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O uso de whatsapp pelas crianças e jovens é cada vez mais frequente e, sejamos realistas, tem-se tornado uma necessidade até na comunicação entre os alunos de uma mesma turma, entre treinadores e atletas, entre outras funções que já fazem parte do nosso dia a dia. Eu pessoalmente utilizo bastante como forma preferencial de comunicação uma vez que permite o rápido envio de ficheiros, ou por exemplo, para receber trabalhos das minhas formandas. Apesar de haver uma idade mínima para o seu uso (16 anos é a idade mínima para utilizar esta rede social na União Europeia), é fácil ultrapassar essa regra e acabamos por permitir que os nossos filhos usem a aplicação antes de atingirem essa idade.

Mas esta semana, uma notícia preocupante tem estado a ser divulgada nos meios de comunicação social e temos todos de estar cada vez mais atentos. Milhares de números de telefone "de alunos de escolas da zona do Porto estão a ser adicionados, desde terça-feira, a um grupo de WhatsApp com conteúdos pornográficos, pedófilos e de violência extrema."  Não se sabe ainda a origem, mas os membros vão sendo adicionados automaticamente (a maioria crianças de 10, 11 anos) a um grupo denominado "Bora bater record de mais pessoas no grupo", 

Além da divulgação destas situações, para que mais pais e escolas possam estar atentos a esta situação, devemos também "denunciar quaisquer situações problemáticas às autoridades, mas também às próprias plataformas online envolvidas."

"A par disso, é preciso educar constantemente os filhos para os perigos da Internet, passando a mensagem de que não devem partilhar grupos de desconhecidos, nem convidar os colegas e amigos para os mesmos." Penso que conversar com as crianças é fundamental e tem de ser algo natural. Sabemos que os filhos não contam tudo aos pais, mas temos de criar momentos propícios a que estas conversas sucedam, por exemplo, aproveitando para assistir em conjunto a estas notícias e a estes alertas e debatendo em família o que se pode fazer em relação à segurança. Existem sites que ajudam neste aspeto, como o Agarrados à Net ou o Centro Internet Segura.

O mesmo aconteceu em Espanha, onde numa "escola em San Sebastián," também foram identificados "dois grupos de WhatsApp com conteúdo sexual envolvendo mais de mil alunos."

Fontes:

https://www.jn.pt/4192075519/milhares-de-criancas-adicionadas-a-grupo-com-pornografia-e-pedofilia-whatsapp-nao-inativou-grupo/

https://zap.aeiou.pt/grupos-whatsapp-conteudos-violentos-569380

https://agarradosa.net/?doing_wp_cron=1704978601.8842160701751708984375

https://zap.aeiou.pt/criancas-grupo-whatsapp-pornografia-569079

 

 

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publicado às 22:49

Um aluno de 16 anos, que ainda estava a frequentar uma turma de 8º ano, com colegas cerca de três anos mais novos, achou-se que seria engraçado levar uma bisnaga para a sala e começar a implicar com os colegas. Um dos alunos, de 13 anos e que estaria bem mais interessado em aprender do que em se comportar como uma criança de 3 anos e brincar com uma pistola de água, tirou o brinquedo do colega de 16 e entregou ao professor. Uma ação de louvar, de grande coragem e que mostra que este menino de 13 anos sabe que a sala de aula é um lugar onde se aprende e que se há coisa importante na sala, é respeitar quem quer aprender e quem está ali para ensinar! 

O caso aconteceu esta terça-feira, "dia 26, na Escola Básica 2+3 de Alfornelos, no concelho da Amadora." 

Mas infelizmente, o aluno que se estava a armar no palhacinho da turma e a brincar em vez de estudar, continuou a manifestar que aquele não era o lugar certo para ele e desatou a agredir de forma bárbara o colega. Segundo noticiado, "o mais novo conseguiu retirar a pistola e entregou-a à professora, mas o mais velho tentou reavê-la. Irritado, por não o ter conseguido, virou atenções para o colega e começou a agredi-lo, dentro da sala de aula." Foram precisos vários adultos para que conseguissem tirar a vítima das suas mãos: "perante as agressões, a professora conseguiu separá-los e levou-os para a administração da escola. Mas, no percurso, o jovem de 16 anos voltou a agredir brutalmente a vítima. Só com a intervenção de três auxiliares de ação educativa é que foi separado. A vítima chegou a ser pontapeada na cabeça enquanto estava no chão." 

