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Este fim de semana, foi notícia uma sucessão de abalos sísmicos que atingiram o Japão e que foram sentidos na zona de Tóquio e de Fukushima. O abalo, de 5.4, seguiu-se ao de quinta-feira com 5.8 na escala de Richter, mas em ambos os casos não chegou a produzir um tsunami ou causado danos de maior relevo, embora o epicentro se tenha registado a 50 quilómetros de profundidade, no oceano Pacífico.

Este evento levou a central de Fukushima, de forma preventiva, a "parar com as descargas de água radioativa tratada" que decorriam desde que a central tinha sido atingida em 2011 por um abalo de 9.1 na escala de Richter e que levou ao "derretimento de três dos seis reatores nucleares." Este acidente foi mesmo considerado como o "mais grave desde o acidente nuclear de Chernobil em 1986, na Ucrânia Soviética." Eu já tinha aqui no blogue referido este acidente e as consequências que o mesmo causou, especialmente no que se refere às relações internacionais entre o Japão e a China: 

https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/autoridades-japonesas-continuam-a-294931

Em 2011, quando o sismo foi detetado pelos sensores da Central nuclear, os reatores desligaram-se automaticamente e "devido a essas paralisações e outros problemas de abastecimento da rede elétrica, o fornecimento de eletricidade dos reatores falhou e seus geradores a diesel de emergência começaram a funcionar automaticamente." Ou seja, em vez de ficarem em suspenso, estes voltaram a funcionar de forma a fazerem circular o líquido "refrigerador pelos núcleos dos reatores." Mesmo com a fissão parada, o calor emanado ainda é muito elevado. 

O tsunami com "14 metros de altura que chegou logo depois, varreu o paredão" da central nuclear e "inundou as partes inferiores dos prédios do reator nas unidades 1–4. Esta inundação causou a falha dos geradores de emergência e perda de energia para as bombas de circulação." Foi esta "perda" de energia que levou a que ocorresse o derretimento nuclear ou a fusão do núcleo, a que seguiram "três explosões de hidrogénio" e a libertação de elementos "altamente radioativos para o meio ambiente." Em 2011, "grandes quantidades de água contaminada com isótopos radioativos" foram libertadas "no Oceano Pacífico durante e após o desastre."

Esta zona é frequentemente atingida por eventos sísmicos, uma vez que o "Japão fica no chamado Anel de Fogo," e por isso as infraestruturas são projetadas para resistir a estes eventos sísmicos, mas como prova o acidente de 2011, nem tudo pode ser previsto.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Derretimento_nuclear

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_nuclear_de_Fukushima_I

https://observador.pt/2024/03/15/sismo-de-58-sacode-japao-e-obriga-a-suspensao-das-descargas-de-fukushima/

 

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publicado às 10:30

A erupção de um vulcão é sempre notícia, pela raridade do acontecimento (pelo menos para nós) e pelas imagens magníficas que proporciona. Mas infelizmente esta erupção está a destruir a "cidade piscatória de Grindavík, situada a cerca de 41 quilómetros a sul da capital, Reiquiavique, e obrigou à retirada dos habitantes da localidade."

"A atividade sísmica acelerou fortemente durante a noite". Os habitantes de Grindavik sabiam que uma erupção poderia estar próxima, uma vez que a cidade tinha sido evacuada desde 11 de novembro. "A atividade vulcânica acontece cerca de três semanas depois do último episódio na região, a 18 de dezembro. Trata-se da segunda erupção na mesma falha vulcânica."

Foi seguido o plano de "construir uma parede de proteção, em torno de Grindavik," de forma a proteger a cidade mas desta vez isso não impediu a destruição, uma vez que "a erupção deste domingo ocorreu no interior desses muros," e pelo menos três casas acabaram por arder completamente.

Os habitantes de Grindavik que tinham sido evacuados, já tinham regressado à cidade "uma vez que as expectativas das autoridades apontavam para uma provável nova erupção noutra zona", mas desta vez a evacuação poderá ser mais duradoura. "O mais certo, é que estas pessoas não possam regressar a Grindavík nos próximos meses."

Infelizmente, durante as obras de reconstrução da cidade após os últimos eventos antes desta nova erupção," um trabalhador desapareceu depois de ter caído numa das falhas que estavam a ser tapadas."

Já no Japão, que tem atualmente "110 vulcões ativos", e tem sido afetado nos últimos dias por vários sismos, o nível de atividade vulcanológica também aumentou. "O monte Ontake junta-se assim a outros dois vulcões atualmente em alerta de nível três em Kagoshima." A erupção não trouxe até agora danos humanos nem materiais.

