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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Uma comitiva que transportava diplomatas de vários países foi alvo de um "ataque no Paquistão," levando à morte de um polícia e a ferimentos em três outros. Na comitiva seguiam "o embaixador russo e diplomatas portugueses, iranianos, turcomanos, tajiques, cazaques, bósnios, zimbabueanos, ruandeses e vietnamitas." O ataque aconteceu "no vale do Swat, em Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão." Os diplomatas estariam a participar num encontro para "promover o comércio local, conhecido pelo seu artesanato e pedras preciosas."
Na caravana, composta por 12 diplomatas, "viajava o embaixador português, Frederico Silva, que o Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou à Lusa estar bem," uma vez que ia a meio do comboio e a viatura onde seguia não chegou a ser atingida. Esta é uma região perigosa por ser um "bastião dos talibãs paquistaneses (TTP), treinados para o combate no Afeganistão e que defendem a mesma ideologia dos talibãs afegãos."
Ontem, escrevi sobre a situação tensa no Médio Oriente e até agora os ataques não cessaram - nem tão cedo se espera que isso aconteça, infelizmente. Nos últimos dias, os ataques contra território libanês já provocou "dezenas de mortos, segundo a Defesa Civil," sendo que "o balanço provisório do atentado de sexta-feira é de 50 mortos e 66 feridos, mas há ainda 11 desaparecidos."
Preocupado com a escalada do conflito, "o secretário-geral da ONU, António Guterres," receia que o conflito no Líbano se torne "uma nova Gaza", numa entrevista dada à CNN.
Depois de aconselhar os habitantes do sul do Líbano a "manterem-se afastados" de edifícios onde o "Hezbollah pode ter armazenadas armas" e que possam ser alvos "do movimento pró-iraniano Hezbollah," Israel lançou esta segunda-feira dezenas de ataques "no sul e no leste do Líbano." Em cerca de meia horam foram lançados "mais de 80 ataques aéreos."
A agência Reuters, descreveu os bombardeamentos desta manhã "como os mais vastos que Israel realizou em simultâneo desde outubro do ano passado." Na última sexta-feira, o exército israelita assassinou "um importante comandante do Hezbollah, Ibrahim Aqil, num bombardeamento em Beirute que fez pelo menos 12 mortos, incluindo cinco crianças."
Este comandante era "procurado há décadas pelos Estados Unidos" acusado de ter sido responsável "pela morte de mais de 300 pessoas nos atentados de 1983 em Beirute." O ataque de 1983 terá morto 307 pessoas que se encontravam num "quartel de uma força internacional de manutenção de paz," entre as quais "241 militares norte-americanos." A explosão de um camião provocou ainda a morte de "63 pessoas na embaixada norte-americana," daquele país.
https://www.publico.pt/2024/09/23/mundo/noticia/israel-ataca-alvos-sul-leste-libano-2105114
O calor chegou em força a Portugal continental e muitos já se dirigiram hoje até à praia. Eu por mim, nestes dias mais quentes, prefiro os fins de tarde para sair de casa e se tal me for possível, passo as horas de maior calor a descansar. As temperaturas por aqui passaram dos 35 graus e poderá ter chegado quase aos 40 em algumas zonas do país.
Mas isso fica aquém das altas temperaturas que têm estado a afetar o leste da Índia e o Paquistão e que, já ultrapassaram os 50 graus! Na quarta-feira, registaram-se 52,3 graus Celsius na capital da Índia, Nova Deli ("embora este valor possa ser revisto depois de o departamento meteorológico verificar os sensores da estação meteorológica que registou a leitura").
"As autoridades alertaram que a água pode vir a escassear." Apesar de serem normais as altas temperaturas (no ano passado o número de mortos por ondas de calor, nesta mesma altura atingiu a centena de vítimas), estes períodos são cada vez mais frequentes e mais severos. Espera-se que as temperaturas comecem a diminuir progressivamente, mas o número real de vítimas pode ainda vir a aumentar.
O "Paquistão também está a ser afetado por fortes vagas de calor, com um pico de temperatura no domingo avaliado em 53 graus celsius em Sindh, uma província fronteiriça da Índia." Hoje os números divulgados já ultrapassaram os 20 mortos, devido a situações de insolação (que levam rapidamente à desidratação).