O menino foi levado para o hospital com lesões físicas graves e pode até ter lesões neurológicas devido às pancadas de que foi alvo na zona da cabeça. 

"Os pais da vítima, além de terem apresentado queixa na esquadra da PSP de Alfornelos, participaram o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens." De acordo com o JN, "o jovem de 16 anos foi suspenso pela direção do agrupamento."

Neste momento, não sei ainda se o jovem de 16 anos, teria problemas ou algum tipo de NEE que pudesse de alguma forma, justificar o seu comportamento infantilizado, agressivo e fora do normal, mas neste momento só me consigo colocar no lugar da mãe do menino que foi agredido. Esta mãe, que como eu deve ser a primeira a sentir orgulho no seu filho, está agora com o coração apertado pelo medo de que estas agressões tragam para o seu filho graves consequências. E sinto também raiva, por não haver o adequado acompanhamento, com pessoal especializado suficiente nas escolas, para casos como este. 

Como educadora e como formadora, sou a favor da inclusão, desde que feita em condições em que todos possam ver satisfeitas as suas necessidades. Não concordo de todo com passagens de ano administrativas, sem que as crianças e jovens que eventualmente tenham NEE possam ser devidamente acompanhados, com profissionais competentes, em turmas reduzidas e com horários e currículos adaptados e adequados. 

Há escolas com profissionais fantásticos, com professores e auxiliares com formação e que fazem de tudo para que cada criança e cada jovem ao seu cuidado esteja protegido e lhe possa ser disponibilizado o melhor apoio, mas não há milagres que se façam em casos de falta de pessoal, de turmas com alunos não diagnosticados e logo não acompanhados, com pais que se recusem a aceitar que o seu educando tem de facto um problema ou uma condição e que necessitam de um currículo escolar diferente.

Há tantos casos, e este noticiado hoje, foi apenas mais um. "O estudante de 13 anos acabou por ser espancado e pontapeado na cabeça pelo colega, sem que professores ou auxiliares fossem capazes de travar o agressor” e foi  "internado no Hospital Amadora-Sintra, onde está a ser observado, temendo-se que possa sofrer de danos neurológicos." Algo vai mal nas nossas escolas, mas não nos podemos esquecer que a escola espelha a nossa sociedade.

Fontes:

https://zap.aeiou.pt/aluno-espancado-colega-pistola-de-agua-559570

https://www.jn.pt/6944075409/aluno-de-13-anos-agredido-brutalmente-por-colega-mais-velho-na-escola/amp/

 

 

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publicado às 22:37

Férias e preparação para um novo ano letivo

por Elsa Filipe, em 27.08.23

Este ano, ao contrário do ano anterior, consegui uns dias para descansar. Tão bem me fizeram estes dias, nem imaginam! Estou mais feliz, tranquila e com as energias renovadas.

A rotina, recomeça amanhã com o início de uma nova ação de formação e com o retomar da preparação de novas ações e, em breve, da entrada no novo ano letivo com novos desafios!

A situação profissional dos professores e, daqueles que como eu são educadores de infância e formadores, são um assunto que continua a dar muito que falar, pela sua instabilidade. Quando escolhi esta profissão e me dediquei a ela, não pensei que, prestes a completar 40 anos, não estivesse efetiva numa escola, mas a verdade é bem diferente. Mas isto para dizer que, mesmo sem a estabilidade que desejava, eu sou uma pessoa feliz.

Faço aquilo que gosto, tenho tido pessoas incríveis na minha vida que me têm ensinado imenso e tenho aproveitado as oportunidades que me têm aparecido. Cada novo desafio é encarado por mim como uma oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Reflito diariamente sobre isso, não deixando de me autoavaliar e de tentar sempre fazer melhor. E esse é o meu desejo para este novo ano!

 

 

 

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publicado às 20:37

Estudantes mortos no Uganda

por Elsa Filipe, em 17.06.23

Um ataque ocorrido hoje no Uganda matou pelo menos 41 pessoas, 37 dos quais eram estudantes numa escola secundária em Mpondwe, perto da fronteira com a República Democrática do Congo.