Pelo contrário, são muitos os mortos causados pelos sucessivos sismos que têm afetado a "península de Noto" desde o início deste ano. "Mais de três mil habitantes da península" continuam no final da passada semana "isolados do mundo enquanto aguardam socorro, atrasado pela chuva, neve e deslizamentos de terra." De facto, "a atividade sísmica continua a ser sentida na península de Noto e arredores cerca de uma semana depois do sismo de magnitude 7.6."

De lembrar que o sismo sentido a 1 de janeiro no Japão, foi considerado "o mais mortífero no Japão desde 2011, quando um terramoto de magnitude 9.0 provocou um 'tsunami' que deixou mais de 20 mil mortos e desencadeou o desastre nuclear de Fukushima."

Fontes:

https://observador.pt/2024/01/14/vulcao-na-islandia-entra-em-atividade/

https://www.dn.pt/121813005/nova-erupcao-vulcanica-na-islandia-obriga-a-retirar-habitantes-de-grindavik/

https://observador.pt/2024/01/14/japao-sobe-nivel-de-alerta-devido-a-erupcao-vulcanica-em-ilha-do-sudoeste/

 

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publicado às 23:09

As autoridades japonesas deram início nesta quinta-feira, à "terceira fase de descarga no mar da água tratada da central nuclear de Fukushima, enquanto Pequim e Moscovo restringiram as importações japonesas em protesto contra este processo, que deve durar várias décadas." Contextualizando a notícia, de que se tratam estas descargas?

A descarga de águas "tratadas" vem no seguimento do acidente nuclear de 2011, que ocorreu em Fukushima quando a central foi atingida por um sismo de 9.1 na escala de Richter, a que se seguiu um tsunami, que fez suspender o fornecimento de eletricidade que garantia a sua refrigeração e levou a que "os reatores, mesmo desativados," continuassem a aquecer, levando a "uma fusão parcial do núcleo nos reatores 1, 2 e 3," seguido de explosões de hidrogénio que levaram à contaminação do ambiente. Este tsunami, levou também à "evacuação de 160000 pessoas."

"Depois de tratadas, as águas usadas para o arrefecimento das barras de combustível dos três reatores destruídos foram armazenadas em cerca de mil tanques, estando a ocupar grande parte da área da central e devem ser removidas para libertar espaço para a construção de instalações para a limpeza e desmantelamento da central, o que também deverá demorar décadas."

Este escoamento das águas que fazem o arrefecimento dos núcleos, e que alegadamente são depois "tratadas", é feito através de descargas no oceano. No entanto, o processo não consegue tratar o Trítio, que em quantidades elevadas poderá ser nocivo para o ambiente e para as pessoas. Os dados são ainda pouco fiáveis, porque não existem ainda "dados a longo prazo." Por isso, as águas depois de tratadas são diluídas até uma concentração "aceitável." Está estimado que este processo ainda "demore entre 30 e 40 anos a ficar concluído."

Mesmo com a "Agência Internacional de Energia Atómica," a considerar que são "perfeitamente seguras," as operações de descarga levaram a "vários protestos, sobretudo por parte de pescadores e ambientalistas." Têm sido também vários os países a manifestar-se, entre eles, a China e a Rússia.

Em agosto deste ano, o governo chinês anunciou "a proibição imediata de todas as importações de marisco do Japão," chamando a estas descargas, um "ato extremamente egoísta e irresponsável que ignora os interesses públicos internacionais." Também na China, já tinham sido proibidas "as importações de produtos alimentares e agrícolas" de 10 prefeituras japonesas. Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, já tinha vindo dizer que o "oceano é propriedade de toda a humanidade, não um sítio para o Japão despejar arbitrariamente as suas águas contaminadas com matéria nuclear." Wenbin, informou ainda numa conferência de imprensa que seriam tomadas "as medidas necessárias para salvaguardar a vida marinha, a segurança alimentar e a saúde pública."

No entanto, o próprio governo japonês, já veio lembrar "que a descarga de água com trítio é prática comum em centrais nucleares do mundo inteiro, particularmente na Coreia do Sul e China, os países que mais se têm exprimido contra as descargas nipónicas."

Apesar do governo da Coreia do Sul, não se ter manifestado contra as descargas, "milhares de pessoas participaram em manifestações," contra a "libertação das águas contaminadas," o que resultou "na detenção de pelo menos 14 protestantes."

