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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Três anos...
Há três anos, eramos surpreendidos pela entrada de tropas russas na Ucrânia. Da mesma forma que Putin achava que entrava por ali adentro e derrubava o governo ucraniano, subjugando o seu povo às suas vontades, também o povo daquele país mostrava que não seria com duas cantigas que se renderiam ao arsenal bélico do inimigo. Um inimigo conhecido de longa data, é bom que se diga.
Os planos do presidente russo, Vladimir Putin, previam uma vitória fácil e poucos "analistas internacionais ousaram contestar essa previsão, dada a disparidade de força entre os dois países." Mas, a verdade, é que o povo ucrâniano tem dado provas de que a sua decisão em resistir, não foi uma má escolha e que, mesmo com todas as dificuldades e as perdas em vidas humanas, tem conseguido resistir. Passaram-se três anos e a guerra está num impasse. A Rússia não tem avançado muito, mas também é verdade que a Ucrânia ainda está longe de recuperar as regiões perdidas.
Embora os dados sejam difíceis de confirmar, desde o início da invasão, a Ucrânia terá registado "43 mil militares mortos em combate e mais de 370 mil feridos, números abaixo das estimativas de várias entidades." Do lado russo, terão havido cerca de "845.310 baixas desde o começo do conflito."
A Ucrânia pediu ajuda... mas foi muito a medo que a União Europeia e a NATO foram facultando armas e viaturas, não cedendo aos muitos pedidos da Ucrânia para entrar na Organização Transatlântica. Durante todo este tempo, a Ucrânia pediu ajuda e esta lá foi chegando, primeiro mais a medo, depois de forma mais visível, mas sempre sob ameaça da Rússia. Atualmente, "a Rússia controla pouco menos de 20% do território ucraniano, ou cerca de 110 mil quilómetros quadrados." A Ucrânia, conseguiu entretanto avançar também "a província fronteiriça de Kursk, no oeste da Rússia, onde chegou a ocupar cerca de mil quilómetros de quadrados de território, segundo as autoridades militares de Kiev, mas esse número deverá ser atualmente menos de metade."
António Guterres, secretário-geral da ONU, destacou hoje no seu discurso, "o impacto devastador do conflito: milhares de civis mortos, cidades destruídas e infraestruturas essenciais reduzidas a escombros," referindo ainda que a "ONU tem mobilizado todos os seus recursos para aliviar o sofrimento da população e promover uma paz justa e duradoura."
As proporções desta crise humanitária são, apesar de tudo o resto que uma guerra envolve, o mais alarmante: "cerca de cinco milhões de ucranianos enfrentam insegurança alimentar, especialmente nas regiões próximas da linha da frente. A subida dos preços e a destruição das cadeias de abastecimento deixaram muitas famílias sem acesso a alimentos nutritivos, forçando-as a recorrer a medidas extremas, como saltar refeições ou contrair dívidas para comprar comida."
Foram cerca de "11 milhões" as pessoas forçadas "a abandonar suas casas, com 6,9 milhões registados como refugiados e outros 3,7 milhões deslocados internamente." No que respeita aos civis mortos desde o início do conflito, estes deverão andar próximo aos 2500, "incluindo 669 crianças." Além disso, 28.382 civis, entre os quais 1.833 menores, ficaram feridos, mas os números reais deverão ser "consideravelmente maiores", já que apenas são contabilizados os casos verificados.
Uma das situações mais preocupantes é a "das mulheres e das raparigas na Ucrânia."
"Além disso, a ONU documentou centenas de casos de violência sexual relacionada com o conflito e alertou para o aumento de 36% nos casos de violência doméstica. Em resposta, a ONU Mulheres tem investido em programas de apoio psicossocial, empoderamento económico e participação feminina nos processos de paz e reconstrução." Assinalando esta data, "o executivo comunitário anuncia um pacote de ajuda à segurança energética da Ucrânia e aprova o 16.º pacote de sanções à Rússia."
Os EUA terão sido o país que mais ajuda em termos de armamento enviou para a Ucrânia, mas a relação entre os dois países deixou de ser a mesma desde que Trump chegou ao poder. "Crítico da ajuda norte-americana a Kiev, Trump já suspendeu os financiamentos globais da agência estatal de desenvolvimento USAID. Segundo o Instituto Kiel, os Estados Unidos transferiram 3,4 mil milhões de euros em ajuda humanitária para a Ucrânia desde o começo do conflito."
