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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Hoje recordo as músicas da minha infância e, na altura, mal eu sabia que devia a esta senhora as criações e adaptações que eu ouvia e cantarolava. Ana Faria, deixou-nos ontem, mas as suas músicas irão sempre fazer parte das minhas lembranças e, de certeza, das vossas também. Tinha 74 anos.
Foi no programa Zip Zip, transmitido no final da década de 1960, que Ana Faria se tornou conhecida (nessa altura eu ainda não era nascida) interpretando a "Canção de Embalar", de José Afonso, e "Avé Maria do Povo", popularizada por Simone de Oliveira. Em 1982, publica o disco "Brincando aos Clássicos", em que "interpretava sinfonias clássicas de compositores como Beethoven ou Mozart."
Em conjunto com o marido, Heduíno Gomes, que era responsável pela produção, "criaram os grupos Queijinhos Frescos, Jovens Cantores de Lisboa, seguindo-se os Onda Choc, com mais de um milhão de discos vendidos." Foram também responsáveis pela criação dos Popeline.
"A maioria das músicas destas bandas eram sucessos de versões internacionais com uma letra nova em português," que todos decorávamos de tanto rodar as cassetes! Era um mimo, que a minha mãe me comprava, ainda antes de termos leitor de cd's e, algumas dessas cassetes ainda resistiram e estão cá em casa. Momentos felizes.
Os "Quijinhos Frescos" era formado "pelos três filhos de Heduíno Gomes e Ana Faria, nomeadamente: João Faria Gomes, o mais velho; Nuno Faria Gomes, o irmão "do meio"; e Pedro Faria Gomes, o mais novo." Ainda gravaram alguns discos "para a editora CBS" tendo obtido bastante sucesso "na década de 1980."
Em 1984 sai o álbum "Ana Faria e os Queijinhos Frescos", ao qual se seguiu o álbum discográfico "Batem Corações." Segue-se o lançamento do "single com o tema do programa Jornalinho da RTP." Em 1986, é então "editada a compilação "O Melhor dos Queijinhos Frescos." Aparece então um novo grupo infantil: Onda Choc.
Os Onda Choc era um grupo "constituído por rapazes e raparigas entre os 10 e os 15 anos de idade. Os elementos eram recrutados através de casting e ou através do coro juvenil dos Jovens Cantores de Lisboa. Os ensaios das canções e das coreografias decorriam num pavilhão do Clube Futebol Benfica (também conhecido como Fófó), e as produções discográficas ficaram a cargo de Heduíno Gomes, o marido da cantora Ana Faria."
Em 1992 surgiram as "Popeline", um grupo feminino de música infantil. Recordo as roupas coloridas e os chapéus!
Ana Faria dedicou-se mais tarde à pintura e aos retratos, bem como à escrita para crianças.
Fontes:
https://observador.pt/2016/01/20/ministars-onda-choc-outros-miudos-cantam/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_Choc
https://pt.wikipedia.org/wiki/Queijinhos_Frescos
Hoje Portugal perdeu um dos grandes compositores dos últimos tempos. Um dos grandes músicos que traduziram "para as canções de intervenção o sentimento do povo português," sendo por isso inevitável associar o nome de Fausto aos nomes maiores da música portuguesa, como "José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, José Mário Branco," Sérgio Godinho ou Luís Cília. Além de um grande defensor da liberdade, Fausto era único na sua forma de compor e de cantar.
"Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias nasceu a bordo do navio Pátria, durante uma viagem entre Portugal e Angola. Seria registado a 26 de novembro de 1948 em Vila Franca das Naves, Trancoso." Foi ainda em Angola, de onde regressaria anos mais tarde, que formou a sua primeira banda, Os Rebeldes.
Com 20 anos, Fausto concluiu "a licenciatura em Ciências Políticas e Sociais no Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina", em Lisboa. "É nessa época que grava Chora, amigo chora, que em 1969 lhe deu o Prémio Revelação do antigo programa de rádio Página Um, transmitido pela Rádio Renascença."