A escola devia ser um local seguro... um local sem armas, sem bombas... sem corpos espalhados pelo chão!

Segundo informação da polícia Ugandesa, um dormitório foi queimado e um armazém de alimentos foi saqueado. Entretanto, conseguiram recuperar os corpos de 38 estudantes, um guarda e duas pessoas baleadas à entrada da escola. Oito pessoas estão em estado crítico e as autoridades locais receiam que dezenas de pessoas, incluindo membros da comunidade, tenham sido raptadas e que algumas não sejam encontradas. O número de mortos pode ainda vir a aumentar.

“As nossas forças estão a perseguir o inimigo para resgatar os raptados e destruir este grupo”, adiantou o porta-voz do Ministério da Defesa do Uganda, Felix Kulayigye. A polícia e o exército perseguiram os rebeldes no parque nacional de Virunga, no Congo e estarão a tentar negociar a libertação dos reféns.

Os responsáveis terão sido forças Jihadistas, com ligações ao Daesh. António Guterres, secretário-geral da ONU condenou de forma veemente este ataque e apelou à libertação "imediata" das pessoas sequestradas pelo grupo terrorista conhecido como Forças Democráticas Aliadas. Segundo registos, este grupo já tirou a vida a 3850 pessoas desde 2017. É um grupo rebelde originário do Uganda, mas atualmente está "sediado" nas províncias congolesas de Kivu do Norte e da vizinha Ituri, perto da fronteira da RDC com o Uganda.

Os seus alvos não são claros, além de uma possível ligação ao Estado Islâmico (EI) que, por vezes, reivindica a responsabilidade dos seus ataques. Para acabar com as FDA, os exércitos da RDC e do Uganda iniciaram, em novembro de 2021, uma operação militar conjunta em solo congolês, que ainda está em curso, embora os ataques dos rebeldes não tenham cessado.

Este não é o primeiro ataque a uma escola no Uganda atribuído ao grupo terrorista com ligação ao Daesh. Em Junho de 1998, 80 estudantes foram queimados nos dormitórios durante um atentado do grupo rebelde ao Instituto Técnico de Kichwamba, perto da fronteira com a República Democrática do Congo. Na altura, mais de 100 estudantes foram raptados.

Para percebermos um pouco melhor a natureza destes ataques, voltemos um pouco atrás. Desde 1998, o leste da RDC está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU na RDC (Monusco), com cerca de 16 mil efetivos uniformizados no terreno. 

Em 2021, o Uganda e a República Democrática do Congo lançaram uma ofensiva conjunta para expulsar os rebeldes das Forças Democráticas Aliadas dos redutos congoleses, mas até agora não conseguiram acabar com os ataques.

No início de Março, os Estados Unidos anunciaram uma recompensa de 5 milhões de dólares por qualquer informação que possa levar ao paradeiro do líder das Forças Democráticas Aliadas, Musa Baluku, um ugandês de 40 anos.

Fontes:

https://expresso.pt/internacional/2023-06-17-Atentado-no-Uganda-Guterres-quer-que-os-responsaveis-por-este-ato-terrivel-sejam-julgados-715b7605

https://expresso.pt/internacional/africa/2023-06-17-Ataque-de-grupo-rebelde-faz-41-mortos-numa-escola-secundaria-do-Uganda-894b4849

https://www.rfi.fr/pt/%C3%A1frica/20230617-uganda-ataque-terrorista-a-escola-faz-dezenas-de-mortos

 

 

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publicado às 17:01

Greves e falta de motivação

por Elsa Filipe, em 16.06.23

Num ano atípico, onde alguns alunos passaram quase mais tempo "fora" do que dentro da sala de aula, motivar para a realização das provas de 9º ano tem sido uma tarefa hercúlea. É que uns não deram a matéria toda por causa do covid, da falta de professores e das greves, outros deram mas já fizeram contas e basta-lhes ter um 10 para passarem o ano. E assim vai a vontade dos alunos que este ano foram avaliados a matemátia e vão ser avaliados a português.

Fazer um texto? Não é obrigatório concluir a prova toda e se fizerem só a escoha múltipla dá para passar de ano. E continuamos com esta palhaçada.

Sem falar das provas de aferição.

