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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Por aqui, o verão está a começar a despedir-se e antecipa-se a chegada de mau tempo para o próximo fim de semana. Enquanto isso, chuvas torrenciais provocaram cheias e inundações em vários pontos da Europa!
No noroeste de França, "uma mulher de 55 anos foi encontrada morta dentro do carro na região de Côtes d’Armor," depois de ter "tentado passar uma estrada inundada," onde "acabou por ficar presa. Há, ainda, várias pessoas que estão desaparecidas." No sul do país, na região de Marselha, a forte chuva também provocou danos. Em Espanha, o corpo de uma criança foi encontrado sem vida estando ainda um homem, que se pensa ser o pai do menor, desaparecido, depois do carro onde os dois seguiam ter sido arrastado.
Em Itália, na região de Alessandria, "uma pessoa está desaparecida e os bombeiros estão levar a cabo uma operação de salvamento de 15 pessoas que ficaram retidas num parque de campismo," devido à forte chuva. "Em Milão, o rio Seveso transbordou devido às fortes chuvas que começaram logo às cinco da manhã." Apesar das previsões, estes países continuam a sofrer elevados danos sempre que a precipitação ultrapassa o que é considerado normal, tal como aconteceu em Espanha ainda nem há um ano.
Fontes:
Não mostram parar, querer ceder aos meios aplicados...
Não é só Portugal que está a lutar contra as chamas (novamente, digamos que todos os anos é o mesmo, desde que me lembro de ser gente), a situação está muito complicada também em Espanha, em França e na Itália. Estou no centro do país, mas não consigo estar indiferente ao que se está a passar aqui à volta... em Portugal e nos países vizinhos. A situação é muito alarmante por toda a Europa, onde só aqui na vizinha Espanha se registam mais "de 30 incêndios ativos", além de tantos outros em na "Grécia, Turquia e Reino Unido."
Em Espanha, já morreram duas pessoas, vítimas da catástrofe que tem estado a afetar as regiões de "Galiza, Castela e Leão e Extremadura" onde as chamas são alimentadas "pela maior onda de calor de que há registo no país." Duas vítimas que apenas estavam a ajudar, um no combate ao fogo e po outro a tentar salvar os animais de um hipódromo. Lá, tal como aqui, a população está em desespero, está desamparada, queixa-se, reclama mudanças, reclama apoios. Quase "4000 pessoas foram evacuadas em Castela e Leão," onde um grave incêndio ameaça "o Patrimônio Mundial de Las Médulas." Em Espanha, ainda não foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteçáo Civil. Também por lá se reclama ajuda, os meios parecem sempre poucos...
Na Turquia, o fogo também não está a dar tréguas à população obrigando à retirada de "mais de duas mil pessoas." Este incêndio já "destruiu centenas de habitações e carros. Cerca de 50 pessoas foram assistidas por inalação de fumo." Em França, os incêndios que começaram a "5 de agosto foram os mais intensos desde 1949," lamentando-se "uma morte," dezanove bombeiros e seis civis feridos, bem como "várias dezenas de casas" destruídas. O alerta passou de laranja a vermelho, devido ao prognóstico de agravamento da onda de calor que teima em não dar descanso.
Na Croácia também se luta contra as chamas, com as temperaturas a bater recordes. Em Montenegro, "um soldado morreu e um outro ficou gravemente ferido quando"o camião-cisterna onde seguiam para ir apoiar o combate aos fogos, capotou.
Na Albânia, "um idoso morreu e outras oito pessoas ficaram feridas na sequência dos fogos que atingem o país. Houve necessidade de evacuar vilas nas regiões de Elbasan, Vlora e Berat."
Na Grécia, os incêndios começam a ser cada vez mais uma realidade, mas longe de serem normais ou aceitáveis, num país onde "nas últimas 24 horas deflagraram 152 novos incêndios." Estão a combater as chamas cerca de "cinco mil bombeiros." Os incêndios que afetam o território já levaram "à retirada de centenas de pessoas das ilhas de Chios e Zakynthos. Já em Patras, durante a noite, o fogo destruiu casas, empresas e viaturas. Pelo menos 13 bombeiros foram tratados por queimaduras e outros ferimentos."
