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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Arrancou hoje a campanha de vacinação contra a poliomielite, na Faixa de Gaza, com o objetivo de "vacinar todas as crianças até aos 10 anos de idade e evitar a propagação do vírus em Gaza, que foi diagnosticado há alguns dias numa criança." Há 25 anos que não se registavam casos em território palestiniano e a deteção deste caso, levou a uma forte preocupação, uma vez que, a região tem "falta de produtos de limpeza" que, aliado à sobrelotação dos espaços, à poluição e à "escassez de água", são "fatores que a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que contribuem para a propagação do poliovírus e outras doenças infecciosas."
Terão sido atribuídas a Gaza já "1,26 milhões de doses de vacina oral (duas gotas nesta primeira fase de imunização), bem como equipamento para assegurar a cadeia de frio," essencial para a preservação da vacina.
Com Israel a conceder apenas três dias de pausa nos ataques - "o governo israelita aceitou parar os combates entre as 6h e as 15h durante três dias, com a possibilidade de um prolongamento de um dia" - as entidades envolvidas (Ministério da Saúde palestiniano, em cooperação com a Organização Mundial de Saúde, a Unicef e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina), irão tentar chegar às cerca de "640000 crianças", que precisam de ser vacinadas.
Para que a esta campanha de vacinação produza alguma eficácia, "a OMS declarou que pelo menos 90 por cento das crianças devem ser vacinadas", o que levou ao envolvimento de "mais de 2100 profissionais de saúde das agências da ONU e do Ministério da Saúde de Gaza." De acordo com a ONU, depois da primeira interrupção de três dias, irá seguir-se outra "de três dias no sul de Gaza e depois uma outra no norte de Gaza, de forma a terminar o processo de vacinação." Mesmo assim, será uma missão quase impossível.
Segundo o site do SNS, não existem neste momento "casos de poliomielite em Portugal." De facto, foi em 1986 que se registou "o último caso da doença no país" e, "desde 2002 que a região europeia está considerada como livre de poliomielite." Em 2019, a nível mundial, foram registados apenas "175 casos."
A vacinação "e a melhoria das condições de saneamento vieram contribuir para esta redução," uma vez que este vírus tem duas formas de propagação, uma por via direta (por via feco-oral através do contato com as "fezes de uma pessoa infetada", através da tosse ou espirros, e inalação de partículas contaminadas) e outra por contato indireto através da "água, alimentos ou objetos contaminados."
Fontes:
https://www.sns24.gov.pt/tema/doencas-infecciosas/poliomielite/
Hoje recordo as músicas da minha infância e, na altura, mal eu sabia que devia a esta senhora as criações e adaptações que eu ouvia e cantarolava. Ana Faria, deixou-nos ontem, mas as suas músicas irão sempre fazer parte das minhas lembranças e, de certeza, das vossas também. Tinha 74 anos.
Foi no programa Zip Zip, transmitido no final da década de 1960, que Ana Faria se tornou conhecida (nessa altura eu ainda não era nascida) interpretando a "Canção de Embalar", de José Afonso, e "Avé Maria do Povo", popularizada por Simone de Oliveira. Em 1982, publica o disco "Brincando aos Clássicos", em que "interpretava sinfonias clássicas de compositores como Beethoven ou Mozart."
Em conjunto com o marido, Heduíno Gomes, que era responsável pela produção, "criaram os grupos Queijinhos Frescos, Jovens Cantores de Lisboa, seguindo-se os Onda Choc, com mais de um milhão de discos vendidos." Foram também responsáveis pela criação dos Popeline.
"A maioria das músicas destas bandas eram sucessos de versões internacionais com uma letra nova em português," que todos decorávamos de tanto rodar as cassetes! Era um mimo, que a minha mãe me comprava, ainda antes de termos leitor de cd's e, algumas dessas cassetes ainda resistiram e estão cá em casa. Momentos felizes.
