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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Fechamos 2024 e abrimos 2025! A Terra completou mais uma volta ao Sol, um instante na vida do Universo.
Gostava de começar o ano com grandes novidades ou com boas notícias. Sim, comigo está tudo bem e, com a minha família também. Se compararmos o ano de 2024 que agora termina com o de algumas pessoas pelo mundo fora, somos uns sortudos! Este ano, o que mais desejei na passagem de ano foi saúde e criatividade. Pois é delas que eu mais preciso para trabalhar e, claro, sem trabalho, nenhum dos meus objetivos para este ano se poderá realizar.
Mas o mundo está longe de ser a minha bolha, segura e pacífica, sentada de pijama a aproveitar o sol que entra pela janela e a beber o primeiro café do dia. Estou aqui a pensar o que é que vou tirar do congelador para fazer para o almoço... quantos por aí têm essa sorte?
Lá fora, longe daqui, o mesmo sol que me ilumina entra pelos buracos onde antes havia paredes de um hospital. Em Gaza, o sol não aquece o suficiente para salvar um dos muitos bebés que ali naquele espaço destruído, dá o último suspiro. A morte chega prematura, de frio.
Nas minhas mãos, quentinhas pelo café que fumega, não há gretas de frio. Tenho um teto, dinheiro suficiente para comer, posso decidir o que vou fazer hoje e amanhã, se tudo correr bem, levantar-me-ei cedo e irei trabalhar. Começo o dia a pensar que tenho de continuar, de ir em frente, de direcionar as minha energias para o que é mais certo e seguro. Como disse ontem o meu filho, este "é o ano dos teus quarenta e dois" (embora ainda faltem nove meses...).
De ontem para hoje, afinal, passaram apenas algumas horas e, apesar dos fogos de artifício, da música, dos sorrisos, o mundo continua igual. Nada mudou desde o ano passado, apenas a data no calendário que nos próximos dias provalvelmente terei de corrigir várias vezes.
Não descuidemos aqueles que nos rodeiam, mas não esqueçamos aqueles que vivem longe e que sofrem. Se não pudermos fazer mais nada, pelo menos reflitamos e eduquemos para que amanhã novos cidadãos possam tomar melhores decisões. Quem sabe, à nossa frente possa estar aquele que um dia vai mudar o mundo?
Adoro o mês de Setembro. É o meu mês e sempre o considerei um mês de decisões e mudanças. Mas é também um mês muito difícil. É um mês em que nos chegam propostas, em que nos exigem decisões rápidas. Mas o pior de tudo, para mim, são as opiniões que nos querem impor, sem pensarem que as palavras nos podem magoar.
E isto vem porquê?
Porque as minhas decisões hoje, não são de hoje. Vêm da minha construção própria, da aceitação de quem eu sou, das minhas fragilidades e capacidades. É um processo contínuo que, mais do que externo, é um processo que ocorre dentro de mim. É um processo instável, que muitas vezes me torna muito emocional.
Mas esta sou eu. A Elsa que gosta de escrever, de ensinar. Eu sou diferente daquilo que fui há uns anos, mas estou cá, inteira e forte. Com medos, com inseguranças, mas com muitos objetivos.
Se podia ou desejava estar numa situação mais estável? Claro que sim. Acho que todos nós ansiamos por chegar aos quarenta com a nossa vida estabilizada e eu ainda não tenho isso. Mas não sou infeliz por isso. Tenho quarenta e um, tenho muita coisa na vida que me arrependo de ter feito, mas são essas coisas que me fazem como sou e, aos poucos tenho aprendido a lidar com cada um desses momentos - os bons e os maus. Sou uma pessoa muito solitária. Gosto do meu canto, dos meus livros, das minhas folhas e cadernos e lápis... e desenhos e canetas... gosto das minhas séries, de ver programas que me fazem chorar. Gosto da areia nos pés e do som do mar, mas detesto que me atirem água ou gente que faça muito barulho na praia. Gosto de uma boa conversa, mas não me venham com coscuvilhices que eu não tenho paciência. Sou sempre a última a saber das coisas e não me importo com isso.
Introspeção é para mim algo que me leva a ser eu, a preparar-me para o mundo, a enfrentar a vida.
