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Um sismo de intensidade 7.5 foi sentido este sábado a norte das Honduras, mais propriamente no mar das Caraíbas e, durante algum tempo, 12 países estiveram sob alerta de tsuniami. Estes avisos foram entretanto "retirados, ficando apenas as Ilhas Caimão e Cuba sob alerta para ondas que podiam chegar até os três metros de altura."

Apesar do abalo, cujo epicentro se deu a "uma profundidade de 10 quilómetros," ter sido sentido em várias regiões, não houve registo de vítimas.

"Perto da zona deste sismo foi registado outro, de acordo com o mapa online de actividade sísmica do Instituto Português do Mar e da Atmosfera português: ocorreu às 23h51 e teve uma magnitude de 5,1 na escala de Richter."

Este foi o sismo mais forte registado nesta região desde que em 2021, "um sismo de magnitude 7,2 atingiu o Haiti." Nesse ano, o sismo causou mais de 700 mortos, na região de Port-au-Prince, nas Caraíbas, bem como "milhares de feridos e desaparecidos," além do "desabamento de muitos edifícios." Tal como em 2021, também agora se seguiu um abalo de 5.2 na escala de Ritcher, mas desta vez, pela sua localização, não se registaram vítimas.

Fontes:

https://www.publico.pt/2025/02/09/mundo/noticia/sismo-magnitude-75-mar-caraibas-deixa-12-paises-alerta-tsunami-2121866

https://www.publico.pt/2021/08/14/mundo/noticia/alerta-tsunami-apos-terremoto-72-haiti-1974122

 

 

 

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publicado às 10:32

A situação dramática do Haiti

por Elsa Filipe, em 12.03.24

No outro dia, escrevi sobre a situação do Haiti, com alusão a algumas notícias que têm vindo a público na comunicação social sobre o estado em que o país se encontra. Neste momento, a guerra civil está iminente, com os gangues a tomar a população como refém. A violência tem vindo a aumentar de dia para dia e há a ameaça de "um desastre humanitário." 

O Haiti está longe... 

No Haiti, têm sido cada vez mais praticadas "atividades criminosas como sequestros, violência sexual, tráfico de pessoas, contrabando de migrantes, homicídios e recrutamento de crianças por grupos armados e redes criminosas," as quais estão a gerar o a fuga "em massa de civis e violações dos direitos humanos." 

Ariel Henry, "atual primeiro-ministro haitiano," está neste momento "em Porto Rico, depois de uma tentativa falhada de regressar ao país." No entanto, já confirmou que "vai renunciar ao cargo" e apelou à calma, de forma a que "paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível". 

Quem protege a população do Haiti? Homens, mulheres e crianças, sofrem desde há bastante tempo e muitos fecham os olhos às barbaridades que são cometidas por gangues armados que dominam aquele território.

No domingo, os EUA anunciaram a "retirada de parte dos funcionários de sua embaixada e o reforço da segurança." Perante o aumento da onda de violência, "dezenas de moradores ocuparam no sábado um escritório da administração pública em Porto Príncipe, na esperança de encontrar abrigo lá." Foi decretado o "estado de emergência" bem como "um toque de recolher noturno," que tem sido difícil de implementar pelas forças de segurança. As informações são de que a "autoridade da polícia é fraca e mais de 40 esquadras estão destruídas."

E onde está quem proteja os direitos humanos destas pessoas?

A situação está a piorar com “hospitais atacados por gangues" e que foram obrigados a "evacuar pessoal médico e pacientes," incluindo bebés recém-nascidos, havendo ainda o risco de "cerca de 3000 mulheres grávidas" deixarem de poder aceder a "cuidados de saúde essenciais." 

Diz assim o Artigo 28, da Declaração Universal dos Direitos Humanos:

"Todo o ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados."

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/haiti-precisa-de-paz-primeiro-ministro-ariel-henry-demite-se_n1557095

https://www.swissinfo.ch/por/situa%C3%A7%C3%A3o-no-haiti-se-deteriora-e-eua-anuncia-retirada-de-funcion%C3%A1rios-americanos/73574047

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/haiti-prolonga-recolher-obrigatorio-por-mais-tres-dias_n1557033

 https://news.un.org/pt/story/2024/03/1828947

https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos

 

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publicado às 12:00

O Haiti fica numa das várias ilhas localizadas na zona central do continente americano, tendo passado pela "colonização europeia, ocupações pelos Estados Unidos e escravidão," mas entre "revoluções" e conflitos, é, desde 1804 um país independente. Da sua história faz parte, a sua "descoberta" por Cristovão Colombo que "chegou à ilha que hoje abriga o Haiti e a República Dominicana em dezembro de 1492," tendo à época este território ficado sob o controlo da Coroa espanhola. Assim sendo, "Colombo batizou a ilha de A Hispaniola,"  e aos seus habitantes, nativos, o navegador chamou "índios." Perdido o interesse dos espanhóis, que entretanto tinham descoberto territórios mais ricos, a ilha começou a ser disputada por "piratas ingleses, holandeses e franceses."