Os "Quijinhos Frescos" era formado "pelos três filhos de Heduíno Gomes e Ana Faria, nomeadamente: João Faria Gomes, o mais velho; Nuno Faria Gomes, o irmão "do meio"; e Pedro Faria Gomes, o mais novo." Ainda gravaram alguns discos "para a editora CBS" tendo obtido bastante sucesso "na década de 1980."
Em 1984 sai o álbum "Ana Faria e os Queijinhos Frescos", ao qual se seguiu o álbum discográfico "Batem Corações." Segue-se o lançamento do "single com o tema do programa Jornalinho da RTP." Em 1986, é então "editada a compilação "O Melhor dos Queijinhos Frescos." Aparece então um novo grupo infantil: Onda Choc.
Os Onda Choc era um grupo "constituído por rapazes e raparigas entre os 10 e os 15 anos de idade. Os elementos eram recrutados através de casting e ou através do coro juvenil dos Jovens Cantores de Lisboa. Os ensaios das canções e das coreografias decorriam num pavilhão do Clube Futebol Benfica (também conhecido como Fófó), e as produções discográficas ficaram a cargo de Heduíno Gomes, o marido da cantora Ana Faria."
Em 1992 surgiram as "Popeline", um grupo feminino de música infantil. Recordo as roupas coloridas e os chapéus!
Ana Faria dedicou-se mais tarde à pintura e aos retratos, bem como à escrita para crianças.
Fontes:
https://observador.pt/2016/01/20/ministars-onda-choc-outros-miudos-cantam/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_Choc
https://pt.wikipedia.org/wiki/Queijinhos_Frescos
Os telemóveis e os computadores são uma excelente ferramenta de trabalho para alguns de nós e são também uma forma de entretenimento e de passarmos o tempo. As redes sociais podem ser uma forma de muitas pessoas não estarem isoladas. São uma companhia. O uso das redes sociais deve ser feito com ponderação e basta ligarmos a televisão ou espreitarmos a internet para sermos "bombardeados" com notícias de burlas em que são utilizadas as redes sociais.
E se nós adultos, somos suscetíveis de sermos enganados, o que será das nossas crianças? Crianças e jovens que usam telemóveis, internet e têm redes sociais, devem ser ensinados e têm de ser controlados e supervisionados pelos pais ou por quem é por eles responsável. O uso destes aparelhos e a utilização das aplicações disponíveis podem ser uma ferramenta de trabalho e existem várias plataformas que apoiam as aprendizagens, por isso, as tecnologias têm muitos aspetos positivos que podem e devem ser explorados tanto pelas escolas como pelos próprios pais.
O problema está sempre naquilo que é excessivo e daquilo que é feito sem controlo e sem acompanhamento. E o primeiro passo é tomarmos consciência dos perigos que podem estar associados, bem como das recomendações que podemos seguir.
Um dos aspetos principais a ter em conta é que todo o desenvolvimento da criança ocorre na sua relação com os outros e com o ambiente que a rodeia. Deixar a criança presa a um ecrã está a limitar esse contato com os outros. A interação que a criança desenvolve com os seus pares (crianças da mesma faixa etária que a sua) são enriquecedoras e desafiantes, pois fazem-na gerir as suas emoções, ajudam-na a respeitar o outro e a exigir que o outro também a respeite. Num jogo, ela não tem esta interação. A nossa sociedade está cheia de exemplos de isolamento social e dos problemas que isso acarreta. Os mais preocupantes para mim, são os dos bebés que em vez de estarem cara a cara com um rosto humano, estão "cara a cara" com o ecrã do telemóvel ou de um tablet. Preocupa-me aquele bebé que está na cadeirinha da refeição e em vez de se estar a sujar e a pôr as mãos na comida, está a ver um vídeo ou pior ainda, tiktoks, de olhar fixo, enquanto abre e fecha a boca de cada vez que a comida se aproxima.
