. Começando pela Lituânia, que alertou para a ameaça da Rússia em 2014, passando pelas palavras dirigidas à Finlândia que tem a maior fronteira terrestre da NATO com o território russo e que já disse estar na posse de "armas e equipamento militar armazenados na Noruega — e poderão fazê-lo igualmente na Suécia." Neste momento, é impossível falar em Europa sem referir a guerra na Ucrânia e a escalada do conflito naquela região. É impossível não nos lembrarmos das ameaças que constantemente são proferidas, seja em tom mais direto ou em tom mais irónico.  

Os EUA, já vieram também colocar em consideração, a possibilidade de usarem a Escandinávia como depósito de armas, "numa resposta clara à possibilidade de agressão russa contra um destes países do norte da Europa." E é por isto que não podemos descansar. É por isto que não podemos enfiar a cabeça na areia e ignorar o que se passa nas fronteiras que fazem parte do território europeu. A ideia de proteção mútua entre os países integradores da União Europeia, faz também com que, se um for ameaçado, os outros se coloquem também na sua pele e se sintam atacados, por meio de atos ou palavras. As palavras... essas que podem ter mais poder que um míssil e causar uma maior devastação, mas que tantas vezes são apenas palavras...

Esta semana, no discurso da tomada de posse de Putin, este referiu que estava aberto a dialogar com o ocidente de forma "sincera" - acrescentando as seguintes palavras: "veremos se continuam a travar o desenvolvimento do nosso país e a exercer pressão sobre o nosso país ou se procuram formas de cooperar connosco”. Um diálogo com cheirinho a ameaça...

Em 2024, são esses esforços criativos que estão a faltar. A guerra entrou pela porta da Eupopa, mas ainda não passou mais adiante por influência de vários fatores políticos. Espero, muito sinceramente, que as eleições europeias não nos venham a trazer nenhuma surpresa desagradável.

Fontes:

https://european-union.europa.eu/principles-countries-history/symbols/europe-day_pt

https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=35178&img=2661

https://expresso.pt/internacional/russia/2024-05-07-putin-toma-posse-pela-quinta-vez-e-garante-que-russia-nao-recusa-dialogo-com-ocidente-ccdd4edf

https://expresso.pt/internacional/guerra-na-ucrania/2024-05-06-putin-ja-puxa-dos-galoes-nucleares-vizinhos-armados-ate-aos-dentes-e-um-verao-que-cheira-a-nato-803-dias-em-guerra-9e6792a6

 

 

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publicado às 12:32

Mais uma volta à nossa estrela

por Elsa Filipe, em 01.01.24

Bom dia e feliz ano novo.

2024 começa sem surpresas como qualquer outro dia do ano. A guerra continua, na Ucrânia ouviram-se estrondos mas não foram de festejos, houve um sismo no Japão, morreram pessoas em acidentes de viação, um jovem foi assassinado por uma estupidez qualquer numa noite que devia ter sido de festa. Sobem os salários e os preços. Os hospitais continuam cheios, os casos de gripe continuam a crescer. Na Dinamarca, a rainha começa o ano a abdicar do trono.

Por aqui tudo igual também. Depois de mais uma volta completa ao Sol, começamos o dia a lavar a loiça do jantar de ontem, a box da televisão do quarto cansou-se e hoje não lhe apeteceu recomeçar as suas funções e as minhas artroses não se foram embora por magia. Gravei no polegar e pulso as cenouras raladas e a cebola picada de ontem, depois da Bimby ter resolvido fazer greve (talvez zangada por eu raramente a usar).

Ainda pensei em me levantar e ir atirar-me ao mar junto com centenas de pessoas que foram corajosamente dar o primeiro mergulho do ano, mas ainda não me apeteceu tirar o pijama. Acho que me vou atirar para as páginas do livro que estou a ler e passar a tarde de forma tranquila em casa. Se o sol aquecer talvez faça uma loucura e saia de casa para ir dar um passeio à marginal do Seixal.

Ontem à noite foi bom ter um jantarzinho aqui em casa. Vimos o fogo de artifício aqui mesmo da janela da sala e brindámos ao novo ano. Pedidos não fiz nenhuns, acho que não vale a pena pedir nada se não tiver a intenção de fazer mudanças por mim mesma. As melhores coisas são as mais simples, como os abraços apertadinhos de quem amo mais do que a vida, o meu filho.

