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Turquia ameaça avançar sobre Israel

por Elsa Filipe, em 29.07.24

Em resposta aos ataques contra a Palestina, o detentor do segundo maior exército da NATO, ameaçou Israel de poder vir a entrar no seu território com o objetivo de proteger os palestinianos. Erdogan, chegou mesmo a aludir ao apoio dado pela Turquia "ao Azerbaijão durante a Segunda Guerra do Nagorno-Karabakh contra a Arménia, em 2020," bem como ao envio de tropas para a Líbia em apoio ao "Governo de Acordo Nacional da Líbia," reconhecido pelas Nações Unidas, durante o mesmo ano.

Lembremo-nos que estas ameaças já vêm de trás, quando em inícios de dezembro, Israel afirmou que entraria pela Turquia se fosse necessário para combater o Hamas, mas com o agravamento da situação a cada dia que passa, poderemos ver em breve o escalar do conflito, com apoiantes dos dois lados a mostrar o seu poder bélico e a afrontar os seus opositores.

Erdogan criticou a "visita do primeiro-ministro israelita a Washington, onde foi aplaudido por representantes" de ambas as câmaras e acusou "o líder israelita Benjamin Netanyahu de genocídio, suspendendo todo o comércio com Israel e chamando de volta o embaixador turco."

Esta escalada de retórica, vem levantar "receios de um conflito regional mais amplo" que pode vir a envolver a NATO de uma forma mais intensa e direta. Netanuahu veio já comparar Erdogan a Saddam Husseim, relembrando a forma como o ditador iraquiano foi capturado e morto.

Se por um lado espero que "alguém" ponha "mão" em tudo isto e que os sucessivos ataques contra os palestinianos acabem, por outro, a entrada da Turquia nas hostes pode trazer graves consequências com o envolvimento da NATO. O que pode estar em causa é o envolvimento de vários países, alguns dos quais sob regimes ditatoriais que têm no seu território "zonas quentes" detidas por grupos armados.

Depois de, durante a noite passada, Israel "ter atingido uma série de alvos no Líbano," vem também o Hezbollah afirmar que efetuou diversos "ataques contra Israel", embora felizmente, não ter chegado a haver "relatos de vítimas destes ataques".

Fontes:

https://zap.aeiou.pt/turquia-admite-entrar-em-israel-para-proteger-palestinianos-617430

https://executivedigest.sapo.pt/noticias/turquia-ameaca-entrar-em-israel-para-proteger-os-palestinianos/

https://pt.euronews.com/2024/07/29/diplomatas-tentam-evitar-guerra-regional-apos-ataque-ataque-que-matou-12-jovens-nos-montes

 

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publicado às 18:05

Condenados a crimes de guerra

por Elsa Filipe, em 19.01.24

Nos últimos dias têm-se falado sobre os dois irmãos iraquianos que foram "condenados a 16 e 10 anos por adesão ao Estado Islâmico". Mas porque é que isto é uma notícia tão relevante? É que foi a primeira vez que no nosso país se condena alguém a crimes de guerra. O mais velho, Ammar, além de ter sido acusado de crimes de guerra, foi acusado "de adesão à organização terrorista do autoproclamado Estado Islâmico." No caso do irmão mais novo, "apenas a adesão a grupo terrorista foi provada em tribunal."

O facto de a maioria dos crimes ter ocorrido fora de Portugal, nomeadamente no Iraque, terá dificultado a obtenção de provas por falta de colaboração dos "órgãos de investigação no Iraque."

Há ainda a acrescentar que os testemunhos dados por "duas das vítimas dos irmãos, fotografias e vídeos da organização terrorista" que "foram determinantes para consolidar a prova apresentada em tribunal" estarem "sob suspeita, já que, num dos casos, no próprio dia em que prestou depoimento, a família de uma das vítimas foi alvo de ameaças, no Iraque."

Apesar do medo em falar, exixtem testemunhos que revelam as ações violentas que cometiam em Mossul. Uma das testemunhas envolvidas neste caso terá relatado "que, em 2014, depois de ter sido denunciado como informador da polícia iraquiana foi detido por Ammer Ameen, irmão dos dois detidos em Portugal, que o agrediu até chegar  a um tribunal do Estado Islâmico. Durante 11 dias, esteve preso numa pequena cela com mais de 100 pessoas, também suspeitas de infracções. Foi agredido e torturado por elementos da Al Hisbah."