Segundo a neuropediatra Mónica Vasconcellos, o uso destes aparelhos pelas crianças, sobretudo as mais pequenas, “pode afetar o desenvolvimento do cérebro, que nesta fase está mais suscetível a influências externas”. Refere esta especialista que os danos podem ser bastante graves e que "desencorajam a criatividade, a flexibilidade do pensamento e prejudicam a aprendizagem ativa, o treino da capacidade de manter atenção e a destreza motora." Além de tudo isto acabam por interferir também nas rotinas familiares afetando o próprio "sono da criança tão importante para o ótimo desenvolvimento das funções neurocognitivas". Com que idade é que as crianças podem aceder então às redes? Isso depende muito, penso eu. Há situações em que a criança usa por exemplo o Teams para fazer um trabalho com os colegas ou em que assiste a uma aula pelo Classroom. Nestes casos, estamos a falar em tempos de aprendizagem que, não substituindo diretamente o contato com os professores, podem ser uma ferramenta de trabalho ou até de apoio ao trabalho escolar bastante útil, por ventura em situações específicas. No entanto, não é o mesmo que essa mesma criança estar durante várias horas a assistir a conteúdos no Insta ou no Tiktok, os quais além de na maioria das vezes serem desadequados à sua idade e não trazerem qualquer benefício, são também focos de informação muito curta e rápida, o que faz com que o cérebro da criança esteja exposto a estes "estímulos fragmentados."
Até aos dois anos, nenhuma criança deveria ter contato com ecrãs, muito menos passar horas a assistir a vídeos ou "distraída" para não chatear os pais na hora de comer. Depois dessa idade, deve ser uma conquista progressiva e condicionada e, quanto mais tardia, melhor.
Segundo Ivone Patrão, especialista, o caso torna-se também muitas vezes difícil de gerir com os adolescentes. De acordo com esta especialista a "adesão às redes sociais por parte dos adolescentes deve, assim, ser acompanhada e sempre com acesso às passwords por parte dos pais e o acordo de que os progenitores podem entrar no perfil dos filhos sempre que considerarem relevante." Conversar com os filhos sobre o que vêem é fundamental. Têm de haver tempo para se falar em assuntos, que embora muitas vezes sejam complexos, devem ser abordados. Por exemplo, os pais devem conversar com os filhos sobre o que deve ser partilhado e o que não deve ser partilhado. E devem deixar a "porta aberta" para todas as dúvidas que possam surgir sem julgamentos que os afastem de vir pedir opinião em determinado assunto.
Cláudia Morais, psicóloga, explica que não acontece só aos outros. Pode estar mesmo ali na nossa casa um caso em que a criança ou o adolescente esteja a ser "alvo de predadores sexuais ou de cyberbullying" e não nos estarmos a aperceber. Todos nós, acredito eu também como esta especialista explica em Simplyflow, estamos cientes dos perigos, "mas muitas vezes achamos que alguns tipos de violência só acontecem aos outros."
Fontes:
https://cnnportugal.iol.pt/educacao/parentalidade/ha-mas-noticias-para-os-pais-sobre-o-uso-das-redes-sociais-pelos-mais-novos-a-tecnologia-nao-veio-so-facilitar-a-vida-das-pessoas/20230715/64a832a2d34e3ae5b8c379fa
https://simplyflow.pt/quais-sao-os-perigos-das-redes-sociais-para-criancas-e-adolescentes/
Assinala-se hoje o Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão. Na designação atribuída a este dia, até se podia suprimir o termo "inocentes", ou será que neste mundo, no meio de tantos conflitos, tantas guerras, há crianças culpadas? Pois, eu penso que culpados são os adultos e que as crianças ainda só deveriam estar naquele mundo de sonho e de esperança caraterístico da sua condição. Mas no mundo real, temos de ter um dia em que se fala de violência contra crianças, em que se alerte, se grite, se discuta sobre este tema e sobre o que fazer!