No próximo domingo, dia 9 de Junho, teremos as eleições para o parlamento europeu.
No JN podemos encontrar um Inquérito de 30 perguntas que nos podem ajudar a comparar as nossas opiniões sobre diversos assuntos e o que diz cada um dos partidos sobre isso. Ao realizarmos esse inquérito, é possível saber com que percentagem nos identificamos mais com este ou aquele partido.
As eleições europeias que este ano se realizam, irão decorrer entre quinta e domingo, ou seja, de 6 a 9 de junho de 2024 - em que cada país da UE escolhe um dia de eleições. "Se é cidadão da UE, tem direito de voto nestas eleições, juntamente com 360 milhões de europeus." No passado domingo, muitos portugueses exerceram já o seu direito de voto de forma antecipada. Esta data serviu também para testar o uso de cadernos digitais, tendo sido detetadas falhas nestes sistemas, o que levou a alguns "constrangimentos nas mesas de voto." Estes cadernos digitais, permitem que os eleitores possam votar em qualquer mesa de voto, mesmo que não seja na sua área de recenseamento.
Não nos podemos esquecer que nem sempre tivemos este direito - o de votar, escolher, dar a nossa opinião - e que por isso, a "democracia é um bem precioso, que nos foi transmitido pelas gerações anteriores."
É nossa obrigação, preservar esta mesma democracia, "reforçá-la e transmiti-la às futuras gerações. A forma mais eficaz de o fazer é votando - porque quanto mais pessoas votarem, mais forte a democracia se tornará." E você? Já se preparou para votar?
Fontes:
https://european-union.europa.eu/institutions-law-budget/european-elections-2024_pt
Ultimamente não tenho dedicado muito a falar sobre mim, porque na verdade, tudo continua igual e, realmente, a conjuntura nacional e internacional tem sido muito mais interessante. Talvez porque não me dê grande relevância, ou porque tenha mais que fazer do que me estar a dar demasiado valor. No fundo, há sempre coisas boas e más a acontecer todos os dias na minha vida, mas a principal, sem dúvida, é sentir-me realizada com aquilo que agora estou a fazer.
Ontem caiu uma certa nostalgia e, até um certo aperto, quando comecei a pensar que está tudo a seguir no bom caminho. Mas eu não estou habituada a que as coisas me corram bem e isso faz-me sempre recear... não sei se conhecem a sensação. Eu não estou aqui a dizer que está tudo perfeito, não está mesmo, há muito para melhorar, tenho muito para trabalhar e sobretudo, para me auto-construir. Mas é este caminho que agora estou a percorrer é que me está a dar uma motivação diferente e me faz olhar para situações passadas e me faz pensar: como é que isto me aconteceu? como é que eu deixei que me fizessem isto? como é que eu me permiti a passar por isto? como é que eu não vi isto?
E estas memórias ainda me afetam. Sim, ainda acordo a meio da noite com angústias. Ainda temo e desconfio.
Ainda há sonhos e apertos que me fazem acordar a meio da noite.
E aqui está o foco que quero muito melhorar. A minha saúde. Vivo há anos demais presa a diagnósticos, a medicamentos, a tentativas de fazer os outros perceberem que há doenças que não são visíveis mas que estão cá e nos magoam, nos vão tirando as forças bocadinho a bocadinho. Mas sabem o que eu também sei? É que aquilo que mais me tira as forças, não é a doença nem a medicação, que sim estão cá e fazem parte da minha vida há muitos anos, é a minha preocupação sobre o que os outros pensam de mim. E essas pessoas interessam? Não deviam, porque não são as pessoas próximas de mim, nem as pessoas da minha família próxima, nem as pessoas que me querem bem. Se são só as "outras" e, muitas delas já nem fazem parte da minha vida, porque é que ainda me magoam, me fazem angustiar? Porque é que as memórias do que se passou, não podem passar apenas de memórias e, ainda hoje, me fazem ficar triste?
E porque é que eu estou hoje a escrever isto? Bem, uma das razões é porque não sou a única pessoa a viver com fibro e sei que há muitas pessoas que dizem que o pior desta doença é a incompreensão dos outros. E é exatamente aí que eu sinto que tenho de trabalhar. Não nos outros, mas em mim, em aceitar-me como sou, sem me estar a preocupar se os outros acreditam em mim ou se falam por trás, ou se são falsos... é que eu sei que isso não me devia estar a magoar, não aos quarenta anos, nem depois de tudo aquilo que eu já passei na minha vida, de tudo aquilo que eu já vi e já vivi.
