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Situação muito tensa no Médio Oriente

por Elsa Filipe, em 22.09.24

Não tem havido dia em que não se fale da tensão vivida no Médio Oriente e, esta semana, a situação não foi diferente. Este foi mais um fim de semana sangrento em que nenhum dos lados teve paz.

Um dos ataques mais importantes - não pela ocorrência de vítimas, mas pelo seu simbolismo - foi sem dúvida o encerramento da estação de televisão Al-Jazeera, por forças israelitas que "entraram nas instalações do canal de rosto coberto e fortemente armados," dando ordens de encerramento da "redação em Ramallah, na Cisjordânia ocupada." O encerramento foi ordenado "45 dias." Quando se retira do povo o direito a ter acesso ao que se passa, através dos meios de comunicação social, retira-se uma importante parte dos seus direitos. Já no passado dia 12 de setembro, o Governo israelita tinha anunciado "a retirada de acreditações aos jornalistas da Al-Jazeera, cujas emissões já tinham sido proibidas em inícios de maio por, alegadamente, violarem a segurança do Estado." Estes atos vão contra a liberdade de imprensa, defendida pelo direito internacional.

Israel poderá ter estado por trás do ataque feito através de "materiais explosivos" colocados em "pagers que foram vendidos ao Hezbollah e que explodiram na terça-feira, provocando pelo menos nove mortos e 2.800 feridos." Os aparelhos de comunicação portáteis "explodiram, de forma quase simultânea, no Líbano,"  ferindo "centenas de membros do grupo xiita," entre os quais o próprio "embaixador do Irão no Líbano, Mojtaba Amani."

Apenas algumas horas depois deste ataque, foram usados "aviões de guerra israelitas" para efetuar dezenas de ataques no sul do Líbano, respondendo à ameaça de retaliação feita pelo "líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah", que sobreviveu ao ataque feito "com explosivos em pagers e walkie-talkies, nos últimos dias."

A situação entre Israel e Líbano está a escalar cada vez mais depressa. O "Hezbollah disparou mais de 100 projéteis durante a noite," atingindo várias aldeias e "obrigando milhares de residentes e refugiarem-se em abrigos antiaéreos." Como resposta ao ataque feito através do território libanês, Israel lançou centenas de mísseis, tendo atingido, segundo informação do exército israelita, "cerca de 400 alvos no sábado, incluindo lança-foguetes do Hezbollah, e que irá continuar a atacar o movimento apoiado pelo Irão." Em Israel foram já encerradas "todas as escolas" e foram restringidos "ajuntamentos no norte do país."

No que respeita ao outro lado do conflito, Gaza foi novamente atacada este sábado, tendo sido atingida "uma escola que abrigava milhares de desalojados no sul de Gaza." Contam-se já oito crianças entre as desassete vítimas mortais. Contam-se ainda 30 feridos. As "vítimas são maioritariamente mulheres e crianças que estavam abrigadas na escola para fugir à guerra naquela região."

Na mesma zona de Gaza, foi também "registado um ataque a outra escola, onde várias pessoas ficaram feridas." Os números mais recentes apontam para 60 mortos desde sexta-feira, provocados por "bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza," entre os quais estão três palestinianos que perderam a vida, no ataque a um autocarro que "transportava deslocados," perto da "passagem de al-Abas." 

"Em Rafah, no sul, pelo menos 14 habitantes de Gaza foram mortos em dois ataques israelitas, segundo a Defesa Civil, 13 deles numa única casa bombardeada, e mais uma pessoa foi morta quando conduzia numa mota na zona de Khirbet al-Adas."

Fontes:

https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/medio-oriente-israel-invade-e-encerra-redacao-da-al-jazeera-na-cisjordania/

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/israel-lanca-grandes-ataques-contra-o-libano_a1601288

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/israel-tera-colocado-explosivos-nos-pagers-utilizados-pelo-hezbollah_n1600673

https://sicnoticias.pt/especiais/conflito-israel-palestina/2024-09-21-pelo-menos-17-mortos-em-ataque-contra-escola-com-deslocados-em-gaza-d5591bf0

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publicado às 22:50

A guerra continua a matar

por Elsa Filipe, em 04.09.24

Passam os dias e os homem continuam em guerra...