Já no "nordeste do país," foram registadas "violentas rajadas de vento e chuvas torrenciais à passagem do ciclone Remal, que no domingo provocou mais de 65 mortos na Índia e no Bangladesh" e destruiu cerca "de 30.000 casas." Os danos e as mortes deveram-se, na sua maioria, à fragilidade das habitações e ao desabamento de diques. Qualquer alteração climática terá sempre um efeito mais nefasto nas zonas mais pobres do mundo e, num mesmo país, o drama é ainda maior quando uma parte da população está sem água e outra luta contra cheias devastadoras.
Fontes:
O Paquistão foi esta manhã vítima de mais um ataque, ao que tudo parece, suicída, mas que até ao momento ainda não terá sido reinvindicado. Este ataque aconteceu perto de "uma mesquita, durante uma procissão religiosa em Mastung, na província de Balochistan, no Paquistão," e fez até agora "52 mortos", de acordo com uma fonte médica da cidade de Mastung. Entre os feridos, há muitos que se encontram em estado grave, o que ainda pode levar a um aumento do número de vítimas mortais.
"Os muçulmanos no Paquistão e em todo o mundo celebram o aniversário do profeta Maomé, data conhecida como Mawlid an-Nabi. Durante as celebrações, que duram o dia todo, são distribuídas refeições gratuitas à população," e terá sido neste contexto que o ataque ao que tudo indica suicída aconteceu.
Em julho deste ano, um outro ataque, durante "um comício político de um partido islâmico no noroeste do Paquistão", fez cerca de 30 mortos e "deixou ainda pelo menos cem feridos". Em janeiro, outro caso bastante grave ocorreu no país, no qual "um homem-bomba", que estaria ligado aos Talibãs paquistaneses, detonou-se dentro de "uma mesquita" que ficava junto de um complexo da polícia na cidade de Peshawar, levando à morte mais de 80 agentes que estariam no local no momento da detonação.
Fontes:
https://pt.euronews.com/2023/09/29/pelo-menos-50-pessoas-morreram-num-ataque-suicida-no-paquistao
Mais de uma semana depois da troca de tiros entre guardas dos dois países, foi reaberto o principal posto fronteiriço entre o Paquistão e o Afeganistão, permitindo a passagem de veículos e peões. Este é mais um ponto quente no médio oriente que pode estar prestes a despontar num conflito armado.
O lado paquistanês da fronteira esteve paralisado durante dias, com mercados e escritórios fechados e multidões de viajantes a refugiarem-se nas mesquitas vizinhas. Os dois países partilham mais de 2.500 quilómetros de fronteira, a qual é rejeitada por Cabul desde que foi criada a chamada Linha Durand pelo Império Britânico no século XIX.
No Paquistão, em 1977, a lei civil paquistanesa foi substituída pela lei tradicional islâmica, depois da tomada militar do país.
O Afeganistão localiza-se a norte do Paquistão. Alguns monarcas afegãos tentaram modernizar o país, mas as tribos muçulmanas que constituíam a maioria da população resistiram às mudanças. Em 1973, líderes militares depuseram o último monarca e estabeleceram a república. Cinco anos depois, um grupo de comunistas apoiados pela União Soviética depôs o regime militar e estabeleceu um estado marxista governado por um único partido.
Em 1979, a União Soviética invadiu o Afeganistão, mas foi incapaz de esmagar a resistência afegã no interior, apoiada pelos Estados Unidos que forneceu apoio militar e económico aos rebeldes afegãos. Durante a guerra contra a União Soviética, mais de quatro milhões de afegãos fugiram do seu país, cruzando as fronteiras para o Irão e Paquistão. Em 1988, a União Soviética começa a retirar as suas tropas do Afeganistão.
Fontes:
https://www.educabras.com/artigos/paquistao-e-afeganistao
A Alarm Phone, rede transeuropeia de apoio a operações de resgate, afirmou ter recebido alertas de pessoas a bordo de um navio em perigo na costa da Grécia na tarde da passada terça-feira e que alertou as autoridades gregas. Quem efetuou o pedido de ajuda estava a bordo do navio. A pessoa que ligou terá dito que havia cerca de 750 pessoas a bordo e informou também que o capitão tinha fugido num pequeno barco.
Se olharmos para uma fotografia aérea do navio antes de afundar, divulgada pelas autoridades gregas e que tem passado nas redes sociais e nas notícias, podemos ver centenas de pessoas amontoadas no convés e reparar que a maioria não tem coletes salva-vidas. Horas depois do pedido de ajuda, a embarcação acabou mesmo por se afundar.
