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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Depois dos resultados obtidos pela extrema direita nas últimas eleições europeias, Macron marcou eleições antecipadas e os franceses fizeram valer a sua vontade dando a vitória à esquerda. Nas eleições para o parlamento europeu, o Grupo Renew Europe, venceu em França com mais de 31% dos votos.
Neste domingo, os franceses apresentaram-se em força para a segunda volta, na qual estão em causa 501 mandatos, uma vez que da primeira volta ficaram já atribuídos 76 lugares na Assembleia Nacional.
Apurados os resultados, a "Nova Frente Popular (NFP), a coligação de partidos de esquerda, foi o bloco mais votado e terá uma bancada com mais de 180 deputados na Assembleia Nacional", enquanto que o partido que apoia Emmanuel Macron, o Juntos, coseguiu um segundo lugar "com pelo menos 166 deputados." Já a União Nacional, onde se aliam os apoiantes da extrema-direita, obteve "143 lugares e, embora seja um resultado histórico para a antiga Frente Nacional, foi recebido como uma decepção perante o bom resultado da primeira volta."
Tendo-se manifestado contra a realização de eleições antecipadas e perante os resultados deste domingo, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, anunciou a sua demissão. No entanto, a mesma foi recusada pelo presidente francês Emmanuel Macron.
Apesar do pior cenário ter sido evitado, olha-se agora atentamente para o que se vai passar em França, uma vez que a mudança de quem está no poder, pode alterar diversas decisões políticas, especialmente no que respeita à economia onde o euro se reflete. Os parceiros europeus estão, no entanto, otimistas. A "expectativa é a de que possa haver um governo estável, apoiado pela Assembleia Nacional. A outra questão que está por responder é se o novo programa político que sair da futura coligação é compatível com os compromissos europeus." Poder-se-á dizer que aquilo que vier a "acontecer em França poderá ter impacto na guerra na Ucrânia, na diplomacia global e na estabilidade económica da Europa."
Fontes:
Não sei se por ser dia 1, mas de certeza que também devido a algum receio natural do aumento dos preços dos produtos básicos devido ao que se está a passar por toda a Europa, hoje às 17 horas havia já uma maior afluência aos super e hipermercados e que foi aumentando.
Tal como esperado e como ontem referi aqui no blogue, os agricultores portugueses também se juntaram aos protestos que se têm vido a espalhar pela Europa. Por cá, o movimento é expontâneo e não está ligado a nenhuma associação do setor, exigindo que seja pago o valor prometido pelo primeiro pilar da política agrícola comum (PAC).
Neste pilar, podemos ler que a "União Europeia concede aos agricultores um apoio ao rendimento ou «pagamentos diretos» que servem de rede de segurança e que visam tornar a agricultura mais rentável, garantir a segurança alimentar na Europa, ajudar os agricultores a produzir alimentos seguros, saudáveis e a preços acessíveis e recompensar os agricultores pelo fornecimento de bens públicos que normalmente não são pagos pelos mercados." Mas esta PAC, trouxe custos absurdos para os agricultores, que agora não têm o retorno do seu esforço.
Os agricultores portugueses também pedem que haja uma adaptação da PAC a cada país, uma vez que Portugal tem vivido anos de seca que levaram a uma diminuição da produção. Acresce-se a questão de que a ministra da agricultura, Maria do Céu Antunes, falhou redondamente!
Passou exatamente um ano desde que o PSD acusou a ministra Maria do Céu Antunes de "falta de competência, falta de rumo, falta de ambição e teimosia." Na altura, também o Chega, através das palavras do "deputado Pedro Frazão, e a Iniciativa Liberal, através de João Cotrim Figueiredo, subscreveram as críticas e o pedido de demissão da ministra da Agricultura." Em contraponto, o deputado do PS Francisco Rocha, mostrou-se do lado do governo na altura ainda em plenas funções e argumentou que de acordo com “todos os indicadores das exportações no complexo agroalimentar” a agricultura portuguesa “está a viver um bom momento," desvalorizando toda a situação. Seguiu-se um ano de seca, de crise económica e, claro, a queda do governo.
Com eleições à porta, é natural que agora, estando o país em plena campanha, se comecem a verificar cada vez mais, ações de protesto como a dos agricultores. Além do mais, o "timing" é o ideal, uma vez que se espera que, os partidos que se mostraram anteriormente do lados dos agricultores e que tanto criticaram a ministra da agricultura, façam agora das palavras, atos. O grande problema é que, levados ao limite pelas dificuldades que têm sentido, pela falta dos prometidos pagamentos e pela desvalorização do setor, estão por certo mais suscetíveis de serem atiçados (ainda que de forma dissimulada) por alguns partidos das alas mais extremas e pelas manifestações que se têm vindo a fazer sentir por toda a Europa, se possam agora verificar situações que vão além do direito à manifestação e que são anti-constitucionias, como o encerramento de auto-estradas e o fecho de fronteiras. O problema não será de certo resolvido nas próximas horas, nem penso que o seja nos próximos dias, mesmo que a resposta vinda de Bruxelas vá de alguma forma ao encontro daquilo que os agricultores esperam, uma vez que, o problema cá em Portugal, é muito mais localizado e específico!