Violência contra crianças há no outro lado do mundo, mas também há na casa do lado. As crianças sofrem agressões físicas, devido à guerra mas também sofrem em tempo de paz nas escolas, em casa onde deviam ser protegidas ou nas instituições que as deviam acolher. As crianças são muitas vezes armas de arremesso entre pais que se divorciam, ou são alvos fáceis de fúrias acumuladas.
Foi proclamado o Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão através da Resolução ES-7/8 adotada na Assembleia Geral da ONU de 19 de agosto de 1982, com o objetivo de evidenciar e reconhecer a realidade em que tantas crianças têm que viver, desde contextos de guerra, violência sexual ou sequestro.
As crianças são as mais afetadas pela guerra e respetivas consequências, dada a sua vulnerabilidade. Assim, é também um dia de consciencialização e reflexão dedicado à dor de todas as crianças vítimas de abusos físicos, mentais e emocionais.
Esta data traduz o compromisso da ONU de proteger as crianças através da «Convenção dos Direitos da Criança». O tratado internacional de direitos humanos foi o mais ratificado da história.
Em 2020, a APAV apoiou 1841 crianças e jovens, das quais 432 foram vítimas de violência sexual.
Podemos destacar diversos tipos de abuso, de entre os quais os casamentos forçados. Mais de um terço dos 15,4 milhões de vítimas de casamentos forçados tinha menos de 18 anos aquando do casamento, a maioria eram mulheres e meninas (84%). Estima-se que 650 milhões de meninas e mulheres vivas hoje, se tenham casado quando eram ainda crianças e, até 2030, outros 150 milhões de meninas com menos de 18 anos se venham a casar nas mesmas condições.
Além disso, uma preferência extrema por filhos em vez de filhas em alguns países, alimentou a seleção de sexo ou a negligência extrema, resultando em 140 milhões de “mulheres desaparecidas”, que poderiam ter sobrevivido num mundo sem discriminação.
Pelo menos 19 práticas nocivas – que variam desde o achatamento dos seios até testes de virgindade – são consideradas violações dos direitos humanos, de acordo com o relatório do UNFPA. O relatório concentra-se nas três práticas mais comuns: mutilação genital feminina, casamento infantil e preferência por filhos homens.
O que significa que, apesar de seus direitos humanos inerentes, o seu corpo, a sua vida e seu o futuro não lhes pertencem. A maioria das mulheres e meninas enfrenta muitas barreiras à igualdade em virtude da discriminação.
Vários tratados internacionais de direitos humanos e outros acordos, firmados por quase todos os países, exigem que os Estados atuem para impedir estas e outras práticas nocivas. A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, por exemplo, estipula a tomada de todas as medidas apropriadas a fim de eliminar preconceitos e práticas baseadas na discriminação de género.
O Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento de 1994 reconhece explicitamente a mutilação genital feminina como uma violação dos direitos básicos que deve ser proibida onde quer que exista.
O que torna mais difícil acabar com estas práticas, é que na sua maioria são realizadas por membros da família, comunidades religiosas, prestadores de serviços de saúde, empresas comerciais ou instituições do Estado.
Fontes:
https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-das-criancas-inocentes-vitimas-de-agressao
https://news.un.org/pt/story/2021/06/1752452
Hoje celebra-se o Dia da Criança. E nada melhor, que nós, adultos, repensarmos o que podemos fazer por elas.
Olho a minha casa e vejo que sempre tive sorte. Nem tudo foram rosas no meu crescimento, na minha infância e nem tudo serão facilidades na minha vida atual e do meu filho, mas se tenho de me queixar, não é de passar frio, de estar no meio de uma guerra ou de passar fome.
Refletindo um pouco, trabalho todos os dias com crianças, oriundas de vários países e dos mais variados meios sociais. Uma coisa os une - os seus sorrisos. Sorrisos em várias línguas, os abraços, as palavras carinhosas, as gargalhadas e as patifarias. E por isso é que ser criança é tão mágico! Pudessem todas as crianças viver nesta magia, sem mísseis nem armas na mão...
