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Vanuatu atingida por sismo

por Elsa Filipe, em 17.12.24

"Um sismo de magnitude 7,3 atingiu esta terça-feira a capital do arquipélago do Pacífico Vanuatu, Porto Vila, provocando a queda de pontes, aluimentos de terras e danos em edifícios." Foi confirmada a morte de 14 pessoas e ferimentos em outras 200, chegando a ser lançado um "alerta de tsunami," que cerca de duas horas depois seria levantado.

Após o forte abalo, a "embaixada dos EUA em Porto Vila sofreu danos consideráveis" e encontra-se encerrada "até novo aviso, revelou um porta-voz da missão diplomática norte-americana na Papua-Nova Guiné. Também a embaixada francesa e britânica, que fica no mesmo edifício, sofreu danos."

Vanuatu é constituído por "um grupo de 80 ilhas onde vivem cerca de 300 mil pessoas," e é um dos países mais vulneráveis a este tipo de eventos, uma vez que se encontra localizado no Anel de Fogo do Pacífico, "zona de intensa atividade sísmica e vulcânica que se estende do Sudeste Asiático à bacia do Pacífico." 

Fontes:

https://observador.pt/2024/12/17/sismo-de-magnitude-73-atinge-arquipelago-do-pacifico-vanuatu-testemunha-afirma-ter-visto-cadaveres-apos-abalo/

https://pt.euronews.com/2024/12/17/terramoto-de-magnitude-73-na-escala-de-richter-atinge-vanuatu

 

 

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publicado às 23:06

Confinada

por Elsa Filipe, em 01.05.22

Fechada em casa depois de ter sido diagnosticada com Covid, ontem. Estava com alguns sintomas e, apesar de vacinada, achei melhor ir fazer um teste. Em casa, o auto teste acusou logo positivo e fui à farmácia para confirmar. Pouco tempo depois ligaram-me a confirmar as minhas piores suspeitas.

Sinto-me "apenas" um pouco engripada, mas as dores no corpo e em especial nas articulações pioraram bastante de ontem para hoje. Os meus antecedentes podem estar a contribuir para isso, porque já costumo ter bastantes inflamações ao nível das cápsulas articulares.

Psicologicamente, é que estou pior. Ia começar amanhã a trabalhar num sítio novo. Estava super entusiasmada, com tudo preparado para um grande arranque, com imensas expetativas e agora, tive de adiar o meu início. Não tive culpa, mas também não tive cuidado, deixei-me levar na onda do alívio das medidas, da retirada da máscara. Dois anos depois eu já não estava a aguentar, mas se fui tão rigorosa até aqui, pergunto-me agora porque baixei a guarda e me deixei levar em momentos de descuido.

Está aqui o resultado. Infelizemente, não consegui escapar, espero ter-me resguardado em casa a tempo de não ter contagiado mais ninguém, além de mim. Já é mau demais.

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publicado às 14:16

Dois anos de pandemia

por Elsa Filipe, em 03.03.22

Acordamos agora sem que a primeira manchete seja o Covid, a pandemia, os mortos... ah sim, afinal acordamos com mortos mas estes não são da pandemia que durante dois anos assolou o país, a Europa e o resto do mundo, agora os mortos são Ucranianos e Russos, famílias desfeitas de um dia para o outro. Acordamos agora com preços a subir, quando deveriam estar a descer. Acordamos solidários com um povo em fuga, sem sabermos se ou quando vamos ser nós a precisar de ajuda.

A vida é estranha e ensina-nos que não devemos dar nada como garantido. De que vale uma boa casa, um grande carro se podemos perder tudo de um dia para o outro com um missil? 

Dois anos passados do início da pandemia, Portugal deveria estar agora a dar os primeiros passos para que tudo voltasse ao normal mas sem nos deixarem sequer respirar atiram-nos direto mais para o fundo de um buraco do qual não sabemos quando vamos emergir. 

Temos a sorte de viver num país em paz, em que estamos a vencer a batalha contra o Covid, mas que ainda não se vai recompor tão cedo das duras provações a que fomos sujeitos nos últimos dois anos. Porque não nos permitem que respiremos, sem sombras na nossa mente que nos ofusquem os sonhos?

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publicado às 09:07

Natal em tempos de Covid

por Elsa Filipe, em 25.12.21

O Natal este ano não foi igual. 

