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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
O último grande furacão a atingir o continente americano "fez, pelo menos, 32 mortos nas Caraíbas," e foi já considerado como "o terceiro furacão mais intenso observado" naquela região, "atrás do Wilma (2005) e do Gilbert (1988)" e igualando "o recorde de 1935 como o mais intenso a atingir a Jamaica."
O enorme rasto de destruição começou na terça-feira, quando o Melissa atingiu "a Jamaica como uma tempestade recorde de Categoria 5, com ventos de 298 quilómetros por hora." Das 32 mortes confirmadas, pelo menos 25 ocorreram "em Petit-Goâve, no Haiti, depois de um rio inundado pelo Melissa ter transbordado." Nesta região, "muitas famílias" ficaram "isoladas devido à falta de serviço telefónico" e aos cortes na eletricidade, provocados sobretudo pelas "inundações generalizadas." É estimado que cerca de "25 mil pessoas estejam em abrigos."
O furacão chegou a terra "perto de Black River, em Saint Elizabeth, no sudoeste do país" e chegaram a ser registadas "rajadas de vento que ultrapassaram os 300 km por hora." Claramente, os efeitos "foram catastróficos, quer no interior montanhoso, com vários deslizamentos de terras, quer nas zonas costeiras, onde a subida das marés provocou inundações num raio de vários quilómetros."
Quando chegou a Cuba, a violenta tempestade era de Categoria 3, atingindo a cidade de Santiago, isolando inúmeras "comunidades locais" e afetando "cerca de 140 mil habitantes." As províncias de "Holguín e Guantánamo" foram também bastante afetadas. Foram registados em Cuba "ventos sustentados de 193 quilómetros por hora, intensidade que tem vindo a enfraquecer."
No Haiti, aquele que continua a ser considerado como o "país mais pobre das Caraíbas," a tempestade provocou a subida dos níveis de cheia na região, provocando a morte de "pelo menos 20 pessoas, incluindo 10 crianças," e provocando ainda dez desaparecidos.
Na República Dominicana, menos afetada, o Melissa "fez também um morto e deixou mais de um milhão de pessoas sem água potável devido aos efeitos das chuvas em dezenas de aquedutos." Já no Panamá, registaram-se "pelo menos, quatro mortos, três deles menores de idade, e mais de 1100 pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas em várias províncias." Este evento atmosférico segue em "direção às Bermudas."
De acordo com o "Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC), o aviso de furacão" acabou por ser retirado, passando agora apenas para Categoria 1, nas "regiões central e sudeste das Bahamas, mas as autoridades continuam a alertar para riscos de inundações, quedas de energia e estradas intransitáveis," recomendando que sejam seguidas as indicações das autoridades, para que a prevenção possa minimizar os riscos.
Fontes:
O mau tempo que se tem feito sentir no sul da América nos últimos dias tem causado destruição e já fez várias vítimas mortais na região. A causa foi um "sistema de tempestades tropicais", do qual fizeram parte pelo menos dois "furacões" o "Priscilla" e o "Raymond," que "desde 07 de outubro, causaram inúmeras inundações e atingiram 31 dos 32 estados" do México. As chuvas intensas atingiram uma "cadeia montanhosa, que se estende ao longo da costa do Golfo do México, com chuva e vento muito fortes," fazendo com que os rios transbordassem "e mais de 35 mil habitações" ficassem "danificadas," principalmente por causa dos deslizamentos de terras. A causa pode estar no aquecimento da "água do mar no Golfo do México," o que tem vindo a provocar "tempestades mais intensas, mais duradouras e que acontecem mesmo fora dos períodos tradicionais de chuva."
Na região centro e sudeste do México, "64 pessoas" perderam a vida e "65 estão desaparecidas na sequência de inundações e deslizamentos de terras." Dois bebés acabaram por perder a vida, quando a casa onde moravam com a família ficam soterrada com a lama arrastada pelas enxurradas. Algumas comunidades acabaram por ficar isoladas durante vários dias, sem qualquer apoio das autoridades. Apesar dos esforços, algumas regiões continuam sem eletricidade, tendo sido criados "50 abrigos temporários para acolher" as mais de duas mil pessoas afetadas.
Só no Estado de Veracruz, onde desde os primeiros dias tinha sido "dada ordem de evacuação para a zona costeira, e milhares de pessoas tiveram de fugir, os danos foram dos mais avultados. Neste estado, "70 municípios foram afetados e 29 267 casas sofreram algum tipo de danos, assim como "81 localidades" ainda "permanecem isoladas."
"A nível nacional, foram criados 146 abrigos que albergam atualmente cerca de 5.448 pessoas." Na região de "Hidalgo, as autoridades contabilizaram 16 mortos em deslizamentos de terras nos municípios de Tenango e Zacualtipán."