Começa um novo ano escolar, os alunos, de olhos ávidos por aprender, trazem um cantinho escuro no seu pensamento, um cantinho onde estão aquelas imagens com que tantas vezes são bombardeados nos noticiários televisivos. Imagens de meninos como eles, desesperados depois de mais um ataque, imagens de crianças feridas, de crianças mortas.

Começamos a ficar cada vez mais habituados a este estado de "naturalidade". Estão-se todos a matar uns aos outros e... isso é "normal", "sempre foi assim", "já vem de trás..."

Mas onde é que nós andamos com cabeça para acharmos que isto é natural?

Esta manhã, em Lviv, um ataque russo matou sete pessoas, das quais três eram menores. E ontem, num outro bombardeamento, a Rússia tinha já atingido "o Instituto Militar de Comunicações da cidade de Poltava, no centro da Ucrânia," matando "pelo menos 51 pessoas" e causando "271 feridos, de acordo com a última contagem oficial."

Em Gaza, onde outro conflito parece não ter fim à vista, muitos dos refugiados a norte "recorrem às escolas como espaços de abrigo, enquanto no sul a grande maioria" está na zona das tendas humanitárias, "estabelecida pelas forças armadas ao longo da costa." Infelizmente, são estas mesmas escolas e estes mesmos acampamentos os alvos de muitos dos bombardeamentos com que Israel atinge a população, tal como sucedeu no passado domingo, havendo a lamentar a morte de "seis palestinianos" como resultado do bombardeamento a mais "uma escola na cidade de Gaza." E sem esquecer que, também nesta zona, está a decorrer por estes dias uma campanha de vacinação contra a poliomielite - uma grave doença que paralisa e mata bebés e crianças - e que em muitos países já tinha sido erradicada. Infelizemente a guerra também traz com ela estas coisas...

E poderia aqui elencar tantos e tantos destes ataques... e tantas e tantas razões para estar contra o uso de população civil como escudo humanos para proteger líderes e combatentes do Hamas... e tantas outras razões para que este estúpido conflito acabasse já. Mas resta-me apenas continuar a escrever sobre isto, sabendo que nada mais posso fazer.

Fontes:

https://www.dn.pt/4830395720/pelo-menos-sete-mortos-incluindo-tres-criancas-em-ataque-russo-a-lviv/

https://expresso.pt/internacional/medio-oriente/guerra-israel-hamas/2024-09-01-seis-palestinianos-mortos-em-ataque-israelita-a-escola-em-gaza-bd99a565

 

 

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publicado às 19:48

Poliomielite - uma doença que volta a atacar

por Elsa Filipe, em 31.08.24

Arrancou hoje a campanha de vacinação contra a poliomielite, na Faixa de Gaza, com o objetivo de "vacinar todas as crianças até aos 10 anos de idade e evitar a propagação do vírus em Gaza, que foi diagnosticado há alguns dias numa criança." Há 25 anos que não se registavam casos em território palestiniano e a deteção deste caso, levou a uma forte preocupação, uma vez que, a região tem "falta de produtos de limpeza" que, aliado à sobrelotação dos espaços, à poluição e à "escassez de água", são "fatores que a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que contribuem para a propagação do poliovírus e outras doenças infecciosas."

Terão sido atribuídas a Gaza já "1,26 milhões de doses de vacina oral (duas gotas nesta primeira fase de imunização), bem como equipamento para assegurar a cadeia de frio," essencial para a preservação da vacina.

Com Israel a conceder apenas três dias de pausa nos ataques - "o governo israelita aceitou parar os combates entre as 6h e as 15h durante três dias, com a possibilidade de um prolongamento de um dia" - as entidades envolvidas (Ministério da Saúde palestiniano, em cooperação com a Organização Mundial de Saúde, a Unicef e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina), irão tentar chegar às cerca de "640000 crianças", que precisam de ser vacinadas.