Em muita casas festejou-se com menos gente. É o segundo Natal que estamos a passar em pandemia e por isso já estamos muito mais cientes dos riscos e da prevenção necessária, mas também muito mais cansados de estarmos afastados uns dos outros. Tenho a sorte de ter uma família que me recebe a mim e ao meu filho de uma forma sempre maravilhosa e que nos faz sentir parte de algo. Este ano, apesar de todas as indicações que nos fizeram chegar através dos meios de comunicação social, nós voltamos a estar juntos, mais uma vez, após meses e meses de estarmos fechados em casa e de não sabermos quando ou se nos ia este vírus atingir e tirar a vida.

Achamos que os riscos que estavamos a tomar, podiam ser colmatados com algumas precauções. Alguns de nós fazem testes frequentes no local de trabalho, tentamos usar máscaras em casa exceto na hora de comer e as janelas estiveram quase sempre abertas. Sempre que podíamos, vínhamos para a rua ou para a cozinha que, nesta casa, é ampla e arejada. Mas eu não me senti bem. De certa forma acabei por me sentir arrependida de ter ido, passei o almoço com medo que, a qualquer momento, pudesse ficar contagiada e deitasse abaixo todos os cuidados tidos até aqui.

As crianças estiveram felizes, trocamos presentes, conversamos uns com os outros. Algumas das conversas iam dar aos cuidados a ter com esta pandemia, aos culpados, às nossas opiniões que tantas vezes eram diferentes. Aos exageros que uns acham e outros como eu, acham ser apenas cuidados necessários. 

O Natal devia ter sido diferente, mas para nós foi mais um Natal de união, de partilha e de fartura. Muita comida, música, brinquedos, presentes, risos e as normais discussões caraterísticas e familiares que depois nos unem ainda mais. Que o próximo Natal seja assim, mas da próxima vez sem o medo de ficarmos doentes.

Difícil, para muitas famílias, com familiares internados, com a morte a pairar a cada momento como uma espada por cima da suas cabeças. Com lugares vazios na mesa... 

Para mim o Natal já tem a incerteza do próximo ano e por isso talvez o meu nervosismo hoje. Acabei por entrar de baixa devido às dores que têm agravado na coluna por andar todo o dia a conduzir de um lado para o outro. Decidi que se não pusessem a trabalhar em sala, que iria procurar outro trabalho. Sei que vai ser difícil, mas não será impossível e o meu foco agora é esse. Sei que tenho de lutar pelo que quero na minha vida, mas sinto que me falta uma rede de apoio, que me ampare se eu cair. Essa rede, que está na família (e especialmente em alguns membros) não é para mim a solução visível pelo simples facto que não quero sobrecarregar ninguém, porque não quero ser mais um fardo e porque já me chega não os poder seu eu a ajudar e não o contrário.

Dentro do possível, espero que tenham tido um bom natal.

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publicado às 23:01

A luta não termina

por Elsa Filipe, em 26.06.21

Tem sido difícil passar com distinção por este maldito vírus, cumprindo tudo o que nos é imposto mais pela vontade de ajudar e ser parte da solução, do que por medidas e regras que na prática nem todos cumprem.

Esta semana, a turma do meu filho foi colocada em isolamento porque houve um caso positivo. Sou sincera quando afirmo que há muito aguardava que isto acontecesse e que se tivessem passado tantos meses até ao primeiro caso positivo. Aconteceu e ninguém teve culpa, nenhum de nós estava livre (ou está) de contrair e transmitir o vírus.

Estamos na reta final para acabar o ano letivo. Quando falta tão pouco, parece que a sensação é de uma injustiça ainda maior.  O sentimento é de apoio, de compreensão e de ajuda na tentativa de manter todas as crianças bem, naquilo que nos for possível, para que ainda possam regressar daqui a uns dias e se depedirem uns dos outros antes das férias de verão.

No próprio dia, assim que soube, fui comprar dois daqueles testes rápidos da farmácia e hoje o resultado do teste "oficial" confirmou que ele está negativo, e isso traz-nos esperança.

Principalmente, psicologicamente, está-me a afetar como mãe, pondo-me no lugar da mãe da criança que testou positivo. Se estou aflita com o meu e ele está otimo, como estará aquela família?

