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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Enquanto uns têm de lidar com grandes incêndios e altas temperaturas, outros lidam com tempestades destruidoras. Na Líbia ainda se procuram por 10 mil desaparecidos depois da passagem da tempestade Daniel. Só na zona de Derna, na zona costeira, a mais afetada, há 30 mil deslocados, três pontes desmoronaram e a água invadiu vários bairros. Esta foi uma das várias localidades a ficar isolada, sem eletricidade, nem comunicações. Esta região do país acolhe as principais infraestruturas petrolíferas líbias, sobre as quais os responsáveis nacionais decretaram o estado de alerta máximo.
Dezenas de corpos têm sido encontrados "constantemente" na água devido às cheias provocadas pela chuva intensa e pelo rebentamento de duas barragens e até agora o número ronda os 5300 mortos. O serviço de evacuação médica de ambulância aérea da Líbia anunciou a abertura de uma ponte aérea entre Trípoli e a região oriental para transportar pessoas gravemente feridas, no meio do caos que se vive nalgumas cidades do leste do país. Tudo isto a somar à falta de manutenção dos edifícios devido ao caos político e militar que se vive na Líbia há mais de 10 anos, com um governo a controlar o leste e outro o ocidente do pais, a devastação sobretudo em Derna atingiu um nível impressionante.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) na Líbia, que garante estar a preparar medicamentos e equipas de busca e salvamento para o local e já foi enviada ajuda humanitária de vários países, após um apelo feito ontem pelas autoridades líbias. Foram entretanto decretados três dias de luto nacional.
Ontem, três voluntários da ONG Crescente Vermelho Líbio morreram quando ajudavam vítimas das inundações na Líbia. Um residente de Derna disse à Almasar TV, da Líbia, que, "infelizmente, talvez 90% da população se tenha afogado". Um outro residente diz estarem "a enterrar corpos em massa".
Descrita pelos especialistas como um "fenómeno extremo em termos da quantidade de água que choveu", a tempestade Daniel já provocou também pelo menos 27 mortes na Grécia, Turquia e Bulgária, onde as águas começam finalmente a recuar deixando ver a verdadeira realidade dos estragos sofridos. A tempestade Daniel atingiu o leste da Líbia na tarde do passado domingo, tendo sido declarado recolher obrigatório. Várias escolas foram fechadas.
Fontes:
https://pt.euronews.com/2023/09/12/inundacoes-paralisam-leste-da-libia
A Alarm Phone, rede transeuropeia de apoio a operações de resgate, afirmou ter recebido alertas de pessoas a bordo de um navio em perigo na costa da Grécia na tarde da passada terça-feira e que alertou as autoridades gregas. Quem efetuou o pedido de ajuda estava a bordo do navio. A pessoa que ligou terá dito que havia cerca de 750 pessoas a bordo e informou também que o capitão tinha fugido num pequeno barco.
Se olharmos para uma fotografia aérea do navio antes de afundar, divulgada pelas autoridades gregas e que tem passado nas redes sociais e nas notícias, podemos ver centenas de pessoas amontoadas no convés e reparar que a maioria não tem coletes salva-vidas. Horas depois do pedido de ajuda, a embarcação acabou mesmo por se afundar.
Aquilo que parece que está a causar ainda mais revolta, é saber se houve ajuda atempada. Ao que parece, a HSRCC enviou um navio adicional de bandeira maltesa, que se aproximou do navio de pesca por volta das 18:00 e forneceu comida e água. Posteriormente, um segundo navio, desta vez grego, foi enviado por volta das 21:00 para fornecer água aos passageiros. Por volta das 22:40, um navio da Guarda Costeira Helénica de Creta ter-se-á aproximado do barco de pesca. Até às 02:04 do dia 14 de junho não se notaram problemas de navegação, apesar da situação precária da embarcação. Dez a quinze minutos depois, o navio já estava completamente submerso. Vários passageiros que estavam nos convés externos caíram no mar. Só quando a embarcação naufragou, as equipas de salvamento começaram a atuar. E porquê só nessa altura, podemos questionar nós. É que ao que parece, houve recusa da parte dos migrantes em serem ajudados. De certa forma por receio do que lhes poderia acontecer ao serem levados para outro porto que não o de destino inicial, ou talvez porque não tivessem considerado a realidade da sua situação.