Para que a esta campanha de vacinação produza alguma eficácia, "a OMS declarou que pelo menos 90 por cento das crianças devem ser vacinadas", o que levou ao envolvimento de "mais de 2100 profissionais de saúde das agências da ONU e do Ministério da Saúde de Gaza." De acordo com a ONU, depois da primeira interrupção de três dias, irá seguir-se outra "de três dias no sul de Gaza e depois uma outra no norte de Gaza, de forma a terminar o processo de vacinação." Mesmo assim, será uma missão quase impossível.

Segundo o site do SNS, não existem neste momento "casos de poliomielite em Portugal." De facto, foi em 1986 que se registou "o último caso da doença no país" e, "desde 2002 que a região europeia está considerada como livre de poliomielite." Em 2019, a nível mundial, foram registados apenas "175 casos."

A vacinação "e a melhoria das condições de saneamento vieram contribuir para esta redução," uma vez que este vírus tem duas formas de propagação, uma por via direta (por via feco-oral através do contato com as "fezes de uma pessoa infetada", através da tosse ou espirros, e inalação de partículas contaminadas)  e outra por contato indireto através da "água, alimentos ou objetos contaminados."

Fontes:

https://pt.euronews.com/saude/2024/08/31/guerra-em-gaza-arranca-a-campanha-de-vacinacao-contra-a-poliomielite

https://sicnoticias.pt/especiais/conflito-israel-palestina/2024-08-31-arrancou-a-campanha-de-vacinacao-contra-a-poliomielite-em-gaza-1fdfde27

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-08-29-video-abdul-rahman-de-dez-meses-e-o-primeiro-caso-de-poliomielite-identificado-em-gaza-em-25-anos-b9544234

https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/poliomielite/

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publicado às 21:04

Turquia ameaça avançar sobre Israel

por Elsa Filipe, em 29.07.24

Em resposta aos ataques contra a Palestina, o detentor do segundo maior exército da NATO, ameaçou Israel de poder vir a entrar no seu território com o objetivo de proteger os palestinianos. Erdogan, chegou mesmo a aludir ao apoio dado pela Turquia "ao Azerbaijão durante a Segunda Guerra do Nagorno-Karabakh contra a Arménia, em 2020," bem como ao envio de tropas para a Líbia em apoio ao "Governo de Acordo Nacional da Líbia," reconhecido pelas Nações Unidas, durante o mesmo ano.

Lembremo-nos que estas ameaças já vêm de trás, quando em inícios de dezembro, Israel afirmou que entraria pela Turquia se fosse necessário para combater o Hamas, mas com o agravamento da situação a cada dia que passa, poderemos ver em breve o escalar do conflito, com apoiantes dos dois lados a mostrar o seu poder bélico e a afrontar os seus opositores.

Erdogan criticou a "visita do primeiro-ministro israelita a Washington, onde foi aplaudido por representantes" de ambas as câmaras e acusou "o líder israelita Benjamin Netanyahu de genocídio, suspendendo todo o comércio com Israel e chamando de volta o embaixador turco."

Esta escalada de retórica, vem levantar "receios de um conflito regional mais amplo" que pode vir a envolver a NATO de uma forma mais intensa e direta. Netanuahu veio já comparar Erdogan a Saddam Husseim, relembrando a forma como o ditador iraquiano foi capturado e morto.

Se por um lado espero que "alguém" ponha "mão" em tudo isto e que os sucessivos ataques contra os palestinianos acabem, por outro, a entrada da Turquia nas hostes pode trazer graves consequências com o envolvimento da NATO. O que pode estar em causa é o envolvimento de vários países, alguns dos quais sob regimes ditatoriais que têm no seu território "zonas quentes" detidas por grupos armados.

Depois de, durante a noite passada, Israel "ter atingido uma série de alvos no Líbano," vem também o Hezbollah afirmar que efetuou diversos "ataques contra Israel", embora felizmente, não ter chegado a haver "relatos de vítimas destes ataques".