E é tudo isso que importa.
O Dia da Mulher foi oficializado pela "Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975," mas por muitos países já é comemorado desde o início do século XX. Só em "1979 foi aprovada a Convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres."
Podemos dizer que esta data está ligada à luta das classes operárias, em especial, à luta pela igualdade dos direitos das mulheres. Nesta data, assinala-se a desfesa de importantes "causas como o direito ao voto, a igualdade salarial, a maior representação em cargos de liderança, a proteção em situações de violência física e/ou psicológica ou o acesso à educação." Infelizmente, em demasiados países, estes direitos continuam ainda por cumprir.
As minhas mulheres, fizeram de mim o que sou hoje (sem desprezo aos homens, mas hoje é o dia delas). Nas minhas mulheres, admiro a força, a coragem, o trabalho e a determinação. Elas me mostraram que nunca se deve baixar a cabeça perante um desafio, que nunca me devo achar inferior a ninguém e que posso e devo lutar pelos meus direitos e defender as minhas conquistas com orgulho. Identifico-me com as minhas raízes e uma das coisas que é notável ao longo da história da vila onde nasci, é que embora fossem os homens a ir para o mar (algumas mulheres também o faziam) quem ficava a cuidar e a defender a terra eram sobretudo as mulheres! A elas cabia administrar a casa e, claro, assumiam por isso muitas vezes a posição de cabeça de casal, que antigamente em muitas outras regiões cabia apenas ao homem.
Quando a minha avó nasceu, instalava-se a ditadura em Portugal e, até 1974, não conheceu outra maneira de viver. Mas isso, nunca a calou nem fez baixar os braços. No ano em que a minha mãe nasceu, era presidente da República Américo Tomás, mas o país ainda era governado por Salazar.Durante a década de 60, o nosso país estava a ser fortemente reprimido, muitos jovens eram enviados para as ex-colónias e lá morriam ou ficavam estrupiados, condenados a viver para sempre com traumas de guerra. Muita gente é levada a emigrar. A minha mãe tinha 14 anos quando a Revolução saiu à rua e, também ela, saiu para celebrar a liberdade. Tenho a certeza que isso a marcou.
Apesar de não terem tido uma vida nada fácil, com muitas marcas psicológicas (e também físicas) estas mulheres conseguiram depois ser, para mim e para a minha irmã, as grandes referências como exemplos de vida a seguir. Como elas, não nos coibimos de dar a nossa opinião, sabendo que, se somos livres hoje, foi porque elas e outras como elas, não se calaram e não deixaram que ninguém as calasse.
Mas na nossa história temos vários exemplos importantes, sendo que apenas vou referir cinco delas, apesar de serem imensas. Muitas vezes, o que fizeram na sua época não foi tão divulgado, mas felizmente hoje em dia, embora tardiamente, já são de alguma forma valorizadas.
A primeira de quem quero falar é de Carolina Beatriz Ângelo, que foi "a primeira médica a operar no Hospital São José em Lisboa, a primeira mulher a ser considerada “chefe de família”, e sobretudo, a primeira mulher a votar em 1911!" Ela foi a primeira mulher a lutar "pela emancipação das portuguesas." Na época, a lei vigente considerava que “todos os cidadãos maiores de 21 anos, chefes de família, que soubessem ler e escrever” podiam ter um papel ativo na vida política do país. Carolina tinha 33 anos e tinha ficado viúva, com uma filha a seu cargo, o que fazia dela chefe de família. Ao ser médica, estaria implícito na sua formação que sabia não só ler e escrever, mas também tinha formação superior. Carolina foi então a tribunal, invocar "o direito de ser considerada chefe de família" e de poder votar. Conseguiu o seu propósito, embora mais tarde infelizmente, tenha sido acrescentado à Lei que apenas os “chefes de família do sexo masculino” poderiam votar.
