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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Hoje há uma certa nostalgia no ar... uma tristeza que nos percorre o corpo. Sabemos que foi melhor assim e que as condições não estavam propícias a que houvesse desfile. Que os materiais e as fantasias se iriam estragar, já para não falar nas aparelhagens, sistemas de som e instrumentos que não iriam resistir à chuva. Falta-nos um espaço fechado onde desfilar nestes dias de chuva. Já conseguimos um carnaval de verão, mas quem é do samba sabe, que isso não substitui a falta que este desfile nos faz.
Ontem, sábado, já ão se desfilou na Quinta do Conde. Iria sair a minha escola (Batuque do Conde), o Corvo de Prata e um grupo de Motards, mas não estavam reunidas as condições para que tal acontecesse em segurança. Em Sesimbra, o sol permitiu que o grupo de Axé Tripa Mijona tivesse a sorte de percorrer a marginal da nossa baía. Animou a nossa vila e quem a veio visitar. Felizes por elas e tristes por nós... mas ainda pensamos que hoje fosse possível ter algumas tréguas.
Mas de madrugada, já todos tínhamos consciência de que o desfile estaria prestes a ser cancelado (ou adiado). Apesar de ter dado aos grupos da noite um pouco de tolerância, S. Pedro não esteve pelos ajustes e o aviso de mau tempo não foi levantado. O mar, batido a vento e a chuva forte fez com que não se pudesse desfilar em Sesimbra...
Espera-se que amanhã os palhaços possam sair e animar as ruas de Sesimbra! Festejando 25 anos de folia e animação! Quem é da minha geração, lembra-se certamente do primeiro desfile... da ansiedade em saber se tinha sido batido o recorde de palhaços! Amanhã, estarei a trabalhar mas o meu coração estará nas ruas da minha terra.
E espera-se que as condições atmosféricas melhorem e que na terça se possa fazer um grande desfile, que as Escolas e os grupos de Axé possam mostrar na Avenida o trabalho de um ano inteiro! As coreografias e músicas que já espreitamos na semana passada no ensaio técnico e que, todos, desejamos ver agora compostas pelas fantasias! Os arames moldados em asas, armações, cabeças e cabeções! As milhares de penas, plumas e lantejoulas que bordam em elaborados desenhos os tecidos coloridos! As pinturas, maquilhagens e claro, as máscaras... os trabalhos dos artistas que esculpem e moldam o esferovite com que nos presenteiam e que, não fosse a chuva do fim de semana, já teríamos visto desfilar!
Não fiquem tristes! Ainda nos vamos encontrar e iremos fazer Sesimbra brilhar!
Este ano, ao contrário do ano anterior, consegui uns dias para descansar. Tão bem me fizeram estes dias, nem imaginam! Estou mais feliz, tranquila e com as energias renovadas.
A rotina, recomeça amanhã com o início de uma nova ação de formação e com o retomar da preparação de novas ações e, em breve, da entrada no novo ano letivo com novos desafios!
A situação profissional dos professores e, daqueles que como eu são educadores de infância e formadores, são um assunto que continua a dar muito que falar, pela sua instabilidade. Quando escolhi esta profissão e me dediquei a ela, não pensei que, prestes a completar 40 anos, não estivesse efetiva numa escola, mas a verdade é bem diferente. Mas isto para dizer que, mesmo sem a estabilidade que desejava, eu sou uma pessoa feliz.
Faço aquilo que gosto, tenho tido pessoas incríveis na minha vida que me têm ensinado imenso e tenho aproveitado as oportunidades que me têm aparecido. Cada novo desafio é encarado por mim como uma oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Reflito diariamente sobre isso, não deixando de me autoavaliar e de tentar sempre fazer melhor. E esse é o meu desejo para este novo ano!
Na passada quinta-feira foi dia de muitas lágrimas. Não me aconteceu nada, mas foi o descarregar de muitos dias de emoções contidas dos quais ainda estou a recuperar. Fui à consulta da Unidade da Dor, desta vez já na Unidade do Laranjeiro, em que uma equipa estava à minha espera.
Dois anos depois da primeira consulta, na qual me assustei com a suspeita de EM, a médica aborda-me agora dizendo que não há nada a temer e que eu tenho de me endireitar e ir em frente com a minha vida. Abanou-me psicologicamente, ralhou-me para me pôr direita, para deixar de me deixar dominar pelas dores e fazer frente à vida.
Por momentos senti-me muito mal, ao mesmo tempo culpada do sofrimento de estar com a cabeça numa possível doença mais grave e depois revoltada por estar sem trabalho fixo, por estar sempre cheia de dores e sem vontade de fazer nada! E a médica ao ver-me desabar num pranto, diz-me apenas o que eu estava a pensar: "E porque é que eu estou cheia de dores?"