Celebra-se neste primeiro dia do ano o Dia Mundial da Paz. Esta é uma celebração de origem católica realizada anualmente no dia 1 de janeiro, com o objetivo de celebrar e promover a paz. "Foi criada, em 1967, pelo papa Paulo VI, sendo celebrada, pela primeira vez, em 1968. É comemorada anualmente com um discurso realizado pelo pontífice." É também celebrada por não católicos. Devemos também ter em conta que na época em que foi criada, o mundo passava por uma década que "ficou marcada pelo auge da rivalidade entre soviéticos e norte-americanos e a ameaça de um conflito nuclear." E nos nossos dias, o risco é grande e por isso devemos erguer as nossas vozes em sua defesa! Além da defesa da paz, a data pretende também combater "a miséria, a desigualdade social e garantindo os Direitos Humanos básicos de todo indivíduo."

Um ano feliz a todos os meus seguidores e que continuem a vir até aqui em 2024 dar uma espreitadela e deixar-me os vossos comentários! Obrigada.

Fontes:

https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-mundial-paz.htm

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publicado às 12:12

Dia Internacional dos Direitos Humanos

por Elsa Filipe, em 10.12.23

Assinalando o Dia Internacional dos Direitos Humanos, podemos começar por olhar à nossa volta e, basta isso, para percebermos que ainda há muito caminho a palmilhar. E já passaram setenta e cinco anos desde que a "comunidade internacional concordou com um conjunto de valores e reconheceu que os direitos são inerentes a todos os seres humanos e não concedidos, ou retirados, por um determinado Estado." Ou pelo menos, assim terá sido para um grupo desta comunidade.

"Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade..." 

No seu preâmbulo a Carta Internacional dos Direitos Humanos reflete desde logo a sua origem e encaminha-nos para o seu objetivo fundamental. Criada no período pós Segunda Guerra Mundial, esta Declaração não deixa desde logo de indicar que o primeiro caminho é o da educação, afirmando-se "por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição."

Ontem estive num workshop dinamizado na biblioteca do Seixal através da Pirilampos Ed. no qual debatemos sobre a aplicação dos Direitos no nosso dia-a-dia. E ficou-me uma palavra: Utopia! No seu primeiro artigo, que diz que "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos", está todo o resumo da Declaração, mas é preciso depois mais 29 artigos para que se entenda como é que afinal, todos somos iguais à nascença... porque não o somos na realidade... 

O país onde nascemos, pode tornar-nos menos iguais, menos livres, com menos direitos. O sexo com que nascemos torna-nos em tantas circunstâncias menos capazes ao olhar dos outros, menos merecedores. E isto é a realidade para muitos meninos e meninas que não sentem que, passados 75 anos, estejam a ser salvaguardados os seus Direitos e que irão crescer sem se sentirem em tudo iguais.

Reconhecer a Carta dos Direitos Humanos é dar-lhe uma aplicação prática, eficiente e integrada na sociedade, mas só podemos aplicá-la na globalidade quando a conhecermos ao pormenor e formos capazes de a interpretar tendo por base os princípios da universalidade, inaliabilidade, indivisibilidade e interdependência. 

A ONU define os direitos humanos como “garantias jurídicas universais que protegem indivíduos e grupos contra ações ou omissões dos governos que atentem contra a dignidade humana”.

Os direitos humanos devem ser "garantidos internacionalmente, juridicamente protegidos". Devem-se centrar "na dignidade do ser humano", "não podem ser suprimidos nem negados e são iguais e interdependentes: isto é, nenhum deles é mais importante do que os demais e o gozo de qualquer um afeta o gozo dos restantes (por exemplo, é pouco provável que alguém com fome – vítima de violação do direito humano a uma alimentação adequada – consiga exercer a sua liberdade de expressão em igualdade de condições com alguém que não passe fome)."

A Carta dos Direitos Humanos tem, visível para quem a quiser e souber interpretar, a exigência de que se cumpram deveres para com os outros, para com o próximo, para com a sociedade. Inalienável de todos os meus direitos, estão os meus deveres como cidadã e isso tem de estar intrínseco nas minhas ações. Nas palavras de Eleanor Roosevelt, “a liberdade faz uma exigência enorme a cada ser humano. Com a liberdade vem a responsabilidade. Para a pessoa que está relutante em crescer, para a pessoa que não quer carregar o seu próprio fardo, esta é uma perspectiva assustadora.” 