Quanto a essas, os alunos sabem que não contam para a nota e que "se calhar" o professor nem vem porque faz greve. Então e o papel dos pais, aqui fica onde? Cansados de tanta greve, já nem obrigam os filhos a estudar porque "é tempo perdido". Verdade que já ouvi isto. Não lhes consigo dar razão, porque mesmo sem testes e sem provas a contar para "passar" a aprendizagem é contínua, e um dia, eles nem um email sem erros serão capazes de enviar.

É para isto que estamos a caminhar. Falta exigência no ensino! Não a exigência que se aplicava nos anos 70, 80 ou 90... algo mais medido e adequado aos tempos que correm! A educação precisa de um novo rumo!

Como é que se chega a um quarto ano sem saber ler? Sim, existem vários casos (e não estou a falar de crianças com Necessidades Educativas Específicas, nem abrangidas por nenhum apoio especial), estou mesmo a falar de meninos e meninas, que vão à escola, não costumam faltar, mas estão ali só a ver passar a marcha. 

Os professores estão sem tempo para nada. Vejo cadernos, de 3º e 4º ano, em que cada palavra tem um erro e em que não se respeitam parágrafos, maiúsculas, pontuação... e nada, nem uma correçãozinha a lápis. Novas formas de ensinar, sim de acordo, mas, mesmo que não se assinale, é preciso agir com exercícios em que o aluno consiga atingir aquela meta. Ou escrever a nossa Língua de forma minimamente correta não é uma das várias metas a atingir?

Depois rimo-nos quando vêmos nas notícias, caixas de texto com erros, acentos usados ao contrário e outros pontapés na gramática e na ortografia. Lá fazemos umas piadinhas sobre isso, mas a culpa é de quem? Do ensino, da sua falta de exigência, da falta de motivação dos alunos? E da falta de motivação dos professores? Não será também?

Há tanto a fazer, mas só se fala em anos, meses e dias, merecidos e devidos sim, mas que não vão resolver os problemas de base do nosso sistema educativo que se está a afundar. 

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publicado às 12:50

Agressões em escolas

por Elsa Filipe, em 05.06.23

Armas, sejam elas quais forem, são sempre um problema em escolas. Há diariamente um clima de instabilidade e de insegurança nas escolas que está a afetar alunos, funcionários e professores. Pelo mundo, os casos são vários...

Hoje falo aqui do caso de um homem com cerca de 30 anos, que saltou o gradeamento da Escola Secundária Ruy Luís Gomes, no Laranjeiro e entrou no recinto escolar, munido de uma faca. Ameaçou um funcionário que o abordou e provocou um corte ligeiro na mão de um aluno de 15 anos que o tentou conter. Entretanto, fugiu da escola mas acabou por ser detido, pelas 11h20m pelos polícias da Esquadra de Investigação Criminal de Almada, que recuperaram também a faca, que tinha sido deitada fora durante a fuga.

Segundo a PSP, o objetivo do homem quando entrou na escola era jogar à bola com os alunos. Ninguém no seu perfeito juízo entra numa escola para jogar à bola, armado com uma faca que rapidamente sacou para atacar. Esfaqueou um podia ter esfaqueado mais, o que nos leva a pensar como é que está a ser feita a segurança das nossas escolas. Este homem acabou acusado dos crimes de introdução em lugar vedado ao público, ameaças a funcionário e agressão com arma branca a um aluno e terá de comparecer na terça-feira no Tribunal de Almada, no distrito de Setúbal. Continua na minha cabeça que aquele homem entrou ali com um objetivo muito específico, com intenções de atacar alguém, mas que não conseguiu finalizar a sua intenção. Haverá  algum tipo de relação familiar deste homem com algum dos alunos desta escola, ou foi uma escolha aleatória? Estou curiosa sobre esse facto, porque me parece muito estranho.

Numa outra escola, em Felgueiras, um aluno de 16 anos atacou um professor de 46, batendo-lhe com um ferro na cabeça. O ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, dentro de uma sala de aula da Escola Básica 2,3 de Lagares. A agressão terá acontecido depois de uma chamada de atenção do professor ao aluno, por este ter tido um comportamento “impróprio” com um colega. Alertado que seria alvo de um processo disciplinar, o aluno saiu da sala e regressou no final com um ferro, com o qual agrediu o professor. A vítima foi transportada para o hospital de Penafiel, já depois das 10h00. Uma patrulha da GNR foi chamada à escola e localizou e identificou o estudante, que frequenta o ensino especial.  O tutor do jovem foi informado do caso, que foi remetido pela GNR ao Ministério Público.