As crianças e os adolescentes têm os mesmos direitos humanos gerais que os adultos e também direitos específicos de acordo com o reconhecimento das suas necessidades especiais. Não são propriedade de seus pais nem são objetos indefesos de caridade - são seres humanos e são sujeitos de seus próprios direitos.
A Convenção sobre os Direitos da Criança estabelece os direitos que devem ser respeitados para que todas as meninas e meninos se desenvolvam em todo o seu potencial.
Ao reconhecer os direitos das crianças e dos adolescentes dessa forma, a Convenção fixa firmemente o foco na criança e no adolescente em toda a sua integridade, reconhecendo a dignidade humana fundamental de todas as crianças e todos os adolescentes e a urgência de assegurar o seu bem-estar e desenvolvimento.
Além do mais, torna clara a ideia de que uma qualidade de vida básica deve ser o direito de todas as crianças e todos os adolescentes, em vez de um privilégio que só poucos desfrutam.
As crianças e os adolescentes têm o mesmo status de membros da restante família humana e devem poder confiar nos adultos para a criação e a orientação de que precisam para crescer em direção à independência. Têm se ser amaparados e regados todos os dias, como uma planta que só cresce com amor! Essa educação é idealmente encontrada nos adultos que constituem a sua família. Mas, quando os cuidadores adultos primários não podem atender às necessidades dos meninos e meninas, cabe ao Estado, como principal responsável, encontrar uma alternativa que tenha como objetivo atender ao melhor interesse da criança e do adolescente.
Assim, praticamente todas as áreas da política governamental – da educação à saúde pública – afetam as crianças e os adolescentes em algum grau. A formulação de políticas “de vista curta”, que não levam em conta meninas e meninos, tem um impacto negativo no futuro de todos os membros da sociedade. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, menos da metade das partes envolvidas em conflito no mundo se comprometeram de fato em proteger as crianças.
Sem atenção especial às opiniões das crianças e dos adolescentes – expressas em casa, nas escolas, nas comunidades locais e até mesmo nos governos –, os pontos de vista de meninas e meninos não são ouvidos nos muitos assuntos importantes que os afetam agora ou que os afetarão no futuro.
A transformação da estrutura familiar, a globalização, as mudanças climáticas, a digitalização, a migração em massa, a mudança dos padrões de emprego e o encolhimento da rede social em muitos países, todos têm fortes impactos sobre as crianças. O impacto dessas mudanças pode ser particularmente devastador em situações de conflito armado e outras emergências. A diretora executiva da agência da ONU declarou que “ano após ano, os lados em conflito continuam demonstrando desprezo pelo bem-estar” dos menores.
A Unicef revela ainda que as nações com os maiores números de casos de violência sexual contra crianças foram RD Congo, Somália e República Centro-Africana. Como ainda se estão a desenvolver, as crianças são especialmente vulneráveis – mais do que os adultos – a condições de vida precárias, como pobreza; assistência médica, nutrição, moradia e água potável inadequadas; e poluição ambiental.
O uso de explosivos é uma ameaça persistente. Outro problema destacado pela agência é o recrutamento de crianças para o combate, especialmente em países africanos como Somália e República Democrática do Congo. A Unicef pede a todos os lados em conflito para implementarem planos de ação e medidas concretas para proteger as crianças e evitar que essas graves violações ocorram.
Os efeitos da doença, desnutrição e pobreza ameaçam o presente e o futuro das crianças e dos adolescentes e, portanto, o futuro das sociedades em que vivem.
Fontes:
https://news.un.org/pt/story/2021/12/1775292
Em zonas de guerra, as crianças deviam ser protegidas. Muitas, ficam órfãs, ou perdem-se das suas famílias. Mas o que se está a passar na Rússia, não é apoiar as crianças ucranianas afetadas pelo conflito. Trata-se de rapto. Trata-se de uma clara violação dos direitos humanos. Desde o início da invasão, milhares de crianças ucranianas foram levadas ilegalmente para a Rússia. Ninguém sabe onde estão.