Funcionários do Governo disseram que os migrantes a bordo recusaram repetidamente a ajuda das autoridades gregas: “Era um barco de pesca lotado de pessoas que recusaram a nossa ajuda porque queriam ir para a Itália”, disse o porta-voz da guarda costeira Nikos Alexiou à emissora Skai TV. “Mantivemo-nos ao lado, caso precisassem da ajuda que haviam recusado.” As pessoas a bordo não queriam ajuda com medo de serem levados de volta e, a qualquer tentativa de aproximação, o barco começava a manobrar para longe.
Mas como em tudo, também aqui existem outras versões. Segundo alguns sobreviventes, o que se passou foi um pouco diferente e que o barco terá naufragado quando a “Guarda Costeira grega prendeu a embarcação com uma corda para a rebocar."
As hipóteses de recuperar o navio afundado são remotas, porque a área de águas internacionais onde ocorreu o incidente é uma das mais profundas do Mediterrâneo e a esperança de encontrar sobreviventes do naufrágio diminui a cada hora. 104 pessoas foram resgatadas com vida, 78 corpos foram retirados do mar, naquele que é um dos naufrágios mais mortais da Europa nos últimos anos.
Os sobreviventes são apenas homens, que viajavam na parte superior. Segundo as testemunhas, as mulheres e crianças viajavam no porão da embarcação e ninguém terá conseguido sair. Um sobrevivente hospitalizado contou que estariam cerca de cem crianças no porão.
Muitos dos sobreviventes estão em estado de choque e querem entrar em contato com as suas famílias para dizer que estão bem, mas muitos deles continuam a perguntar sobre os desaparecidos, uma vez que são seus familiares e amigos.
Das nacionalidades das vítimas sabe-se que a bordo iam egípcios, sírios, paquistaneses, afegãos e palestinianos e que a embarcação tenha saído da Líbia, país que tem pouca estabilidade e segurança, e que é um ponto de partida para aqueles que tentam chegar à Europa por mar e que tivesse Itália como destino. As redes de tráfico de pessoas são dirigidas principalmente por fações militares que controlam as áreas costeiras.
Os sobreviventes foram levados para Kalamata. Muitos foram tratados no hospital por hipotermia ou ferimentos leves e estão agora instalados provisoriamente em armazéns transformados em abrigos. Entretanto, as autoridades gregas prenderam nove alegados traficantes de pessoas. São oriundos do Egito e suspeitos de planear a viagem ilegal de centenas de pessoas da Líbia para Itália, depois de partirem do Egito com a embarcação. É provável que um procurador apresente várias acusações contra o grupo, incluindo a de homicídio em massa, sendo que o capitão pode estar fugido ou ter morrido.
As Nações Unidas registam mais de 20 mil mortes e desaparecimentos no Mediterrâneo central desde 2014. Esta rota é a travessia de migrantes mais perigosa do mundo.
Fontes:
Entre janeiro e junho desde ano, pelo menos 1146 pessoas morreram afogadas no Mar Mediterrâneo, enquanto faziam a travessia rumo à Europa. Este levantamento mostra a situação atual em algumas das rotas marítimas mais perigosas do mundo, tendo-se ainda registado uma subida de 58% no primeiro semestre deste ano, no total de migrantes que tentaram chegar à Europa pelo mar.
O diretor-geral da agência pede aos países que “tomem, com urgência, medidas para proteger os migrantes e reduzir o número de fatalidades." Este aumento das mortes poderá estar relacionado com operações insuficientes de busca e regaste, tanto no Mediterrâneo quanto na rota do Atlântico para as Ilhas Canárias. Apesar dos dados disponíveis serem já aterradores, várias ONGs reportaram casos de “naufrágios invisíveis”, que são situações “extremamente difíceis de serem confirmadas”, mas que indicam que o total de mortes no Mediterrâneo pode ser muito maior.
Segundoa alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, “todos os anos, as pessoas se afogam porque a ajuda chega tarde demais ou nunca chega.”
Ela contou que os resgatados são forçados a esperar dias ou semanas para desembarca com segurança, mas muitas vezes são retornados à Líbia, onde não estão seguros, por causa da violência.
De acordo com o relatório, as falhas são “uma consequência de decisões políticas e práticas concretas” de autoridades líbias, dos Estados-membros da União Europeia e de atores para criar um ambiente que põe a dignidade e os direitos humanos. Enquanto que os países da União Europeia reduziram significativamente as suas operações de busca e salvamento, ao mesmo tempo, ONG's humanitárias foram impedidas de resgatar os migrantes.