Já do lado da Rússia, os principais apoiantes têm sido o Irão e a Bielorrússia. Mas o aliado que se tem mostrado mais na concretização do apoio à Rússia no "campo de batalha é a Coreia do Norte. No âmbito de uma parceria estratégica com a Rússia e a troco de alimentos e cooperação tecnológica e financeira, e ainda de proteção militar mútua, Pyongyang forneceu a Moscovo pelo menos 13 mil contentores de munições de artilharia, 'rockets' e mísseis, segundo o serviço de informações de Seul (NIS), como forma de ambos os países contornarem o isolamento internacional e as sanções ocidentais." O governo de "Kim Jong-Un destacou acima de dez mil militares para lutar ao lado das tropas russas na província russa de Kursk, parcialmente ocupada pela Ucrânia."
Apesar de afirmar que não apoio militarmente a Rússia, "a China é acusada pelas potências ocidentais de alimentar a máquina de guerra do Kremlin, através da venda de componentes para a sua indústria de defesa, e a sua economia por via do comércio e mesmo acontece em relação a outro gigante global, a Índia." Já no que respeita às sanções aplicadas, as mesmas acabaram por não ter os resultados esperados, uma vez que durante os três anos em que esta guerra já dura, "a China surge como o principal cliente de combustíveis fósseis da Rússia, com cerca de 165 mil milhões de euros em importações, bastante à frente da Índia (98 mil milhões), da Turquia (68 mil milhões) e dos países da União Europeia (55 mil milhões)."
Fontes:
https://unric.org/pt/tres-anos-de-guerra-na-ucrania-a-resposta-humanitaria-da-onu/
https://www.publico.pt/2025/02/24/mundo/noticia/ucrania-tres-anos-guerra-mapas-numeros-2123649
Depois de Israel ter avançado com "ataques terrestres" contra o "Hezbollah na zona fronteiriça do sul do Líbano", tal como avisou, o "Irão lançou um ataque de cerca de 180 mísseis contra Israel." Isto depois da "morte de vários líderes de grupos armados," ou seja, numa clara "resposta à morte do líder do braço político do Hamas, Ismail Haniye," bem como em resposta "à morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num bombardeamento israelita contra a capital libanesa."
Israel "está a enviar mais tropas para a fronteira do Líbano, com unidades regulares de infantaria e blindados a juntarem-se à operação terrestre."
A questão agora será saber quem está do lado de quem. EUA e França, claramente do lado de Israel contra o Irão. com o gveno dos EUA a juntarem-se a Israel para avaliar a "resposta a dar a Teerão."
Já a França declara que "mobilizou" esta terça-feira os seus "meios militares no Médio Oriente para fazer face à ameaça iraniana," "condenando "com a maior firmeza os novos ataques do Irão contra Israel."
A situação está claramente a descambar numa guerra envolvendo vários países, com Israel, Irão e Libano, no centro de todo este conflito. Mas qual o objetivo central? De um lado, fala-se de direito de auto-defesa, do outro, do combate a uma invasão...
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, presidente "italiana do G7 convocou para esta tarde uma reunião de líderes para discutir o agravamento da situação no Médio Oriente, após o ataque com mísseis do Irão contra Israel."
Do outro lado, o "ayatollah Ali Khamenei," líder do Irão, acusou "os Estados Unidos" e outros "países europeus" de serem "a principal causa dos problemas no Médio Oriente," situação essa que "provoca conflitos, guerras, preocupações e hostilidades," e que como diz Khamenei resulta "da presença das mesmas pessoas que afirmam defender a paz e a tranquilidade na região."
Num comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, declarou, referindo-se a Guterres, secretário geral da ONU, que "qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos."
A situação é bastante preocupante!
No nordeste da Síria, "um grupo de jovens curdos" encontra-se neste momento a criar grupos armados, recrutando "crianças, aparentemente para eventual transferência" para integrarem esses mesmos grupos armados. De acordo com a HRW (organização Human Rights Watch), o "Movimento Revolucionário da Juventude da Síria" já está a recrutar várias "raparigas e rapazes com apenas 12 anos, retirando-os das suas escolas e casas, negando às suas famílias o contacto com eles e rejeitando os esforços frenéticos das famílias para os encontrar".
Portugal já retirou 40 cidadãos do Líbano e outros países estão a fazer o mesmo. Espanha enviou já "dois aviões da Força Aérea para Beirute, com o objetivo de trazer de volta para casa os espanhóis que queriam sair do Líbano," havendo já "uma lista de 350 cidadãos." Os ataques têm estado a intensificar-se e põe em risco as populações locais, mas também os cidadãos estrangeiros que trabalham, estudam ou residem na região.