Aquilo que parece que está a causar ainda mais revolta, é saber se houve ajuda atempada. Ao que parece, a HSRCC enviou um navio adicional de bandeira maltesa, que se aproximou do navio de pesca por volta das 18:00 e forneceu comida e água. Posteriormente, um segundo navio, desta vez grego, foi enviado por volta das 21:00 para fornecer água aos passageiros. Por volta das 22:40, um navio da Guarda Costeira Helénica de Creta ter-se-á aproximado do barco de pesca. Até às 02:04 do dia 14 de junho não se notaram problemas de navegação, apesar da situação precária da embarcação. Dez a quinze minutos depois, o navio já estava completamente submerso. Vários passageiros que estavam nos convés externos caíram no mar. Só quando a embarcação naufragou, as equipas de salvamento começaram a atuar. E porquê só nessa altura, podemos questionar nós. É que ao que parece, houve recusa da parte dos migrantes em serem ajudados. De certa forma por receio do que lhes poderia acontecer ao serem levados para outro porto que não o de destino inicial, ou talvez porque não tivessem considerado a realidade da sua situação.
Funcionários do Governo disseram que os migrantes a bordo recusaram repetidamente a ajuda das autoridades gregas: “Era um barco de pesca lotado de pessoas que recusaram a nossa ajuda porque queriam ir para a Itália”, disse o porta-voz da guarda costeira Nikos Alexiou à emissora Skai TV. “Mantivemo-nos ao lado, caso precisassem da ajuda que haviam recusado.” As pessoas a bordo não queriam ajuda com medo de serem levados de volta e, a qualquer tentativa de aproximação, o barco começava a manobrar para longe.
Mas como em tudo, também aqui existem outras versões. Segundo alguns sobreviventes, o que se passou foi um pouco diferente e que o barco terá naufragado quando a “Guarda Costeira grega prendeu a embarcação com uma corda para a rebocar."
As hipóteses de recuperar o navio afundado são remotas, porque a área de águas internacionais onde ocorreu o incidente é uma das mais profundas do Mediterrâneo e a esperança de encontrar sobreviventes do naufrágio diminui a cada hora. 104 pessoas foram resgatadas com vida, 78 corpos foram retirados do mar, naquele que é um dos naufrágios mais mortais da Europa nos últimos anos.
Os sobreviventes são apenas homens, que viajavam na parte superior. Segundo as testemunhas, as mulheres e crianças viajavam no porão da embarcação e ninguém terá conseguido sair. Um sobrevivente hospitalizado contou que estariam cerca de cem crianças no porão.
Muitos dos sobreviventes estão em estado de choque e querem entrar em contato com as suas famílias para dizer que estão bem, mas muitos deles continuam a perguntar sobre os desaparecidos, uma vez que são seus familiares e amigos.
Das nacionalidades das vítimas sabe-se que a bordo iam egípcios, sírios, paquistaneses, afegãos e palestinianos e que a embarcação tenha saído da Líbia, país que tem pouca estabilidade e segurança, e que é um ponto de partida para aqueles que tentam chegar à Europa por mar e que tivesse Itália como destino. As redes de tráfico de pessoas são dirigidas principalmente por fações militares que controlam as áreas costeiras.
Os sobreviventes foram levados para Kalamata. Muitos foram tratados no hospital por hipotermia ou ferimentos leves e estão agora instalados provisoriamente em armazéns transformados em abrigos. Entretanto, as autoridades gregas prenderam nove alegados traficantes de pessoas. São oriundos do Egito e suspeitos de planear a viagem ilegal de centenas de pessoas da Líbia para Itália, depois de partirem do Egito com a embarcação. É provável que um procurador apresente várias acusações contra o grupo, incluindo a de homicídio em massa, sendo que o capitão pode estar fugido ou ter morrido.
As Nações Unidas registam mais de 20 mil mortes e desaparecimentos no Mediterrâneo central desde 2014. Esta rota é a travessia de migrantes mais perigosa do mundo.
Fontes:
Na madrugada desta terça-feira, ocorreu um sismo que atingiu a índia, o Afeganistão e o Paquistão. Numa zona fortemente afetada por constantes conflitos, este evento acabou por afetar a população de forma muito negativa.
No distrito de Swat, no Paquistão, pelo menos 150 pessoas ficaram feridas e os hospitais declararam estado de emergência. Também as unidades de saúde do Afeganistão estão em alerta. segundo dados divulgados pelo Governo paquistanês. Entre as vítimas mortais estão duas crianças.