Fontes:

https://zap.aeiou.pt/turquia-admite-entrar-em-israel-para-proteger-palestinianos-617430

https://executivedigest.sapo.pt/noticias/turquia-ameaca-entrar-em-israel-para-proteger-os-palestinianos/

https://pt.euronews.com/2024/07/29/diplomatas-tentam-evitar-guerra-regional-apos-ataque-ataque-que-matou-12-jovens-nos-montes

 

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publicado às 18:05

Neste momento, o Médio Oriente encontra-se em grande tensão, com Israel no centro dos conflitos. Se por um lado, as forças israelitas se mantém na Faixa de Gaza, onde os bombardeamentos se sucedem, por outro, estamos neste momento a ver o intensificar do conflito entre o Hezbollah e Israel, bem como ataques na região de Golã, tomada pelos israelitas, na Síria.

Nos últimos dias, os ataques têm-se repetido. Esta manhã, o exército israelita intercetou um míssil que se aproximava do país, proveniente do Iémen. Os houthis reivindicaram a responsabilidade pelo lançamento de "vários mísseis balísticos" contra Israel, depois do "ataque israelita no porto iemenita de Hodeida", que causou "seis mortos e mais de 80 feridos." 

Os houthis são um "movimento xiita rebelde apoiado pelo Irão," que há meses, se encontra a atacar "navios que consideram ligados a interesses" de Israel, "ao largo das costas do Iémen." Os houthis estão integrados no "eixo de resistência". Este eixo é de facto "uma coligação liderada pelo Irão" da qual fazem parte também, "entre outros, o grupo islamita palestiniano Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah."

Mas contextualizando um pouco. Este conflito, voltou a estar no plano do dia desde 8 de outubro de 2023 (dia seguinte ao dos ataques a Israel por homens armados do Hamas) quando o grupo armado Hezbollah disparou contra alvos israelitas a partir do Líbano, afirmado estar a agir em apoio a Gaza. Seguiram-se ataques contra aeroportos sírios, da parte de Israel, "enquanto milícias armadas" pelo Irão disparam "mísseis de dentro da Síria" em direção ao território israelita.

Tal como o Hamas, o Hezbollah é classificado por muitos países como "um grupo radical islâmico" e uma organização terrorista, mas é também um partido político. O grupo "surgiu como uma milícia durante a guerra civil do Líbano, quando Israel invadiu o país em 1982", com "o apoio do Irão durante a ocupação israelita, embora as suas raízes ideológicas remontem ao renascimento islâmico xiita no Líbano nas décadas de 1960 e 1970." Apesar de alguns libaneses o considerarem como sendo "uma ameaça à estabilidade do país, o grupo continua a ter uma grande popularidade "entre a comunidade xiita."

Há 18 anos, em 2006, "o Hezbollah e Israel travaram uma guerra brutal que durou um mês, fazendo 1200 mortos do lado libanês e 160 israelitas, na sua maioria militares." Desde então, o Hezbollah e Israel continuam esporadicamente a trocar tiros nas suas fronteiras. Acredita-se que o Hezbollah tem, neste momento, armamento suficiente para se tornar um forte opositor de Israel, especialmente devido ao apoio do Irão. 

O que fez aumentar a violência foi a morte de Mohammed Nimah Nasser, procurado por ser comandante do Hezbollah e cuja viatura foi atingida a 3 de julho, "em plena luz do dia, com um ataque aéreo." Para os apoiantes do Hezbollah, foi considerado um "mártir" e o seu funeral foi cuidadosamente preparado. Depois do enterro, muitos se mostravam prontos para a guerra, para retaliar a morte de um dos seus líderes, num país que neste momento "não tem presidente," mas sim um "governo provisório e uma economia destroçada." 

O Líbano encontra-se dividido: se uns querem seguir os ideais do Hezbollah e avançar para a guerra, outros, a última coisa que querem é voltar a estar em guerra. Infelizmente, muitos acreditam que a saída honrosa é o martírio. "Alguns países como a Alemanha, os Países Baixos, o Canadá e a Arábia Saudita já disseram aos seus cidadãos para deixarem o Líbano imediatamente. O Reino Unido desaconselhou todas as viagens ao país e está aconselhando os britânicos que estão no país a partirem."