Fontes:
https://www.jn.pt/6097283999/irao-acusa-eua-e-paises-europeus-de-causarem-problemas-na-regiao/
https://www.jn.pt/7673135344/persona-non-grata-guterres-proibido-de-entrar-em-israel/
...e o líder do Hezbollah terá sido dado como morto. É nesta situação que agora todas as atenções se estão a focar.
Hassan Nasrallah, líder do movimento islamita libanês, terá sido morto "durante um ataque aéreo na sexta-feira à sede da organização em Beirute." Além dele, terão ainda sido eliminados "outros comandantes do Hezbollah que se encontravam no mesmo local, em Dahiyeh, um subúrbio do sul de Beirute, densamente povoado."
A sede do Hezbollah, estaria a funcionar "numa estrutura subterrânea, debaixo de um edifício residencial," o que levou também à morte de vários civis, cujo número ainda não foi revelado. "As forças israelitas dizem não ter ainda essa informação, recusando especificar o tipo de armamento usado no bombardeamento, assim como detalhes sobre a comprovação da morte de Nasrallah." Sabe-se apenas que terá sido através de um dos vários ataques de precisão lançados contra Beirute, com recurso "a um esquadrão de caças F15I munidos de bombas antibunkers."
De acordo com o jornal New York Times, citado pelo Observador, terão sido "lançadas mais de 80 bombas durante vários minutos com o objetivo de matar Hassan Nasrallah," num ataque que teria "começado a ser planeado no início da semana passada, ainda antes de Netanyahu, primeiro-ministro israelita deixar o país para marcar presença na Assembleia Geral das Nações Unidas."
A situação envolve também o Irão.
Ali Khamenei, líder do Irão, deixou numa "mensagem muito clara sobre as consequências dos ataques militares ao Líbano," que "é obrigatório para todos os muçulmanos apoiar orgulhosamente o povo libanês e o Hezbollah.," contra Israel que acusa de ser um "regime usurpador, cruel e maléfico."
Nasrallah, nasceu em 1960 e tinha 67 anos. "Quando Israel invadiu o Líbano, em 1982, Nasrallah juntou-se a um grupo de combatentes que evoluiria para o atual Hezbollah."
Desde 1992 que era líder do movimento "em substituição de Abbas Moussaoui, depois de este ter sido igualmente morto durante um ataque israelita com um helicóptero."
Durante os últimos anos, viveu quase sempre escondido e tornou-se "o homem mais poderoso e influente" do Líbano. A sua popularidade "no seio da comunidade xiita é apoiadas por uma vasta rede de escolas, hospitais e associações ao serviço dos seus apoiantes. Membro do governo e do parlamento, onde nem o seu campo nem os seus opositores têm maioria absoluta, impediu a eleição de um Presidente da República durante quase dois anos."
Entre ontem e hoje, estão ainda a ser retirados do Líbano vários portugueses.
Fontes:
https://observador.pt/liveblogs/israel-diz-que-matou-lider-do-hezbollah/#liveblog-entry-678580
E parece que pouco ou nada se pode fazer.
Nos ataques que Israel levou a cabo contra o Líbano entre ontem e hoje, já se contabilizam 558 mortos - o "número mais elevado desde a última guerra entre o Hezbollah e Israel em 2006." Nesta lista, estão "50 crianças e 94 mulheres." Ao número de mortos, é preciso acrescentar os feridos - "1835 feridos até agora" - muitos deles, graves.
O ministro libanês da Saúde, Firass Abiad, “desmente todas as alegações israelitas de que os alvos são combatentes", acrescentando que "na verdade, infelizmente, a grande maioria, se não todos, são pessoas desarmadas que se encontravam nas suas casas". Muitos habitantes do sul do Líbano acabaram por fugir "em massa para Beirute," devido incessantes bombardeamentos por parte da aviação israelita. "A preocupação também atinge a capital libanesa com habitantes a receberem avisos israelitas nos seus telemóveis e linhas fixas. As escolas foram encerradas em todo o país."
Durante esta manhã, dezenas de rockets foram disparados do Líbano contra Israel, em retaliação, atingindo diversos edifícios. De um lado, ou do outro, quem sofre é o povo...