No ano de "1665, a França" deu-lhe "o nome de Saint-Domingue," e cerca de 30 anos depois, a capital espanhola "cedeu formalmente um terço de A Hispaniola ao governo francês." Sob domínio francês, a ilha prosperou e em 1789, "75% da produção de açúcar do mundo vinha de Saint-Domingue, assim como grande parte da riqueza e glória da França. A chamada pérola das Antilhas produzia também café, tabaco, cacau, algodão e índigo." Em 1791, depois da Revolução Francesa, um homem "de origem jamaicana chamado Boukman liderou uma revolta numa grande plantação." Nessa revolta, os escravos que até aí tinham sofrido imensas brutalidades, "destruíram as plantações e executaram todos os brancos que viviam na região." Nos anos seguintes, a guerra civil não se fez esperar e "entre fevereiro e abril de 1804 ocorreu o chamado Massacre do Haiti,"  no qual morreram entre 3 a 5 mil "mulheres e homens brancos de todas as idades." Esta longa luta, apesar de lhes ter trazido a independência, teve custos elevados. Além da destruição da "maioria das plantações" e das infraestruturas do país, também os custos humanos foram enormes: "calcula-se que das 425 mil pessoas escravizadas, tenham sobrado apenas 170 mil em condições de trabalhar para reconstruir o país."

Em 1825, "o então presidente do Haiti, Jean-Pierre Boyer, assinou um acordo com o rei" francês em que era prometido ao Haiti o "reconhecimento diplomático pela França em troca de uma redução de 50% das tarifas alfandegárias às importações francesas e uma indenização de 150 milhões de francos." Este acordo foi assinado porque, caso o governo haitiano não o assinasse, "o país não só continuaria isolado diplomaticamente como seria cercado por uma frota de embarcações de guerra francesas que estava na costa haitiana." O Haiti acabaria por fazer um empréstimo através de um banco também ele francês e demoraria 122 anos a pagar a dívida!

Em 1844, o lado leste da ilha declarar-se-ia "definitivamente independente do oeste, formando a República Dominicana."

Com um clima tropical, o Haiti está localizado numa zona problemática ao nível climático, sendo fustigado muitas vezes por furacões que destroem sucessivamente as estruturas habitacionais de uma população empobrecida por sucessivos governos ditatoriais e guerras civis, mas também sofre por sucessivos anos de seca que em algumas zonas da ilha acabam por reverter em grandes incêndios e na destruição das fontes de subsistência da população.

"Desde fevereiro de 2004, o Haiti sofre intervenção de forças militares da Organização das Nações Unidas (ONU)." Em 2010, foi notícia por ter sofrido um forte sismo que destruiu a maior parte do território, em especial Port au Prince (ou Porto do Príncipe) e que matou cerca de 120 mil pessoas.

Num país com baixo índice de desenvolvimento humano e em que menos de metade da população é alfabetizada, o Haiti tem uma economia nacional pouco desenvolvida e baseada em atividades do setor primário." O principal produto de exportação é o açúcar, o país também cultiva manga, banana, milho, entre outros." O Haiti foi considerado pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional, como "o país mais pobre da América e um dos mais pobres do mundo."

É a ONU que no fim de fevereiro vem reforçar o alerta para "o crescimento no número de violações sexuais." Ulrika Richardson, coordenadora das Nações Unidas diz mesmo que em 2023 se verificou "uma degradação muito acentuada da insegurança, com assassínios, linchamentos, violações e outras formas de violência sexual, sendo que 2024 deu continuidade a essa “tendência trágica”. Acrescenta ainda Ulrika que “as pessoas estão a ser sujeitas a violações muito brutais dos seus direitos humanos e estão sujeitas a formas muito brutais de violência sexual, incluindo violação coletiva." 

Em relação à insegurança alimentar, a porta voz da ONU alerta para o aumento dos níveis de subnutrição, que têm sido mais acentuados nas crianças e nas mulheres grávidas, provocado sobretudo pelo "agravamento da insegurança no Haiti" que "mantém os preços das matérias-primas acima da média, nomeadamente devido à escassez de produtos alimentares básicos nos mercados devido a perturbações nas cadeias de abastecimento."

Os ataques dos gangues têm vindo a aumentar neste território. “Em 2023, a violência perpetrada por gangues armados contra a população haitiana continuou a espalhar-se no país, atingindo áreas rurais isoladas à medida que a presença do Estado diminuiu," segundo afirmações da ONU. Estes ataques não são só entre grupos rivais, mas tratam-se também de grupos violentos que atacam "hospitais, escolas e locais de culto."