O caso da Líbia é chocante. Em 2020, pelo menos 10.352 migrantes foram interceptados pela Guarda Costeira da Líbia no mar e reconduzidos ao país, em comparação com 8.403 em 2019. Entre janeiro e maio deste ano, foram menos 632 mortes que em igual período do ano passado. Com a pandemia, alguns migrantes resgatados tiveram que fazer a quarentena a bordo dos navios. Ao serem libertados, depararam-se com falta de condições de recepção e com o risco de detenção prolongada.
Fontes:
https://news.un.org/pt/story/2021/07/1756692
https://news.un.org/pt/story/2021/05/1751832
Quase diariamente assistimos nos noticiários à situação humanitária vivida pelas centenas de milhares de refugiados, oriundos maioritariamente da África e Oriente Médio, e da Ásia (embora com menor proporção), que procuram chegar à Europa. A travessia do Mediterrâneo é feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas. Sem garantia de sucesso no pedido de refúgio, muitos imigrantes não conseguem ficar no destino final e são mandados de volta ao país de origem. Mas dificilmente eles desistem e tentam duas, três, quatro vezes, até receberem o asilo oficial. Perceber a evolução desta problemática que é europeia e, por isso, é nossa também e não lhe devemos virar a cara.
O naufrágio de migrantes ocorrido em 2013 na costa da Ilha de Lampedusa fez, de certo modo, o mundo abrir os olhos com a morte de mais de 360 pessoas e levando o governo italiano a estabelecer a Operação Mare Nostrum. Esta consistiu numa operação naval de grande escala que envolvia ações de busca e salvamento, com alguns migrantes trazidos a bordo de um navio de assalto anfíbio. Em setembro de 2014, pelo menos 300 imigrantes naufragaram em Malta, quando os traficantes fizeram um "assassinato em massa" depois das pessoas se terem recusado a mudar para uma embarcação menor.
No entanto em 2014, o governo italiano terminou a operação, dizendo que o custo era demasiado grande para um Estado da União Europeia gerir sozinho. Em 2014, 3.283 pessoas morreram ou desapareceram no Mediterrâneo durante a tentativa de migrar para a Europa, e 283.532 migrantes irregulares entraram na União Europeia, sobretudo seguindo a rota do Mediterrâneo Central, Mediterrâneo Oriental e rotas dos Balcãs Ocidentais. Em 2014, os sírios lideraram as solicitações de asilo no mundo inteiro, com mais de 149600 pedidos.
Esse fluxo migratório atingiu níveis críticos ao longo de 2015, com 3782 mortos e atingiu o seu pico em 2016 com 5143 vidas perdidas. Centenas de milhares de pessoas tentaram entrar na Europa e pedir asilo, fugindo dos seus países, devido a guerras, conflitos, fome, intolerância religiosa, terríveis mudanças climáticas, violações de direitos humanos entre outros, e somando-se a tudo isso, uma ação massiva de intimidação, violência e opressão executadas por grupos que controlam o tráfico ilegal e exploram estes migrantes totalmente vulneráveis. Numa das travessias, pelo menos 300 imigrantes perderem a vida quando 4 botes entraram em apuros depois de deixarem a Costa da Líbia com más condições climáticas. Em abril do mesmo ano, cerca de 400 imigrantes se afogaram quando o barco se virou na costa da Líbia.
A crise de 2015, surgiu em consequência do crescente número de migrantes irregulares que procuravam chegar aos estados membros da União Europeia, através de perigosas travessias no Mar Mediterrâneo e através dos Balcãs, procedentes da África, Oriente Médio e Ásia do Sul. Foi uma das maiores ondas migratória enfrentadas pela Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com a Organização Internacional de Migração (OIM) a estimar de que até Setembro desse ano, o número de imigrantes já tinha batido a marca de 350000. A Alemanha foi mais longe falando em 800000 pedidos de asilo na Europa, isto porque no início de Setembro de 2015, a crise intensificou-se na Hungria, pois é parte da principal rota que leva imigrantes do Oriente Médio, principalmente da Síria para países mais ricos, notadamente para a própria Alemanha. O aumento do fluxo contínuo levou a Hungria a fechar a fronteira com a Sérvia, ao mesmo tempo que construiu uma segunda barreira na sua fronteira com a Croácia, tornan-se assim esta a rota mais utilizada.