Como é que estes dois homens chegaram ao nosso país? Não foi muito difícil a sua entrada, uma vez que vieram com um pedido de asilo. Segundo se sabe, em 2016, "com a queda de Mossul para a forças iraquianas, os irmão abandonaram a região, misturando-se com os milhares de migrantes que fugiam ao conflito." Desta forma conseguiram abandonar o país, como tantos outros terão feito.

Terão ido "de carro até Idlib, na Síria, e daí seguiram a viagem a pé para a fronteira com a Turquia." Em Istambul, "terão sido apanhados pela polícia e conduzidos a Esmirna, na costa do Mar Egeu." Seguiram num barco para Lesbos, por onde entraram na Grécia, onde "se apresentaram como vítimas do Estado Islâmico." Chegaram a Portugal em 2017, "ao abrigo do programa de recolocação para refugiados da União Europeia", onde em pouco tempo conseguiram asilo.

Poucos meses depois, em "julho de 2017, na Delegação Regional de Leiria da PJ, um cidadão iraquiano denunciou-os como sendo militantes do Estado Islâmico." Este homem dizia conhecer Ammar, denunciando que este "ocupara um lugar de algum destaque em Mossul", é é então que "o Serviço de Informações e Segurança (SIS)" os começa a vigiar. Foi então difundida "uma informação ligando os dois irmãos a uma suspeita de que fariam parte de um plano para levar a cabo um atentado terrorista na Alemanha." 

Acabaram por ser acusados de terrorismo em 2021 mas a sentença só agora saiu. "Depois de cumprirem dois terços da pena, os irmãos serão expulsos de Portugal." Apesar de ter havido um pedido de extradição por parte do governo do Iraque, existe uma salvaguarda na lei portuguesa que nega a extradição para um país onde os condenados pudessem ser condenados à pena de morte. Mas neste caso, a diferença está em que depois de cometerem dois terços da pena, não serão extraditados, mas sim expulsos do país.

Fontes:

https://www.publico.pt/2024/01/18/sociedade/noticia/irmaos-iraquianos-condenados-16-10-anos-adesao-estado-islamico-velho-cometeu-crimes-guerra-2077277
https://visao.pt/atualidade/sociedade/2024-01-18-inedito-irmao-iraquianos-condenados-por-crimes-de-guerra-em-portugal/

https://cnnportugal.iol.pt/estado-islamico/amaar-ameen/juraram-fidelidade-ao-estado-islamico-irmaos-iraquianos-detidos-em-portugal-condenados-a-16-e-10-anos-de-prisao/20240118/65a95c8ad34e65afa2f9ce9b

https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2021/09/06/os-irmaos-yasser-e-ammar-o-que-ja-sabemos-sobre-os-jihadistas-que-viveram-quatro-anos-em-portugal/251890/

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publicado às 10:00

Tensão no Mar Vermelho

por Elsa Filipe, em 12.01.24

Acho que estamos quase a quebrar os últimos fios que não vão levar a uma grande guerra. Não sei se estamos todos atentos ao que se está a passar e se de que forma isto nos vai afetar as nossas vidas. Somos um povo pacífico, dizem, como se isso por si só nos afastasse da guerra. Não são só as balas que matam, nunca nos esqueçamos disso.

Os EUA e o Reino Unido, uniram esforços para bombardear posições dos Hutis (rebeldes apoiados pelo Irão), no Iémen, como "uma resposta às ofensivas dos rebeldes contra a navegação no mar Vermelho: os Hutis lançaram 27 ataques desde novembro, em retaliação pela guerra Israel-Hamas em Gaza, afetando outros navios mercantes e destabilizando o comércio marítimo global" e alegando "que os seus ataques visam parar a agressão de Telavive." 

"Os ataques marcam a primeira resposta militar dos EUA ao que tem sido uma campanha persistente de ataques de 'drones' e mísseis contra navios comerciais", que "apesar dos repetidos avisos da comunidade internacional, os hutis continuaram a realizar" contra navios de guerra britânicos e americanos no Mar Vermelho. Isto tem levado a uma grande instabilidade numa importante rota comercial e tem feito "subir os preços das matérias-primas".