Depois da revolução do 25 de abril de 1974, "ajudou a fundar o GAC" (Grupo de Ação Cultural — Vozes na Luta), juntamente com José Mário Branco, Afonso Dias e Tino Flores." Dos seus trabalhos podemos destacar Pró que Der e Vier (1974) e Beco sem Saída (1975), Madrugada dos Trapeiros (1977) ou Histórias de Viajeiros (1979). Em 1989, venceu o Prémio José Afonso, com "Para Além das Cordilheiras."
"Um dos seus concertos mais marcantes ocorreu em julho de 1997, em Belém, nas celebrações dos 500 anos da partida de Vasco da Gama para a Índia."
Gravou ao todo 12 álbuns entre 1970 e 2011. O último a ser lançado, foi Em busca das montanhas azuis, em 2011.
O músico tinha 75 anos e morreu durante a última noite, vítima de doença prolongada.
Fontes:
https://observador.pt/2024/07/01/morreu-o-cantor-e-compositor-fausto-bordalo-dias/
Faleceu o ceramista e pintor português, Manuel Cargaleiro.
Nasceu em Chão das Servas, Vila Velha de Ródão, a 16 de março de 1927. Em 1928, foi morar "na Quinta da Silveira de Baixo, no Monte da Caparica" e é em 1939 que dá inícia aos seus "estudos no Instituto Secundário de Lisboa." As suas primeiras experiências com a modelação de barro, ocorreram "na olaria de José Trindade,"enquanto esteve no Monte da Caparica.
Mais tarde, inscreve-se em Lisboa, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, "no curso de Geografia e Ciências Naturais, que mais tarde abandona para se dedicar exclusivamente às Artes Plásticas." As suas obras foram expostas pela primeira vez na Primeira Exposição Anual de Cerâmica”, na Sala de Exposições do Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI), no Palácio Foz, em Lisboa. "Um ano mais tarde, organizou com a Comissão Municipal de Turismo de Almada o I Salão de Artes Plásticas da Caparica. A primeira exposição em nome próprio foi feita em 1952, na Sala de Exposições do SNI." Em 1953, fez a sua "primeira exposição de pintura, no Salão da Jovem Pintura, na Galeria de Março, em Lisboa. Um ano mais tarde, apresenta a exposição individual Cerâmicas de Manuel Cargaleiro."
Em 1954, começa a dedicar-se ao ensino das artes, trabalhando por quatro anos "como professor de cerâmica na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa." Também em 1954, Cargaleiro vai pela primeira vez a Paris, onde acaba por conhecer "Maria Helena Vieira da Silva, Arpad Szènes e Roger Bissière."
Ainda durante a década de 50, "o artista plástico dirige os trabalho de passagem para cerâmica das estações da Via Sacra do Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Em 1955, faz também a primeira participação numa exposição coletiva internacional dedicada à cerâmica, no I Festival International de Céramique, em Cannes, França." É da sua autoria "o painel de azulejos para a fachada da nova igreja de Moscavide."
Em 1957, torna-se mais reconhecido e recebe "uma bolsa do governo italiano, através do Instituto de Alta Cultura. Estuda a arte da cerâmica em Faença, com Giuseppe Liverani, Roma e Florença. É também nesse ano que se fixa em Paris, em França."
Foi um dos "primeiros bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian, fazendo um estágio na Faïencerie de Gien, sob a orientação de Roger Bernard." Colabora em "várias exposições individuais e coletivas" em países como "França, Brasil, Japão, Alemanha, Itália, Angola, Moçambique, Espanha, Venezuela, Suíça ou Bélgica." Organiza em 1965, na "Galeria Gravura, em Lisboa, a exposição 12 Artistas de Paris: Gravuras da Colecção Manuel Cargaleiro."
"Em 1974, quando se comemoram 25 anos do trabalho artístico do Mestre Cargaleiro, é editada uma medalha do escultor Lagoa Henriques."
"Em 1980, volta às exposições individuais, primeiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e depois em Paris e Reims."