O principal ponto de viragem para a União Europeia surgiu após uma nova tragédia, ainda em Abril de 2015, quando um barco com migrantes se afundou na Líbia, resultando em mais de 800 homens, mulheres e crianças mortas.
Portugal aceitou uma quota voluntária para o acolhimento de 4.500 refugiados: apesar da crise financeira sofrida atualmente pelo país, este mostrou-se disponível para acolher refugiados em nome do princípio da solidariedade. Para além da ação das autoridades oficiais coordenadas com os esforços das instituições europeias e internacionais, a sociedade civil mobilizou-se para dar uma resposta solidária e célere, tendo sido criada para o efeito a associação PAR (Plataforma de Apoio aos Refugiados).
Em 2018, mais de 1,5 mil migrantes morreram durante os primeiros sete meses do ano ao tentar atravessar o mar Mediterrâneo em direção à Europa, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Com o fecho dos portos italianos, a Espanha passa a ser o principal ponto de entrada para a Europa. De entre a origem destes migrantes, estão os portos de Marrocos, Argélia e Mauritânia.
Apesar de estar a diminuir, em relação a 2017, o número de pessoas que chega à Europa, a taxa de mortalidade, especialmente entre aqueles que chegam ao continente através do Mediterrâneo, aumentou significativamente. No Mediterrâneo Central, para cada grupo de 18 pessoas que realizaram a travessia entre janeiro e julho de 2018, uma pessoa morreu ou desapareceu, em comparação com uma em 42 no mesmo período em 2017. Pascale Moreau, diretor do Escritório do ACNUR para a Europa. “Mesmo com a diminuição do número de chegadas às costas europeias, já não se trata mais de testar a capacidade da Europa de gerir números, mas de demonstrar a humanidade necessária para salvar vidas”. O ACNUR pede também à Europa para aumentar a disponibilidade de rotas de acesso legais e seguras para os refugiados, inclusive aumentando o número de locais de reinstalação e removendo barreiras ao reagrupamento familiar – o que proporcionaria opções alternativas para viagens de alto risco cujo desfecho é frequentemente fatal.
O terceiro e o maior Centro de Acolhimento de Refugiados em Portugal, em São João da Talha, Loures, foi inaugurado em Dezembro de 2018, recebendo um primeiro grupo composto por refugiados sírios e sudaneses que vinham do Egito. Este centro, estava inicialmente destinado a receber os 1010 refugiados que Portugal previa acolher no âmbito do programa de reinstalação até ao final de 2019. O CAR II é maior Centro de Acolhimento de Refugiados do país e surgiu 12 anos depois do CAR I e seis anos depois da abertura da Casa de Acolhimento de Crianças Refugiadas (CACR).
Em 2019, 1.885 pessoas morreram e a proporção de migrantes que perderam a vida foi maior que as tentativas de travessia do Mediterrâneo Central e Ocidental. Nesse ano, entre vários acidentes registados, os Médicos Sem Fronteiras na Líbia estimam que 150 pessoas tenham pedido a vida num naufrágio a 26 de julho desse ano, após duas embarcações vindas de Trípoli com cerca de 300 pessoas a bordo se terem afundado. 137 pessoas foram resgatadas mas apenas um corpo foi recuperado. E isto é outro dos problemas desta crise, que se torna ainda pior quando sabemos que nem sempre são feitos esforços para se recuperar os corpos das vítimas.
Laczko - diretor do Centro de Análise de Dados de Migração Global da OIM - contou que quando uma vítima é de um país de alta renda, há esforços para encontrar e identificar o corpo. O mesmo já não ocorre em caso de um migrante pobre no Mediterrâneo, cujo paradeiro permanece desconhecido dos familiares. A OIM revelou que em dezenas desses casos não ocorre nenhum resgate.
Em outubro de 2019, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, pediu para que a Grécia fizesse a transferência de milhares de migrantes das ilhas Egeias para locais mais seguros. Segundo a agência, estes migrantes estão em “centros de recepção superlotados.” Em setembro, as ilhas receberam 10,258 novos migrantes, especialmente de famílias afegãs e sírias. Esse é o maior número desde 2016.
