
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Assinala-se hoje o dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Que se se tenha de assinalar um dia destes é por si só uma falta de civilidade e de humanidade e, ao mesmo tempo, uma necessidade latente que ao fim de 40 anos continua presente.
Temos visto por toda a Europa diversas manifestações em defesa dos direiros das mulheres. No que concerne à pandemia e ao enclausuramento a que todos tivemos de nos submeter, este pode ter tido um efeito muito negativo na vida de muitas mulheres que se viram "presas" com os seus agressores na mesma casa. Se antes, quando iam trabalhar e passavam pela porta de esquadras, centros de saúde ou de um vizinho, não pediam ajuda, com a pandemia ainda menos o fariam. As mulheres que são vítimas não o são por quererem, mas é delas que vem o passo mais importante para se livrare m dos abusos a que são sujeitas.
Nos últimos anos, a televisão portuguesa tem feito um trabalho excelente na divulgação de situações de violência doméstica, mediatizando e acusando fortemente estas situações, assim como divulgando os meios de ajuda e reinvindicando a atuação das autoridades.
No que aos direitos humanos diz respeito, existem ainda países e comunidades em que o caminho ainda não foi iniciado. Não basta que se assinem convenções, há que as pôr em prática.
Na Hungria, o governo recusou a Convenção de Istambul, justificando que não há diferença de género, mas apenas uma diferença biológica entre homens e mulheres. O que isto pode significar para estas pessoas que governam na Hungria, deixa-me com sérias questões. Sim há diferenças biológicas, isso é óbvio, mas o que a Convenção pode trazer vai muito além da afirmação da diferença de género. Ter sido redigida em Istambul, na Turquia, é por si só um facto histórico, quando os direitos das mulheres ainda são tão violados nesse mesmo país.
Portugal ainda não evoluiu muito. Em muitas, mas muitas, casas, ainda há um patriarcado afirmado em diferentes formas de tratamento, em que é o homem que se assume com o direito mandatário.
E enquanto morrerem mulheres em Portugal, vítimas de violência doméstica, ainda há muito a fazer!
Fontes:
As imagens da queda do Muro, são de facto umas das primeiras que me recordo de ver na televisão. Eu tinha apenas 6 anos e ver noticiários não fazia parte nessa altura daquilo que me era permitido fazer, apesar de eu ser muito curiosa e de tentar sempre assistir quando podia.
Na altura, claro que nada daquilo fazia sentido para mim, eu não percebia o que representava aquele muro. Penso que hoje em dia, se questionar os jovens e até alguns adultos sobre o real significado que a demolição daquele muro teve na Europa, poucos saberão responder.
O Muro de Berlim dividiu a cidade em duas partes durante 28 anos, tornando-se no símbolo da Guerra Fria, que marcou parte história do século XX. No fim da II Guerra Mundial, depois da divisão da Alemanha, Berlim também ficou dividida em quatro setores de ocupação: soviético, americano, francês e inglês. As divergências entre os comunistas e os aliados foram crescendo e deram origens a duas partes da mesma Alemanha.
Como não existiam barreiras entre as Alemanhas, o fluxo de pessoas acontecia livremente e com a Alemanha Ocidental oferecendo melhores condições de vida à sua população, os habitantes da Alemanha Oriental começaram a mudar-se para lá. Entre 1948 e 1961, cerca de três milhões de pessoas fugiram da RDA para a RFA.
Isso era um grande problema para as autoridades da Alemanha Oriental, principalmente pelo fato de que o país perdia muita mão de obra qualificada com isso. A solução encontrada pela RDA foi realizar a construção de um muro para isolar Berlim Ocidental.
A sua construção remonta à noite de 12 de agosto de 1961, quando a RDA ergue um muro provisório e fecha 69 pontos de controle, deixando apenas 12 abertos. Na manhã seguinte, foi colocado “muro” de arame provisório com cerca de 155 quilómetros. Berlim divide-se em duas cidades, o mesmo acontecendo com famílias e amigos. Podemos dizer então que o Muro de Berlim foi um produto da Guerra Fria.
A República Federal da Alemanha (RFA) era chamada Alemanha Ocidental, tinha capital em Berlim Ocidental e era aliada dos Estados Unidos. A República Democrática Alemã (RDA), por sua vez, era conhecida como Alemanha Oriental, tinha capital em Berlim Oriental e era aliada da União Soviética.
Acompanhando o muro, foi criada a chamada “faixa da morte”, formada por um fosso, em arame farpado, sistemas de alarme, armas automáticas, torres de vigilância e patrulhas 24 horas do dia. Entre 1961 e 1989, mais de 5.000 pessoas tentaram passar o muro e mais de 3.000 foram detidas. Cerca de 100 pessoas morreram a tentar passar o muro, a última delas em 5 de fevereiro de 1989.
A queda do Muro de Berlim relaciona-se com a desintegração do bloco de nações socialistas no leste europeu. A década de 1980 foi uma década de crise para o bloco socialista em geral e a situação não foi diferente para a Alemanha Oriental. Assim, a queda acabou por ser motivada pela abertura das fronteiras entre a Áustria e a Hungria em maio de 1989, depois do desmantelamento de uma cerca elétrica ao longo da fronteira entre a Hungria e a Áustria, em abril do mesmo ano. O que acontecia era que essas pessoas que iam para Hungria, desejavam aproveitar da abertura das fronteiras húngaras para encaminharem-se até a Áustria. Uma vez na Áustria, elas poderiam solicitar asilo na Alemanha Ocidental. Ou seja, mudavam de "lado" sem terem de passar pelo muro.
No início de novembro, um número elevado de refugiados chegava à Hungria via Tchecoslováquia ou pela embaixada da Alemanha Ocidental em Praga. A emigração foi inicialmente tolerada por causa de acordos de longa data com o governo comunista da Tchecoslováquia, permitindo viagens gratuitas através de sua fronteira comum. No entanto, esse movimento de pessoas cresceu tanto que causou dificuldades para os dois países.
Nessa altura, eram cada vez mais os alemães que viajavam até à Hungria para pedir asilo nas diferentes embaixadas da República Federal Alemã. Isso acabou por motivar enormes manifestações na Alexanderplatz, o que fez com que, no dia 9 de novembro de 1989, o governo da RDA afirmasse que a passagem para o lado oeste estava permitida. Nesse mesmo dia, milhares de pessoas se aglomeraram nos pontos de controle para poder passar para o outro lado e ninguém podia detê-los, o que acabou por levar a um êxodo massivo.
A queda do Muro de Berlim foi um dos acontecimentos mais marcantes do final do século XX e aconteceu na virada de 9 para 10 de novembro de 1989. A queda desse muro foi um dos capítulos que marcou a decadência do bloco socialista que existia no leste europeu. Na prática, apesar da sua grande importância, a queda do Muro de Berlim foi um ato apenas simbólico, mas marcou o início de um processo político que culminou com a reunificação da Alemanha. O chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, preparou-se para isso e, no dia 3 de outubro de 1990, a Alemanha reunificava-se e o lado socialista deixava de existir.
Fontes:
https://idi.mne.gov.pt/pt/atividades/exposicoes/muro-de-berlim-30-anos
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/queda-muro-berlim.htm
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.