Eu estou a passar por isto com receio. Receio porque tenho de faltar a um trabalho que ainda há tão pouco tempo consegui, aflita de cada vez que penso que passados uns dias a comida vai começar a acabar e terei de sair de casa ou pedir a alguém que o faça por mim (posso, mas não me sinto confortável em o fazer, é um sentimento estranho, algo que me aprisiona e que não sei explicar).

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publicado às 18:49

Há um ano, a Europa já sabia (parcialmente, é certo) da situação na China, mas não estava preparada para o que aí vinha. Em Portugal, ainda não tínhamos casos positivos, embora se começassem a testar casos suspeitos. 

Foi no último dia de 2019 que o gabinete da Organização Mundial de Saúde da China deu a notícia: mais de 20 pessoas foram diagnosticadas com uma pneumonia desconhecida em Wuhan, na província de Hubei, na China. No dia seguinte, foi encerrado um mercado da cidade. A suspeita vinha de lá. Todos os doentes tinham ligação ao local e os mesmos sintomas: febre, arrepios e dores no corpo. Dias depois, o número de casos subiu.

A causa veio logo a seguir: um novo tipo de coronavírus. Sabe-se agora que é o SARS-CoV-2. Nos dias seguintes, o vírus alastrou para outras províncias chinesas e foram diagnosticados os primeiros casos fora da China. Primeiro na Tailândia, depois no Japão.

Segundo a OMS apurou depois, os primeiros casos na Europa registaram-se em Janeiro de 2020 em França, mas estudo posteriores demonstraram que o caso º 1 na Europa ocorreu na Alemanha.

Itália, há um ano, debatia-se com o início da pandemia. Os casos começaram a aumentar substancialmente e a espalhar-se pelo resto da Europa. Ao mesmo tempo, nos EUA também se começa a assistir a um aumento do número de casos. O caos estava instalado e a partir daí, já todos sabemos o que aconteceu.

Em Portugal, a diretora-geral da Saúde falou pela primeira vez sobre o novo coronavírus a 15 de janeiro, quando a propagação em massa ainda não era uma hipótese. O surto estaria contido, segundo Graça Freitas. No entanto, continuavam a surgir novos casos noutros países além da China.

No dia 23, foi confirmado o primeiro caso de um português infetado: Adriano Maranhão, canalizador no navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, no Japão. Nesta altura, vários países confirmaram os primeiros infetados. Foram os casos da Grécia, Holanda, Paquistão e México.

O aviso chegou da Organização Mundial de Saúde: o mundo tinha de se preparar para uma eventual pandemia. Dias depois, o nível de ameaça foi aumentado para "muito elevado". No dia 11 de março, foi declarado como uma pandemia.

As imagens dos hospitais de algumas cidades italianas, assustavam-me já nessa altura, embora por cá, não houvesse ainda uma grande preocupação. Há um ano, não sabíamos bem o que nos esperava - acho que um ano depois, ainda há muito que não sabemos. 

Temos de continuar na luta, especialmente na prevenção, pois a cura está ainda muito longe. Muito se conquistou, com danos diretos e colaterais que nos vão ainda afetar daqui a vários anos. O mundo sofreu um embate muito forte, mas somos fortes e vamos conseguir ultrapassar. 

Ainda vão haver muitas baixas desta guerra, seremos muitos portugueses a não conseguir sobreviver, a perder amigos, a sentir a saudade dos nossos familiares, a perder os empregos... mas estarão cá os sobreviventes para levantar o país, a Europa e o Mundo, que nunca mais serão iguais.

 

Fontes:

https://media.noticiasaominuto.com/files/naom_6033c2269a881.pdf

https://crlisboa.org/wp/newsletter-tematica-covid-19/

https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2020-11-17-1-ano-de-Covid-19.-O-que-mudou-num-mundo-a-meio-gas

 

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publicado às 10:55

O novo ano pode ser pior que 2020?

por Elsa Filipe, em 12.01.21

Ao tocar as badaladas do novo ano, não senti que tivesse havido uma mudança. Não saí de casa, apenas espreitámos da janela o fogo de artifício, mas o sentimento era de angústia.

Este ano, apenas pedi saúde, mesmo sabendo que o ritual é uma estupidez, mas não quis arriscar a perder uma oportunidade de pedir saúde, mesmo que seja a mim mesma. As mudanças partem em primeiro lugar de nós mesmos e não de milagres.