Em Itália a situação também se aproxima de catastrófica: "um idoso morreu e outras oito pessoas ficaram feridas na sequência dos fogos que atingem o país." Os diversos incêndios que atingem a Península fizeram "evacuar vilas nas regiões de Elbasan, Vlora e Berat." Na região da Sardenha, um menino de apenas quatro anos, "de origem romena," foi deixado numa viatura, acabando por sucumbir.
E por cá?
Por cá esperemos que não se repita 2017...
Por aqui continuam os incêndios a devastar vastas áreas de pinhal, mato e vinhas, a ameaçar casas e animais, a destruir quintais, armazéns e muitos outros bens, pondo a vida da população em risco. Pergunto-me (e muitos se perguntam como eu) o porquê de não se ter ainda ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Foram pedidas imagens de satélite há uns dias, à União Europeia, mas o que é que falta acontecer para que se solicitem meios?
Não é só uma questão de números... mas de desgaste dos operacionais! De desgaste das viaturas, de avarias que são próprias de acontecer perante o esforço a que estas viaturas são sujeitas! A 30 de julho, o "secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha," disse que o Governo estava "a fazer o necessário para garantir a disponibilidade de 76 meios aéreos, insistindo que o contributo destes meios para apagar incêndios depende das caraterísticas dos fogos." Para quem não está no terreno, os meios são os suficientes... como se quem lá estivesse não quisesse fazer mais. Para os autarcas das regiões afetadas, para as pessoas que lá vivem, para quem está a perder aquilo que levou uma vida a conseguir, os meios nunca serão os suficientes. Estou incrédula perante a demora de se perceber que esses meios não estão a atuar, não os 76... e bem que eram necessários!
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/espanha-dois-mortos-e-varios-feridos-nos-incendios_v1676167
https://pt.euronews.com/2025/08/10/nova-vaga-de-calor-prossegue-sem-treguas-no-sul-da-europa
... e que ainda hoje nos faz tremer quando ouvimos falar em armas nucleares ou mesmo em energia nuclear, foi lançada há precisamente 80 anos.
Se acabou com a guerra? Não acredito que o tenha feito, pelo menos não no que se refere à situação na Europa.
Se era necessária e imprescindível o seu lançamento? Só se for por mostrar a força de uma grande potência, atacada, inferiorizada e que teve de se mostrar mais forte. É este o risco do nuclear. Não são as bombas... é quem está atrás do "botão".
Continua então a haver risco... continua então a ser preciso falar disto, todos os anos, todos os dias se preciso for. Para que ninguém se esqueça que a morte está apenas dependente da decisão de alguém. Alguém com poder em mandar...
O material usado para a primeira bomba ("Little Boy") foi o urânio 235. A bomba foi transportada pelo avião "Enola Gay" e o seu rebentamento "causou a morte imediata de 70.000 pessoas, um número que subiu para 140.000 no final daquele ano." Os efeitos foram agravados porque o engenho tinha sido programado para explodir acima do solo e não quando embatesse nele, ou seja, não houve qualquer absorção da energia que se espalhou por vários quilómetros. Na tarde do ataque, uma chuva negra começou a espalhar a radiação, que viria a matar milhares de pessoas e a causar danos irreversíveis em muitas outras.
O que ainda hoje está em causa - em termos históricos, podemos dizer que a bomba foi lançada "ontem", pois ainda há danos a serem atualmente descobertos, pessoas afetadas e seus descendentes ainda vivos - é se o seu lançamento era imprescindível para terminar com a guerra ou se foi apenas uma manifestação do poder americano. E este é um tema que ainda nos nossos dias é complicado de discutir...
Justificar-se-iam os milhares de mortos, ou teria havido outra forma de amedontrar os inimigos e fazê-los depôr as armas? Talvez isso nunca se venha a saber, principalmente devido à forma como a opinião pública à época era levada a entender a guerra e as suas consequências. Hoje vemos imagens terríveis, fotografadas e gravadas logo após a explosão, que nem sequer nos mostram exatamente o que ocorreu no local do impacto, mas na época, a quantas pessoas chegaram essas imagens? Poucas pessoas na Europa tinham acesso naqueles dias a ver as notícias na televisão (em Portugal a televisão pública chegaria em 1957) e ou jornais que chegavam às bancas eram, em muitos casos, sujeitos a censura prévia. Não houve o impacto que teria hoje, afinal, para muitos europeus e americanos foi o cessar de uma ameaça real - os ataques dos japoneses eram vistos como altamente eficazes e mortais, um risco ao qual tinha de ser posto cobro. Já para nem falar que na altura ninguém navegava na Internet... e há aqui muito mais a dizer e a analisar, ainda nos tempos que correm.