O início da invasão do território ucraniano (a 24 de fevereiro de 2022) pela Rússia, atingiu milhares de famílias. Cerca de 6000 menores ucranianos, terão sido reconduzidos para campos de reeducação ou passaram a integrar o sistema de adoção russo. A denúncia é de um estudo efetuado pela universidade de Yale e financiado pelo Departamento de Estado Norte Americano. Os números são preocupantes! As que foram enviadas para estes 43 centros, estão longe das suas famílias e, em muitos casos, são consideradas órfãs apesar de terem pais ou tutores claramente definidos pela legislação.
Estes centros localizam-se em locais como a Criemia, Moscovo, ou mesmo na Sibéria e expõe as crianças a programas de reeducação política e de educação militar, além da educação académica russa e do patriotismo cultural. Os menores fazem treino físico mas também aprendem a manusear armas e a conduzir.
Aconselho o visionamento de uma reportagem emitida na semana passada na TVI onde se dava conta, precisamente, do rapto de crianças ucranianas pelas forças russas, que sujeitam os menores tortura e outras práticas violentas, retirando-os às famílias. Onde estão estas crianças?
Fontes:
Este ano, o tema das Nações Unidas para esta data é a “Parceria com Homens e Meninos para Transformar Normas Sociais e de Género para Acabar com a Mutilação Genital Feminina.” Esta é uma situação dramática pela qual ainda passam muitas meninas e mulheres, às "mãos" de costumes antigos e, digo eu, bárbaros e infundados. É uma manifestação do poder que algumas sociedades patriarcais têm e que mostra a forma como as mulheres ainda sofrem e são desvalorizadas no nosso mundo. Mas o que este tema nos traz este ano é a ideia de que têm de ser destacados os elementos masculinos destas comunidades para que intevenham e para que tenham um papel decisivo na mudança destes pardigmas e costumes. Desta forma, o Fundo da ONU para a Infância caba por destacar "que a onda de aliados masculinos, como líderes religiosos e tradicionais, profissionais de saúde, agentes da lei, membros da sociedade civil e organizações de base, leva a conquistas notáveis na proteção de mulheres e meninas."
António Guterres afirma que "a mutilação genital feminina é uma violação abominável dos direitos humanos fundamentais com danos permanentes à saúde física e mental de mulheres e meninas."
De acordo com Mónica Ferro - diretora do Escritório de Genebra do Fundo da ONU para a População - a mutilação genital feminina "viola os direitos de meninas e mulheres e limita as suas oportunidades de viverem uma vida com saúde, com educação e em dignidade."
As comunidades de migrantes são dos maiores desafios. Um dos exemplos é a "comunidade de cidadãos da Guiné-Bissau," onde continuam a acontecer situações de "mutilação genital em Portugal ainda que realizados no exterior."
Esta prática traz inúmeros riscos para a saúde, os quais "incluem dor intensa, infecção, hemorragia e, nos piores casos, a morte da pessoa mutilada. Os riscos a longo prazo incluem infecções genitais, reprodutivas e urinárias crónicas, problemas menstruais, infertilidade e complicações obstétricas."
A sua prática foi proibida em 22 dos 26 países da Região Africana da OMS, "mas continua a ser permitida nos Camarões, no Mali, na República Democrática do Congo e na Serra Leoa." Esta prática pode ser documentada através do setor da saúde, tal como começou a ser feito, por exemplo, no Burquina Faso que "integrou a prevenção da mutilação genital feminina, bem como os cuidados prestados às mulheres e raparigas afectadas por esta prática, no programa de formação em obstetrícia." Este país "elaborou um modelo de vigilância baseado na documentação produzida sobre a mutilação genital feminina no contexto dos cuidados pré-natais."