Mas tal como previra, o novo ano, não trouxe milagres. Terminados os festejos do Natal e do Ano novo, o balanço é trágico. Basta olharmos como estão os hospitais.

À porta, há pessoas idosas, que continuam a ser abandonadas pelos seus na época festiva. Não é novidade que nos dias antes do Natal há um acréscimo de velhos doentes, que são deixados nas urgências para que a família passe a quadra sem o trabalho que dá a sua presença. Vão depois buscá-los uns dias depois da passagem de ano. Assisti a diversas situações dessas na primeira pessoa quando trabalhava como socorrista. Alguns diziam descaradamente que essa era a sua intenção, como se não percebessemos que os estavam a abandonar. Era vê-los arrancar com o carro já carregado de malas para irem passar o natal ou o ano novo a qualquer lado, enquanto nós levamos o seu ente para a urgência. O Covid não veio mudar isso... as pessoas só fingem que estão melhores, mas no fundo, continua a desumanidade.

Este ano, vêm-se nas salas de espera onde as máquinas de comida não são abastecidas, à espera que alguém os vá buscar ou, pelo menos, que lhes leve uma sopa. O ser humano é assim mesmo. Miserável.

Um homem, seus 80 anos, agarra a porta do carro de uma mulher e abre-a, tentando sentar-se no lugar do pendura, pedindo que o leve a casa, por favor, que "se esqueceram dele ali". A pandemia não justifica a miséria humana, a falta de amor ao próximo. A família, que reza ao jantar de Natal e reclama por ter de estar agora confinada, ou sem trabalhar, é a mesma que sobrecarrega os serviços hospitalares com o abandono dos seus, enquanto outros morrem dentro da célula sanitária de uma ambulância sem chegar a dar entrada no hospital por falta de espaço.

E não acredito que as coisas vão melhorar nos próximos tempos. Mesmo com as vacinas, vendo aquilo que nós estamos a ver na comunicação social, ainda há tanto a fazer. Mas o amor ao próximo não vem numa vacina!

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publicado às 15:00

Pedro Lima

por Elsa Filipe, em 20.06.20

Muito está ainda por explicar, mas tudo indica que o ator se suicidou, após se despedir dos amigos mais próximos. Não há palavras que exprimam o que se sente neste momento, pois como pode uma pessoa com 5 filhos, uma relação com 20 anos, uma carreira reconhecida, acabar assim com a própria vida?

São esses os mistérios da nossa mente, os fantasmas que atormentam quem sofre e que mais ninguém tem o poder de sentir nem de perceber. Mesmo com sinais de depressão confessados aos amigos e até através da imprensa, ninguém viu. O sorriso fácil escondia a dor.

E também esta crise, esta pandemia que tem levado à destruição de tantos sonhos, à dissolução de negócios, aos despedimentos, à perda de bens, ao desmoronamento das vidas até aí construídas. Ninguém sabe ainda o que se passou, mas como estes, outros casos haverão por aí, em que a falta de trabalho, a solidão (mesmo em famílias grandes e aparentemente felizes é possível estarmos sós? Sim, às vezes tão sós que dói), a perda de alguém e a destruição dos sonhos de vida levam à escolha de um trágico destino.

Os meus sentimentos para a família e para os amigos. E que seja uma lição, para que não se esqueçam dos nossos atores, dos nossos artistas, cantores, sonógrafos, guionistas... 

Pedro Lima nasceu em Luanda, a 20 de abril de 1971. Foi atleta olímpico na modalidade de natação, por Angola, tendo participado nos jogos olímpicos de 1988 e 1992.

Mas foi como ator que muitos de nós o conhecemos.

Entrou no meio artístico através de Ricardo Carriço, na Central Models. Iniciou-se na RTP2, tendo apresentado Magacine, um programa dedicado ao mundo do cinema.

Nas novelas participou em "Terra mãe", "Os lobos", "O Último Beijo", "Ninguém como Tu", "Fala-me de Amor", "Ilha dos Amores", "A Herdeira" e "A Outra" entre muitas outras com pequenos e grandes papéis.

Participou também na novela "Espírito Indomável" (2010), que está a ser transmitido novamente pela TVI. Estaria a gravar a nova novela da TVI "Amar Demais" que irá estrear possivelmente em Dezembro.

