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Irá o 25 de Abril ser um dia esquecido?

por Elsa Filipe, em 24.04.25

Assusta-me pensar que um dia, os nossos jovens deixem de saber o que aconteceu na Revolução. E não é por falta de se falar sobre isso - pois fala-se e muito - é por falta de interesse, por desvalorização daquilo que é a nossa história, por uma orientação para novos valores. Não se pode falar ainda em saudosismo, mas quando a nossa juventude, os futuros homens do amanhã, dizem que não lhes interessa saber o que era a ditadura, não sabem o que é o fascismo e não sabem que importância tiveram os capitães de abril... penso que estamos em risco de perder a luta no futuro.

Por isso, sim, vou ser chata e continuar a falar e a escrever sobre o mesmo. A ensinar mesmo quando não lhes apetece aprender, a tentar mostrar que se hoje podem abrir um site e ler sobre o que se passa em qualquer parte do mundo, isso se deve a uma luta que, infelizmente, ainda não terminou. Quando um aluno não reconhece importância às primeiras eleições onde as mulheres puderam votar em igualdade com os homens, algo se tem vindo a perder na nossa sociedade. Quando um juíz acusa uma vítima de se insinuar e ser culpada por ser violada, algo de muito mau se está a passar neste país. Quando um político não respeita a casa da democracia, que exemplo é dado à juventude? 

Abril.

Abril é  para mim o mês da Liberdade, uma data a assinalar, venha quem viar, haja ou não luto nacional. Não me interessa quem está no governo, quem tenta ditar as leis ou quem tenta impor as suas crenças. Num estado livre e laico, irei sair à rua e celebrar a Liberdade. Hoje, amanhã e sempre!

Devo muito.

Devo muito aos homens e mulheres que morreram pelo meu país. Sim. Pelos que morreram, também. Não foram só os militares que naquele dia se encheram de coragem e saíram à rua, foram anos de luta contra uma autoridade que não tinha dó em acusar, em prender, em torturar e matar! Foram anos de censura, anos de medo e de repulsa, contra um regime contra o qual não se podia sequer tossir. E é para que esses dias não voltem, para que o medo se continue a afastar - continue, sim, pois ainda temos muita gente a viver com medo -  que eu continuarei a ler, a escrever, a falar sobre a Liberdade, sobre a importância da nossa história.

Não se calem!

Gritem pela liberdade! Defendam os valores de Abril.

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publicado às 19:55

As manifestações estudantis que exigem o corte das relações com Israel começaram pelos EUA e rapidamente se espalharam ao Canadá, México, alguns países da Europa e à Austrália.

Em Espanha, a Universidade Pública de Navarra, começou por tomar a decisão de "cortar relações com centros israelitas que não rejeitem crimes contra a humanidade," seguindo-se "a Pablo de Olavide, de Sevilha," que também rompeu "todas as relações atuais e futuras com empresas e centros educacionais em Israel."

Entretanto, por cá, num "documento subscrito por 65 académicos," pede-se a priorização ética daquilo que se passa em Gaza, mostrando como exemplo uma comunidade onde se "ensina a resistir, mesmo em condições inimagináveis, aos intentos colonizadores e neoimperialistas" ao mesmo tempo que "elucida, sobre o quanto mais fortes que a repressão podem ser as ideias e o saber que continuarão resistentes mesmo debaixo dos bombardeamentos contínuos de já há longos sete meses".
 
Apesar de todas as instituições terem sido destruídas,  "uma prova de mestrado" foi mesmo assim efetuada "no interior de uma tenda num campo de refugiados" o que demonstra uma enorme capacidade de resiliência.
 
Assim, estes académicos exigem à "Universidade do Porto que não tenha relacionamento com o Estado de Israel, com empresas e instituições israelitas, ou em que estas estejam envolvidas, que, de qualquer forma, contribuam para a ocupação da Palestina e para a prossecução da guerra contra o Povo Palestiniano, e que denuncie acordos de colaboração que tem com as Universidades de Israel". Proclamam ainda, "a necessidade de criar e intensificar a cooperação com as instituições de ensino e de investigação palestinianas, num compromisso que a U. Porto deve assumir com o direito à educação, à liberdade de investigação científica e à ciência como instrumento de progresso e de paz", exigindo também "uma política de transparência relativamente a este assunto para que os subterfúgios e equívocos não possam ser mais evocados."
 
Os protesto começaram no dia 08 deste mês e têm-se vindo a acentuar, tendo sido esta segunda-feira, que as coisas se complicaram, com a ocupação da universidade, a qual exigiu a presença das autoridades.
 
Fontes:
 
 
 

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publicado às 19:57


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