À medida que os ataques e contra-ataques entre estas duas forças continuam, muitas famílias sofrem e vários inocentes são mortos. Além do Líbano, na região Síria de Golã, tomada por Israel, está também a ser alvo de ataques do Hezbollah. Nas colinas de Golã, um casal israelita foi morto quando o seu carro foi atingido por fogo do Hezbollah, deixando três filhos adolescentes. Já no sul do Líbano, três crianças entre os quatro e os oito anos, foram mortas num ataque israelita. Apenas dois exemplos entre muitos...

Mas que papel tem a Síria neste conflito? 

É complicado de entender. Se por um lado temos a Síria como apoiante da Palestina, por outro temos vindo a assistir ao longo dos últimos anos a vários ataques sírios contra grupos palestinianos, tal como o que sucedeu em "Yarmouk, um bairro de maioria palestina" que acabou por se tornar num campo de refugiados. Depois de "forças rebeldes tomarem Yarmouk, as tropas de Assad impuseram um cerco, barrando a entrada de comida, medicamentos, energia e outros mantimentos. Como ninguém podia entrar ou sair dali, muitos passaram a se referir ao lugar como a Gaza da Síria".

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/crgk7xej3k3o

https://www.dw.com/pt-br/o-papel-da-s%C3%ADria-no-conflito-entre-israel-e-hamas/a-67407431

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-07-21-houthis-ameacam-israel-com-continuacao-dos-ataques-f3dd399f

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-10-11-O-que-e-o-Hezbollah-movimento-que-nasceu-no-Libano-para-lutar-contra-Israel--a77013b9

 

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publicado às 14:23

Ataques continuam a matar civis em Gaza

por Elsa Filipe, em 13.07.24

Fugindo dos conflitos, muitas familias palestinianas abrigam-se onde e como podem. Mas nem uma escola os deixa livres de ataques. Foi o que aconteceu esta quarta-feira, quando Israel realizou um ataque perto de uma escola onde se refugiavam várias familias, deixando um rasto de morte. Contam-se até agora pelo "menos 29 mortos e mais de 50 feridos" junto de uma escola perto de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

Já hoje, num novo ataque contra um campo de refugiados, "pelo menos 90 pessoas morreram e 289 ficaram feridas," naquilo que já é chamado de um "grande massacre." Entre as vítimas encontram-se "membros do Serviço de Emergência Civil”. Este ataque tinha como objetivo matar "o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif, que estaria escondido no local," mas a sua morte não foi confirmada, nem sequer a sua presença naquele local.

Quando é que isto vai ter fim? 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/especiais/conflito-israel-palestina/2024-07-10-exercito-israelita-confirma-ataque-que-fez-29-mortos-numa-escola-em-gaza-2b15ee22

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-07-13-video-pelo-menos-20-mortos-em-ataque-de-israel-contra-campo-de-refugiados-de-khan-younis-af5934ae

 

 

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publicado às 20:26

As manifestações estudantis que exigem o corte das relações com Israel começaram pelos EUA e rapidamente se espalharam ao Canadá, México, alguns países da Europa e à Austrália.

Em Espanha, a Universidade Pública de Navarra, começou por tomar a decisão de "cortar relações com centros israelitas que não rejeitem crimes contra a humanidade," seguindo-se "a Pablo de Olavide, de Sevilha," que também rompeu "todas as relações atuais e futuras com empresas e centros educacionais em Israel."

Entretanto, por cá, num "documento subscrito por 65 académicos," pede-se a priorização ética daquilo que se passa em Gaza, mostrando como exemplo uma comunidade onde se "ensina a resistir, mesmo em condições inimagináveis, aos intentos colonizadores e neoimperialistas" ao mesmo tempo que "elucida, sobre o quanto mais fortes que a repressão podem ser as ideias e o saber que continuarão resistentes mesmo debaixo dos bombardeamentos contínuos de já há longos sete meses".
 
Apesar de todas as instituições terem sido destruídas,  "uma prova de mestrado" foi mesmo assim efetuada "no interior de uma tenda num campo de refugiados" o que demonstra uma enorme capacidade de resiliência.
 