Segundo uma notícia avançada pela BBC, no último domingo, o governo do Haiti terá decretado "o estado de emergência" e o "recolher obrigatório" na capital, Porto do Príncipe, devido à “deterioração da segurança” e "aos ataques a duas prisões por bandos armados." No sábado, "grupos armados invadiram" a "Penitenciária Nacional" tendo resultado na morte de "12 pessoas" e na fuga de cerca de "4000 presos."

Segundo algumas versões que têm vindo a ser apresentadas, "o objetivo destes gangues é ganhar força antes da chegada ao Haiti da missão multinacional de apoio à segurança, que será liderada pelo Quénia." Isto acontece depois de na passada sexta-feira, o Quénia e o Haiti terem assinado "em Nairobi, um acordo bilateral solicitado pelos tribunais do país africano, para permitir o envio de um contingente de mil polícias." Esta missão multinacional foi aprovada em outubro passado pela ONU e será liderada pelos quenianos.

Fontes:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/haitiaspectos-geograficos.htm

https://observador.pt/2024/02/28/onu-denuncia-aumento-da-inseguranca-alimentar-e-violacoes-sexuais-no-haiti/

https://observador.pt/2024/03/04/governo-do-haiti-decreta-estado-de-emergencia-e-recolher-obrigatorio-na-capital/

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46721129

 

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publicado às 11:15

Haiti, a terra volta a tremer

por Elsa Filipe, em 16.08.21

Depois do forte abalo de 2010 de que ainda me lembro e que nos mostrou as grandes carências vividas naquela zona, este sábado a terra voltou a tremer de forma muito forte no Haiti.

Com epicentro em terra, este abalo, teve uma magnitude 7,2 na escala de Richter e foi sentido pelas 13h29, tendo sido assim mais forte e menos profundo do que o sismo de 2010. Registam-se 1.419 vítimas mortais e 6.900 feridos. Estes números ainda podem aumentar.

Os hospitais estão sobrelotados, não devido ao sismo, mas também devido à pandemia. São muitas as equipas de resgate que se mobilizaram para encontrar sobreviventes entre os escombros, mas infelizmente, é esperada ainda uma grande tempestade que poderá trazer chuvas fortes naquela zona, dificultando e até mesmo impedindo o resgate de vítimas.

Além disto, vive-se um enorme clima de instabilidade devido recente ao assassínio do chefe de Estado do país e da disseminação da violência de grupos criminosos armados.

Sobre este país, sabemos que foi colonizado em 1492, após a chegada de Cristóvão Colombo à América, e que se tornou o primeiro país do continente a conquistar a sua independência e a primeira república a ser liderada por negros, quando derrubou o domínio francês no começo do século XIX. O país já foi invadido e sofreu intervenção dos EUA no século XX e tem um longo histórico de ditadores, como François "Papa Doc" Duvalier e seu filho, Jean-Claude "Baby Doc". A primeira eleição livre do país ocorreu em 1990, mas Jean-Bertrand Aristide foi deposto por um golpe no ano seguinte.

 

Fontes:

https://www.dn.pt/internacional/numero-de-mortos-no-haiti-sobe-para-724--14035217.html

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/07/07/em-2021-haiti-o-pais-mais-pobre-das-americas-enfrenta-onda-de-violencia-alta-de-infeccoes-de-covid-19-e-disputa-politica-com-assassinato-de-presidente.ghtml

 

 

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publicado às 20:25

Na sequência de um trágico "incêndio ocorrido num orfanato ilegal numa comunidade nas imediações da capital do Haiti, Port-au-Prince," perderam a vida "pelo menos 15 crianças." Este orfanato, propriedade de "uma associação de caridade ligada a uma igreja da Pensilvânia, nos Estados Unidos" já "não tinha licença para funcionar desde 2013," sendo que nessa altura alberagria 120 crianças e, atualmente teria "cerca de 66 crianças."

Existem também várias "divergências quanto à idade das vítimas," um vez que segundo informação prestada por uma funcionária do orfanato, "as crianças eram, na maioria, bebés" mas segundo os "médicos do Hospital Batista, onde os menores foram atendidos," as vítimas terão sido crianças e jovens com idades compreendidas entre os de 3 e os 18 anos.

Ao que parece, apesar da gravidade do incêndio, algumas das crianças poderiam ter sido salvas, mas os meios que foram alocados não foram de todo os mais eficazes nem suficientes. Segundo as notícias, as equipas de resgate chegaram ao local em motorizadas e não transportavam sequer oxigénio, essencial neste tipo de situação. Não foram deslocadas "ambulâncias para levar rapidamente as crianças ao hospital," segundo afirmou "o agente de proteção civil haitiano, Jean-François Robenty," à Associated-Press.

 

Fontes:

https://expresso.pt/internacional/2020-02-14-Pelo-menos-15-criancas-morrem-num-incendio-num-orfanato-ilegal-no-Haiti

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/02/14/incendio-em-orfanato-no-haiti-deixa-mortos.ghtml

 

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publicado às 20:35


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