As companhias aéreas já estão a cancelar os voos para Beirute devido ao risco de insegurança que o intensificar deste conflito está a provocar.
O Irão promete que não vai abandonar o Hezbollah e a escalada de violência não parece parar aqui. Como pode alguém aguentar tudo isto? Como não compreender que, muitas destas pessoas, queiram afinal sair destes territórios, deixando para trás o pouco que tinham?
Hoje começou a "79.ª Assembleia Geral da ONU" onde António Guterres apelou "à comunidade internacional" para que se mobilizasse de forma a que "seja alcançado um acordo de cessar-fogo e de libertação de reféns entre Israel e o Hamas." Referiu ainda que “devemos todos ficar alarmados com a escalada" de violência que está a lcolocar o "Líbano à beira do abismo." Apela a que se faça alguma coisa para que "o Líbano" não "se transforme noutra Gaza."
Fontes:
https://www.rfi.fr/pt/geral/20240924-ataques-israelitas-no-l%C3%ADbano-provocaram-mais-de-550-mortos
Não tem havido dia em que não se fale da tensão vivida no Médio Oriente e, esta semana, a situação não foi diferente. Este foi mais um fim de semana sangrento em que nenhum dos lados teve paz.
Um dos ataques mais importantes - não pela ocorrência de vítimas, mas pelo seu simbolismo - foi sem dúvida o encerramento da estação de televisão Al-Jazeera, por forças israelitas que "entraram nas instalações do canal de rosto coberto e fortemente armados," dando ordens de encerramento da "redação em Ramallah, na Cisjordânia ocupada." O encerramento foi ordenado "45 dias." Quando se retira do povo o direito a ter acesso ao que se passa, através dos meios de comunicação social, retira-se uma importante parte dos seus direitos. Já no passado dia 12 de setembro, o Governo israelita tinha anunciado "a retirada de acreditações aos jornalistas da Al-Jazeera, cujas emissões já tinham sido proibidas em inícios de maio por, alegadamente, violarem a segurança do Estado." Estes atos vão contra a liberdade de imprensa, defendida pelo direito internacional.
Israel poderá ter estado por trás do ataque feito através de "materiais explosivos" colocados em "pagers que foram vendidos ao Hezbollah e que explodiram na terça-feira, provocando pelo menos nove mortos e 2.800 feridos." Os aparelhos de comunicação portáteis "explodiram, de forma quase simultânea, no Líbano," ferindo "centenas de membros do grupo xiita," entre os quais o próprio "embaixador do Irão no Líbano, Mojtaba Amani."
Apenas algumas horas depois deste ataque, foram usados "aviões de guerra israelitas" para efetuar dezenas de ataques no sul do Líbano, respondendo à ameaça de retaliação feita pelo "líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah", que sobreviveu ao ataque feito "com explosivos em pagers e walkie-talkies, nos últimos dias."
A situação entre Israel e Líbano está a escalar cada vez mais depressa. O "Hezbollah disparou mais de 100 projéteis durante a noite," atingindo várias aldeias e "obrigando milhares de residentes e refugiarem-se em abrigos antiaéreos." Como resposta ao ataque feito através do território libanês, Israel lançou centenas de mísseis, tendo atingido, segundo informação do exército israelita, "cerca de 400 alvos no sábado, incluindo lança-foguetes do Hezbollah, e que irá continuar a atacar o movimento apoiado pelo Irão." Em Israel foram já encerradas "todas as escolas" e foram restringidos "ajuntamentos no norte do país."
No que respeita ao outro lado do conflito, Gaza foi novamente atacada este sábado, tendo sido atingida "uma escola que abrigava milhares de desalojados no sul de Gaza." Contam-se já oito crianças entre as desassete vítimas mortais. Contam-se ainda 30 feridos. As "vítimas são maioritariamente mulheres e crianças que estavam abrigadas na escola para fugir à guerra naquela região."
Na mesma zona de Gaza, foi também "registado um ataque a outra escola, onde várias pessoas ficaram feridas." Os números mais recentes apontam para 60 mortos desde sexta-feira, provocados por "bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza," entre os quais estão três palestinianos que perderam a vida, no ataque a um autocarro que "transportava deslocados," perto da "passagem de al-Abas."
"Em Rafah, no sul, pelo menos 14 habitantes de Gaza foram mortos em dois ataques israelitas, segundo a Defesa Civil, 13 deles numa única casa bombardeada, e mais uma pessoa foi morta quando conduzia numa mota na zona de Khirbet al-Adas."