Fontes:
Hoje em dia vivemos todos numa pequena bolha e o que se passa em França, afeta a nossa economia e a nossa sociedade, tal como nos afeta o que se passa na Ucrânia ou até na Faixa de Gaza. A situação que se vive atualmente em França advém também da crise que afeta toda a Europa.
Em França, várias estradas que dão acesso a Paris continuam bloqueadas devido ao protesto dos agricultores franceses que estão denunciar, acima de tudo, "a queda de rendimentos, as pensões baixas, a complexidade administrativa, a inflação dos padrões e a concorrência estrangeira."
Segundo o porta-voz da ANTRAM, "André Matias de Almeida, estarão em França entre 10 a 15 mil camiões portugueses, ou mais" numa situação que está a dificultar a circulação de camiões afetos a empresas portuguesas, apesar daqueles que transportam bens essenciais estarem a ser deixados passar. Segundo as palavras de André Matias de Almeida, "o protesto vai continuar. Arrancou a marcha para bloquear as vias até Paris e, neste momento, são 22 as autoestradas bloqueadas em toda a França e a situação vai agudizar-se."
Entretanto, já se iniciaram também protestos na "Bélgica e as três principais organizações agrícolas espanholas anunciaram" ontem a sua "adesão ao movimento de protesto dos agricultores europeus com uma série de mobilizações em todo o país durante as próximas semanas."
No nosso país, há o conhecimento de que "a Confederação Nacional de Agricultores (CNA) vai promover iniciativas regionais de protesto, incluindo marchas lentas e manifestações, pela melhoria dos rendimentos no setor."
Os "agricultores portugueses" também "estão solidários com os seus congéneres franceses" e a verificar-se esta adesão de Espanha e de Portugal a esta manifestação, poderemos estar perante uma situação catastrófica.
O ministro da Agricultura francês reuniu hoje "com o comissário europeu da agricultura de forma a dar avanço a temas importantes, como a reforma da Política Agrícola Comum para alterar uma das medidas mais polémicas que foi recentemente introduzida: a de deixar 4% dos terrenos em pousio para preservar a biodiversidade."
De facto, as autoridades têm-se mantido até certo ponto do lado dos manifestantes, permitindo "o bloqueio de autoestradas, mas garantem que não irão permitir que os manifestantes bloqueiam os mercados e os aeroportos de Paris."
Fontes:
Esta semana tem-se ouvido falar em Crise Financeira, algo que muitos analistas já andavam a falar, mas que tem sido um pouco desvalorizado. Se bem que já vivemos em crise há vários anos e que estes últimos meses têm sido bem difíceis, a verdade é que parece que a coisa está mesmo a instalar-se e com tendência a piorar.
Há uns dias o fundo imobiliário americano (BlackStone), que falhou o pagamento de um reembolso de obrigações no valor de cerca de 500 milhões de euros, vê-se agora na obrigação de vender ativos de forma acelerada para evitar falhar outros pagamentos.
Estas crises são cíclicas porque o problema está no financiamento a médio e longo prazo. Como houve uma grande emissão de dinheiro pelos bancos centrais em 2007 e 2008 para amenizar os efeitos da crise das novas tecnologias que já vinha a afetar os mercados, nos anos seguintes os estados não tiveram forma de recuperar e de pagar a dívida. Esta crise económica foi depois também acentuada por outros problemas, como a própria pandemia e a guerra na Ucrânia. Estados mais frágeis e endividados estão agora numa grave crise de dívida soberana, Portugal incluído.
Merkel foi uma das pessoas que tentou obrigar a União Europeia a fazer reformas estruturais ao nível das economias ocidentais, mas estas foram poucas ou mesmo nenhumas. Talvez desta vez, os banqueiros centrais se pareçam estar a lembrar dos princípios mais básicos daquilo que é a base da política monetária. Esta crise não poderá ser resolvida com uma nova emissão de dívida, pois isso só iria avolumar o problema.
Nos próximos tempos poderemos não ficar satisfeitos ao ouvir falar de congelamento de contas, uma vez que essa legislação já existe e permite a imposição de moratórias aos levantamentos bancários e resgate de ativos em massa. Foi aprovada discretamente pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu por proposta do BCE.
Muito têm os nossos governantes que fazer, mas parece que andam a discutir outras coisas e não se impõem medidas que evitem as falências de restaurantes, de pequenos negócios, bem como de setores inteiros da economia, assim como evitem o aumento desmesurado do crédito mal parado dos bancos. Tiremos a venda dos olhos!
Mas deixemos de olhar por momentos lá para fora e foquemos a nossa atenção cá dentro. Uma apresentação do Banco Central Europeu (BCE) num encontro de governadores dos bancos centrais do sistema demonstrou que as margens de lucros das empresas tinham aumentado, quando, por via do aumento dos custos, deveriam estar a diminuir. Perante isto, podemos concluir que as subidas de preço, que contribuem para o agravamento da taxa de inflação, estão a servir para aumentar os rendimentos das empresas à custa da perda de compra dos consumidores. É verdade isto? Irão manter-se as subidas desenfreadas de preços?
Os cabazes alimentares básicos estão a aumentar muito! A ASAE inspecionou vários super e hipermercados e verificou a inflação dos preços em diversos produtos alimentares. Ao mesmo tempo, o Governo reconhece que há “aumentos exagerados” nos preços dos bens essenciais e garante que está “atento” para identificar situações de especulação.
Fontes:
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