"Em Puebla," foram registados "pelo menos cinco mortos e oito desaparecidos em deslizamentos de terra," e em "Querétano," uma criança também terá morrido, "devido a um deslizamento de terra."
Já na Venezuela, as fortes chuvas também provocaram estragos. Apesar das chuvas intensas que se faziam sentir, a mina de "El Callao, na Venezuela," continuou a laborar. As chuvas intensas que atingiam Caracas, levaram ao desabamento dos poços verticais da "mina Quatro Esquinas de Caratal," que fica na "cidade de El Callao, a cerca de 850 quilómetros a sudeste de Caracas," e matando 14 mineiros que ficaram encurralados.
Numa região com grande mineragem de ouro e em condições, muitas vezes, ilegais, tinha já havido um acidente em "fevereiro de 2024," quando "um desabamento na mina ilegal Bulla Loca, também no estado venezuelano de Bolívar, causou a morte de pelo menos 15 mineiros, tendo 11 ficado feridos." No ano anterior, em "junho de 2023," houve um outro acidente com o "desabamento" ocorrido "na mina Isidora, no município de El Callao," e que nessa ocasião "causou a morte por asfixia de 12 mineiros."
Fontes:
Na Irlanda do Norte, registaram-se várias "inundações, linhas de comboio encerradas e árvores caídas," tendo a região de Newtownabbey, sido uma das mais afetadas. "Milhares de casas, quintas e empresas ficaram sem eletricidade."
Devido à tempestade, "que assolou o país com chuvas torrenciais e fortes rajadas de vento durante o fim de semana," foram vários os operadores ferroviários que tiveram de cancelar os seus serviços. "Árvores caídas para linhas de comboio interromperam os serviços entre Londres e o Aeroporto de Stansted."
As estradas transformaram-se em autênticos "cursos de água," com as "principais estradas de Northamptonshire e Bristol" a serem encerradas. Vários voos sofreram atrasos no "aeroporto de Newcastle" e muitos ficaram mesmo em terra.
Fontes:
Aqui no blogue costumo relembrar alguns acontecimentos ocorridos no nosso país e que considero que foram de alguma forma marcantes - ou pelas suas consequências ou pela sua grandeza. Neste caso, o aluvião que ocorreu na ilha da Madeira há 10 anos foi um desses casos, pela destruição causada e pelo elevado número de mortos e de feridos.
Dez anos depois, "ainda há cinco corpos por descobrir, cinco famílias por realojar, feridos à espera de cirurgia e máquinas a trabalhar nas ribeiras", segundo o Expresso, que lembra esta como uma das maiores tragédias deeste século, apenas superada apenas pelos incêndios de 2017. "Naquele dia, a chuva intensa provocou deslizamentos de terras — só no Funchal registaram-se mais de 150 derrocadas quase em simultâneo — e fez transbordar as três ribeiras (e os seus afluentes) que atravessam a Baixa da capital madeirense e a ribeira da Ribeira Brava, localidade a oeste do Funchal. A água e lama arrastaram tudo o que encontraram pela frente."
Este temporal teve início com uma forte precipitação durante a madrugada do dia 20 de fevereiro, com origem num sistema frontal de forte atividade associado a uma depressão que se deslocou a partir dos Açores, seguida por uma subida do nível do mar. Estes acontecimentos provocaram inundações e derrocadas ao longo das encostas da ilha, em especial na parte sul da ilha.
Segundo o Instituto de Meteorologia, o choque da massa de ar polar com a tropical deu origem a uma superfície frontal, que aliada à elevada temperatura da água do oceano acelerou a condensação, causando uma precipitação extremamente elevada num curto espaço de tempo. A orografia da ilha contribuiu para aumentar os efeitos da catástrofe. A possibilidade de se terem aliado valores recorde de precipitação e erros de planeamento urbanístico - tais como o estreitamento de leitos das ribeiras e a construção legal ou ilegal dentro ou muito próximo dos cursos de água, bem como falta de limpeza e acumulação de lixo nos leitos de ribeiras de menor dimensão - fizeram com que a situação se tornasse ainda mais grave do que seria inicialmente esperado.
Segundo um estudo realizado já em 2020, "o relevo irregular e montanhoso é o factor explicativo da perigosidade natural predominante,
normalmente associada a eventos de precipitação intensa." Neste mesmo estudo, "salientam-se os movimentos de terreno, em particular os deslizamentos, ou a queda de blocos nas vertentes de elevado declive e as cheias e inundações repentinas e intensas nos vales muito estreitos e sem planícies de cheia. Estas cheias, designadas por aluviões, correntes de detritos ou debris flow, caracterizam-se por concentrações elevadas de material sólido, incluindo blocos de grandes dimensões, que conferem ao escoamento um enorme poder destrutivo."