Um outro nome importante é o de Sophia de Mello Breyner Andresen, nascida em 1919 e que se destacou tanto na escrita e poetisa, como na luta pela liberdade e pela democracia. Conhece Francisco Sousa Tavares e com ele se junta "à luta contra o regime de Salazar. Apoiou a candidatura de Humberto Delgado, em 1958, e teve em Mário Soares e em Maria Barroso, amigos para a vida." Em 1969, "foi candidata a deputada, juntamente com o marido, pela CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática), considerado o início do Partido Socialista." Depois do 25 de abril, foi uma das cinco mulheres que foram eleitas deputadas "à Assembleia Constituinte. A 2 de agosto de 1975 fez a sua primeira intervenção parlamentar e participou na Comissão para a Redação do Preâmbulo da Constituição, à qual presidiu, em 1976. Foi "a primeira mulher a receber o Prémio Camões." Sophia morreu em 2004 e, desde 2014 que o seu corpo está no Panteão Nacional.
Continuando com outra escritora, quero destacar também a ativista Natália Correia, que nasceu em 1923 e fo"i poetisa, dramaturga e jornalista." Natália Correia nunca deixou de expressar "o seu desagrado em relação ao regime do Estado Novo, tendo apoiado a candidatura de Humberto Delgado e manifestado publicamente a sua amizade com Francisco Sá Carneiro." Acaba por ser até condenada a três anos de prisão (com pena suspensa, pela publicação de uma obra considerada ofensiva para os costumes) e foi processada por ter tido a responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas (o livro das Três Marias)." Desempenhou um importante papel político "no que diz respeito à luta pelos Direitos Humanos e pelos Direitos das Mulheres." É da sua autoria "o Hino dos Açores" e foi também "cofundadora da Frente Nacional para a Defesa da Cultura."
Destaco aqui também Maria de Lourdes Pintassilgo, que nasceu em Abrantes, em 1930. "O seu percurso académico e profissional foi marcado com momentos de avanços significativos para as mulheres. Primeiro, ao ingressar na licenciatura em Engenharia Químico-Industrial, tornou-se uma de três mulheres no curso, quando muito poucas frequentavam o ensino superior. Tornou-se a primeira mulher a ingressar os quadros técnicos superiores da Companhia União Fabril (CUF). Ainda durante o Estado Novo, foi convidada por Marcelo Caetano para se candidatar a deputada à Assembleia Nacional, tendo sido a primeira mulher a exercer funções como procuradora à Câmara Corporativa nas duas últimas legislaturas deste órgão, até abril de 1974. Presidiu, ainda, ao Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social e à Comissão para a Política Social relativa à Mulher (mais tarde denominada Comissão da Condição Feminina). Em 1975, tomou posse como embaixadora junto da ONU para a Educação, Ciência e Cultura." Maria de Lourdes torna-se "a primeira mulher primeira-ministra em Portugal" quando aceita o convite feito por "Ramalho Eanes para chefiar o Governo de Gestão de 1979 a 1980."
Uma outra mulher, bem conhecida e com um percurso digno de destaque foi Manuela Ferreira Leite nascida em Lisboa em 1940. Licenciou-se em economia e "foi chefe de gabinete de Cavaco Silva, em 1980, quando este desempenhava as funções de Ministro no Governo de Francisco Sá Carneiro." No início de 90, "assumiu a Secretaria de Estado do Orçamento e, entre 1993 e 1995, o Ministério da Educação, numa altura de grande contestação, tendo sido, pelo seu perfil austero, apelidada de Margaret Thatcher. Foi eleita deputada à Assembleia da República em 1995 e, em 1999, presidente da Comissão Parlamentar de Economia, Finanças e Plano. Foi também a primeira mulher líder de um Grupo Parlamentar (PSD), entre 2001 e 2002." Nesse ano, "foi nomeada Ministra de Estado e das Finanças, tendo, também aqui, sido a primeira mulher portuguesa a assumir estas funções."
Fontes:
https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-da-mulher
https://lisboasecreta.co/10-mulheres-portuguesas/
https://josefinas.com/pt/blog/12-mulheres-portuguesas-que-merecem-destaque
https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/Exposicao-As-mulheres-que-mudaram-Portugal.aspx
Hoje faz anos aquela mulher que me ensinou o que é a liberdade e a democracia, que me deu a ler a história da primeira república andava eu no 1º ciclo e me deixava ler tudo o que eu queria, tivesse ou não idade para isso. Tanto é especial, que foi logo teimar em nascer no dia 29! Assim sendo, faz agora uns 30 anitos, se bem que é minha avó e tem a cabeça cheia de cabelinhos brancos.