Uma das personalidades que por vezes esquecemos foi Eleanor Roosevelt. Nos anos 40 do século passado, Eleanor "apoiou a criação da Organização das Nações Unidas (ONU)". Em 1943, ela criou a United Nations Association of the United States of America que deu suporte à criação da ONU. "Foi diplomata e embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas entre 1945 e 1952, por nomeação do presidente Harry Truman", tendo presidido à "comissão que elaborou e aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos." 

Celebra-se este ano precisamente a passagem dos 75 anos sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. "Os 30 artigos da Declaração transcendem valores, culturas e fronteiras, sistematizando um conjunto de direitos universais, indivisíveis e inalienáveis, reconhecendo a igual dignidade e valor de cada pessoa."

A Utopia está também na sua aplicação à luz das visões político-económicas que hoje estão em vigor e que exigem a sua atualização constante. António Guterres, atual Secretário-geral das Nações Unidas, alertou hoje no seu discurso sobre a celebração dos 75 anos da Declaração, para "a crescente ameaça que a desigualdade, o autoritarismo e os conflitos armados representam para os direitos e liberdades da população do planeta."

Não posso deixar de referir, a existência de outros importantes Convenções e Tratados, dos quais a "nível regional europeu, o tratado mais conhecido será porventura a Convenção Europeia dos Direitos Humanos, cuja violação é suscetível de dar lugar a queixa para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos".

Além de Portugal, sabe quais foram os países que subscreveram a Carta?

Olhar para a lista, faz-me pensar que alguns só assinaram para "parecer bem", pois na prática... nada foi feito nesse sentido.

Fontes:

https://www.presidencia.pt/atualidade/toda-a-atualidade/2023/12/dia-internacional-dos-direitos-humanos/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Eleanor_Roosevelt

https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos

https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/onu-alerta-para-crescente-ameaca-da-desigualdade-no-aniversario-dos-direitos-humanos

https://gddc.ministeriopublico.pt/pagina/o-que-sao-os-direitos-humanos

 

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publicado às 18:11

No dia do Olá...

por Elsa Filipe, em 21.11.23

Olá!

Sabiam que hoje se assinala o Dia do Olá? Confesso que este é novo para mim, mas já existe desde 1973 em resposta à guerra Yom Kippur (guerra árabe-israelita), por ação de dois professores universitários norte-americanos (Brian McCormack da Universidade do Arizona e Michael McCormack da Universidade de Harvard). Atualmente é celebrado em mais de 180 países do mundo.

Políticos, líderes religiosos, vencedores do Nobel da Paz e celebridades são alguns dos maiores promotores deste dia, mas todos nos podemos associar! É uma forma de saudação, um cumprimento comum e simples, tantas vezes acompanhado de um sorriso. A sua importância? A de mostrar que as palavras valem mais do que as armas! Será isto verdade? Era bom que bastasse uma palavra, um Olá, um cumprimento, para acabar de vez com a falta de entendimento. Se todos entendemos um Olá, podemos todos conversar? Uma pequena palavra cheia de simbolismo, pequenina e tão poderosa!

Neste dia, celebra-se também o Dia Mundial da Televisão, que foi proclamado pelas Nações Unidas em dezembro de 1996, após o primeiro Fórum Mundial de Televisão. Em Portugal a televisão começou a ser transmitida em 1957, na Rádio e Televisão de Portugal (RTP), a preto e branco. O primeiro programa a cores a ser transmitido foi o festival da canção já no ano de 1980. A SIC chega até nós em 1992 e a TVI, no ano seguinte, em 1993.

Para mim, as emissões televisivas são uma companhia. Uma fonte de informação e de conhecimento, mas também de lazer. Para muitas pessoas, a televisão e quem nela "habita" são a sua família, que lhes entra pela casa todos os dias e as ajuda a passar pela solidão. Há casas onde a televisão está acesa e nunca se apaga, ocupando o lugar que antes era ocupado pelos locutores de rádio.

E o bom seria, mesmo, mesmo, que no dia do Olá, as televisões só nos trouxessem imagens bonitas e boas notícias! Mas o mundo não é tão belo, como a nossa imaginação...