Em 2019, a Grécia registrou a maior parte das chegadas na região do Mediterrâneo. De um total de 77,4 mil migrantes, o país acolheu 45,6 mil pessoas, mais do que Espanha, Itália, Malta e Chipre juntos. A situação nas ilhas de Lesbos, Samos e Kos é considerada crítica. O centro de Moria, em Lesbos, ultrapassou em cinco vezes a sua capacidade. No caso da Líbia, a situação ainda é mais precária. Mais de 6,2 mil migrantes terão sido resgatados no mar e retornados à Líbia, em 2019. Muitos foram colocados em detenção arbitrária e outros foram libertados em áreas onde perdura o conflito armado. Segundo a OIM, mais de 100 mil migrantes no país permanecem vulneráveis, correndo o risco de sequestro e tráfico.
O Projeto de Migrantes Desaparecidos, da OIM, registou em fevereiro deste ano (2020) um naufrágio com 91 mortes na costa da Líbia. A OIM citou o recente naufrágio com a embarcação Garabulli na Líbia, ocorrido a 9 de fevereiro, como um dos episódios mais dramáticos com os chamados “barcos fantasmas”, que desaparecem a caminho da Europa.
Este ano, três corpos de jovens migrantes apareceram numa praia na Tunísia. Suspeita-se que as vítimas estejam ligadas a um navio que transportou 18 pessoas da Argélia, a 14 de fevereiro, sem destino conhecido.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_migrat%C3%B3ria_na_Europa
https://news.un.org/pt/story/2020/03/1706451
https://www.dw.com/pt-br/novos-caminhos-no-mediterr%C3%A2neo/a-44887718
https://cpr.pt/novo-centro-de-acolhimento-para-refugiados-car-ii/
https://news.un.org/pt/story/2019/10/1689202
São às centenas os refugiados que atravessam o Mediterrâneo em busca de um lugar seguro. Várias organizações não governamentais tentam ajudar e salvam aqueles que lutam pela vida na iminência de uma morte por afogamento.
Se deviam estar ali? Talvez... talvez não... a nossa opinião pode ser condicionada por tantos fatores que é difícil.
Penso que não deviam, porque não era suposto estarem em fuga abandonando as suas coisas, a sua terra, as pessoas que conhecem e amam para irem para um lugar desconhecido. Mas é para muitos a única escapatória, de um país em guerra, da fome e da miséria, na busca por colocar comida na boca dos filhos, mesmo que esta solução os possa conduzir à morte. Alguns dizem que preferem a morte a tentar do que continuar no país onde nasceram e isto devia dizer-nos muito sobre aquilo que estão a passar neste momento.
Mas quem ali está para os ajudar, não pode atracar nos portos italianos. Incorrem em crimes, em acusações que os podem levar à cadeia por muitos anos. Uma destas pessoas, é Miguel Duarte, um português, de 25 anos e estudante do Instituto Superior Técnico de Lisboa, é acusado de auxílio à emigração ilegal. Certo, estas pessoas não estão a entrar de forma legal num país europeu, mas estão a fugir de um conflito e da morte certa numa terra que anda em guerra há anos. Não estão a vir de férias nem estão a vir para uma empresa trabalhar! Estão a fugir, são refugiados.
A 24 de Junho, já o navio da ONG alemã Mission Lifeline continuava à espera de autorização para desembarcar 239 migrantes, entre eles 14 mulheres e quatro crianças, resgatados no Mar Mediterrâneo entre a costa da Líbia e a ilha italiana de Lampedusa.
No sábado, o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, disse que os navios de resgate de migrantes podem "se esquecer" de atracar em portos italianos. "Esses barcos podem se esquecer de chegar à Itália, eu quero acabar com os negócios do tráfico e da máfia", declarou o líder do partido de ultradireita Liga.
No início de Junho, também se deu outro caso, o do navio de resgate Aquarius que só depois do novogoverno socialista espanhol ter acordado aceitá-los, foi autorizado a atracar em Espanha com quase 600 migrantes resgatados.
Concorde-se ou não, apoie-se ou não, vamos deixá-los morrer no mar e não os deixar entrar? Cá estando na Europa tem de ser feito um encaminhamento. Se calhar, em vez de se ir lá deixar armas se se fizesse um cordão humanitário para os ajudar a sair das cidades mais afetadas e se os apoiassem mais no terreno, eles não estivessem nestas situações, mas os governos olham de forma diferente para estes países como se eles não fossem pessoas como nós.
A Líbia, localizada no norte de África é um desses países.
Tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, exportando grandes quantidades de petróleo e de gás natural. A cultura deste país é influenciada pelo islamismo. Será isto que está a impedir que sejam ajudados?
Fontes:
https://www.dw.com/pt-br/navio-com-239-migrantes-ainda-sem-porto-para-atracar/a-44373730
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