O incêndio, que "deflagrou por volta das cinco da manhã", ficou confinado ao quarto onde começou. A causa aparente terá sido um curto-circuito "num colchão anti-escaras," num quarto onde as três pessoas que ali residiam acabaram por morrer. Faleceram ainda outras três pessoas, "devido à inalação de fumo e a problemas respiratórios," que "não conseguiram resistir." Do incêndio "resultaram ainda 25 feridos, dos quais cinco em estado grave, segundo confirmou o presidente da Câmara Municipal de Mirandela."
O lar da Santa Casa da Miseriórdia, "Bom Samaritano", albergava 89 idosos, e aparentava ter boas condições (digo isto pelas imagens que entretanto consegui ver), mas falta saber qual o número de funcionários que estariam presentes nas instalações. Está a ser dado apoio às famílias e aos restantes utentes, tendo sido organizado um "Centro de Apoio à Vítima," que ficou "instalado no pavilhão do INATEL." Os restantes idosos acabaram por ser entretanto transferidos para outros lares da região, estando ainda os bombeiros e o Inem no local. O provedor da Santa Casa, numa entrevista dada à NOW, afirma que o alarme contra incêndios não terá disparado e que foi quando as funcionárias foram ao quarto e abriram a porta do mesmo, o incêndio tornou-se muito intenso (digo eu, por entrada de oxigénio no espaço e que alimentou o fogo) e que o fumo se terá espalhado pelo restante edifício.
Foram ao quarto porque ouviram chamar ou havia algum fumo a sair que lhes chamou a atenção? E se detetaram que havia um incêndio no quarto, como foi aberta a porta? Tinham extintor e usaram-no imediatamente? Fiquei com muitas dúvidas a partir das palavras deste senhor, mas a Judiciária há-de fazer o seu trabalho e detetar o que foi bem feito e o que não foi feito. Não é só o incêndio que mata... Haveria capacidade para evacuar todas as pessoas que se encontravam naquelas instalações? É que não é só saber onde estão os extintores ou as saídas de emergência, têm de ser feitos simulacros e, aqui, sabemos bem, que nenhum simulacro é feito às 5h da manhã com o número reduzido de funcionários, os utentes a dormir e, também de referir, normalmente, com um número reduzido de operacionais presentes nos quartéis (por ser de noite e por estarem na sua maioria destacados para os incêndios rurais e florestais que deflagram) - mas é precisamente nessas horas da madrugada, que muitas destas situações acontecem. Aqui pode estar em causa um incêndio por negligência e homicídios por negligência, que podem ter sido ampliadas por falta de fiscalização.
Isto num dia em que continuam os incêndios florestais no centro e norte do país. Em Oliveira do Hospital, na localidade de "Vila Pouca da Beira, na União de Freguesias de Santa Ovaia e Vila Pouca da Beira," uma casa acabou por ser "completamente destruída pelas chamas." Noutra zona, na "localidade de Avô ardeu uma casa devoluta que se encontrava nas imediações da Junta de Freguesia," tendo ainda ardido vários "anexos, barracões e explorações agrícolas." É bastante perceptível o desgosto e a revolta das pessoas. Mesmo a quem as casas não foram afetadas, as situações de evacuação, dias sucessivos a olhar para as chamas a chegar às povoações, e noites sem dormir, desgastam qualquer pessoa.
Espera-se que este domingo cheguem "dois meios aéreos cedidos pela Suécia," a partir do "Mecanismo Europeu de Proteção Civil em Portugal." Poderiam ser suficientes se os "nossos" meios estivessem todos a funcionar e a dúvida é quantos estão e quantos estão parados. Uma coisa, será a não atuação devido às condições atmosféricas (a segurança é muito importante e, no meio disto tudo, não pode ser descartada), mas outra coisa será estarem parados por falta de manutenção, porque falta uma peça ou porque não têm autorização para voar. Onde anda os meios aéreos portugueses, que sabemos bem, na sua maioria são "alugados." A empresa proprietária dos Canadair a operar em Portugal, já veio ontem afirmar que já podem contar "com três aviões CL-215 operacionais baseadas em Castelo Branco," uma vez que o avião de reserva já se encontra novamente funcional e que está pronto "para apoiar as autoridades portuguesas no combate aos incêndios em todo o país."
Aliás, de referir, que os outros dois aviões, atribuídos ao DECIR deste ano, devido a avarias, tinham já sido também substituídos ao abrigo do "mecanismo de cooperação bilateral com Marrocos, que enviou dois aviões Canadair de substituição, que passaram a integrar o DECIR até ao final desta semana e estão a operar a partir da Base Aérea de Monte Real." De acordo com o Secretário de Estado da Proteção Civil, como "Espanha" tinha "recorrido já ontem ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil", poderia dar-se o caso da "ajuda a Portugal" poder ser mais reduzida, o que vem dar razãpo a quem diz que o pedido já vem tarde. Em resposta às perguntas feitas, o SE pediu "serenidade e tranquilidade" ao país. Como? O país está a arder ou o senhor SE não deu conta disso?
De acordo com um deputado do PS, "o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa," terá obrigado "o primeiro-ministro a interromper as suas férias," convocando-o para "vir a Lisboa a uma reunião", que ocorreu "na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa." A presença do Primeiro-ministro no Pontal e a sua referência a se encontrar de "férias" tem despoletado muitas críticas e até pedidos de demissão. As pessoas estão desesperadas, continuam as temperaturas altas e continuam grandes frentes a avançar em direção às aldeias, aproximando-se e ameaçando habitações, sendo um dos mais preocupantes o que lavra "no concelho de Oliveira de Hospital." Neste caso, as frentes de fogo são "oriundas" do grande incêndio "que começou em Arganil na quarta-feira" e que acabou por passar "o rio Alva."
O país está "vestido" de negro, os relatos dividem-se entre a tristeza e a revolta e, claro está, há muitas críticas que se podem fazer, mas agora não é a hora de discutir, é hora de agir e de proteger as povoações, travando o avanço das chamas!
De destacar que já foram detidas ontem, duas pessoas suspeitas "de atear fogos florestais em Seia e Pinhel, duas cidades do distrito da Guarda." Uma delas, era um jovem de apenas "19 anos suspeito de atear um incêndio" no concelho de Seia "com recurso a chama direta, sem motivo evidente." Que se apanhem todos e que tenham penas pesadas, é o que se pede.
Fontes:
https://expresso.pt/sociedade/2025-08-16-seis-idosos-morreram-em-incendio-no-lar-da-misericordia-de-mirandela-5d4df818
https://www.asbeiras.pt/incendio-destroi-casas-em-oliveira-do-hospital/
https://sicnoticias.pt/especiais/incendios-em-portugal/2025-08-04-muito-calor-e-risco-de-incendio-deixam-portugal-em-situacao-de-alerta-f1c01254?cb_rec=djRfMQ (em atualização);