E vocês? Que medidas acham que ainda podem ser tomadas para combater esta situação?
Fontes:
https://news.un.org/pt/story/2023/02/1809242
Pensemos hoje nas nossas crianças. As crianças 2020.
Será que vão crescer crianças mais fortes, mais realistas, humanos e tolerantes, ou será que ao lhes matarmos a inocência tão cedo as vamos fazer adultos mais amargurados, desumanos e intolerantes? Tiveram de aprender a lidar com uns bichinhos que ninguém vê mas que afastam os pais dos filhos, obrigam a ficar em casa sem os amigos. Aprenderam cedo a usar as tecnologias para assistir a uma aula que devia ser de olhar fixo no professor e não numa tela de uma videoconferência. Aprenderam que os fins de semana são mais seguros em casa a ver desenhos na televisão ou a jogar contra os primos pelo tablet, do que a correr no parque e a cair de uma pereira doce.
As nossas crianças que aprenderam e nos ensinaram que lavar as mãos e não dar beijos era importante, que usar máscara evitava que ficassem doentes e que as vacinas salvam a vida de milhares, têm de aprender agora que as balas e os mísseis matam crianças a leste, que as mães choram agarradas nos seus filhos sem saber onde vão, os pais se despedem sabendo que não se voltarão a ver. Não os podemos guardar num casulo fechado em que só entram balões, unicórnios e beijinhos, pois não?
As nossas crianças são seres fantásticos! Juntam-se e querem enviar comida e brinquedos para os outros meninos que fogem da guerra. Aprenderam que o vírus se espalha, mas que o amor se pode espalhar ainda mais e têm esperança que esse amor pelo outro vença as diferenças.
Mas quem serão estas nossas crianças no futuro? Que papel terão neste mundo que estamos a moldar para eles e que vão herdar de nós?
Há uns dias, a comunicação social relatou a notícia de um recém-nascido encontrado por um homem num ecoponto, em Lisboa. A história do pequeno bebé, fez-me pensar em quem seria capaz de tal acto. Mas a verdade é que isto é tudo muito complicado e não sou ninguém para julgar esta mãe.
Fonte envolvida na investigação da PJ explicou ao DN que "em causa podem estar os crimes de infanticídio, caso se venha a confirmar que a mãe quis matar o filho durante ou logo após o parto, em estado de perturbação (artigo 136 do Código Penal), de homicídio de forma tentada ou de abandono. Só depois da conclusão da investigação ficará clarificado".
Segundo um comunicado da Polícia Judiciária (PJ), através da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, esta "identificou, localizou e deteve", na madrugada desta sexta-feira, em Lisboa, "uma mulher, de 22 anos de idade, por fortes indícios da prática de homicídio qualificado, na forma tentada, vitimando uma criança do sexo masculino, recém-nascido, seu filho". A medida aplicada foi depois a prisão preventiva para a mulher, que irá ser encaminhada para o Estabelecimento Prisional de Tires.
A mãe, vivia na rua junto à estação ferroviária de Santa Apolónia com um companheiro que não será pai do bebé e que diz nem se ter apercebido da gravidez. No momento da detenção, a mulher "não apresentava sinais de consumo de droga, estava completamente consciente" e não ofereceu resistência.
Neste caso, o que poderia ter corrido muito mal, acabou por correr bem e o pequeno foi encontrado a tempo por um homem que passava por ali. Manuel, um sem-abrigo, foi alertado por sons vindos do eco-ponto e podia ter virado as costas, ignorado, mas não o fez. A surpresa foi imensa quando descobriu que ali havia um bebé!
Depois de dado o alerta, Luís Pedro Nunes, um técnico de emergência pré-hospitalar, chegou ao local. O bebé ainhda corria perigo por apresentar "uma hemorragia ativa no cordão umbilical, hipotermia grave e dificuldades respiratórias”, disse o TEPH, em entrevista ao DN.