Assim, estes académicos exigem à "Universidade do Porto que não tenha relacionamento com o Estado de Israel, com empresas e instituições israelitas, ou em que estas estejam envolvidas, que, de qualquer forma, contribuam para a ocupação da Palestina e para a prossecução da guerra contra o Povo Palestiniano, e que denuncie acordos de colaboração que tem com as Universidades de Israel". Proclamam ainda, "a necessidade de criar e intensificar a cooperação com as instituições de ensino e de investigação palestinianas, num compromisso que a U. Porto deve assumir com o direito à educação, à liberdade de investigação científica e à ciência como instrumento de progresso e de paz", exigindo também "uma política de transparência relativamente a este assunto para que os subterfúgios e equívocos não possam ser mais evocados."
 
Os protesto começaram no dia 08 deste mês e têm-se vindo a acentuar, tendo sido esta segunda-feira, que as coisas se complicaram, com a ocupação da universidade, a qual exigiu a presença das autoridades.
 
Fontes:
 
 
 

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publicado às 19:57

O lado mais negro da guerra

por Elsa Filipe, em 16.05.24

A guerra tem muitos lados, muitas cores, muitas razões... mas tem sobretudo muitas vítimas inocentes.

Desde o início da guerra, contam-se 35173 mortos e 79061 feridos. Os aviões bombardeiam diariamente edifícios de habitação, escolas onde se encontram refugiados. Debaixo dos escombros, estão corpos por recuperar porque os ataques continuam e as ambulâncias nem sequer se conseguem aproximar.

Em Gaza, após cada ataque, bebés e crianças enchem os hospitais. Os que sobrevivem aos ataques, sofrem depois a amputação de membros esmagados. A realidade é atroz. Muitas vezes, faltam medicamentos, analgésicos e antibióticos. "Mais de um milhar de crianças já tiveram membros amputados." Além de muitas serem "amputadas sem anestésicos para aliviar a dor", há ainda o problema da recuperação e do aumento da probabilidade de contrairem infeções.

E a verdade é que há poucos profissionais de saúde e, os que lá se mantêm, estão em constante sobressalto com receio de serem eles também vítimas dos atiradores israelitas. Também os que vão em auxílio são atacados. "Um trabalhador internacional da ONU morreu na segunda-feira e outro ficou ferido num ataque a um veículo das Nações Unidas perto da passagem de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito e cujo lado palestiniano é controlado por Israel há uma semana."

Outro problema grave são os corpos que se encontram em decomposição e que são eles próprios uma fonte de propagação de bactérias e de doenças.

Tal como os ataques direcionados aos hospitais, as escolas e universidades têm sido alvos das tropas israelitas. No entanto, "Telavive diz não estar a visar diretamente o sistema de educação de Gaza e acusa o Hamas de utilizar estas infraestruturas de educação para camuflar atividades militares."

Desde novembro, que as escolas estão fechadas e que as crianças andam pelas ruas. Sobrevivem conforme podem. Muitas já perderam vários elementos da família e viram morrer amigos, mas têm de continuar. "Em várias regiões há escolas improvisadas em tendas que tentam garantir que os mais jovens continuam a ter acesso à educação, numa altura em que o conflito não tem fim à vista."

Fontes:

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/o-lado-dos-profissionais-de-saude-na-palestina-ha-uma-media-de-15-amputacoes-por-dia-principalmente-em-criancas-isto-ha-seis-meses-gaza-e-o-inferno-na-terra?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/pelo-menos-82-mortos-e-234-feridos-nas-ultimas-24-horas-na-faixa-de-gaza

https://sicnoticias.pt/especiais/conflito-israel-palestina/2024-05-15-video-ha-mais-de-meio-ano-que-as-criancas-e-jovens-de-gaza-nao-tem-aulas-devido-ao-conflito-298e4aec

 

 

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publicado às 10:02

Eurovisão 2024

por Elsa Filipe, em 12.05.24

A vitória este ano foi para a canção da Suiça, "The Code", interpretada por Nemo. "O tema, entre o rap, rock e a ópera, explora o processo de descoberta do artista como uma pessoa não-binária."
Portugal, ficou em 10º com a canção "Grito", que foi interpretada por Iolanda.