Fontes:

https://www.calendarr.com/portugal/dia-mundial-do-ola/

https://www.calendarr.com/portugal/dia-mundial-da-televisao/

 

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publicado às 13:15

Dia Mundial dos Jornalistas pela Paz

por Elsa Filipe, em 27.10.23

Assinala-se hoje o dia do Jornalista pela Paz e, sem dúvida, temos mesmo de referir a importância desta profissão. Todos os dias, são eles que nos trazem aquilo que se passa no mundo. As imagens e os relatos, tantas vezes na primeira pessoa, trazem a realidade dos grandes acontecimentos que fazem a nossa história como povo.

 "Neste dia destaca-se o sentido de responsabilidade, a ética, a independência e o profissionalismo dos jornalistas que relatam a verdade sem ceder a pressões internas e externas. Os meios de comunicação social, por intermédio dos seus profissionais, podem ser um meio eficaz para derrubar injustiças, desconfianças, conflitos e para semear a compreensão, o respeito e a unidade."

Só durante o mês de outubro, no conflito entre Israel e o Hamas, na Palestina, morreram 24 jornalistas a cobrir o conflito ou dentro de casa. Três são israelitas mortos no brutal ataque do Hamas no Sul de Israel, um é o libanês Issam Abdallah, videógrafo da Reuters atingido quando filmava um tanque israelita que disparava na direcção do Líbano – os restantes 20 são palestinianos que foram mortos na Faixa de Gaza. Além disso, está em causa também o risco de ataques aéreos, interrupções nas comunicações, cortes de energia, ameaças, censuras e o assassinato de familiares. Outros oito jornalistas foram feridos e nove foram dados como desaparecidos ou detidos, disse o Comité para a Proteção dos Jornalistas, num comunicado.

De acordo com o CPJ, este foi o período mais mortal para os jornalistas que cobrem conflitos militares em décadas.

Neste dia, deve também ser relembrado que foi uma jornalista a receber este ano o Prémio Nobel da paz. Receber, ainda não, uma vez que a jornalista e ativista iraniana Narges Mohammadi, se encontra detida na prisão de Evin, onde cumpre uma pena de 10 anos, acusada de divulgar propaganda contra o estado iraniano. O prémio veio reconhecer o seu trabalho na “luta pelas mulheres do Irão contra a opressão”.

Berit Reiss-Andersen, do Comité Nobel, declarou: "Ao atribuir-lhe o Prémio Nobel da Paz deste ano, o Comité Nobel Norueguês pretende honrar a sua corajosa luta pelos direitos humanos, pela liberdade e pela democracia no Irão. A luta de Narges Mohammadi contra a pena de morte e a obrigatoriedade do uso do hijab para as mulheres continua atrás das grades, onde escreve artigos e incentiva aos protestos contra o regime, que emergiram após a morte de Mahsa Amini.

Com regularidade, a defensora dos direitos humanos iraniana tem alertado e criticado a situação “lamentável” em que se encontram os reclusos no Irão e tem assinado dezenas de artigos sobre maus tratos e torturas de que têm sido alvo, apesar de enfrentar sérios problemas cardíacos. 

Mohammadi iniciou a carreira como jornalista, escrevendo para a Payaam-e Haajar, uma revista dedicada às questões das mulheres no Irão e que era publicada por Azam Alaei Taleghani, filha do ayatollah Seyyed Mahmoud Alaei Taleghani. A revista foi encerrada em abril de 2000 pelo regime.

Mohammadi escreveu inúmeras vezes sobre os direitos humanos, os direitos das mulheres e sobre questões relacionadas com os estudantes universitários, tendo publicado igualmente vários trabalhos em publicações reformistas, que acabaram todas por ser encerradas.

Fontes:

https://www.calendarr.com/portugal/dia-dos-jornalistas-pela-paz/

https://www.publico.pt/2023/10/26/mundo/noticia/gaza-jornalistas-sao-mortos-cobrir-conflito-dentro-casa-2068085

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/guerra-de-israel-e-a-mais-mortal-para-jornalistas-desde-1992-diz-associacao/

https://sputniknewsbr.com.br/20231026/sobe-para-27-o-numero-de-jornalistas-mortos-pelo-conflito-em-gaza-31098230.html

https://pt.euronews.com/2023/10/06/ativista-iraniana-narges-mohammadi-vence-nobel-da-paz

https://www.forbespt.com/narges-mohammadi-uma-vida-de-luta-permanente-pelos-direitos-humanos-no-irao/

 

 

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publicado às 22:16

Prémio Nobel da Paz premeia combate à fome

por Elsa Filipe, em 10.10.20

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas venceu este ano o prémio Nobel da Paz. O anúncio foi feito esta sexta-feira em Oslo pelo Instituto Nobel norueguês, que sublinha “os seus esforços por combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e a sua ação como força motriz nos esforços por evitar a utilização da fome como arma na guerra e em conflitos”.