Poderia aqui relatar vários casos, apenas deste ano, mas aproveito apenas para acrescentar ainda o caso de um aluno que devido a uma "brincadeira", foi severamente agredido e ficou com lesões graves. O rapaz de 13 anos, aluno na EB 2,3 de Alfena, em Valongo, foi agredido com violência por três colegas, acabando por ficar inconsciente. A agressão aconteceu na passada terça-feira, à hora do almoço, e o estudante agredido teve de ser transportado para o Hospital de S. João, no Porto. Aqui o que salta logo à vista é que a reação à suposta "brincadeira", não foi de um, mas de três.

Não sabemos o que se passou em concreto, mas logo à partida há aqui uma óbvia desvantagem. Outro fator é a falta de funcionários que consigam por fim a estas situações rapidamente. Quem conhece a realidade das escolas, sabe bem do que estou a falar. Há formação, mas ainda falta muita preparação para lidar com estas situações. E o pior é que muitas vezes, os agressores estão identificados por casos menos graves, mas espera-se que algo corra muito mal para colocá-los fora da escola. Terá sido o primeiro ataque destes alunos? Fica aqui a minha questão.

De acordo com o pai, Ricardo Sousa, o rapaz sofreu ferimentos sobretudo na zona da cabeça. "Tem a boca rebentada por dentro, partiram-lhe um dente e abalaram mais três. Fizeram-lhe uma TAC e detetaram uma lesão no cérebro. Ainda vai fazer mais exames para ver como evolui", referiu o encarregado de educação, que apresentou queixa na GNR. 

Tudo terá começado na cantina da escola, quando os alunos se preparavam para almoçar. O pai, conta como tudo se terá passado, de acordo com a versão do filho e de outros colegas que assistiram: "Foi uma brincadeira, em que supostamente o meu filho tirou o chapéu da cabeça de um amigo. Mas nada justifica tamanha violência; o miúdo foi brutalmente agredido" por colegas de "13, 14 e 15 anos", afirma Ricardo Sousa, referindo que o rapaz, que frequenta o 7.º ano, "levou chutos ou murros na cabeça e ficou inconsciente". Na sequência das agressões, o educando "nem sequer consegue comer ou falar", lamenta. Ricardo Sousa denunciou nas redes sociais as agressões de que o filho foi alvo, com o objetivo de lançar um alerta para situações análogas. "Quero alertar os outros pais, porque podia ser o filho de qualquer pessoa, e podia-se ter matado uma criança", diz, adiantando que foi informado que "os alunos foram suspensos" e que a escola "está a fazer averiguações internas". Nestes casos, mesmo que os danos não sejam tão graves como o deste aluno, os pais têm um papel preponderante, para que se acabe com estas situações. O problema aqui é mesmo manter a calma e não lhes dar um tratamento igual. 

Mas hoje as notícias referentes à violência e a ataques em escolas não se centram apenas em Portugal. No Afeganistão, país onde domina o regime Talibã, oitenta raparigas foram envenenadas em ataques a duas escolas. Até agora, não está claro quem é o culpado, quais são suas motivações, nem o possível tipo de veneno usado contra as crianças.

Fontes:

https://www.dn.pt/sociedade/homem-detido-depois-de-ter-entrado-numa-escola-em-almada-munido-de-uma-faca-16481816.html

https://sicnoticias.pt/pais/2023-06-05-Felgueiras-aluno-de-16-anos-ataca-professor-com-ferro-dentro-de-escola-33ea6faf

https://clubefmradio.com/noticia/1393484/professor-agredido-na-cabeca-por-aluno-em-escola

https://veja.abril.com.br/mundo/pelo-menos-80-meninas-foram-envenenadas-em-escolas-no-afeganistao

https://www.jn.pt/justica/aluno-de-13-anos-de-escola-de-alfena-foi-agredido-por-colegas-e-ficou-inconsciente--16459742.html

https://tvi.iol.pt/noticias/envenenamento/ataque/quase-80-raparigas-envenenadas-em-escolas-primarias-do-afeganistao/20230605/647dcf9ed34ef47b87549b0d