A descoberta da fissão nuclear que depois viria a dar origem à bomba, ocorreu "dois meses antes do início da Segunda Guerra Mundial," num laboratório de Berlim. Os três físicos, a que a bomba deve a sua origem, chamavam-se "Otto Hahn, Lise Meitner e Fritz Strassman." Perguntamo-nos para já, como é que começou a II Guerra Mundial.
Apesar de se apontar a invasão da Polónia (em 1939) pelas tropas de Hitler, como fator percursor deste conflito,houve vários acontecimentos que foram alargando as tensões que se viviam desde a Primeira Guerra. Esta invasão vem no seguimento da assinatura de um "Pacto de Não-Agressão" e de um protocolo secreto que tinha como uma das suas cáusulas a divisão do Leste da Europa entre si.
Aquando da invasão da Polónia, a Inglaterra e a França fizeram um ultimato aos alemães, que dois dias depois daria início ao ataque contra a Alemanha por parte destes países. Poucos dias depois, a Rússia (através do protocolo assinado entre as duas potências) avança também, invadindo a Polónia.
No entanto, temos de nos afastar um pouco e olhar também para o resto das anexações e tratados, que já tinham entretanto começado a delinear os dois grandes blocos que se oporiam: de um lado o Japão (que em 1937 tinha atacado a China), a Alemanha (que em 1938 tinha anexado a Áustria) e a Itália, do outro lado a União Soviética, a China e o Reino Unido. Em 1939, quando a Alemanha viola o Acordo de Munique assinado no ano anterior, ocupando as províncias resultantes do desmantelamento da Checoslováquia e a Itália anexa a Albânia, o clima já estava suficientemente quente para se evitar a Guerra.
O ataque dos japoneses a Pearl Harbour ocorreria em 1941e levaria os EUA a juntarem-se ao conflito, naquela que seria apelidada de "Guerra do Pacífico" e que levou a vários ataques (sobretudo aéreos) sobre Tóquio e outras cidades nipónicas. No mesmo dia em que decorria o ataque ao porto americano e que levou à morte de milhares de soldados, "a aviação japonesa atacou vários objetivos estratégicos: Manila, nas Filipinas, Malásia, Singapura e Hong-Kong, enquanto as forças terrestres desembarcavam no Bornéu britânico e no Norte da Malásia; foi também por essa altura que a Tailândia foi ocupada." A guerra parecia estar a virar e, os americanos, não estavam a conseguir derrotar as tropas japonesas, apesar de vários ataques bem sucedidos. As perdas de vidas eram aos milhares de ambos os lados. Em junho de 1942, os EUA começam a ter novamente algum domínio e recuperam territórios entretanto perdidos para o inimigo.
Entretanto, Roosevelt receberia uma carta de Albert Eistein que o avisava da possibilidade da Alemanha estar a tentar fabricar uma bomba com grande capacidade destrutiva, o que levaria o presidente dos EUA a autorizar o início do Projeto Manhattan, "uma corrida para vencer a Alemanha no desenvolvimento de armas atómicas." Este projeto seria liderado pelo "físico Robert Oppenheimer (1904-1967)," e conduziria os EUA para os dois ataques mais mortíferos da história. A ideia seria a de criar algo que dissuadisse os alemães a usar a energia nuclear - o que mais tarde, viria a designar-se como "o princípio da destruição mútua assegurada (ou MAD), intimamente relacionado com a teoria da dissuasão" - mas o que aconteceu foi um ataque que matou milhares de pessoas.