"Em 1984, o seu nome é dado à Escola Secundária Manuel Cargaleiro, no concelho do Seixal, que tem em destaque um painel de azulejos do artista plástico." Mais tarde seria erguido também no Seixal, mais precisamente na Quinta da Fidalga, "a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro." Este foi "um projeto arquitetónico da autoria de Álvaro Siza Vieira que se carateriza por uma articulação harmoniosa entre os diferentes elementos arquitetónicos e os espaços envolventes.
Nos anos 90, "a arte de Manuel Cargaleiro" extende-se a diversos locais públicos em Portugal e França, como a "estação de Metro do Rato, em Lisboa," ou a "estação de metro dos Campos Elísios," em Clemenceau. Em 1990 foi fundada, em Castelo Branco, a Fundação Manuel Cargaleiro.
Foi-lhe atribuído o "primeiro prémio no concurso internacional Viaggio attraverso la Ceramica, em Vietri sul Mare, na província de Salerno. Em 2004, foi inaugurado em Itália o Museo Artistico Industriale di Ceramica Manuel Cargaleiro." Em 2014, seria erguido também no Seixal, mais precisamente na Quinta da Fidalga, "a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro." Este foi "um projeto arquitetónico da autoria de Álvaro Siza Vieira que se carateriza por uma articulação harmoniosa entre os diferentes elementos arquitetónicos e os espaços envolventes." Em 2015, "recebe o Prémio Obra de Vida do projeto SOS Azulejo, dedicado à salvaguarda e valorização do património azulejar português e coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária.
Em 2016, vê ser inaugurado em Portugal, "o Museu Cargaleiro, que resulta de uma parceria entre a fundação em nome do artista e a Câmara Municipal de Castelo Branco. Em 2011, o museu foi ampliado para acolher e expor toda a obra da fundação." Em 2017 foi condecorado "com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Em 2019, o artista português foi agraciado em "com a Medalha de Mérito Cultural pelo então primeiro-ministro António Costa e pela ministra da Cultura da altura, Graça Fonseca. Recebeu também a Medalha Grand Vermeil, atribuída pela presidente de Câmara de Paris Anne Hidalgo." Em 2022, Cargaleiro recebeu o "título honoris causa, atribuído pela Universidade da Beira Interior e no ano seguinte, é condecorado "com a Grã-Cruz da Ordem de Camões."
Cargaleiro faleceu hoje aos 97 anos.
O mestre Cargaleiro ficou reconhecido pelas suas obras que deixou "em igrejas, jardins ou estações de metro e em inúmeras peças tão geométricas e cromáticas como as de outros artistas cosmopolitas que viveram em Portugal”. Muito mais havia a falar desde grande artista. A sua obra predurará.
Fontes:
https://observador.pt/2024/06/30/morreu-ceramista-e-pintor-manuel-cargaleiro-tinha-97-anos/
https://www.cm-seixal.pt/equipamento/oficina-de-artes-manuel-cargaleiro
Paulo Jorge Lopes Lourenço tinha apenas 52 anos e terá sido, ao que se sabe, vítima de enfarte. O acontecimento deu-se ao final do dia de ontem, na cidade da Praia, depois de uma caminhada. Durante o dia, tinha participado "em atividades públicas no centro histórico da Praia e na Escola Portuguesa de Cabo Verde."
O corpo será repatriado para Portugal.
Paulo Lourenço, nasceu a 10 de março de 1972, em Angola e era "diplomata de carreira desde 1995." Desempenhou funções em Luanda, Londres, Sarajevo, Bósnia e Belgrado. Foi Consul-geral de São Paulo, no Brasol, entre 2012 e 2018 e, mais recentemente, chefe de direção geral de Política e Defesa Nacional entre 2020 e 2022, "funções nas quais negociou o novo programa-quadro de Defesa entre Portugal e Cabo Verde para o período 2022 a 2026."
Fontes:
Em Moçambique, no dia 11 de maio, morreu o embaixador da Rússia em Maputo, Alexander Surikov, mas apesar de não se saber ainda a verdadeira razão da sua morte, não irá haver qualquer investigação, nem sequer uma autópsia, por indicação superior, como nos fazem saber as notícias que circulam.