Para mim, há dois adjetivos que a caraterizam: lutadora e irreverente! E dela eu herdei a teimosia, a dificuldade em dizer que gosto quando não gosto, a incapacidade de sorrir sem me apetecer e a capacidade de ser autónoma e independente. O pior que nos podem fazer, sei que ambas estamos de acordo nisso, é fazerem-nos baixar a cabeça perante alguém. Podemos passar despercebidas, mas nunca nos deixamos rebaixar. Não é de estranhar que por vezes as nossas opiniões e os nossos feitios se choquem e que até passemos algum tempo chateadas, mas na verdade nunca estamos zangadas uma com a outra.
A ela agradeço ter aprendido a ler, a escrever corretamente, a contar, a multiplicar e a dividir. Aprendi e hoje ainda uso diariamente muito daquilo que ela, só com a 4ª classe, me ensinou. Hoje ainda sei de cor as tabuadas, dividir sem usar a calculadora, fazer a prova dos nove ou a prova real. Mas a ela também agradeço ter confiado em mim, tantas vezes! E nem vou falar aqui de outras tantas coisas que fez por tanta gente, mas isso não é para aqui...
Existem muitas mulheres com um papel importante na minha vida, mas esta é especial. Sei que ela odeia fazer anos, especialmente se a data calhar numa ano que não seja bissexto (aí escusamos até de lhe dar os parabéns), mas para mim, é importante dedicar-lhe estas palavras.
Bom dia!
Para começar, dizem que hoje completo 40 anos de vida! E para mim é um dos primeiros marcos da minha vida. Já vivi experiências muito diversas e tenho uma vida (razoavelmente) estável, se comparada a tantas pessoas que vivem em dificuldades.
Nasci na maternidade do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, num parto difícil, a ferros. Apesar de ter tido uma infância feliz em que nada me faltou, olho agora para trás e vejo que os meus problemas de saúde foram começando na infância e na época não foi dada qualquer atenção. Era a chata que dizia ter dores de cabeça para ficar na sala e não ir brincar, implicava com os barulhos e a confusão das festas de aniversário, ficava com febre porque não queria ir ao infantário (como se eu pudesse provocá-la conscientemente)... mais tarde, as dores musculares e articulares limitaram a minha continuidade na ginástica, não fui escolhida para a acrobática e os trampolins levaram a lesões sucessivas e mal curadas, que hoje em dia sei que teriam tido outros cuidados.
Refletindo na minha vida, foram 40 anos a lidar comigo mesma e se acham que sou difícil, acreditem que sozinha comigo, às vezes sou bem pior! Mas foram também 40 anos de grandes conquistas e realizações: ter um filho foi a maior de todas. Hoje em dia, já não me importa o que disseram de mim no passdo, o que me criticaram ou quem se considerava superior a mim. Hoje em dia, o meu foco é na minha vida e na vida do meu filho, no nosso crescimento como pessoas. Hoje em dia, ao contrário daquilo que acontecia há sete ou oito anos atrás, não me vejo uma pessoa cheia de limitações que está prestes a se reformar. Estou num patamar diferente, em que a aceitação das limitações, me levam sim a desafiar os meus próprios limites e a aproveitar cada dia e cada momento mesmo com dores.
Em 40 anos, o mundo tem mudado muito e já não é o mesmo. Em novembro de 1983, um exercício da NATO, (tratava-se dos exercícios militares Able Archer, que se baseavam no cenário hipotético de uma invasão soviética da Europa Ocidental que escalaria ao ponto da NATO realizar um ataque nuclear contra as forças da URSS e do pacto de Varsóvia - bloco comunista) - e que levou a que quase se tivesse entrado numa verdadeira guerra nuclear. Felizmente, tal não chegou a acontecer apesar da tensão constante entre as duas forças.
Mas será que 40 anos mudaram assim tanto o nosso país?