Apesar dos progressos americanos, a guerra parecia estar a terminar com a queda da Alemanha no ocidente, mas o Japão ainda continuava a atacar territórios defendidos pelos americanos, incluindo a dominava "a Indochina, grande parte da China continental, a Indonésia e muitas ilhas dispersas." Para os EUA, era impensável desistir e deixar de dominar o Japão, mas isso não iria ser facilmente conseguido. "Perante este cenário, o presidente americano Truman tomou a decisão de lançar a bomba atómica sobre Hiroshima." Iria seguir-se Nagasáqui a 9 de agosto, enquanto a URSS voltava a entrar no conflito, atacando "o Japão nos seus domínios continentais da Manchúria e da Coreia."
Depois do lançamento da bomba sobre Hiroshima, seria lançado um segundo engenho sobre a zona de Nagasáqui. Então, podemos afirmar que foi uma defesa e que era essencial o lançamento das bombas, ou terá sido um aproveitamento, um último recurso contra uma força que, apesar de todos os ataques, não se estava a deixar fragilizar?
A ONU, criada em outubro de 1945, viria, anos mais tarde, a propor um Tratado para evitar que Hiroshima e Nagasaki se viessem a repetir. Vários países assinaram o Tratado, mas nem todos se mantém longe da corrida ao armamento de destruição em massa. O Japão foi um dos países que nunca chegou a aderir ao "tratado da ONU sobre a proibição de armas nucleares, assinado em 2017."
Ver também:
https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/dia-internacional-para-a-eliminacao-188777
https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/75-anos-de-hiroshima-292410
https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/50-anos-contra-as-armas-nucleares-283933
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cydzer73zd7o
https://www.infopedia.pt/artigos/$guerra-do-pacifico-(1941-1945)
O mau tempo tem estado a assolar várias regiões de Itália e do centro de França.
"A região italiana de Emilia Romagna foi a mais atingida." Na cidade de Pianoro, "uma pessoa morreu" quando a sua viatura foi arrastada pela força das águas. Os rios Icice, Elsa e Salto, bem como o ribeiro Crostolo, um afluente do rio Pó, transbordaram, provocando "inundações repentinas." Nos primeiros dias desta catástrofe, "uma pessoa de 75 anos que foi apanhada pela chuva enquanto caminhava na floresta perto de Génova acabou por falecer." Na cidade de Siena, "os caminhos-de-ferro ficaram cobertos de água."
Já há cerca de um mês, a região tinha sido afetada por fortes chuvas. Nessa altura, a tempestade Boris levou a que os rios transbodassem "em muito pouco tempo e houve vários deslizamentos de terras."
Em França, as fortes chuvas levaram também à ocorrência de graves inundações que "causaram danos generalizados e cortes de eletricidade," tendo a "pequena aldeia de Limony, no sudeste do país," sido "particularmente afetada."
Em Annonay, França, "as águas subiram repentinamente quando a barragem de Ternay, ao norte, transbordou." Os rios Deûme e Gier, também transbordaram. Várias estradas tiveram de ser encerradas de forma a evitar vítimas.
Por cá, o mau tempo ameaçou, mas a situação não teve nem comparação com o que se está a passar nestes dois países. A situação foi pior nas zonas de Lisboa e Vale do Tejo, tendo-se registado várias inundações e quedas de árvores.
Fontes:
https://pt.euronews.com/my-europe/2024/10/20/cheias-causam-mortes-e-estragos-em-italia-e-franca
https://observador.pt/2023/10/20/mau-tempo-portugal-continental-com-2-694-ocorrencias-ate-as-22h00/
Ontem ocorreu um naufrágio ao largo de Palermo. Segundo as autoridades locais, pode ter-se dado o caso do veleiro ter sido atingido por um pequeno tornado (um fenómeno conhecido como tromba de água), que na altura passou por aquela região, e que pode ter sido a causa para o naufrágio desta embarcação "por volta das 5 horas da manhã de segunda-feira."
Segundo o relato de várias testemunhas, parece "que o mastro do barco, com 75 metros (um dos mais altos do mundo) quebrou durante a tempestade, o que provocou um desequilíbrio na embarcação e consequente naufrágio."
Durante o dia de ontem chegou a ser "recuperado o corpo de um membro da tripulação, o cozinheiro Ricardo Tomas." Foi também "revelada a identidade dos desaparecidos: Jonathan Bloomer, o presidente do Morgan Stanley International, a sua esposa Anne Elizabeth Judith Bloomer, o empresário britânico Mike Lynch e a sua filha Hanna, o advogado de Lynch, Chris Morvillo e a sua esposa Nada."