 

 

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publicado às 18:41

Armas... tiroteio numa escola na Sérvia

por Elsa Filipe, em 03.05.23

Segundo diversas agências noticiosas, ocorreu esta manhã um tiroteio numa escola em Belgrado, na Sérvia. Este tiroteio, fez pelo menos nove mortes, incluindo oito crianças e um segurança da mesma escola, bem como vários feridos (até agora serão seis alunos e um professor). O suspeito, um estudante do sétimo ano do ensino básico, terá começado por atirar contra o professor, usando a arma do pai, que trouxe para a sala de aula. O aluno terá sido já detido pelas autoridades.

Fontes:

https://observador.pt/2023/05/03/pelo-menos-nove-mortos-incluindo-oito-criancas-em-tiroteio-numa-escola-na-servia/

https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2023/05/03/tiroteio-em-escola-na-servia-faz-pelo-menos-nove-mortos/329843/

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-05-03-Adolescente-dispara-varios-tiros-em-escola-na-capital-da-Servia-cca5bb5c

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publicado às 09:27

Não muito longe vai o tempo em que alunos (e não só) inventavam ataques a escolas. Uma mochila deixada ao acaso e que fazia todos pensarem ser uma bomba prestes a detonar, um envelope com farinha que se receava ser antraz e outros casos que foram acontecendo aqui e ali, tornando aquele dia diferente para os alunos que ficavam sem aulas e para as forças de autoridade e segurança, que ficavam com mais um caso para resolver em mãos. Não sei se alguma vez chegaram a culpados e se os condenaram, mas sei que estas são situações muito graves, brincadeiras de mau gosto que se podem tornar perigosas.

Nas redes sociais corria uma publicação em que jovens ameaçavam fazer um ataque  a escolas, referindo mesmo, qual a escola onde era suposto esse ataque acontecer. Também havia referência a armas. Logo deixando bem claro que na minha opinião estes casos têm de ser devidamente penalizados, uma vez que além de se estar a fazer uma ameaça, se está também a prejudicar o trabalho das forças de segurança que poderiam estar empenhadas noutras ações, bem como pais e professores que viram a sua rotina alterada e todas as consequências que isso pode ter.

O Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), Magina da Silva, já veio afirmar, esta quinta-feira, que as ameaças feitas nas redes sociais a uma eventual invasão de uma escola no concelho de Odivelas, distrito de Lisboa, "não passaram de uma brincadeira de mau gosto".

O jovem que proferiu as ameaças através das redes sociais, de um massacre numa escola de Odivelas, já foi identificado. Este, além das ameaças, mostrava um arsenal de armas de fogo e de armas brancas. No entanto, parece que há outros envolvidos.

As ameaças, originalmente difundidas a partir de um perfil digital chamado "vidabandida93", levaram pais a manifestar, ainda nas redes sociais, que não deixariam os seus filhos ir à escola. 

Num comunicado emitido esta manhã, a polícia afirmou que estava a monitorizar a situação e a acompanhar o funcionamento dos estabelecimentos de ensino e a população escolar, uma vez que tinha sido alertada para a existência destas ameaças também pelas redes sociais, vindas de diversos cidadãos que quiseram confirmar que as autoridades se encontravam a par do assunto.

A não esquecer que os casos reais existem e que embora se possa tratar de uma brincadeira, poderia ser um ato de imitação de comportamentos. Todos temos de estar atentos e qualquer suspeita deve ser imediatamente comunicada.

Estas ameaças surgiram no dia em que se assinala 24 anos do massacre de Columbine, nos Estados Unidos, um ataque que aconteceu no dia 20 de abril de 1999, na cidade de Littleton, no estado do Colorado, quando dois estudantes invadiram a Columbine High School e mataram 12 alunos e um professor, suicidando-se de seguida.