"Os bombardeamentos atingiram a capital do Iémen, Sanaa, e outras cidades controladas pelos rebeldes apoiados pelo Irão, como Hodeida e Saada" e provocaram cinco mortos e seis feridos. Foram dez os países signatários (EUA, Reino Unido, Austrália, Bahrein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Alemanha, Nova Zelândia e Coreia do Sul) que se manifestaram pela defesa do espaço marítimo do Mar Vermelho e que através destas ações "demonstram um compromisso comum com a liberdade de navegação, o comércio internacional e a defesa da vida dos marinheiros face a ataques ilegais e injustificáveis."

Em relação a estes ataques, o embaixador da Rússia tinha solicitado  no dia anterior "uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU", afirmando que o "verdadeiro objetivo da resolução é obter luz verde do Conselho de Segurança para legitimar as ações futuras da coligação criada pelos EUA e aliados."

Fontes:

https://expresso.pt/internacional/medio-oriente/guerra-israel-hamas/2024-01-12-EUA-e-Reino-Unido-lancam-mais-de-60-ataques-contra-Hutis-no-Iemen-perguntas-e-respostas-sobre-a-tensao-no-mar-Vermelho-e43280b9

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2478823/biden-confirma-ataque-dos-eua-e-reino-unido-contra-hutis-do-iemen

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2478845/russia-pede-reuniao-do-conselho-de-seguranca-apos-ataques-contra-hutis

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2478830/ataques-contra-hutis-do-iemen-foram-necessarios-e-proporcionais

 

 

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publicado às 23:30

Há meninos que vão à escola. Há meninos que fazem birras porque não querem comer a sopa. Há meninos que brincam com carrinhos, constroem puzzles e pintam desenhos coloridos.

Há meninos que são levados em tenra idade e que são sujeitos às maiores atrocidades. Há meninos que em vez de desenhos animados assistem a execuções. Há meninos que são recrutas em ”campos infantis” por toda a Síria e pelo Iraque e fazem parte do Daesh. 

Assinala-se hoje o Dia Internacional contra o Uso de Crianças-soldado. Segundo o mais recente levantamento feito pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, 56 das atuais 57 entidades em guerra têm utilizado crianças nos seus exércitos. Em 2014, foram identificadas oito nações onde as crianças são recrutadas pelas forças de segurança: Afeganistão, Chade, Mianmar, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Iêmen. Em países como Iraque e Síria, crianças permanecem vulneráveis ao recrutamento por conta da proliferação de entidades armadas e avanços do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL). No Sudão do Sul, os conflitos internos ainda afectam jovens e, no Iêmen, a participação e o uso de crianças pelas partes em conflito tornaram-se amplamente disseminados desde a escalada das tensões, em Março de 2015.

Há meninos que brincam ao faz-de-conta com armas feitas de pau e cantam "rei, capitão, soldado, ladrão..." e há meninos que gritam antes de dispararem armas verdadeiras, numa idade em que ainda não deveriam saber que a morte é irreversível. Estas crianças são usadas como bombistas suicidas ou para ”transportar armas e material médico nos confrontos”. Enquanto as meninas são vendidas ou entregues aos soldados do Daesh como presentes,  os rapazes são sujeitos a treino religioso e militar, onde aprendem a disparar armas e são obrigados a assistir a vídeos de decapitações.

Em 2016, pensa-se que terão sido 89 as crianças entre os oito e os 18 anos que morreram nas fileiras do Daesh durante um ano. O autoproclamado Estado Islâmico chama-lhes "as crias do califado". São meninos e meninas, provenientes na sua maioria da Síria mas que acabam por morrer em solo iraquiano: 60% dos jovens terá entre 12 a 16 anos, enquanto apenas 6% estão entre os oito e os 12 anos. São tratados como qualquer outro soldado. Estudos apontam para que 39% das crianças que faleceram em nome do Daesh iam a conduzir um veículo armadilhado, enquanto 33% foram mortas como peões no campo de batalha. Os números são ainda mais aterradores quando se descobre que 18% dos rapazes não tinham sequer quaisquer planos de sobreviver, sendo parte de inghimasis, ataques onde os jiadistas mergulham para lá das linhas do inimigo com a intenção de causar o maior número de baixas até eles próprios serem mortos.