Alexander Surikov, tinha 68 anos, e tinha sido "nomeado por Vladimir Putin para o cargo de embaixador de Moçambique em 2017". O embaixador foi encontrado morto, no passado "sábado à noite," na sua "residência oficial em Maputo e, segundo a polícia moçambicana, as autoridades russas não autorizaram qualquer exame ao corpo, segundo informação anterior da polícia." O que se passa é que existe aqui um caso de imunidade diplomática.
"Ele deve ter falecido em casa, ou seja, isso é território russo e os russos têm plenos poder para decidir sobre o que fazer ou não a embaixador seu que faleceu em território russo, digamos", afirmou José Milhazes numa entrevista ao DW.
Refira-se que, quando "o piquete policial chegou à morgue do Hospital Central de Maputo", o corpo tinha sido já "acondicionado”, ou seja, não chegaram a aceder ao corpo de forma a tirar essa conclusão. Segundo a versão preliminar da diplomacia russa é que se terá tratado de "um acidente vascular cerebral."
Fontes:
Infelizmente, hoje lamentamos a morte da atriz e modelo Ana Afonso, que ficou conhecida entre outras coisas, pela sua participação na novela “O teu olhar” e no reality show "Quinta das celebridades" (em 2004), ambos na TVI.
Ana morreu aos 47 anos e deixou três filhos, (Beatriz, fruto do casamento com o vocalista dos Fúria do Açúcar, João Melo, e ainda Diogo e Alice, nascidos durante o relacionamento com Rodrigo Brito).
Diogo é uma criança com autismo severo, que em 2021 acabou por ir para uma instituição para crianças com problemas semelhantes ao seu. “O autismo do Diogo é tão severo que eu não consigo andar na rua com o meu filho." A culpa pela situação do filho era um dos "fantasmas" que a atormentava.
Este diagnóstico do filho, que a mesma afirmou numa entrevista a Julia Pinheiro, ter sido muito "difícil de aceitar" e o facto de ter vivido uma relação tóxica fez com que Ana Afonso acabasse por se tornar adita do álcool. Além disso, Ana Afonso mostrou-se bastante magoada pela forma como a Comunicação social a acusou de entregar os filhos ao Estado, mas segundo o que Ana contou na altura, ela não perdeu "a custódia dos dois filhos mais novos". Segundo contou na altura, foi a própria a ir à CPCJ solicitar ajuda para criar os filhos mais novos, quando sentiu que "estava a ir abaixo" e a ter uma "recaída" no alcoolismo. Na altura a CPCJ entrou em contato com o pai das duas crianças que aceitou ficar com os filhos.
Não sabemos ainda a causa de morte. O que podemos perceber, pelo menos pelo pouco que encontramos sobre a sua vida, é que esta não foi nada fácil. Resta-me lamentar mais esta morte precoce e deixar os meus sentimentos à família e aos amigos.
Fontes:
https://observador.pt/2024/01/04/morreu-a-atriz-ana-afonso-aos-47-anos/
https://www.vip.pt/ana-afonso-o-refugio-no-alcool-nos-ultimos-anos-de-vida
Mais do que deputada, Odete Santos foi advogada e uma acérrima defensora dos direitos das mulheres. Faleceu com 82 anos, mas deixa como marca o seu trabalho na Assembleia da República e na autarquia de Setúbal.
Nascida em 26 de Abril de 1941, na freguesia de Pêga, concelho da Guarda, Maria Odete Santos mostrou desde logo o seu interesse pela atividade política em 1961, participando nos movimentos associativos estudantis. Foi ainda na faculdade de Direito da Universidade de Lisboa que Odete Santos teve o primeiro contacto com o Partido Comunista Português, ao qual viria a aderir após o 25 de Abril de 1974.
Entre 1980 e 2007 foi deputada à Assembleia da República entre 1980 e 2007, tendo exercido também vários cargos a nível partidário e autárquico, em Setúbal. Em 1980, também se juntou ao primeiro Conselho Nacional do Movimento Democrático de Mulheres.