Outro fator apontado para a ocorrência destes fenómenos com alguma frequência na ilha, devem-se à sua geomorfologia, a qual "condiciona fortemente a ocupação do território da ilha e tem levado as populações a assumirem, de forma consciente ou inconsciente, riscos não desprezáveis, instalando-se nos cones de dejecção na parte terminal das ribeiras, como é o caso, entre outros, dos principais aglomerados urbanos da vertente sul da ilha, como Machico, Funchal e Ribeira Brava."
Fontes:
https://poseur.portugal2020.pt/media/4020/estudo-de-risco-de-aluvi%C3%B5es-da-madeira.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aluvi%C3%A3o_na_ilha_da_Madeira_em_2010
Os incêndios que têm afetado o país nos últimos dias, parecem estar controlados, mas um grande número de operacionais mantem-se no terreno para evitar reacendimentos e garantir a segurança das populações e bens. A Proteção Civil alertou para o aumento do risco de incêndio já a partir de hoje, quarta-feira, com previsão de subida da temperatura, diminuição da humidade relativa do ar e aumento dos ventos fortes. A temperatura máxima deverá subir entre dois a seis graus e o vento poderá atingir os 40 quilómetros por hora ao início da noite.
Nos últimos dias, os incêndios fizeram duplicar a área ardida em Portugal este ano. Em Vila de Rei e Mação arderam 9631 hectares de floresta e no passado sábado, foram registadas 41 vítimas assistidas, sendo que 17 delas tiveram mesmo de receber assistência hospitalar. Entre os feridos, um foi considerado grave e ficou internado na unidade de queimados do Hospital de S. José, em Lisboa.
Em Mação, viveram-se momentos muito preocupantes, quando o incêndio rondou várias casas e uma praia fluvial chegou mesmo a ser evacuada. A Polícia Judiciária refere que foi encontrado um artefacto explosivo na zona da Sertã e foi também detido um homem de 55 anos, suspeito de atear no sábado, um fogo nas imediações da cidade de Castelo Branco.
As altas temperaturas que têm atingido o país durante o mês de julho, têm ajudado à propagação de vários incêndios florestais que, nos últimos dias, têm feito recear que se repita os dramáticos acontecimentos de 2017, quando 119 pessoas perderam a vida e centenas perderam as suas casas, a maioria de primeira habitação, os seus negócios e os seus terrenos e viaturas.
Em média, 375.000 hectares de floresta são queimados anualmente na região do Mediterrâneo, num total de 56 mil incêndios florestais, sendo que Portugal, detém a maior percentagem de área ardida. O risco são as alterações climáticas e a falta de ordenamento do território que têm trazido uma nova geração de incêndios para a Europa Mediterrânea: os superincêndios. Este tipo de incêndio desenvolve-se de forma muito rápida, são letais e quase impossíveis de extinguir apesar dos avanços dos dispositivos de combate.
O impacto económico dos incêndios em Portugal, Grécia, Espanha, França e Itália pode mesmo chegar aos cinco mil milhões de euros por ano.
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/pais/incendios-em-portugal-situacao-ao-minuto_e1162100
Eu sou daquelas pessoas que adora o inverno. Gosto de assistir a uma boa trovoada, a chuva grossa a bater nas janelas.
Mas quando o inverno, traz consigo o prejuízo aí há que pensar o que é que nós podemos fazer, seja para nos protegermos e aos nossos bens, seja para evitar a perda de vidas.
Uma das coisas de que repetidamente se fala, é nas cheias e nos aluimentos de terras, ambos com graves prejuízos tanto para as vidas humanas, como a nível financeiro com a destruição de bens materiais. Os leitos dos rios estão lá e não é porque se decide construir que o rio se vai afastar. Pode parecer seguro, mas aquilo que eu venho a aprender é que a natureza consegue recuperar o que lhe é retirado. Os edificados urbanos e rurais têm mesmo de ser repensados, para se evitar danos maiores. Não é fácil retirar de lá as casas e quem lá vive, sim eu compreendo esse ponto de vista, sempre lá viveram, foi ali que cresceram, mas e se a casa for arrastada, ruir e os matar, será mais fácil então?
Parece-me que continuar a permitir as construções em zonas consideradas perigosas é um mau caminho. Pode sempre haver outra solução, mas as entidades competentes têm de se juntar e arranjar opções seguras. Mudou-se uma aldeia inteira para se fazer uma barragem, então é possível.
A segurança das populações tem de vir sempre em primeiro lugar, ignorando teimosias e finca-pés!
O inverno, esse, vai continuar e parece que vamos continuar a ter dias de chuva e vento forte. Sempre que posso, leio umas páginas, ou escrevo, acompanhada por um café. É tão bom quando isso é possível. Aproveitemos a natureza e a sua beleza!
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