Em Portugal o ano de 1983, foi marcado por diversas greves e manifestações sindicais, em especial da CP, metropolitano e Carris. No dia 7 de Junho de 1983, vários trabalhadores da margem sul do Tejo, das empresas Lisnave, Parry and Sons, Companhia portuguesa de Pescas, Siderurgia Nacional e Mundet, realizam ações de rua, que incluem o corte do trânsito da auto-estrada Lisboa-Setúbal, como protesto contra a situação nestas empresas e o atraso no pagamento de salários.
A 5 de Outubro de 1983, a CGTP promove, em diversos pontos do país, desfiles e manifestações de protesto contra a política do governo, os salários em atraso, os despedimentos (lay-off) e o roubo do 13º mês.
A 6 de Dezembro de 1983, explodem 14 petardos de fraca potência, em Lisboa, Barreiro, Seixal, Cacilhas e Setúbal, espalhando panfletos das FP25 e a 13 de Dezembro a União dos Sindicatos de Lisboa (CGTP) revela que mais de 30 mil trabalhadores do distrito de Lisboa, de 118 empresas repartidas por 15 sectores, têm salários em atraso, num montante de cerca de 2 milhões de contos. O sector mais afectado é o metalúrgico.
A democracia ainda mostrava instabilidade e a nível social o país continuava a mostrar os seus muitos problemas. Ao longo destes anos, várias destas empresas acabaram por fechar, levando milhares de trabalhadores para o desemprego.
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-56230542
https://cdi.upp.pt/cgi-bin/cronologia.py?ano=1983
Este ano, ao contrário do ano anterior, consegui uns dias para descansar. Tão bem me fizeram estes dias, nem imaginam! Estou mais feliz, tranquila e com as energias renovadas.
A rotina, recomeça amanhã com o início de uma nova ação de formação e com o retomar da preparação de novas ações e, em breve, da entrada no novo ano letivo com novos desafios!
A situação profissional dos professores e, daqueles que como eu são educadores de infância e formadores, são um assunto que continua a dar muito que falar, pela sua instabilidade. Quando escolhi esta profissão e me dediquei a ela, não pensei que, prestes a completar 40 anos, não estivesse efetiva numa escola, mas a verdade é bem diferente. Mas isto para dizer que, mesmo sem a estabilidade que desejava, eu sou uma pessoa feliz.
Faço aquilo que gosto, tenho tido pessoas incríveis na minha vida que me têm ensinado imenso e tenho aproveitado as oportunidades que me têm aparecido. Cada novo desafio é encarado por mim como uma oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Reflito diariamente sobre isso, não deixando de me autoavaliar e de tentar sempre fazer melhor. E esse é o meu desejo para este novo ano!
No dia 11 terminei mais uma etapa da minha vida e comecei umas merecidíssimas e desejadas férias. A procura foi por um local onde pudesse descansar duas noites, que fosse perto de casa para não ter de conduzir muito e onde houvessem praias fluviais ou piscinas para passarmos bons momentos. A companhia, essa estava já muito bem escolhida! Optamos por ir durante a semana e fugir assim às correrias de fim de semana.
Assim, na segunda-feira saímos de casa pela manhã, começando por um bom pequeno-almoço de mãe e filho na Xandite do Seixal e onde preparamos juntos algumas partes do percurso até à pousada da Juventude de Abrantes, onde iríamos pernoitar as duas noites seguintes. Optamos por seguir pela EN10 até à A33 e depois fazer a EN118. Passamos a Ponte da Praia do Ribatejo (uma das pontes sobre o rio Tejo que liga a EN3 e a EN118).
A viagem foi sempre feita devagar para irmos apreciando a paisagem e à chegada a Constância, ficámos encantados. Parámos para almoçar e descansar um pouco na Praia Fluvial. A água é tão límpida como é gelada! A pequena praia que fica situada na margem esquerda do rio Zêzere, na zona onde este se encontra com o Tejo, tem vigilância tanto da GNR como de Nadadores salvadores, não obstante o rio ser extremamente calmo nesta zona. Esta praia, que só foi inaugurada à cerca de um ano, apresenta também uma zona de relva, com excelentes sombras, cafés, restaurantes e fica junto a um pequeno parque de campismo.