Mas o que mais marcou o festival deste ano, foram os protestos contra a participação de Israel. 

A cantora israelita, Eden Golan, de apenas 20 anos, conseguiu o seu lugar na final com a canção "Hurricane." No entanto, desde logo, a versão inicial foi criticada e "teve de ser modificada por se considerar que fazia alusão ao ataque do Hamas em Israel, a 7 de outubro." Na Finlândia, vários ativistas invadiram a sede da televisão nacional, exibindo frases como "Boicote a Eurovisão" ou "Parem o genocídio". Estes manifestantes afirmaram que "Israel está a usar a Eurovisão como plataforma para branquear a sua imagem com a participação da cantora Eden Golan." 

Entre as vozes contra, manifestaram-se também vários intérpretes, incluindo da própria representante portuguesa, que mostrou nas unhas, cores e simbolos ligados à Palestina, e no final da sua atuação fez um apelo à paz. No início, logo no desfile de apresentação, a cantora portuguesa apostou num "vestido de uma marca de um designer de origem palestiniana, com o padrão do lenço keffiyeh, um lenço associado à causa palestiniana."

Apesar de terem sido permitidos apelos à paz na Ucrânia e o uso das cores da bandeira (que ainda ontem pudemos ver representada no simbolo da Eurovisão), a situação da Palestina não teve ontem o mesmo tratamento. Podemos falar este ano em censura? Um exemplo disso, foi o facto do vídeo da atuação portuguesa, não ter sido logo publicado no site oficial, depois da atuação de Iolanda. "A União Europeia de Radiodifusáo (EBU), organizadora do festival, optou por publicar o vídeo da semi-final em que a cantora portuguesa tinha apenas as unhas brancas, sem símbolos da Palestina." Só quase uma hora depois da atuação e com os protestos da RTP, o vídeo foi colocado no site.

Poucos minutos antes do festival começar, registaram-se "várias detenções em Malmö, na Suécia, num protesto que decorria junto ao edifício onde decorria o evento. A polícia recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes."

Além dos apelos para que fosse vetada a participação de Israel, o Festival Eurovisão da Canção deste ano ficou "também marcado pela expulsão do representante dos Países Baixos, Joost Klein, anunciada horas antes da final deste sábado. De acordo com a EBU, o artista está a ser investigado pela polícia sueca na sequência de uma denúncia feita por uma mulher da equipa de produção," devido a um "incidente" ocorrido durante a semifinal do concurso.

É triste que um espetáculo tão bonito, esteja a ser cada vez mais afetado por motivos políticos e que não seja apenas um espaço de união. A música é essencial na vida dos povos, e tem sido ao longo dos anos um implusionador de mensagens políticas, mas não pode ser um fator de exclusão, na medida em que um artista não deveria ser conotado com o seu governo, mas sim e apenas com a sua música. É pena que ontem, se tenha assistido a extermos de ambos os lados e que os organizadores do concurso se tenham deixado afetar. Isso tirou a beleza à competição.

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/suica-vence-o-festival-eurovisao-da-cancao_n1570884

https://sicnoticias.pt/cultura/2024-05-11-manifestantes-invadem-televisao-publica-finlandesa-para-exigir-boicote-a-eurovisao-ee32240d

 

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publicado às 16:42

Condenar os ataques israelitas

por Elsa Filipe, em 11.05.24

Começaram por ordenar a saída dos refugiados dos "campos de Rafah e Shabura," bem como dos "bairros de Adari e Jeneina, cuja população" foi aconselhada a ir para a “zona humanitária” de Al Mawasi.

Além disso, "no norte do enclave palestiniano, Israel ordenou a saída de residentes entre Jabalia e Beit Lahia, que designou como zona de combate perigosa e pediu que se deslocassem para oeste da Cidade de Gaza." A justificação dada é estarem “a trabalhar em força contra as organizações terroristas na região" o que faz com que as famílias fiquem "expostas ao perigo."