O Programa Alimentar Mundial foi criado em 1961 e tem a sua sede em Roma. É neste momento, a maior organização no planeta a promover a segurança alimentar. Com cerca de 17 mil funcionários, todos os anos presta assistência a cerca de 90 milhões de pessoas em mais de 80 países. Em agosto deste ano, Beirute, no Líbano, sofreu uma enorme explosão que levou 300 mil pessoas a ficarem sem abrigo e sem de que se alimentar. Era necessário agir e foi isso que esta organização conseguiu fazer: levou 12,5 toneladas de farinha de trigo, para tentar estabilizar a oferta do ingrediente e baixar o preço do pão. Organizações não governamentais que receberam apoio desta entidade distribuíram refeições para mais de 3000 pessoas por dia - não só para afetados, mas também a todos os libaneses que participaram na limpeza dos escombros resultantes da explosão. David Beasley é o atual diretor-executivo.

Com um valor de cerca de 918 mil euros, o prémio Nobel da Paz distingue “quem fez mais ou melhor trabalho pela fraternidade entre nações, pela abolição ou redução dos exércitos ativos e pela realização e promoção de congressos de paz”. Alfred Nobel foi o criador destes galardões. Desde 1901, o prémio coube a 107 indivíduos e 24 organizações.

No ano passado a honra coube ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, pelos esforços para promover a paz no seu país e entre este e a vizinha Eritreia. Em 2018 foi a luta contra a violência sexual que valeu o prémio à iraquiana Nadia Murad e ao médico Denis Mukwege, da República Democrática do Congo.

Destaco também o prémio atribuído à pessoa mais jovem de sempre (17 anos) em 2014. Malala, era ainda uma criança, uma jovem paquistanesa quando começou a ser ouvida em todo o mundo. Ainda hoje, Malala não se cansa de dizer que todas as crianças devem ir à escola, que todas têm direito à educação.

A causa desta ativista começou quando tinha 11 anos e vivia no Vale de Swat, no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Em 2009 os extremistas religiosos conseguiram impor a sharia, a lei islâmica, e o terror entrou na sua aldeia, com as adolescentes a serem perseguidas por frequentarem o ensino. A situação começou a ser relatada por Malala num blogue da BBC, com a coragem e a inocência de uma menina que falava quando todos os outros tinham medo.

O sucesso do "Diário de uma Estudante Paquistanesa" chamou a atenção dos taliban que, a 9 de outubro de 2012, dispararam sobre ela, atingindo-a na cabeça. A menina foi levada para o Hospital da Rainha Isabel, em Birmigham, Reino Unido, onde esteve em coma durante vários dias. Malala sobreviveu ao ataque e continuou, ainda mais determinada, a defender o direito à educação. Por causa das constantes ameaças, a família refugiou-se em Inglaterra e lá Malala pôde regressar à escola, em liberdade.

“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” é o mantra que repete em todos os grandes palcos deste mundo. O dinheiro dos muitos prémios que já recebeu tem sido investido na ONG que fundou com o pai. O Fundo Malala já ajudou 60 milhões de raparigas que não podiam ir à escola.

Fontes:

https://ensina.rtp.pt/artigo/malala-a-jovem-paquistanesa-que-defende-as-criancas/

https://expresso.pt/internacional/2020-10-09-Programa-Alimentar-Mundial-da-ONU-vence-Premio-Nobel-da-Paz-2020

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/09/conheca-o-orgao-da-onu-que-venceu-o-nobel-da-paz-de-2020.ghtml

 

 

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publicado às 12:05

Este ano, celebra-se o 100º prémio Nobel da Paz, o qual foi dignamente atribuído ao primeiro-ministro da Etiópia Abiy Ahmed, de 43 anos. No poder desde abril de 2018, foi destacado pelos acordos de paz com a vizinha Eritreia.