Odete Santos foi a principal voz do PCP na defesa da despenalização do aborto, em 1984, quando foi aprovada a primeira lei, em 1998, no primeiro referendo e em 2007, quando ganhou o 'sim'. No parlamento, dedicou-se às áreas do direito do Trabalho, Assuntos Constitucionais e direitos das mulheres, tendo sido agraciada com a Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
"Odete Santos destacou-se pelo seu compromisso com os trabalhadores e o povo, com uma particular ligação com a juventude, afirmando a sua notável capacidade, profundidade de análise, solidariedade, dedicação, frontalidade, coragem e força de intervenção", enaltece o PCP, recordando também a sua intervenção pela igualdade e a emancipação da mulher.
Escreveu vários livros, entre os quais “Em Maio há cerejas” e “A Bruxa Hipátia – o cérebro tem sexo?” Além do âmbito político, foi também presença regular em programas de televisão, desde debates políticos a programas de entretenimento.
Apaixonada pelo teatro amador, a antiga deputada estreou-se nos palcos em 1966. Voltaria a participar numa peça em 1991, e, em 1999, protagonizou "Quem tem medo de Virgínia Woolf" numa encenação do Teatro Animação de Setúbal. Subiu também ao palco do Maria Vitória, em Lisboa, onde interpretou adaptações de Gil Vicente e de Moliére, ainda que em regime amador. Em 2004 aceitou um convite para participar desta vez numa revista, "Arre Potter Qu'É Demais", no teatro Maria Vitória.
Fontes:
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/morreu-odete-santos-deputada-do-pcp
Soube ontem ao final do dia que Nuno Graciano, que estava em coma desde esta segunda-feira depois de se ter sentido mal, não tinha resistido. Nuno deixa quatro filhos, a mais nova com apenas 13 anos. Nuno Graciano não foi uma figura amada por todos, muito pela sua forma de estar e pela maneira como reagia, mas foi uma figura presente nas televisões portuguesas durante muitos anos e foi reconhecido por muitos dos que hoje ouvi falarem sobre ele, como um homem direto e como um pai que punha os seus filhos em primeiro lugar.
Nuno Graciano nasceu no dia 14 de dezembro de 1968. Licenciou-se em Ciências do Desenvolvimento e Cooperação e estreou-se na televisão em 1994, com o programa "Doutores e Engenheiros" na TVI. Trabalhou também em outros projetos, como no "Não há crise" da SIC, em 2009, "Tás aqui, Tás Apanhado" em 2010, e em 2013, trocou o canal de Paço de Arcos pela CMTV, onde apresentou o "Manhã CM" ao lado da Maya. Em 2016, acabou afastado dos ecrãs por manifestar de forma aberta a sua opinião nesse canal e, nessa altura, acabou por enveredar pela vida de empresário, criando uma marca de queijo regional, chamada “Tio Careca”, onde entre vários produtos, produzia queijos da Serra da Estrela. O apresentador mostrou sempre que tinha sido injustiçado na altura e que, mesmo aqueles que ele um dia tinha ajudado, lhe tinham virado as costas quando ele precisou.
Em 2019, passou para o Canal 11, onde apresentou "O Meu Clube", dedicado a emblemas de escalões secundários do futebol português. Em 2021, foi candidato à Câmara de Lisboa pelo Chega, embora tenha afirmado depois que não concordava com as ideologias do partido. No Padrão dos Descobrimentos, Graciano apresentou-se como um democrata para quem “a liberdade não é a mesma coisa que libertinagem” e garantiu que aceitou o convite do Chega com a certeza de que continuaria a “pensar pela sua cabeça”.
Mais recentemente, voltou aos ecrãs, onde participou no programa da estação "Big Brother Famosos", em 2022 e este ano foi comentador no TVI Extra.
Fontes:
https://tvi.iol.pt/noticias/nuno-graciano/morreu-nuno-graciano/20231207/65721c30d34e371fc0bab665
https://www.dn.pt/media/morreu-nuno-graciano-tinha-54-anos--17466351.html
O encenador e ator Carlos Avilez, encenador, ator e fundador do Teatro Experimental de Cascais, faleceu esta quarta-feira, vítima de paragem cardio-respiratória, no Hospital de Cascais.