Fontes:

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2303458/ameaca-de-ataques-a-escolas-nao-passou-de-uma-brincadeira-de-mau-gosto

https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2023/04/20/ameaca-de-ataques-nas-escolas-foi-brincadeira-de-mau-gosto-autor-identificado/328345/

 

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publicado às 13:29

Serviços mínimos em dia de paralisação

por Elsa Filipe, em 17.03.23

Logo pela manhã, os noticiários deixam antever que não vai ser fácil chegar ao trabalho esta sexta-feira, devido às greve da função pública. É que também a CP recebeu um pré-aviso de greve do sindicato dos maquinistas que levou a que desde dia 9 se tenham feito sentir os impactos, e tem sido uma semana complicada no que respeita a autocarros e comboios, devido aos atrasos de uns e à supressão de outros.

Os professores e educadores juntam-se à greve dos trabalhadores da Administração Pública, com os sindicatos a fazer diversas ações de protesto.

Várias escolas foram encerradas, o que irá sobrecarregar as salas dos serviços educativos de apoio, que fazem um serviço de retaguarda para os pais poderem ir trabalhar. Salas sobrelotadas com alunos que deviam estar nas escolas, reorganização de horários de quem não é da função pública e que tem de assegurar que os filhos dos outros têm onde passar o dia, em segurança, assegurar a alimentação e as deslocações. Mas não é só no ensino que a greve se fez notar ao longo do dia, véspera de fim de semana.

Segundo dados da Frente Comum, que convocou a paralisação, os "hospitais estão a cumprir os serviços mínimos, nomeadamente nos internamentos e urgências. Algumas escolas estão encerradas e temos escolas que, estando abertas, têm lá os trabalhadores a cumprir os serviços mínimos que lhes foram impostos de uma maneira ilegal."

E mesmo eu não sendo da função pública, acabo por concordar com a maioria das motivações de quem hoje fez aderiu à paralisação: "o Governo tem de olhar para estes trabalhadores, para os serviços públicos numa perspetiva de reforço e de valorização", afirma Sebastião Santana, da Frente Comum. uanto ao impacto destas greves, Sebastião Santana salienta que “onde haverá mais visibilidade será na saúde, nos serviços centrais como Segurança Social e Finanças, conservatórios, também nas escolas“. “Tudo o que tenha atendimento ao público ou relação mais direta”, resume, ainda que esta greve “ocorra também em sitio sem visibilidade como os serviços internos da Segurança Social, um conjunto de serviços que a população não vê e tem muitos milhares de trabalhadores”.

Um grupo de cerca de 18 professores e de pessoal não docente voltou a montar um acampamento em frente à Assembleia da República, com o objetivo de “diversificar as formas de luta que têm estado a decorrer na sequência das reivindicações por melhores condições de trabalho e por uma escola pública de qualidade”, contou a porta-voz do grupo, Elsa Viola, à SIC.
 

Aderir a esta greve foi a forma encontrada por muitos trabalhadores de se oporem à postura que o governo tem estado a tomar. Ninguém consegue viver assim, a não ser quem já era rico. 

Entre os motivos da greve convocada pela Frente Comum estão a exigência de aumentos salariais imediatos, a fixação de limites máximos dos preços de bens e serviços, a valorização das carreiras e o reforço dos serviços públicos.

No setor da educação, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou esta semana que os professores e educadores vão participar na greve, enquanto os trabalhadores não docentes estão cobertos pelo pré-aviso da Frente Comum. No final do dia, o balanço está ainda a ser feito mas no que diz respeito às escolas, estas tiveram uma forte participação, de docentes e trabalhadores não docentes. Unidos em defesa da escola pública e na defesa da sua profissão. O Sindicato dos Professores do Norte (SPN) marcou presença na ES Fontes Pereira de Melo (e no Hospital de S. João, Porto), referindo que se verificaram vários "procedimentos antidemocráticos", como casos em que ouviram "relatos de situações de assédio e ameaças a propósito da convocatória de serviços mínimos." Saiba-se que foi enviado um email aos diretores das escolas com um recado: dizerem aos trabalhadores que não podem fazer greve porque, se fizerem, vão ser alvo de um processo disciplinar. Isto terá sido feito pela Câmara de Matosinhos.

É uma greve que se está a tentar parar pelo medo e pelas ameaças. Ninguém é obrigado a aderir a uma greve e a ninguém se pode negar o direito de o fazer.