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/israel-lanca-grandes-ataques-contra-o-libano_a1601288
Em resposta aos ataques contra a Palestina, o detentor do segundo maior exército da NATO, ameaçou Israel de poder vir a entrar no seu território com o objetivo de proteger os palestinianos. Erdogan, chegou mesmo a aludir ao apoio dado pela Turquia "ao Azerbaijão durante a Segunda Guerra do Nagorno-Karabakh contra a Arménia, em 2020," bem como ao envio de tropas para a Líbia em apoio ao "Governo de Acordo Nacional da Líbia," reconhecido pelas Nações Unidas, durante o mesmo ano.
Lembremo-nos que estas ameaças já vêm de trás, quando em inícios de dezembro, Israel afirmou que entraria pela Turquia se fosse necessário para combater o Hamas, mas com o agravamento da situação a cada dia que passa, poderemos ver em breve o escalar do conflito, com apoiantes dos dois lados a mostrar o seu poder bélico e a afrontar os seus opositores.
Erdogan criticou a "visita do primeiro-ministro israelita a Washington, onde foi aplaudido por representantes" de ambas as câmaras e acusou "o líder israelita Benjamin Netanyahu de genocídio, suspendendo todo o comércio com Israel e chamando de volta o embaixador turco."
Esta escalada de retórica, vem levantar "receios de um conflito regional mais amplo" que pode vir a envolver a NATO de uma forma mais intensa e direta. Netanuahu veio já comparar Erdogan a Saddam Husseim, relembrando a forma como o ditador iraquiano foi capturado e morto.
Se por um lado espero que "alguém" ponha "mão" em tudo isto e que os sucessivos ataques contra os palestinianos acabem, por outro, a entrada da Turquia nas hostes pode trazer graves consequências com o envolvimento da NATO. O que pode estar em causa é o envolvimento de vários países, alguns dos quais sob regimes ditatoriais que têm no seu território "zonas quentes" detidas por grupos armados.
Depois de, durante a noite passada, Israel "ter atingido uma série de alvos no Líbano," vem também o Hezbollah afirmar que efetuou diversos "ataques contra Israel", embora felizmente, não ter chegado a haver "relatos de vítimas destes ataques".
Fontes:
https://zap.aeiou.pt/turquia-admite-entrar-em-israel-para-proteger-palestinianos-617430
Voltamos a falar de ataques na zona de Golã, anexada por Israel e onde várias crianças e jovens perderam a vida este sábado, num ataque com um míssel, que foi "atribuído ao Hezbollah libanês." O ataque atingiu um campo de futebol, na cidade de Majdal Shams e matou "12 jovens, com idades entre os 10 e os 16 anos, e feriu cerca de 30 outras pessoas." As crianças atingidas são de origem drusa, ou seja, árabes. O míssel que ontem atingiu o campo de futebol, é do "tipo Falaq, com uma ogiva de 53 quilos."
Horas antes, Israel tinha "atingido uma escola na Faixa de Gaza," onde "morreram trinta pessoas. Metade das vítimas eram crianças." Mais uma vez, o discurso é o mesmo: o local era um "centro de comando e controlo do Hamas". Todavia, aquilo que se vê é que era um abrigo, onde estavam "dezenas de palestinianos deslocados" e que há dias tinham regressado do Egipto.
O Irão, forte apoiante do Líbano, veio já avisar Israel das "consequências" que pode ter se empreender "um ataque de retaliação no Líbano." Já a Síria, tem opinião diferente, acusando Israel de ser o verdadeiro culpado deste ataque. "A entidade de ocupação israelita cometeu ontem um crime hediondo na cidade de Majdal Shams, no Golã sírio ocupado desde 1967, e depois culpou a resistência nacional libanesa (Hezbollah) pelo seu crime", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio num comunicado.
Em retaliação, Israel empreendeu já vários ataques, bombardeando "sete regiões do sul e interior do Líbano." Estes ataques foram "dirigidos às zonas libanesas de Sabrinha, Borj El Chmali, Beka'a, Kfar Kila, Rab a-Taltin, al Khyam e Tir Hafa."
Fontes:
Neste momento, o Médio Oriente encontra-se em grande tensão, com Israel no centro dos conflitos. Se por um lado, as forças israelitas se mantém na Faixa de Gaza, onde os bombardeamentos se sucedem, por outro, estamos neste momento a ver o intensificar do conflito entre o Hezbollah e Israel, bem como ataques na região de Golã, tomada pelos israelitas, na Síria.