Na altura do naufrágio, o "veleiro de cerca de 56 metros tinha 22 pessoas a bordo"e encontrava-se "ancorado" a cerca de "500 metros do porto de Porticello quando uma tempestade inesperada a atingiu". Dentro do iate decorria uma festa. "Pensa-se que as pessoas desaparecidas estivessem nas suas cabines", sendo possível que os corpos ainda estejam no interior do veleiro.
"As autoridades conseguiram resgatar 15 pessoas do mar," estando um bebé de apenas um ano entre os resgatados. A mãe da criança conseguiu explicar que “enquanto dormiam, a certa altura o iate virou devido ao tornado e eles deram por si na água”. A bebé foi entretanto "transportada para o Hospital Infantil de Palermo." Foi também resgatada a mulher do empresário britânico Mike Lynch.
Infelizmente, a esperança para os desaparecidos é quase nula, mas as buscas ainda continuam. Os destroços do veleiro foram já "encontrados a cerca de 50 metros de profundidade," e os mergulhadores continuam a inspecioná-los. As buscas incluem, além dos mergulhadores, "helicópteros, embarcações da guarda costeira, bombeiros e proteção civil."
Fontes:
https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/quem-sao-os-seis-desaparecidos-do-naufragio-em-italia
Na região italiana de Nápoles, têm sido sentidos vários sismos nos últimos dias, o maior dos quais terá chegado aos 4.4.
"A proteção civil accionou a Unidade de Crise em Nápoles e nas cidades vizinhas de Pozzuali e Bacoli, que se situam na caldeira vulcânica dos Campos Flégreos," devido ao aumento da atividade sísmica. Alguns edifícios sofreram pequenos danos, mas não houve registo de quaisquer vítimas. 35 famílias foram retiradas de suas casas na região de Nápoles, onde as escolas foram também encerradas, devido à ocorrência "de cerca de 150 sismos." Esta zona tem "cerca de meio milhão de habitantes." Quatro centros de acolhimento foram preparados para receber "os habitantes que procuram abrigo para passar a noite, enquanto as escolas serão inspecionadas pelos bombeiros," de forma a saber se estão seguras.
"O vulcão, que se estende por um perímetro de 15 por 12 quilómetros, apresenta a típica depressão de fundo plano, deixada após uma erupção", sendo esta a maior "caldeira ativa na Europa," situada na "orla marítima entre Nápoles e Pozzuoli."
Fontes:
Faz hoje precisamente 90 anos que o Regime tremeu. Infelizmente, as ações promovidas pelos sindicatos não tiveram o resultado pretendido, mas não podemos deixar de lembrar como é que o dia 18 de Janeiro se tornou "um marco na história da resistência ao fascismo em Portugal."
Salazar e a maioria dos seus ministros, passou a noite no "quartel do exército que funcionava onde hoje está a Universidade Nova de Lisboa, em Campolide." Nas imediações das fábricas e dos bairros dos operários, viam-se elementos a cavalo prontos com metralhadoras, enquanto pelos cafés, teatros e outros recintos de diversão, a PIDE acompanhava a PSP e a GNR, encetando esforços para o seu encerramento. O Exército e a Marinha tiveram também de ser postos em ação, com ações de vigilância e prevenção. Mas a que se devia tamanha agitação?
É que seguindo aquilo que Hitler tinha feito na Alemanha, pouco tempo antes, Salazar preparava-se para dissolver de forma forçada aqueles que ainda eram os sindicatos livres, transformando assim "a ditadura militar num regime de tipo fascista. Estes, tencionava substituir por “sindicatos nacionais”, os quais seriam controlados pelo governo, tal como o "modelo fascista italiano que tinha sido estabelecido por Mussolini, em 1927", com a implementação da “Carta del Lavoro." Esta tentativa de "greve geral" pode ser considerada como "o primeiro grande desafio colocado a Salazar após a entrada em vigor da Constituição de 1933 e das leis laborais do novo regime, que dissolveram os sindicatos e proibiam expressamente as greves."