Fontes:

https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2023/11/02/japao-arranca-terceira-fase-de-descarga-de-agua-de-fukushima-no-pacifico/353406/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_nuclear_de_Fukushima_I

https://observador.pt/2023/08/24/protestos-em-toquio-e-importacao-de-marisco-proibida-pela-china-apos-libertacao-das-aguas-residuais-da-central-nuclear-de-fukushima/

https://pt.euronews.com/2023/08/24/descargas-de-fukushima-fazem-ondas-no-pacifico

https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2023/08/29/japao-pede-a-china-para-travar-assedio-por-causa-de-fukushima/344500/

 

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publicado às 21:50

75 anos de Hiroshima

por Elsa Filipe, em 06.08.20

O ataque dos Estados Unidos a Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945 matou aproximadamente 140 mil pessoas." A primeira bomba nuclear é seguida apenas três dias depois, por um segundo lançamento que atinge Nagasaki, "fazendo mais 70 mil vítimas, antes da rendição do Japão e do fim da Segunda Guerra Mundial."

O presidente norte-americano era Harry Truman. Em 1945, Truman exige ao Japão a sua rendição incondicional. A "16 de julho de 1945, os EUA testaram com sucesso a bomba Trinity, a primeira arma nuclear a ser detonada no mundo" e tinham já preparados outros engenhos nucleares como forma de retaliar o "ataque japonês em 1941 à base norte-americana de Pearl Harbor" que fez 2500 mortos. Mas seria a bomba atómica necessária para que os EUA ganhassem a guerra do Pacífico? 

A primeira bomba foi transportada pelo bombardeiro Enola Gay, "pilotado pelo coronel Paul Tibbets," que sobrevoou "Hiroshima a cerca de 9,5 km de altura" largando a bomba que foi chamada de "Little Boy" e que explodiu no ar, a aproximadamente 600 metros do solo." A explosão destruiu ou danificou "90% das construções da cidade."

"A Little Boy transportava 64 quilos de urânio 235, mas a fissão teria ocorrido em somente 1,4% dessa carga. Ainda assim, a explosão teve uma força equivalente a 15 mil toneladas de dinamite." Mesmo assim, com cerca de 140 mil vítimas, o Japão não se rendeu tal como era esperado por Truman. São então lançados panfletos de aviso e que pedem a rendição.

Nagasaki não era o alvo preferencial para este segundo ataque, mas sim a região de Kokura. No entanto, nessa manhã Kokura estava "coberta de neblina" e não permitia as condições necessárias ao lançamento. "A tripulação tinha ordens de escolher visualmente um alvo que maximizasse o alcance explosivo da bomba" e acabaram por escolher Nagasaki. O "major Charles Sweeney," foi o piloto responsável porlo bombardeiro que "lançou a bomba Fat Man, que explodiu a 500 metros do solo." 

Esta bomba era "feita de plutónio 239," um material que "era mais fácil de ser obtido e mais eficiente do que o urânio," utilizado na bomba de Hiroshima. "A explosão foi mais forte que a de Hiroshima, mas a localização de Nagasaki, dividida entre dois vales, limitou a área de destruição." Depois das evidentes consequências catastróficas provocadas pelas "bombas de Hiroshima e Nagasaki, o Japão" rendeu-se, tendo o "acordo de rendição" sido assinado no dia "2 de setembro, a bordo do navio americano USS Missouri, na Baía de Tóquio."

Mas as consequências fizeram-se sentir também nos anos seguintes. Estima-se que nos "cinco anos após os ataques, houve um aumento drástico nos casos de leucemia em Hiroshima e Nagasaki."

No que respeita à taxa de incidência de vários tipos de cancro, como por exemplo alguns tipos de cancro da tiróide, da mama e do pulmão, esta é mais alta entre os sobreviventes do que no resto da população. Por outro lado, os sobreviventes desenveram também problemas de "saúde mental" uma vez que foram gravemente afetados "pela experiência de um ato tão atroz, pela perda de entes queridos e pelo medo de desenvolver doenças causadas pela radiação."

Alguns dos sobreviventes, tornaram-se "ativistas contra a proliferação de armas nucleares e compartilham" as suas memórias e as suas histórias de vida de forma a manterem "viva a lembrança dos horrores da guerra."

Fontes:

https://pt.euronews.com/2019/08/06/japao-relembra-ataque-a-hiroshima

https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-a05a8804-1912-4654-ae8a-27a56f1c2b8a

 

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publicado às 21:30


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