Nos últimos dias, os ataques têm-se repetido. Esta manhã, o exército israelita intercetou um míssil que se aproximava do país, proveniente do Iémen. Os houthis reivindicaram a responsabilidade pelo lançamento de "vários mísseis balísticos" contra Israel, depois do "ataque israelita no porto iemenita de Hodeida", que causou "seis mortos e mais de 80 feridos."
Os houthis são um "movimento xiita rebelde apoiado pelo Irão," que há meses, se encontra a atacar "navios que consideram ligados a interesses" de Israel, "ao largo das costas do Iémen." Os houthis estão integrados no "eixo de resistência". Este eixo é de facto "uma coligação liderada pelo Irão" da qual fazem parte também, "entre outros, o grupo islamita palestiniano Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah."
Mas contextualizando um pouco. Este conflito, voltou a estar no plano do dia desde 8 de outubro de 2023 (dia seguinte ao dos ataques a Israel por homens armados do Hamas) quando o grupo armado Hezbollah disparou contra alvos israelitas a partir do Líbano, afirmado estar a agir em apoio a Gaza. Seguiram-se ataques contra aeroportos sírios, da parte de Israel, "enquanto milícias armadas" pelo Irão disparam "mísseis de dentro da Síria" em direção ao território israelita.
Tal como o Hamas, o Hezbollah é classificado por muitos países como "um grupo radical islâmico" e uma organização terrorista, mas é também um partido político. O grupo "surgiu como uma milícia durante a guerra civil do Líbano, quando Israel invadiu o país em 1982", com "o apoio do Irão durante a ocupação israelita, embora as suas raízes ideológicas remontem ao renascimento islâmico xiita no Líbano nas décadas de 1960 e 1970." Apesar de alguns libaneses o considerarem como sendo "uma ameaça à estabilidade do país, o grupo continua a ter uma grande popularidade "entre a comunidade xiita."
Há 18 anos, em 2006, "o Hezbollah e Israel travaram uma guerra brutal que durou um mês, fazendo 1200 mortos do lado libanês e 160 israelitas, na sua maioria militares." Desde então, o Hezbollah e Israel continuam esporadicamente a trocar tiros nas suas fronteiras. Acredita-se que o Hezbollah tem, neste momento, armamento suficiente para se tornar um forte opositor de Israel, especialmente devido ao apoio do Irão.
O que fez aumentar a violência foi a morte de Mohammed Nimah Nasser, procurado por ser comandante do Hezbollah e cuja viatura foi atingida a 3 de julho, "em plena luz do dia, com um ataque aéreo." Para os apoiantes do Hezbollah, foi considerado um "mártir" e o seu funeral foi cuidadosamente preparado. Depois do enterro, muitos se mostravam prontos para a guerra, para retaliar a morte de um dos seus líderes, num país que neste momento "não tem presidente," mas sim um "governo provisório e uma economia destroçada."
O Líbano encontra-se dividido: se uns querem seguir os ideais do Hezbollah e avançar para a guerra, outros, a última coisa que querem é voltar a estar em guerra. Infelizmente, muitos acreditam que a saída honrosa é o martírio. "Alguns países como a Alemanha, os Países Baixos, o Canadá e a Arábia Saudita já disseram aos seus cidadãos para deixarem o Líbano imediatamente. O Reino Unido desaconselhou todas as viagens ao país e está aconselhando os britânicos que estão no país a partirem."
À medida que os ataques e contra-ataques entre estas duas forças continuam, muitas famílias sofrem e vários inocentes são mortos. Além do Líbano, na região Síria de Golã, tomada por Israel, está também a ser alvo de ataques do Hezbollah. Nas colinas de Golã, um casal israelita foi morto quando o seu carro foi atingido por fogo do Hezbollah, deixando três filhos adolescentes. Já no sul do Líbano, três crianças entre os quatro e os oito anos, foram mortas num ataque israelita. Apenas dois exemplos entre muitos...
Mas que papel tem a Síria neste conflito?
É complicado de entender. Se por um lado temos a Síria como apoiante da Palestina, por outro temos vindo a assistir ao longo dos últimos anos a vários ataques sírios contra grupos palestinianos, tal como o que sucedeu em "Yarmouk, um bairro de maioria palestina" que acabou por se tornar num campo de refugiados. Depois de "forças rebeldes tomarem Yarmouk, as tropas de Assad impuseram um cerco, barrando a entrada de comida, medicamentos, energia e outros mantimentos. Como ninguém podia entrar ou sair dali, muitos passaram a se referir ao lugar como a Gaza da Síria".