No dia 18 de janeiro de 1934, "as diversas organizações sindicais" que tinham formado um "Comité de Unidade", planearam "uma revolta geral que deveria paralisar o país nesse dia." No entanto, não houve a adesão que se esperava e os resultados acabaram por ficar aquém do esperado. Um dos locais onde se verificou maior adesão a esta que deveria ter sido uma greve geral a nível nacional, foi na Marinha Grande, onde "centenas de operários e trabalhadores," particularmente da indústria vidreira e coordenados por "um núcleo da CIS, a Confederação Inter Sindical, cortaram as estradas de acesso à vila, as linhas telefónicas e o caminho-de-ferro." Inicialmente, não se depararam com grande resistência e avançaram para o centro, ocupando "os correios, a Câmara Municipal e o posto da GNR." Conseguiram resistir apesar da rápida chegada dos militares que estavam em Leiria e que rapidamente ali acorreram.
Após alguma troca de tiros, por volta do meio-dia, já tudo tinha terminado, "com a prisão dos últimos grupos que tinham fugido para os pinhais das redondezas." Fala-se em cerca de 131 detidos, dos quais "45 revoltosos foram processados e condenados ao desterro pelo Tribunal Militar Especial, com penas entre três e 14 anos de prisão e ao pagamento de pesadas multas." Pode-se dizer que estes grupos de "revoltosos da Marinha Grande sofreram uma punição particularmente pesada." Dois anos depois foram levados para a recém-inaugurada "prisão do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde," onde "alguns acabariam por morrer devido às condições terríveis do campo."
A adesão esperada "das zonas operárias da margem sul e a insurreição dos meios urbanos contra o regime," acabou por não acontecer. "Deflagraram várias bombas em Lisboa, em Coimbra e no Barreiro e várias fábricas paralisaram, mas sem impacto significativo," uma vez que as "forças do regime entraram imediatamente em ação e os focos grevistas" acabaram afinal por ser "rapidamente dominados."
Esta data "teve um profundo impacto nos círculos da oposição ao regime de Salazar, agravando as divisões e a desconfiança entre anarco-sindicalistas e comunistas e afetando gravemente as organizações operárias em Portugal."
Fontes:
https://vozoperario.pt/jornal/2024/01/09/90-anos-da-greve-de-18-de-janeiro-uma-revolta-antifascista/
https://ensina.rtp.pt/artigo/revolta-da-marinha-grande/
Esta madrugada, Itália foi abalada por um sismo de 5.1 na escala de Richter, com epicentro em Marradi (o Instituto de Geofísica e Vulcanologia de Itália fala num abalo de magnitude 4.8). Seguiram-se várias réplicas e, apesar de até agora não se registarem vítimas, um lar de idosos acabou por ser evacuado devido a fissuras nas paredes. A ligação ferroviária entre Florença e Bolonha foi temporariamente suspensa, bem como outras ligações férreas, e algumas escolas foram encerradas por precaução até à verificação das condições dos edifícios.
Depois do sismo registado em Marrocos, andamos todos mais preocupados e nos últimos dias, tenho prestado atenção aos alertas de alguns comentadores televisivos que tentam a todo o custo chamar a atenção para as necessidades de preparação do nosso país para a ocorrência de um eventual sismo. Têm havido alguns debates importantes em que se explica o que fazer e o que evitar.
Penso que a maioria das pessoas não acompanhe o site do IPMA, mas ali podemos observar que por todo o país e em especial nas ilhas, se registam abalos diários, mas felizmente de pequena intensidade. Raramente, os abalos são sentidos pela população e quase nunca provocam danos. No entanto, devemos estar alerta, saber o que fazer, definir pontos de encontro e formas de contato entre familiares, eventualmente, preparar um kit simples e fácil de transportar (medicação habitual, água, um agasalho, lanterna... ) no caso de termos um abalo mais significativo.
Fontes:
https://www.tsf.pt/mundo/sismo-de-magnitude-51-sacode-italia-17042611.html
https://www.ipma.pt/pt/geofisica/sismicidade/
A crise migratória não parou e a chegada de migrantes através do mar Mediterrâneo, vindos do norte de África, tem vindo a aumentar. As autoridades de Lampedusa referem a chegada de 110 embarcações com 5112 pessoas na terça, dia 12, e de mais 23 embarcações esta quarta-feira, dia 13. E estes foram apenas os últimos números... O que é que poderá ser feito por nós, europeus, de forma a minimizar as consequências da entrada de tantos migrantes mas sem deixarmos de lhes dar acolhimento e os ajudarmos de forma a que possam prosseguir as suas vidas dignamente? É que eu não deixo de pensar que nenhuma daquelas pessoas quis estar naquela situação e que foram "empurradas" por diversas razões para fora dos seus lares, das suas casas e da sua comunidade.