Aproveitada a praia, chegamos finalmente a Abrantes. Começamos por visitar a Aquapolis, uma zona fluvial, não classificada como zona balnear, mas onde se pode passear junto ao rio Tejo. Este espaço público é ainda pontuado pela escultura da autoria de Charters de Almeida. É uma peça de grandes dimensões, na linha dos trabalhos de arte contemporânea, as “Cidades Imaginadas”, que o autor tem espalhadas um pouco por todo o mundo.
Depois subimos até à zona onde se ergue o Castelo de Abrantes, numa curta visita. Dali pudemos desfrutar de uma vista ampla sobre a cidade e sobre o rio.
O Castelo, outrora constituindo a chamada Linha do Tejo, conjunto de fortalezas que atualmente faz parte da Região de Turismo dos Templários, tem um jardim fantástico, onde se pode dar um passeio, mas o melhor de tudo, na minha opinião é a vista que temos lá de cima. O Castelo de Abrantes foi conquistado aos Mouros por D. Afonso Henriques, na madrugada do dia 8 de Dezembro do ano de 1148, e por si doado em 1173, à Ordem de Santiago de Espada.
Do antigo e austero castelo medieval, envolto por um jardim público com uma invejável panorâmica, restam atualmente apenas a sólida Torre de Menagem, a Porta de Armas (no ângulo nordeste) e a arcaria de suporte a dois distintos panos de muralhas que servem de parapeito a um miradouro sobre a cidade.
A pousada da Juventude fica localizada na rota da Estrada Nacional 2, numa colina entre a cidade e o rio Tejo, perto do Hospital de Abrantes, num edifício antigo e um pouco degradado onde estão a decorrer obras.
É uma das 42 pousadas, que podemos visitar no nosso país, através do grupo MoviJovem. Eu e o meu filho gostamos bastante da Pousada, em especial do quarto onde pudemos descansar antes do jantar. Temos estacionamento gratuito.
Escolhemos um quarto sem casa de banho incluída e por isso usamos os balneários e não nos arrependemos, pois tinham ótimas condições, eram bastante espaçosos e estavam limpos. Cada chuveiro tinha ainda ao dispor gel de banho que podíamos usar, assim como um conjunto de toalhas para cada um no quarto.
O quarto era bastante razoável, embora só houvesse uma ventoinha para refrescar, o que eu acho que era pouco para o calor que se estava a fazer sentir. Apesar de tudo, a noite foi bastante tranquila. O pequeno almoço foi bastante bom para aquilo que era esperado e tinha bastante diversidade de produtos.
Terça de manhã levantamo-nos cedo e depois do pequeno-almoço, fomos visitar a praia fluvial da Aldeia do Mato que fica em plena albufeira da Barragem de Castelo de Bode, na margem esquerda do rio Zêzere.
A piscina fluvial flutuante tem sempre nadadores salvadores a garantir a segurança dos banhistas e está dividida em duas partes, uma maior para os adultos e outra mais pequena para as crianças.
O percurso é demorado e cheio de curvas e a zona de praia estava um pouco suja.
Sinceramente, ficamos um pouco desiludidos mas ainda deu para descansar um pouco e estarmos os dois a jogar ao Uno na areia, mas pouco mais. Queriamos lá passar o dia, mas estava bastante vento e tornava-se desagradável estar na água. Por isso, optamos por tentar a nossa sorte noutro lado.
Seguimos então para a zona de Cabeça Ruiva, para a praia fluvial de Pontes. Uma descida acentuada dá acesso aos carros até perto da praia (em ambos os casos, as estradas são estreitas e em caso de necessidade, penso que se poderão gerar situações complicadas).
Pelo caminho, apanhamos alguns figos, numa zona onde achamos que não devia haver problema (e soube tão bem!).
Deixamos o carro bastante cá em cima e descemos a pé. Reparamos logo que também aqui havia vigilância. Nesta praia, o ambiente era mais agradável, apesar de estar bastante gente, havia tranquilidade e sentimo-nos mais seguros. Existe uma piscina flutuante onde podemos tomar banho e nadar em segurança.
No regresso, passamos pela pousada para um duche e fomos depois jantar. Nestes dois dias optamos por almoçar em formato piquenique e jantar "comida de plástico", uma vez que o intuito era descansar e não gastar muito.