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Lima_(ator)

https://www.publico.pt/2020/06/20/culturaipsilon/noticia/morreu-actor-pedro-lima-1921310

 

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publicado às 19:53

Mas onde tem esta gente a cabeça?

por Elsa Filipe, em 02.06.20

Começa a ser difícil aguentar, quando nós temos de ficar em casa e outros andam pelas ruas como se nada fosse.

Em Portugal morreram 12 pessoas nas últimas 24 horas, mas ainda não estamos tão mal como outros países.

Mesmo assim, por cá, o desconfinamento não é total e não abrange ainda todos os setores. Hoje faz precisamente 3 meses que foi detetado o primeiro caso Covid no nosso país e isto ai da está tão longe de terminar! 

Ontem, dia da criança, eu iría retomar a minha atividade laboral fora de casa. Mas ainda não foi autorizada a abertura dos centros de estudo e não podemos correr riscos. Já começou a reabertura do pré escolar, por isso se tudo correr bem, em breve abrimos nós.

Pelo que tenho visto aqui na minha zona, mais perigoso do que juntar crianças, é juntar adolescentes. Na porta da escola, juntam-se em amena cavaqueira. Seria normal, se não estivessemos a passar por uma pandemia. Eles que são o futuro, não tem escolaridade suficiente para entender e cumprir regras? E perante este total incumprimento, ninguém atua?

É difícil cultivar nas pessoas o sentimento de proteção em relação aos outros. Os mais jovens que não estavam a ser tão afetados, estão a colocar-se cada vez mais em risco. Quando vou caminhar, andam poucas pessoas de máscara, mantendo o distanciamento, mas também andam outros e, na sua maioria jovens, em grupos e passando junto de outras pessoas, sem qualquer cuidado. 

Vê-se que nem todos são maiores de idade, terão 13, 14 anos, mas o pior é haver um sentimento de impunidade. Ninguém os vai multar ou prender. Eles sabem disso, não têm medo, acham que são invencíveis e que com eles nada vai acontecer.

E ai se alguém ralhasse com aqueles meninos, que podiam até levar a mal ou fazer queixinhas. E aí, os pais (que agora não estão a responsabilizar-se pelos comportamentos dos miúdos), sairiam em sua defesa, ofendidos por alguém ter feito o trabalho que a eles cabia. 

A mim assusta-me esta impunidade. Assusta-me o aumento da criminalidade. Nada como se vê nos EUA, mas receio bem que se caminhe para algum próximo dessa realidade. Já se começam a ver movimentos pela Europa...

Assusta-me que alguns portugueses menos informados e educados, possam aderir ou querer trazer para cá essas ideias estúpidas!

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publicado às 21:47

1º de Maio

por Elsa Filipe, em 01.05.20

Num normal 1º de MAIO, enchem-se as ruas de Lisboa com manifestantes. Hoje não é um dia normal porque estamos em Pandemia.

Num dia em que não estivessemos proibidos de sair do nosso concelho, estaria a Alameda cheia de gente! Hoje não estamos autorizados a circular livremente entre concelhos... como é que toda esta gente saiu de casa e veio até Lisboa?

Na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, a manifestação foi feita tentando manter o distanciamento social, mas nas imagens passadas nas estações televisivas, poucos são os que estão de máscara (bem colocada). Num dia normal, sem pandemia, concordava com as manifestações e com os festejos do Dia do Trabalhador - concordo perfeitamente com muitas das ideias e reinvindicações que hoje saíram à rua - só não concordo que tenham "mesmo saído". Podiam ter feito de outra forma, porque desta forma, colocando-se acima das recomendações da DGS, para ficarmos em casa, acho que se mostraram irresponsáveis. Muitas daquelas pessoas, até se calhar não foram informadas dos riscos, ou não ponderaram bem, mas alguém as deixou passar nos pontos de controlo das deslocações que se fazem em várias estradas. Não pode haver agora um concerto ali no mesmo parque, na mesma Alameda? Mas isto pode haver.

Outras talvez tenham pensado apenas que não fazia mal.

Eu acho que é uma questão também de respeito pelo outro e, acho que como eu, outras pessoas que não podem sair de casa para ir trabalhar e visitar as famílias se sentiram injustiçadas ao ver estas imagens.

https://rr.sapo.pt/video/actualidade/2020/05/01/cgtp-assinala-1-de-maio-na-rua-contra-o-aproveitamento-do-virus-para-a-exploracao-de-trabalhadores/238592/

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publicado às 12:47


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