As forças israelitas lançaram esta segunda-feira a sua “operação limitada” em Rafah, dando ordem de retirada a "cerca de 100 mil pessoas na periferia leste da cidade." No mesmo dia, "peritos da ONU para os direitos humanos" ficaram horrorizados perante "a descoberta de valas comuns com cadáveres de pessoas que tinham sinais de tortura, execução e de terem sido enterradas vivas pelos militares israelitas." De acordo com as notícias, "mais de 390 corpos foram descobertos nos hospitais Al Nasser e Al Shifa, incluindo de mulheres e crianças, muitos dos quais parecem ter sinais de tortura."

Na terça-feira, "assumiu o controlo da parte palestiniana da passagem de Rafah, que liga ao Egito." O exército colocou "tanques em Rafah," assumindo "o controlo da passagem fronteiriça com o Egito" e encerrando "os dois principais pontos de acesso da ajuda humanitária (Rafah e Kerem Shalom), uma medida considerada inaceitável pelos Estados Unidos."

Desde então, o exército tem realizado “ataques seletivos” com o objetivo de "capturar combatentes do Hamas no leste da cidade." Isto depois dos EUA terem suspendido "a entrega de um carregamento de bombas," em oposição à realização desta grande ofensiva que estava a ser "planeada pelas tropas israelitas em Rafah."

Como resultado destes ataques, esta quarta-feira, pelo menos "sete pessoas morreram," todos da mesma família, e "várias ficaram feridas num ataque áereo israelita em Gaza."

Ontem, foi apresentado pelos Emirados Árabes Unidos "em representação do Grupo de Países Árabes, e copatrocinado por cerca de 40 países," um "projeto de resolução" que "obteve 143 votos a favor - incluindo de Portugal -, nove contra e 25 abstenções dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU)." Os países que votaram contra foram, por exemplo, "Israel, Estados Unidos ou Hungria" e abstiveram-se países como a "Ucrânia, Itália, Reino Unido, Alemanha ou Canadá." Com esta resolução, a Palestina ganha o direito ao "assento entre os estados-membros por ordem alfabética, a apresentação de propostas individualmente ou em nome de um grupo perante a Assembleia-Geral, a solicitação do direito de resposta, fazer declarações ou solicitar modificações na agenda, entre outros."

Hoje, um bombardeamento aéreo terá morto "15 pessoas" em Rafah, "de acordo com fontes oficiais do Hospital Kuwait, que opera na região". Em contrapartida, hoje foi anunciada a instalação de um "novo hospital de campanha em Dir al-Balah, na região de Gaza," pelas Forças de Defesa Israelitas.

Em vários países, têm-se feito manifestações de apoio à Palestina e que condenam as ações militares das forças israelitas. Hoje, "milhares de pessoas" juntaram-se numa manifestação, em Lisboa, "numa marcha iniciada junto à Fundação José Saramago e que terminou no Martim Moniz." Esta ação foi "convocada pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente, entre outras associações." Na mesma, marcaram presença o "secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, e a líder do PAN, Inês Sousa Real." Estes líderes acusam Israel de um crime de genocídio.

 

Fontes:

https://visao.pt/atualidade/mundo/2024-05-11-israel-ordena-evacuacao-de-areas-a-leste-de-rafah-e-norte-da-faixa-de-gaza/

https://expresso.pt/internacional/medio-oriente/guerra-israel-hamas/2024-05-08-eua-suspendem-entrega-de-bombas-a-israel-por-causa-do-iminente-ataque-a-rafah-b4e45bac

https://expresso.pt/internacional/medio-oriente/guerra-israel-hamas/2024-05-08-sete-mortos-e-varios-feridos-em-ataque-israelita-em-gaza-44e9b3f7

https://sicnoticias.pt/pais/2024-05-11-video-milhares-saem-a-rua-em-lisboa-em-defesa-da-palestina-935a48c8

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-05-10-assembleia-geral-da-onu-apoia-adesao-plena-da-palestina-e-da-lhe-novos-direitos-949343f4

https://observador.pt/2024/05/06/peritos-da-onu-horrorizados-com-valas-com-cadaveres-de-pessoas-sepultadas-vivas/

 

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