Depois fomos os dois passear pela zona do Rossio, do outro lado do rio, onde pudemos fazer uma pequena caminhada, ir ao parque e visitar as colunas que em tempos serviram de base à ponte das barcas. Pudemos ver o pôr do sol!
Na quarta, o dia foi passado na piscina municipal. O espaço não é muito grande, mas é ótimo para descansar e aproveitar as sombras das árvores e a piscina. A água estava ótima (o que para mim que sou muito friorenta é mesmo uma novidade) e por isso ainda aproveitei para uns mergulhos. Almoçamos num pequeno bar que há dentro do complexo.
A única coisa que nos incomodou um pouco por ali foram as vespas (estamos na natureza, não há nada a fazer) mas de resto foi um dia espetacular que compensou um pouco o dia de praias fluviais de ontem.
No caminho para casa paramos no miradouro sobre o Castelo de Almourol, já na EN118, na zona da Chamusca. Dali podemos ver um dos lados da fortificação que fica numa pequena ilhota a meio do Tejo. A sua história relembra a Reconquista do território durante a Idade Média. Quando aqui chegaram os cristãos em 1129, o castelo já existia sob o nome de Almorolan, tendo sido então incluído nas terras entregues à guarda dos Templários, sob as ordens de Gualdim Pais. Segundo uma inscrição existente na entrada, as obras de reconstrução datam de 1171. Era um dos sítios que eu gostaria de ter visitado, mas que não consegui.
Umas mini férias a repetir assim que possível. Valeram principalmente pelo encontro comigo mesma, pela possibilidade de descansar, de pôr a leitura em dia, os pés na água e das conversas com o meu filho. Dias maravilhosos!
Fontes:
http://turismo.cm-abrantes.pt/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castelo_de_Abrantes
Hoje festeja-se em Portugal o dia da mãe, mas nem sempre assim foi. A tradição é que se ofereçam flores, cartões ou outros presentes às mães nestes dias, mas como surgiu este dia e porquê?
O Dia da Mãe é uma data comemorativa que, em Portugal, se celebra no primeiro domingo do mês de maio, por isso acaba por não ter um dia exato. Nem todos os países têm esta tradição e dos que têm nem todos o festejam na mesma data.
A data chegou a ser celebrada a 8 de dezembro em Portugal, que é o Dia da Imaculada Conceição. Mas, a pedido da igreja, a comemoração foi mudada para que o Dia da Imaculada Conceição não perdesse o seu destaque. Assim, a comemoração passou a ser feita no mês de maio, porque é o mês conhecido entre os católicos como o mês de Maria, mãe de Jesus.
O Dia da Mãe é um dia de homenagem e de agradecimento. Para mim, é uma data feliz porque tenho o privilégio de ser mãe. Apesar de ter perdido a minha, neste dia, celebro também as outras mães (avós, tias e amigas) que merecem este destaque neste dia. Hoje por exemplo, pude passar o dia com o meu filho e pude almoçar com o meu pai e com uma das minhas avós, por isso, foi um dia bom para mim. Para ser especial, um domingo não precisa de muito mais, nem de prendas, nem de flores, nem de cartões nem mensagens, basta que os meus estejam presentes ou que eu me possa fazer presente nas suas vidas!
Sabiam que a comemoração mais antiga do Dia da Mãe remonta às comemorações primaveris da Grécia Antiga? Era feita em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses.
Em Roma, as festas do Dia da Mãe eram dedicadas à Cybele, a mãe dos deuses romanos, e as cerimónias em sua homenagem começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo. Ou seja, o dia da mãe, apesar de estar ligado à religiosidade, era uma festa politeísta e não monoteísta, e por isso é mais um dos vários exemplos em que se começou a fazer uma associação a um festejo muito mais antigo.
Durante o século XVII, em Inglaterra celebrava-se no 4º domingo da Quaresma (conjunto de 40 dias que antecedem o domingo da Páscoa cristã) um dia chamado “O Domingo da Mãe”, dedicado a todas as mães inglesas. Nesta época, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. Assim, os criados tinham um dia de folga neste domingo especial e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
Fontes:
https://www.calendarr.com/portugal/dia-da-mae/
https://www.mulherportuguesa.com/lazer/festas-tradicoes/verdadeira-historia-do-dia-da-mae/
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