E do lado afegão, pelo menos quatro pessoas morreram e 70 ficaram feridas. Por enquanto, ainda se fazem buscas, por isso estes números podem aumentar.
O terramoto atingiu uma magnitude de 6,5 na escala de Richter e o seu epicentro localizou-se a 40 quilómetros a sudeste de Jurm, na cordilheira Hindu Kushno que se localiza no nordeste do Afeganistão. O abalo - que durou cerca de 30 segundos - teve origem a 187,6 km de profundidade.
O sismo foi sentido numa área de 1000 quilómetros quadrados que chegou também ao Uzbequistão, Tajiquistão, Cazaquistão, Quirguistão e Turcomenistão. Esta zona já está a viver uma crise humanitária provocada pela guerra, pela pobreza generalizada e falta de recursos da população, e que agora se agrava com a ocorrência deste sismo.
Fontes:
https://www.tsf.pt/mundo/sismo-de-magnitude-65-atinge-afeganistao-16046006.html
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas venceu este ano o prémio Nobel da Paz. O anúncio foi feito esta sexta-feira em Oslo pelo Instituto Nobel norueguês, que sublinha “os seus esforços por combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e a sua ação como força motriz nos esforços por evitar a utilização da fome como arma na guerra e em conflitos”.
O Programa Alimentar Mundial foi criado em 1961 e tem a sua sede em Roma. É neste momento, a maior organização no planeta a promover a segurança alimentar. Com cerca de 17 mil funcionários, todos os anos presta assistência a cerca de 90 milhões de pessoas em mais de 80 países. Em agosto deste ano, Beirute, no Líbano, sofreu uma enorme explosão que levou 300 mil pessoas a ficarem sem abrigo e sem de que se alimentar. Era necessário agir e foi isso que esta organização conseguiu fazer: levou 12,5 toneladas de farinha de trigo, para tentar estabilizar a oferta do ingrediente e baixar o preço do pão. Organizações não governamentais que receberam apoio desta entidade distribuíram refeições para mais de 3000 pessoas por dia - não só para afetados, mas também a todos os libaneses que participaram na limpeza dos escombros resultantes da explosão. David Beasley é o atual diretor-executivo.
Com um valor de cerca de 918 mil euros, o prémio Nobel da Paz distingue “quem fez mais ou melhor trabalho pela fraternidade entre nações, pela abolição ou redução dos exércitos ativos e pela realização e promoção de congressos de paz”. Alfred Nobel foi o criador destes galardões. Desde 1901, o prémio coube a 107 indivíduos e 24 organizações.
No ano passado a honra coube ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, pelos esforços para promover a paz no seu país e entre este e a vizinha Eritreia. Em 2018 foi a luta contra a violência sexual que valeu o prémio à iraquiana Nadia Murad e ao médico Denis Mukwege, da República Democrática do Congo.
Destaco também o prémio atribuído à pessoa mais jovem de sempre (17 anos) em 2014. Malala, era ainda uma criança, uma jovem paquistanesa quando começou a ser ouvida em todo o mundo. Ainda hoje, Malala não se cansa de dizer que todas as crianças devem ir à escola, que todas têm direito à educação.
A causa desta ativista começou quando tinha 11 anos e vivia no Vale de Swat, no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Em 2009 os extremistas religiosos conseguiram impor a sharia, a lei islâmica, e o terror entrou na sua aldeia, com as adolescentes a serem perseguidas por frequentarem o ensino. A situação começou a ser relatada por Malala num blogue da BBC, com a coragem e a inocência de uma menina que falava quando todos os outros tinham medo.
O sucesso do "Diário de uma Estudante Paquistanesa" chamou a atenção dos taliban que, a 9 de outubro de 2012, dispararam sobre ela, atingindo-a na cabeça. A menina foi levada para o Hospital da Rainha Isabel, em Birmigham, Reino Unido, onde esteve em coma durante vários dias. Malala sobreviveu ao ataque e continuou, ainda mais determinada, a defender o direito à educação. Por causa das constantes ameaças, a família refugiou-se em Inglaterra e lá Malala pôde regressar à escola, em liberdade.
“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” é o mantra que repete em todos os grandes palcos deste mundo. O dinheiro dos muitos prémios que já recebeu tem sido investido na ONG que fundou com o pai. O Fundo Malala já ajudou 60 milhões de raparigas que não podiam ir à escola.
Fontes:
https://ensina.rtp.pt/artigo/malala-a-jovem-paquistanesa-que-defende-as-criancas/
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