Pesquisei a biografia de Carlos Vitor Machado e em três sites descobri três datas de nascimento (1935, 1937 e 1939) o que desde logo é estranho e errado. Sabemos que se estreou profissionalmente como ator em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963. A conselho de Amélia Rey Colaço, outra grande senhora do teatro português, orientou a sua vida para a encenação. Assim, ainda em 1963, levou ao palco a peça "A Castro", de António Ferreira, numa arrojada encenação que depressa lhe valeu o estatuto de “enfant terrible” do teatro português.
A história do teatro não poderá mais ser contada sem se falar deste nome. Em 1964, dirigiu o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), trabalhou com o ator Raúl Solnado no Teatro Villaret, em Lisboa, e em 1970 foi diretor artístico e responsável pelo dia consagrado a Portugal na Expo'70 em Osaka, no Japão. Em 1979 foi nomeado, juntamente com Amélia Rey Colaço, diretor da Companhia Nacional de Teatro I - Teatro Popular, então sediada no Teatro São Luiz, em Lisboa. Ao longo de décadas, levou várias produções suas além-fronteiras: Espanha, França, Brasil, EUA, Japão, Angola e Moçambique foram alguns dos países onde apresentou espetáculos. No plano internacional, trabalhou com nomes como Peter Brook e Jerzi Grotowski, através de uma bolsa concedida pelo Instituto da Alta Cultura.
Recebeu a Ordem do Infante D. Henrique em 1995 e as Medalhas de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril. Para além do teatro encenou, também, várias óperas entre as quais se destacam "Carmen", "Contos de Hoffmann", "Kiu", "As Variedades de Proteu," "Ida e Volta," "O Capote," "Inês de Castro", "O Barbeiro de Sevilha" e "Madame Butterfly". Dedicou toda a sua vida ao teatro, tendo sido presidente do Instituto de Artes Cénicas, diretor do Teatro Nacional S. João, no Porto, e diretor do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.
A sua mais recente produção, "Eletra" tinha estreado no último sábado, no Teatro Experimental de Cascais, contando no elenco com Carla Maciel, Miguel Loureiro, Bárbara Branco e David Esteves.
Fontes:
https://www.cascais.pt/pessoa/carlos-avilez
https://observador.pt/2023/11/22/teatro-morreu-o-ator-e-encenador-carlos-avillez-aos-84-anos/
Lembro-me de a ver no Festival da Canção. Foram dezenas de vezes talvez que ouvi a musica e que a cantei. Eu que ainda era uma menina, admirava aquela jovem apenas cinco anos mais velha do que eu e com uma voz fabulosa. A sua participação no "Chuva de Estrelas" fica também marcada na nossa memória. A sua carreira passou depois por outros estilos musicais. A cantora, de ascendência Cabo-verdiana, fez uma pausa na carreira em 2009, na sequência do diagnóstico de um tumor cerebral, mas acabou por voltar e, em 2018, chegou a ser nomeada para um Grammy Latino.
A cantora Sara Tavares morreu este domingo, vítima de tumor cerebral, avançou a SIC Notícias e confirmou a CNN Portugal. Tinha 45 anos. Sara Tavares estava internada na Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, em Lisboa. Apesar de ela já estar internada, não vemos a sua morte sem surpresa, por ser tão nova e ter ainda uma luz tão forte. É uma referência na nossa música mas também na música africana.
O primeiro álbum da cantora e compositora, "Sara Tavares & Shout!" foi editado em 1996, dois anos depois de vencer o Festival da Canção da RTP com o tema "Chamar a Música" e que representou Portugal na Eurovisão, tendo ficado em oitavo lugar. E nas duas décadas seguintes, editou vários álbuns que a aproximaram das raízes cabo-verdianas, com destaque para "Balancê" (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como "Artista Revelação" para o prémio BBC Radio 3 World Music. Em 2011, recebeu o Prémio de "Melhor Voz Feminina" nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional "Xinti", título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do "África Festival" na Alemanha.
Fontes:
https://www.dn.pt/cultura/morreu-a-cantora-portuguesa-sara-tavares-17366594.html
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