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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Há 25 anos, Timor foi a eleições e, além da independência, ganharia então a vontade de construir uma democracia firme. "Depois de uma colonização de quase cinco séculos, pelos portugueses, e 24 anos de ocupação indonésia, o povo timorense foi chamado no dia 30 de agosto de 1999 para votar se queria livrar-se dos ocupantes ou manter-se sob a sua governação." O ato foi de facto um marco importante, em que a verdadeira vontade daquele povo foi mostrada ao mundo. Na verdade, "ninguém, nem o próprio presidente indonésio, que aceitou o referendo após longa batalha diplomática entre Portugal, Indonésia e as Nações Unidas, esperava tamanha afluência às urnas."
António Guterres, antigo primeiro ministro português, está presente em "Díli para participar nas celebrações dos 25 anos do referendo que levou à restauração da independência do país, pondo fim à ocupação Indonésia" junto com outros representantes nacionais e internacionais. Ao atual secretário-geral da ONU foi atribuída hoje a cidadadina timorense.
Guterres encontrou-se hoje com "o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão", uma das figuras mais importantes em todo este processo, a quem "António Guterres prestou também homenagem", destacando o seu papel "enquanto líder da resistência timorense e pela forma como defendeu a independência do seu povo detido em Jacarta, capital da Indonésia," bem como, no seu papel na "transformação de Timor-Leste num país independente, democrático, respeitador dos direitos humanos e que se afirma internacionalmente com crescente influência."
Guterres referiu ainda, que tinha ficado "impressionado com o compromisso do Governo timorense em matéria de segurança alimentar e investimento na agricultura," o que considerava ser um "desafio crucial para o êxito do desenvolvimento, saúde, educação e infraestruturas."
"Timor-Leste aderiu no início do ano à Organização Mundial do Comércio, é fundador do G7+ e deverá aderir à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no próximo ano."
Uma outra figura importante neste processo, foi Durão Barroso, que em "1992, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal," participou em "quatro rondas de negociações" com a Indonésia. Apenas a 5 de maio de 1999, os dois países assinariam "três acordos, nomeadamente sobre a questão de Timor-Leste, outro sobre a modalidade da consulta popular e um terceiro sobre segurança," com o contributo essencial das Nações Unidas. Barroso, salientou ainda que foi "o massacre do cemitério de Santa Cruz" o grande acontecimento que "contribuiu para dar visibilidade à questão de Timor-Leste." Lembro-me ainda hoje desse massacre e eu era bem pequena na altura. Existem imagens que nos ficam gravadas na mente. Se foi "com a ajuda da comunidade internacional," que o povo de Timor-Leste se conseguiu livrar do domínio indonésio, também não se deve esquecer que muitos países não acreditavam que tal fosse possível.
"Os acordos foram assinados por Jaime Gama, na altura chefe da diplomacia portuguesa, pelo seu homólogo indonésio, Ali Alatas, e por Kofi Annan, antigo secretário-geral da ONU." No entanto, o processo não foi fácil e a«s Nações Unidas tiveram mesmo de permanecer no país como força de gestão e manutenção de paz até ao ano de 2012. Durante este período, chegou mesmo a ser necessária a entrada de uma força liderada pela Austrália, devido a ataques de extrema violência causados por milícias apoiadas pela Indonésia.
Fontes:
A Venezuela foi a eleições na passada semana, mas passada quase uma semana, os resultados ainda não são explícitos. Ainda não tinha conseguido vir aqui falar deste assunto (sendo que por outro lado estava também a aguardar que a situação deixasse de ser tão ambígua e que as atas fossem realmente apresentadas e a verdade reposta), mas uma semana depois a situação na Venezuela - onde estão milhares de cidadãos portugueses e luso-descendentes - continua tensa.
No passado domingo, ainda faltava terminar a contagem de várias mesas eleitorais, já Nicolás Maduro alegava ter ganho com 51,20% dos votos contra 44,2% da oposição, liderada por Edmundo Urrutia. Logo depois, a oposição reinvindicava que, mesmo sem a contagem total, já tinham conseguido derrubar o governo de Maduro por quase 80% dos votos. Perante esta dualidade de resultados e com a falta de apresentação das atas definitivas, a verdade é que uma semana depois, a situação não está devidamente esclarecida e Maduro não foi ainda legitimado para iniciar o seu terceiro mandato consecutivo como presidente da Venezuela. Vários estados vieram já pedir a divulgação das atas eleitorais, ainda mais, depois de ter sido recusada a entrada de representantes europeus e pan-americanos.
Por sua vez, Maria Corina Machado, afirma que Edmundo Urrutia venceu com 70% dos votos, levando a que milhares de venezuelanos viessem para a rua protestar por fraude eleitoral. Corina Machado, depois de alegar que tinha tido de se esconder e que temia pela sua própria vida, acabou por aparecer na manifestação, pedindo "mobilização para exigir transparência no resultado eleitoral e defender a alegada vitória de Edmundo González."
Aquilo que está em causa não é apenas a contagem dos votos, mas sobretudo os atos de violência que estão a ser executados contra quem se opõe a Maduro ou quem se mostre apoiante da oposição. Desde domingo passado, já se registaram vários conflitos, os quias levaram à morte de, pelo menos, 20 pessoas, entre as quais estava um jovem de apenas 15 anos.
Fora da Venezuela, os Estados Unidos já vieram reconhecer a "vitória de Edmundo Gonzales", considerando "válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto."
Na sexta-feira, Nicholás Maduro já veio anunciar que 1200 pessoas tinham sido "detidas em protestos pós-eleitorais na Venezuela" e que outras 1000 estavam "a ser procuradas por destruírem 300 esquadras" no país, alegando ainda que estes "alegados criminosos" tinham sido "treinados nos Estados Unidos, na Colômbia, no Peru e no Chile."
Brasil, Colômbia e México, já vieram apelar para que "os atores políticos e sociais" exerçam as suas manifestações com a "máxima cautela e contenção" para que possa ser evitada "uma escalada de episódios violentos," bem como a que seja realizada "uma verificação imparcial dos resultados" das eleições presidenciais.O Brasil assumiu entretanto a representação da Argentina, depois dos diplomatas de sete países terem sido expulsos aquando do rompimento diplomático entre Caracas e Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai. Os governos desses países foram acusados pelo governo de Maduro de "intromissão" e de "desconhecerem os resultados eleitorais". A apoiar Maduro estão países como a China e a Rússia...
Fontes:
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