A Fenprof sublinha que, sobre o pré-aviso de greve para hoje, não foram pedidos serviços mínimos, mas por outro lado, estão a decorrer serviços mínimos nas escolas para a paralisação convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP).

No início de fevereiro, o tribunal arbitral decretou pela primeira vez serviços mínimos para as greves do STOP, que têm vindo a ser sucessivamente prolongados, sendo que mais recentemente passaram a incluir três horas diárias de atividades letivas. Em comunicado, a Fenprof volta a acusar o ministério de “pôr em causa direitos constitucionais, elementares em democracia”, como é o direito à greve.

Amanhã, haverá uma manifestação nacional, em Lisboa, promovida pela CGTP, pelo aumento geral dos salários e das pensões face à subida do custo de vida. A Frente Comum e a Fenprof já sinalizaram que também vão marcar presença. 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/pais/2023-03-17-Greve-na-funcao-publica-escolas-fechadas-hospitais-e-servicos-de-atendimento-com-perturbacoes-8d0626c6

https://www.spn.pt/Artigo/administracao-publica-greve-17-mar-e-manif-18-mar

https://eco.sapo.pt/2023/03/17/funcao-publica-em-greve-saude-escolas-e-servicos-centrais-terao-maior-impacto/

 

 

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publicado às 19:23

Pelo pessoal docente

por Elsa Filipe, em 09.01.23

Nos últimos dias temos assistido a uma troca de palavras de ataque entre quem é contra e quem é a favor da greve dos professores e dos funcionários das escolas.

Eu só quero dizer que estou do lado de todos os professores que têm feito greve e que faria também o mesmo se estivesse neste momento na vossa situação. A mim custa-me muito quando os pais estão mais preocupados em os filhos terem aulas do que na qualidade das aulas. Que não sabem como é que a escola funciona e que os professores vão sendo obrigados a ministrar as aulas, com currículos desadequados, salas com demasiados alunos, condições às vezes abaixo de mínimas. Pais, que estão mais preocupados em que os filhos passem de ano, do que se realmente em perceber se eles estão a trabalhar por isso, como se estão a relacionar com os colegas na sala, ou se são capazes de organizar a sua mochila, organizar o estudo, saber quando é que têm testes. 

Ouço diariamente frases de alunos como: "Oh 'stôra, isso nem conta para nota!" ou "esta nota não vai contar para nada." A partir daqui, parece que vale tudo. E tenho alunos de 5º ano que não sabem ler nem escrever. Tenho alunos que chegaram ao 4º ano sem saberem o que são vogais e consoantes. Tenho alunos que não sabem colocar palavras por ordem alfabética nem consultar um dicionário...

Mas não faz mal, o que importa é que pais e crianças não sejam frustrados nas suas expetativas de passar para o ano seguinte, mesmo sem terem atingido as metas mínimas. 

Estou do lado dos professores porque tiveram as suas carreiras congeladas. Aqueles que tiveram a coragem de ir para a função pública e de serem colocados a centenas de quilómetros de casa e que ficaram semanas sem ver a mulher ou o marido e até sem estarem com os filhos, para poderem lecionar. Eu não tive essa coragem e por isso tenho zero na minha contagem de tempo de serviço, anos passados noutras andanças e noutra carreira.

Estou do lado dos Educadores que como eu tantas vezes têm de seguir outros caminhos e desistir do sonho que construiram durante a sua formação, porque não havia vagas suficientes para todos, porque na creche o tempo de serviço nem sequer conta, porque "qualquer um" faz esse trabalho de tomar conta dos miúdos. Não faz!

Estou do lado dos técnicos de ação educativa a quem cada vez mais (e muito bem!) é exigida formação e a quem tão pouco valor se dá! Lutem e dêem-se ao valor! Apoiem-se uns aos outros. 

E termino dizendo que, mesmo que pareça que vos estou a boicotar a greve, não estou. Não posso é fechar a porta da minha sala aos alunos que não têm aulas e que deviam voltar para casa ou ficar na porta da escola para que a vossa greve tivesse o impacto desejado, porque a porta da sala não é minha e sou apenas uma prestadora de serviços. Estou do lado dos professores e dos técnicos de ação educativa e da minha parte, não aviso quando há greve, mesmo que o saiba! Continuem a lutar! 

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publicado às 21:39


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