Mais tarde, foi ao Hospital D. Estefânia para saber como estava o recém-nascido: "As enfermeiras no hospital perguntaram-me que nome lhe queria dar”, contou ao “DN”. “Tenho uma filha, gostava de ter um filho mas se calhar não vou conseguir e, se tivesse, seria Salvador."
O bebé apesar de tudo está clinicamente bem e terá alta em breve da Maternidade Alfredo da Costa, onde está internado. De acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), o recém-nascido não deverá ser entregue a nenhuma instituição. Poderá ficar numa família de acolhimento e possivelmente será encaminhado para adoção. Outra possibilidade é se aparecerem familiares que comprovadamente tenham condições e interesse em ficar com o menino.
Fontes:
https://expresso.pt/sociedade/2019-11-08-Bebe-abandonado-em-ecoponto-vai-para-familia-de-acolhimento
https://www.dn.pt/pais/bebe-recem-nascido-encontrado-em-caixote-do-lixo-em-lisboa-11483325.html
O Vaticano irá receber a partir de hoje e até ao próximo domingo todos os presidentes das conferências Episcopais do mundo para uma reunião inédita sobre os casos de abusos sexuais a crianças praticados pelos seus membros. Este tem sido um dos temas polémicos a abalar a igreja com muitos casos ao longo dos anos, muitos dos quais foram abafados.
Um relatório dá a conhecer que, por exemplo, na Igreja dos Estados Unidos cerca de mil crianças foram vítimas de padres nos últimos 70 anos, e que gerações consecutivas de bispos falharam repetidamente na adoção de medidas para proteger a comunidade e punir os violadores.
Na Austrália, outro caso envolveu o cardeal George Pell, que dirigia a Secretaria da Economia do Vaticano, foi considerado culpado por um tribunal em Melbourne de abuso sexual a duas crianças.
Em Agosto, o Papa escreveu aos católicos do mundo, poucos dias antes de uma visita à Irlanda, onde mais de 14.500 pessoas se declararam vítimas de abuso sexual por parte de padres, o papa escreveu aos católicos do mundo, condenando este crime e exigindo responsabilidades.Já em 2010, também o seu antecessor, Bento XVI, escrevera uma carta a todos os católicos irlandeses, reconhecendo a responsabilidade da Igreja nos abusos cometidos no país.
Em 2018, um enviado do Papa ao Chile fez uma investigação, da qual resultou um relatório que incluia 64 testemunhos e que acabou por desencadear a renúncia em bloco dos bispos chilenos. O papa assumiu na altura o compromisso de reparação dos danos e de mudanças na Igreja, as vítimas aplaudiram e as autoridades policiais avançaram com uma investigação que ainda decorre e que já levou à identificação de mais de 200 vítimas.
O abuso sexual contra crianças durante anos e anos chegou a ser classificado pelo secretário do papa emérito, Bento XVI, como "o 11 de setembro da Igreja Católica". Os relatos e as notícias de abusos tiveram também impacto na Igreja dos Estados Unidos. Neste caso, um relatório elaborado por um grande júri da Pensilvânia revelou que, pelo menos mil crianças, foram vítimas de 300 padres nos últimos 70 anos, e que gerações de bispos falharam repetidamente na adoção de medidas para proteger a comunidade e punir os violadores. As vítimas poderão ser ainda mais.
Na Alemanha, um relatório interno encomendado pela Conferência Episcopal alemã aponta para 3677 casos de abusos sexuais cometidos por 1670 elementos da Igreja Católica entre 1946 e 2014 e na Holanda pelo menos 20 bispos e cardeais holandeses foram associados a abusos sexuais.
O encontro sobre a “Proteção dos menores na Igreja”, que se realizará, no Vaticano focará três temas principais: responsabilidade, assunção de responsabilidades e transparência.
Fontes:
https://exame.com/mundo/papa-francisco-pede-perdao-as-vitimas-de-abusos-na-irlanda/
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