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/crgk7xej3k3o
https://www.dw.com/pt-br/o-papel-da-s%C3%ADria-no-conflito-entre-israel-e-hamas/a-67407431
https://sicnoticias.pt/mundo/2024-07-21-houthis-ameacam-israel-com-continuacao-dos-ataques-f3dd399f
Um acidente de helicóptero terá ontem vitimado o presidente do Irão, Ebrahim Raisi. O acidente aconteceu ontem, quando o aparelho se despenhou "na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país."
Segundo as autoridades iranianas, o "helicóptero que transportava Raisi e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, foi localizado esta segunda-feira numa montanha no noroeste do Irão, sem quaisquer sobreviventes." O presidente e a restante "comitiva regressava da fronteira com o Azerbaijão, onde Raisi inaugurou uma barragem com o seu homólogo azeri, Ilham Aliyev."
Foram já diversas as "reações internacionais", entre os quais Israel que descartou logo qualquer tipo "de responsabilidade." Segundo o Crescente Vermelho, "os restos mortais de Raisi e dos outros oito passageiros que seguiam no helicóptero" já terão sido recuperados. Não sei se este é o número correto, mas falaram-se em "65 equipas de salvamento" presentes no terreno durante as buscas, acrescentando-se aqui também a notícia de que a Rússia terá ainda enviado "uma equipa de socorro com 47 especialistas, veículos todo-o-terreno e um helicóptero."
"Teerão confirmou entretanto que o vice-presidente Mohammad Mokhber passa a chefe de Estado interino," e que não haverá perturbação no que respeita à estabilidade do país. O Hamas já "enviou uma mensagem de condolências pela morte do presidente do Irão," que considerou como "um dos melhores líderes iranianos", e que prestou "um apoio valioso à causa palestiniana". No Líbano, o Hezbollah também "apresentou as suas condolências aos dirigentes iranianos," descrevendo o presidente Ebrahim Raissi como um "protetor dos movimentos de resistência" contra Israel na região. Também o "emir do Qatar, Tamim bin Hamad al Thani, e os rebeldes xiitas Houthi do Iémen expressaram" hoje as suas condolências "ao Irão pela morte do presidente."
"O Paquistão declarou um dia de lutodevido à morte do presidente do Irão e do ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros. Também os chefes de Estado da Venezuela, da Índia e do Iraque transmitiram a Teerão condolências pelo acidente de domingo." Outro líder que enviou as suas condolências, foi Kim Jong Un, da Coreia do Norte, que "enviou uma mensagem de condolências ao presidente interino do Irão, Mohammad Mokhber." Muitos outros líderes se mostraram tristes e consternados com o acidente ocorrido.
Fontes:
Em primeiro lugar, permitam-me dizer que eu, não estou do lado de nenhum dos dois, e quando aqui coloco como título "de que lado estamos" estou a clocar o enfoque na União Europeia e na "nossa" posição como país, nesse âmbito.
Analisar estes factos não é fácil, porque estou desde logo a falar de culturas e de ideologias diferentes daquelas com as quais me identifico. Afinal, qual a posição das nações e como é que Portugal se está a posicionar no meio destes conflitos? Penso que Portugal vai na onda da maioria, mas aquilo que todos queríamos é que este conflito tivesse um fim...
E o que é que se passa nesta tríade - Israel, Irão e Palestina? Sabemos que o ataque do Hamas a 7 de outubro foi um ato terrorista que veio abalar a segurança de Israel, resultando na morte de perto de 1400 pessoas e em muitos reféns. Israel, atacou a Faixa de Gaza, com a principal intenção de acabar com o Hamas e recuperar os reféns. O Hamas é apoiado pelo Irão através de grupos como o Hezbollah, O Irão fornece a maioria do armamento de que o Hamas dispõe, colocando assim o Irão na linha direta de ataque de Israel. Apesar do Irão ter negado a sua participação no ataque de 7 de outubro, há sempre a questão da origem das armas utilizadas.