Em 2017, no programa Grande Reportagem (SIC) com o título "Crianças no Daesh" de Henrique Cymerman, filmada na zona de Mosul no Iraque, podemos ver (se bem que não serei nunca capaz de compreender) o drama de milhares de meninos raptados pelo Estado Islâmico e transformados em terroristas suicidas e soldados, logo a partir dos três anos. Este excelente trabalho de reportagem mostra como uma equipa de resgate tenta libertar das mãos do ISIS crianças e meninas dos 3 aos 15 anos. São crianças e adolescentes que passaram longos períodos nas mãos do Daesh, movimento que chegou a controlar metade da Síria e metade do Iraque. Um dos meninos era Akram, com apenas 10 anos, que mostra aos repórteres como os homens do Estado Islâmico o ensinaram a matar e a cortar o pescoço de seres humanos, começando os "treinos" com bonecas, depois com gatos, cães, e por fim, com pessoas. Akram diz acerto ponto: "Se continuarem a falar em inglês vou ter de os matar."

Segundo uma denúncia das Nações Unidas, em 2022, as autoridades iraquianas mantinham detidas mais de um milhar de crianças (1091), algumas delas com apenas nove anos, acusadas de serem uma ameaça à segurança do Estado e de pertencerem ao Daesh. De facto, a esperança dos líderes do autoproclamado Estado Islâmico é que, mesmo se a organização eventualmente for derrotada, a “missão” pode continuar através de uma nova geração de jiadistas, através dos milhares de crianças que já foram doutrinadas com os seus ensinamentos.

Está tudo errado. 

Estas crianças, são vítimas de guerra. Nunca pediram para estar ali... nunca pediram para que lhes fosse posta uma arma nas mãos... não puderam ser crianças, não puderam brincar, sorrir, cantar, sonhar...

Fontes:

https://visao.pt/atualidade/mundo/2016-01-10-as-criancas-sao-o-futuro-ate-no-daesh/

https://expressodasilhas.cv/mundo/2016/02/27/uma-infancia-a-combater/47798

https://www.publico.pt/2022/02/19/mundo/noticia/mil-criancas-presas-ligacoes-terrorismo-iraque-1996110

https://sicnoticias.pt/programas/reportagemsic/2017-07-14-Criancas-no-Daesh-uma-infancia-roubada

 

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publicado às 20:22

Quando escrevo sobre os conflitos que decorrem, o meu principal objetivo é não deixar calar nem esquecer as vítimass, que tantas vezes, são crianças inocentes, famílias como a minha ou como a sua, que antes iam à escola e corriam na rua. Os civis são os que mais sofrem nos ataques contra alvos não-militares, como é o caso daquilo que aconteceu no Iraque em que são frequentes os ataques suicídas, tal como aquele que ontem deixou cerca de 38 mortos e 65 feridos, na capital do Iraque, Bagdad. 

O ataque, com explosões simultâneas detonadas por terroristas com cinturões de bombas, ocorreu na praça central de Al Tayaran, onde tradicionalmente vários trabalhadores se reúnem para serem recrutados pelo setor de construção civil local. A praça também fica próxima da Praça Tahrir, que há quatro anos é palco de protestos todas as sextas-feiras contra a corrupção e a má qualidade dos serviços públicos iraquianos.

Os ataques não foram reivindicados mas assemelham-se aos atentados executados pelo Estados Islâmico. Apesar do Iraque ter declarado vitória sobre o Daesh no último mês, os militantes continuam a atacar e bombardear diferentes partes do país.

Nas notícias, diariamente, vemos casos de atentados. Como é que estas pessoas conseguem sair de casa para ir trabalhar, como é que conseguem sair para fazer seja o que for, sabendo que podem ser apanhadas num evento destas dimensões e nunca mais voltar a casa? Vive-se um clima de completa insegurança no Iraque, que espelha também o que ocorre em outras regiões. Não sou capaz sequer de me colocar no lugar de uma mulher que viva nestas situações. Simplesmente, é demasiado.

Fontes:

https://www.terra.com.br/noticias/mundo/oriente-medio/duplo-atentado-suicida-no-centro-de-bagda-mata-38-pessoas,e39171811464bdef3b840a2c894bf0a73l5qkr3w.html

https://www.publico.pt/2018/01/15/mundo/noticia/duplo-atentado-suicida-em-bagdad-provoca-pelo-menos-25-mortos-1799358

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/duplo-atentado-no-iraque-provocou-31-mortos_v1052215

 

 

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publicado às 21:18


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