E logo me responde: "Porque tem muita coisa, nessa coluna, que temos de controlar e por isso vamos a tomar a medicação mas a fazer pela vida. Pode e deve fazer tudo!" Eu na altura, naqueles momentos, ainda a digerir tudo, nem percebi bem a intenção daqueles empurrões para a frente, mas hoje, uns dias depois sei que ela tinha toda a razão. Tal como me tinham dito há dois anos atrás na consulta, tenho de fazer pilatos clínico, hidroginástica e, também pode ser bom que eu faça fisioterapia. Agora estou a fazer um plano de exercícios indicado pela equipa médica e que me vai ajudar até conseguir entrar no pilatos, e um tratamento de seis sessões de Diatermia que me vai ajudar bastante.
Eu nunca desisti de mim e todos os dias me tento levantar para ir trabalhar, para fazer as minhas coisas, mesmo que nem sempre seja capaz de fazer tudo o que quero. Mas a verdade, é que nos últimas semanas, me tenho estado outra vez a entregar a um estado depressivo que não é nada bom. Nem para mim que tenho fibromialgia e que tenho depressão, nem para ninguém. Na prática, é muito fácil falar em lutar, mas não é nada fácil quando estas duas patologias nos começam a puxar para baixo. Felizmente, mesmo com muitas adversidades, tenho conseguido dar a volta por cima. E não me posso esquecer de referir que tenho muitas pessoas amigas, que, de certa forma e cada uma à sua maneira, me vão transmitindo valores positivos, me vão desafiando, me vão apoiando cada uma do seu jeito. Uma palavra, uma frase, um abraço no momento certo ou, às vezes, um abanão!
Obrigada por me fazer verter todas as lágrimas acumuladas. Sou grata por hoje, que é Páscoa, estar sozinha em casa, poder refletir, poder caminhar na minha marginal, observando o rio a correr e as pessoas a passear, tomar o meu café. Aqueles pequenos prazeres, tão simples e, que nos trazem tantas energia boa! Hoje não foi dia de estar com ninguém, não foi dia de dar nem de receber, foi apenas o momento certo de estar comigo mesma e de planear a minha vida, os próximos passos a dar. Não é fácil, porque ainda me falta aquele trabalho certo, aquela realizaçaõ profissional que me vai trazer estabilidade para outras coisas que preciso. Mas vou começar a semana com uma vontade renovada.
Hoje está muito difícil. Nunca precisaram que o tempo vos acompanhasse? Sabem aqueles dias em que vos apetece fechar a página e passar ao seguinte, simplesmente porque hoje não estão para isto?
É que bem pensado, se ainda viesse uma boa trovoada daquelas com relâmpagos que metessem medo, eu ainda podia ir para dentro do carro sentir as bátegas de água no vidro e ver os raios desfazer a estrada à minha volta, as rajadas arrancar uns pinheiros, rachar ao meio os eucaliptos. É assim que hoje me sinto, explosiva.
A apetecer-me partir a loiça e não a lavar. Atirar o ferro à parede e ignorar que está partido à meses e que tenho de estar sempre a colar adesivo para aguentar mais umas pecinhas de roupa...
Porque é que as coisas têm de ser tão complicadas e porque é que o que é simples não pode ser sempre simples? O tempo podia colaborar e mandar umas nuvens mais carregadas, com chuva e trovoada que me animassem a tarde. Estou na escrita mas sei que o resto está por fazer, o trabalho não está acabado, estou atrasada com prazos. E como é que atrasei tudo, se tive dias "livres" sem trabalho? Claro, simples que ninguém entenda. Na minha testa nascem borbulhas (talvez um par deles já lá tenha tido) mas não aparece uma luz fluorescente a dizer "doente crónica". E sem esse lototipo escarrapachado, fácil que os demais não entendam o que é "fibrofog" nem depressão. Sim, porque essa está cá tem tempo e nunca foi embora, mas as doenças também temos de escolher as que podemos pagar e as que não podemos dar importância. Ora eu optei por pagar nas que me tiram as dores físicas. Sem dor, posso fingir que o resto está bem e continuar a ir trabalhar.
E como eu me considero uma pessoa inteligente, também finjo que não me dói às vezes. Hoje dói-me os ombros (o esquerdo está pior), as articulações das mãos, o osso da perna esquerda e o tornozelo e, claro, a cabeça. Mas ontem a dor era maior nas articulações do braço e mão direitas mas também no ombro esquerdo, na anca direita e joelho esquerdo (mesmo assim não me enganei). Ora se alguém ouvisse e prestasse devida atenção, hoje ia achar que "ah, enganaste-me bem!" Pois ia achar que ou eu era louca ou mentirosa, ou que não sei os nomes das partes do corpo. Mas para meu próprio mal, sei bem os nomes e nomezinhos de todos os ossos, músculos e coisinhas mais!
E agora que descarreguei aqui um bocadinho de más energias na folha, vou aquecer café e tentar acabar os manuais que deviam já estar prontos! Depois logo tento acabar de fingir que arrumo a casa.
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