Como está mais do que percebido, os ataques das tropas israelitas, estão a destruir edifícios residenciais, hospitais, escolas e, até, centros de refugiados, com a desculpa de que nesses locais estão homens do Hamas. Mas também se diz que é verdade que os membros deste grupo, usam a população civil como escudo humano. Assim, como é possível que se esteja a debater quem é no meio disto tudo tem razão! Acho que, na verdade, estamos impotentes e que estamos todos a aguardar qual será o próximo ataque, para depois apoiarmos os civis, de um lado ou do outro, minimizando da forma que for possível, os danos causados. E é isto que é triste! Esta impotência!
O primeiro-ministro israelita coloca-se contra todos os países que vêm defender os palestinianos ou mesmo contra aqueles que defendem um cessar-fogo. Sabemos também que, apesar de não haver consenso dentro da União Europeia, uma coisa é certa, os resultados atingidos por Israel ficam muito aquém dos seus objetivos e colocaram a Palestina numa crise humanitária sem precedentes naquela zona.
Enquanto a União Europeia se esforça "por controlar uma potencial retaliação israelita e evitar uma escalada ainda maior," Netanyahu já veio por diversas vezes dizer que já estariam aprovados "planos para uma operação militar no sul de Gaza."
Na terça-feira, dia 16, os 27 ministros dos Negócios Estrangeiros da UE realizaram por videoconferência "uma reunião extraordinária do Conselho," na qual discutiram "a resposta coletiva à escalada, vista como um ponto de inflexão no conflito no Médio Oriente." Apesar de muitos se terem colocado do lado de Israel, ninguém quer que este conflito escale. Reino Unido e França, estão de facto do lado dos EUA e reconhecem "o direito do Irão a uma resposta ao ataque ao seu consulado" em Damasco, na Síria. As forças destes três Estados participaram de forma ativa "na interceção do ataque iraniano" a Israel, abatando vários dos drones lançados contra o país. Mas Israel, deve retaliar?
Se Israel retaliar, o conflito irá complicar-se. O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, ameaçou que “se o regime sionista fizer a mais pequena invasão" contra o Irão, "os israelitas podem ter a certeza de que enfrentarão uma resposta agressiva e em larga escala”. Mas Israel (cuja população é composta na sua maioria - mais de 75% - por judeus) já atacou diversos alvos do Hezbollah, grupo que é apoiado pelo Irão (regime islâmico).
Os EUA são os principais fornecedores de armamento a Israel e é em parte esse armamento que tem destruído a faixa de Gaza. Apesar de, quando a 9 de abril, Netanyahu afirmou que já existia "uma data para o início das operações militares em Rafah," os Estados Unidos da América terem avisado que não apoiariam qualquer operação que visasse um ataque à "cidade do sul da Faixa de Gaza," parece que afinal agora voltaram com a palavra atrás. Se antes pareciam preocupados com os quase 1,5 milhões de palestinianos que estão encurralados em Rafah, agora parecem ver esse ataque como um mal menor, desde que se evite uma propagaçaõ da guerra contra outros países.
Numa declaração das autoridades egípcias, a um meio de comunicação do Catar, é hoje dito que os EUA "aceitaram o plano de Israel para avançar com uma ofensiva em Rafah, em troca de não retaliar contra o Irão." Ou seja, será que estou a ler bem? Desde que fiquem dentro daquelas fronteiras, não há problema em apoiar ataques contra milhões de civis que neste momento, nem comida nem água têm?
Segundo informações de órgãos de comunicação internacionais, "pelo menos quatro batalhões do Hamas estão em Rafah, preparados para o início da ofensiva". Em Rafah podem estar escondidos "vários líderes do Hamas" mas também é possível que estejam "reféns israelitas". Mas... e os quase 1,5 milhões de palestinianos que lá estão encurralados?
Ontem, quarta-feira, no decorrer da reunião entre os 27 estados da UE ficou decidido que iriam ser reforçadas as sanções contra o Irão, depois do ataque de sábado. Ao isolarem o Irão, estes estados, esperam conseguir "avançar no sentido de um processo de paz" na região. Mas em parte, alguns dos países que também estão representados na ONU, defendem que "os líderes europeus devem tomar medidas mais concretas contra Israel, incluindo a revogação do reconhecimento diplomático e a aplicação de sanções específicas a funcionários do governo." Ainda há poucos dias, isto foi defendido pela Irlanda e pela nossa vizinha Espanha. Manu Pineda (eurodeputado espanhol) veio afirmar que é "vergonhoso que a União Europeia continue a comprar e a vender armas a Israel, que estão a ser utilizadas em combate e que estão a cair sobre as cabeças das crianças palestinianas na Faixa de Gaza."
Fontes:
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