Por causa deste aumento de migrantes, a Cruz Vermelha e as organizações de voluntários estão sem capacidade de resposta. Algumas pessoas têm caído ao mar e durante a madrugada de quarta, já dentro do porto, um bebé de cinco meses caiu à água e acabou por morrer afogado. Este é um drama diário a que não podemos ficar alheios, morrendo nestas deslocações centenas de crianças.
No centro de acolhimento com capacidade para 350 pessoas, estão já 6792 migrantes, os restantes vão-se mantendo pela zona portuária. Antonio Guterres,secretário-geral da ONU, disse que "os esforços não podem ser feitos só pelos países de chegada, mas devem ser compartilhados". Referiu ainda que há pessoas "que se deslocam por razões económicas" e refugiados que se deslocam para fugir dos conflitos nos países de origem e que "todos devem ter os próprios direitos humanos respeitados".
Já Matteo Salvini, tem a opinião que o número elevado de refugiados a chegar a Itália faz parte de um ato de guerra, e acredita que "por trás de cada desembarque haja um sistema criminoso organizado ao qual devemos responder com todos os meios disponíveis". Até ao momento já desembarcaram este ano em Itália 116028 migrantes, mais do dobro que durante o mesmo período do ano passado (63498), segundo dados oficiais do Ministério do Interior, atualizados a 11 de setembro.
De referir que muitas vidas foram salvas através da Convenção sobre Refugiados de 1951,mas muitas outras acabaram deixadas à sua sorte. O direito de procurar um abrigo, um refúgio, mesmo que num outro país para aqueles que perderam a proteção dentro do seu próprio país é garantido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Convenção para Refugiados é o primeiro tratado que transformou os ideais da Declaração em obrigações juridicamente vinculativas.
Pior é se pensarmos que cerca de 40% dos refugiados do mundo são crianças, o que desde logo compromete as chances de as crianças receberem educação. Quando sabemos que cerca de 48% de todas as crianças refugiadas em idade escolar estão fora da escola, devemos pensar qual o futuro que está reservado para estas crianças.
Fontes:
https://www.acnur.org/portugues/2020/02/06/8-fatos-sobre-refugiados-e-8-motivos-para-apoia-los/
A CECA preparou o caminho para aquilo que hoje temos, a União Europeia. A "9 de maio de 1950," pouco tempo depois do fim da 2ª Guerra Mundial, Schumann propõe um plano "para uma comunidade europeia do carvão e do aço, chamada de Montanunion." Este plano tinha como intenção unir "e gerir em comum a produção franco-alemã de carvão e aço", integrando outros países europeus - mais concretamente os países pertencentes à Benelux (uma organização económica da qual faziam parte a "Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo, sendo inicialmente uma área de livre comércio entre estes três países").
No ano seguinte, a 18 de abril, há precisamente 70 anos, é assinado em Paris o acordo para a "fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA)," por um grupo de seis países - Alemanha, França, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Holanda e que viria então a preparar "o caminho para a atual União Europeia."
Este acordo firmava em cem artigos a cooperação entre os seus membros num compromisso mútuo de "garantir um mercado livre de taxações para exportação e importação de aço e carvão e a não prejudicar o livre comércio."
Este mercado pretendia, entre outras coisas, "racionalizar progressivamente a distribuição da produção, garantindo estabilidade e emprego."
Seis anos depois de assinado o Tratado de Paris, são então assinados os Tratados de Roma que vão dar origem à Comunidade Económica Europeia (CEE) e à Comunidade Europeia da Energia Atómica (CEEA ou Euratom), que viriam a dar origem à UE.
Fontes:
https://www.dw.com/pt-br/1951-criada-a-comunidade-europeia-do-carv%C3%A3o-e-do-a%C3%A7o/a-500071
https://pt.wikipedia.org/wiki/Benelux
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_Europeia_do_Carv%C3%A3o_e_do_A%C3%A7o
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