A Eritreia acedeu em 1993 à independência pela qual lutava desde 1961, fazendo perder à Etiópia a sua única fachada marítima, sobre o Mar Vermelho. Entre 1998 e 2000, os dois países travaram uma guerra, que provocou pelo menos 80 mil mortos, com a questão da delimitação da fronteira a figurar entre as razões do conflito. Apesar de terem assinado um acordo de paz em 2000, os dois paísescontinuavam a manter numerosas forças ao longo da fronteira comum, de mil quilómetros. Esta situação levava a um clima de grande instabilidade entre os dois países.

Ao chegar ao poder, Abiy Ahmed, tentou conter os confrontos: libertou centenas de presos políticos, retirou o estado de emergência e permitiu o regresso à Etiópia de figuras destacadas da oposição que se tinham exilado.

Fontes:

https://www.dn.pt/mundo/nobel-da-paz-2019-vai-para-primeiro-ministro-da-etiopia-11395118.html

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publicado às 22:33

Em primeiro lugar, é preciso contextualizar que a 1ª Guerra Mundial - ou a Grande Guerra - que começou em 1914 e se tornou num dos maiores massacres do Século XX. Estima-se que cerca de 10 milhões de soldados tenham perdido a vida, sem contabilizar as baixas civis que a guerra, direta ou indiretamente, provocou.

O Armistício, que veio colocar um fim a este grande conflito, ocorreu no dia 11 de novembro de 1918, precisamente há 100 anos. A Alemanha e os Aliados assinaram dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, em França, o Armistício de Compiègne, que representou a rendição alemã e o fim da Primeira Guerra Mundial. No ano seguinte, a 28 de junho, seria então assinado o Tratado de Versalhes - tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial.

Mas temos de voltar um pouco mais atrás para perceber que guerra foi esta.

O fim da Grande Guerra | Arquivo Nacional Torre do Tombo

De um lado, estava o bloco composto pelos aliados - Grã-Bretanha, França, Sérvia e Rússia Imperial (às quais se uniram posteriormente a Grécia, Portugal em 1916, Roménia e Estados Unidos em 1917) e do outro, a Tríplice Aliança, composta pela Alemanha e Império Austro-Húngaro (às quais se uniram posteriormente o Império Turco Otomano e a Bulgária). Apesar da Itália ter começado por lutar do lado da Alemanha, acabou por se juntar aos Aliados. Esta guerra ocorreu com conflitos no mar e em terra - esta foi também chamada "Guerra das Trincheiras", - mas, pela primeira vez, a guerra acontecia também no ar.

A guerra começou quando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e a sua esposa, a arquiduquesa Sofia, foram assassinados em Sarajevo, que na época fazia do Império Austro-Húngaro. Podemos afirmar que, apesar da Grande Guerra "ter sido desencadeada por uma série de acontecimentos subsequentes ao assassinato do arquiduque, as causas da guerra são muito mais profundas, envolvendo uma série de questões políticas, culturais e económicas, além de uma complexa teia de alianças que se desenvolveram entre as diferentes potências europeias ao longo do século XIX, após a derrota final de Napoleão Bonaparte, em 1815, e o Congresso de Viena."

Os vários estados imperialistas e as dificuldades associadas à partilha dos territórios africanos, foram apenas algumas das causas. Associado às políticas nacionalistas que se iam desenvolvendo em França (no pós revolução francesa) e na Alemanha, surgiu um outro ponto de tensão, mais a leste, com a disputa sobre as províncias dos Bálcãs. A Bósnia e Herzegovina foi anexada ao território Áustro-Hungria em 1908, (que desde o Congresso de Berlim em 1878, estava no Império Otomano, mas se encontrava de facto sob gestão Austro-Húngara). Esta situação veio perturbar o frágil equilíbrio de poder nos Bálcãs, causando uma contra-reação da parte da Sérvia e dos nacionalistas pan-eslavos na Europa. "Com o enfraquecimento da Rússia, o país incitou o sentimento pró-russo e anti-austríaco na Sérvia e em outras províncias dos Bálcãs, provocando temores austríacos do expansionismo eslavo na região."

Se Guilherme I, tinha assegurado alianças de paz entre a Alemanha e quase todos os países da Europa (à exceção de França) e de "um entendimento diplomático com a Rússia," a chegada ao trono de um monarca mais jovem, afasta Bismark e deita por terra muitos dos acordos até ali conseguidos. 

Guilherme II "não conseguiu renovar o tratado de 1887 com a Rússia." A França republicana, sua opositora, consegue então fazer "uma aliança com o Império Russo. No entanto, o pior ainda estaria para vir, uma vez que Guilherme II encetou esforços para a criação de uma marinha germânica que fosse capaz de ameaçar o domínio Britânico dos mares, abrindo caminho para a Entente Cordiale de 1904 entre a França e Inglaterra e a sua expansão para com os Russos em 1907, formando a Tríplice Entente (em oposição à Tríplice Aliança de 1882 - entre a Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália)."

Em 1912, num Conselho de Guerra, é proposto enão por Guilherme II que a Sérvia fosse atacada, defendendo que, se a guerra era inevitável, quanto mais cedo melhor, de forma a que se antecipasse a construção da linha férrea que ligaria a Rússia ao território alemão. No entanto, foi necessário preparar e equipar o exército, tendo a guerra começado a 28 de julho de 1914.

Entre agosto de 1914 e novembro do mesmo ano, as Potências Centrais realizaram uma grande ofensiva nas duas principais frentes de batalha - a oriental e a ocidental. Na frente ocidental, os alemães avançaram pelo território francês, chegando a cerca de 50 quilómetros da capital, Paris.

A partir de novembro de 1914, o avanço das Potências Centrais, acabou por ser contido, dando início a um novo tipo de guerra: a guerra de trincheiras. "Nesta, os exércitos utilizam trincheiras, cercas de arame farpado, campos minados, posições de metralhadoras, artilharia e fortificações para defender" os seus territórios. Na frente ocidental, o sistema de trincheiras e fortificações "estendia-se por cerca de 760 km."

Uma das batalhas mais importantes foi a que ocorreu junto ao rio Somme. Só no primeiro dia (1 de julho de 1916), exército britânico, "perdeu cerca de 57000 soldados," nesta batalha, em que se usaram pela primeira vez na história, tanques de guerra. Dos "mais de três milhões de soldados" que combateram durante quase cinco meses, estima-se que cerca de 400 mil tenham perdido a vida.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Guerra_Imperial_Alem%C3%A3o_de_8_de_dezembro_de_1912

https://pt.wikipedia.org/wiki/Causas_da_Primeira_Guerra_Mundial

https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial

https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/batalha-do-somme.htm

https://antt.dglab.gov.pt/exposicoes-virtuais-2/o-fim-da-grande-guerra/

 

 

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publicado às 19:38

Dia Internacional da Paz

por Elsa Filipe, em 21.09.18

Hoje, dia 21 de setembro, celebra-se o Dia Internacional da Paz, instituído em 1981 pela Nações Unidas com o objetivo de sensibilizar para a necessidade de paz no mundo. Este dia, a par do dia 1 de Janeiro (Dia Mundial da Paz) pretende assinalar a necessidade de se construir uma sociedade em que prevaleça o respeito pelo outro, que se respeite a diversidade e que todos os cidadãos possam ter os mesmos direitos.

Mas onde começa a paz?

Não deverá a paz começar na nossa casa, na nossa rua, na escola dos nossos filhos e no nosso trabalho?

A Paz começa na relação que existe entre todos os Homens e na aceitação das diferenças, sejam elas de caráter político, religioso ou de opinião. É um valor associado à liberdade.

“Não haverá paz neste planeta enquanto, algures no mundo, os direitos humanos forem violados.” Estas foram as palavras de René Cassin, um dos responsáveis pela elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948.

Estas palavras lembram-nos de que a paz continua a ser um ideal inalcançável enquanto os direitos humanos fundamentais não forem respeitados. A paz é uma utopia nos nossos dias!

Esta é pois a condição primordial de uma sociedade pacífica, na qual a dignidade de todos os indivíduos deveria ser respeitada e onde todos deviam poder usufruir de direitos iguais e inalienáveis.

Esta ligação intrínseca entre paz e respeito pelos direitos fundamentais constitui o tema desta nova edição do Dia Internacional da Paz, no momento em que se celebra o 70.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Os direitos humanos ou são universais ou não são. 

Fontes:

https://unescoportugal.mne.gov.pt/pt/noticias/dia-internacional-da-paz-2018

https://media.rtp.pt/zigzag/dia-internacional-da-paz-2018/

https://esgamabarros.pt/gbarros/dia-internacional-da-paz/

 

 

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