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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Terminaram esta noite os Jogos Olímpicos Paris 2024. Jogos que, desde logo estiveram bastante envolvidos em polémica, fosse pelas condições do Sena, pelo espetáculo de abertura ou pelos casos de discussão acerca das questões de género.
Fui acompanhando os Jogos, principalmente as provas em que concorriam atletas portugueses e lusodescendentes, tentando não me focar nas polémicas que acho que servem mais para criar pressões desnecessárias nas diferentes seleções do que propriamente para resolver problemas fundamentais.
Em jeito de balanço, Portugal conseguiu quatro medalhas e 14 diplomas olímpicos. Na sessão de encerramento, Iúri Leitão e Patrícia Sampaio foram escolhidos para porta-estandarte, dois dos atletas que se destacaram pela positiva com a sua participação.
Iúri conseguiu a medalha de prata no Omnium, mas foi a prova de duplas, que trouxe o ouro para Portugal, com os ciclistas Iúri Leitão e Rui Oliveira a "passaram em primeiro no último sprint, que valia a dobrar," e a cimentaram assim a "primeira posição, com 45 pontos," percorrias as "200 voltas à pista do Velódromo Saint-Quentin-en-Yvelines."
Iúri Leitão junta-se a "Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Pedro Pablo Pichardo, bem como ao cavaleiro Luís Mena da Silva e ao canoísta Fernando Pimenta a repetir pódios em Jogos, ao conquistar o seu segundo 'metal', o quarto luso em Paris 2024" e tornou-se, "em Paris, o primeiro português a conseguir duas medalhas" na mesma edição dos Jogos Olímpicos."
Já na modalidade de Judo, Patrícia Sampaio, alcançou a medalha de bronze (-78 kg), "depois de derrotar a japonesa Rika Takayama." Esta foi a quarta medalha conquistada pelo "Judo português em Jogos Olímpicos, depois dos bronzes conquistados por Nuno Delgado (Sydney 2000), Telma Monteiro (Rio 2016) e Jorge Fonseca (Tóquio 2020)."
No triplo salto, Pedro Pablo Pichardo, conseguiu a medalha de prata, deixando no ar "a hipótese de encerrar a carreira" por desmotivação e pelo sentimento de falta de apoio e de reconhecimento da parte do governo e do Benfica. O atleta "assume que não quer sair do Benfica", pedindo apenas "mais apoio e ser deixado em paz" pela diretora, solicitando "uma estrutura de treino bem formada." Mas não podemos deixar de pensar que Pichardo, nascido em Santiago de Cuba em 1993, país que representou pela última vez em 2018, conseguiu vir para o Benfica e obter a nacionalidade portuguesa ainda em 2017. "Com a nacionalidade portuguesa, venceu o Campeonato Europeu em pista coberta e sagrou-se Campeão Olímpico nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020." A prata em Paris, devia ser um motivo de orgulho e de reconhecimento, tanto para o país como para o próprio atleta.
No que respeita à canoagem, modalidade que muitos esperávamos que trouxesse pelo menos um pódio para Portugal, nem tudo correu como previsto. Nesta "última manhã da canoagem no estádio náutico de Varnes-sur-Maire," Pimenta "atravessou a formalidade das meias-finais" e ainda conseguiu uma boa partida na final de K1 1000 metros, seguindo em primeiro lugar "até cerca de 300 metros do fim" da prova, onde começou a perder lugares, terminando em 6º lugar.
Ainda na Canoagem, Teresa Portela, conclui em 3º lugar a série das "meias-finais de K1 500 metros" a menos de meio segundo para o "apuramento para a final A". Já na final B, conseguiu um 2º lugar, "posição que lhe valeu o 10.º lugar entre as 42 atletas inscritas para o K1 500 metros." Um feito que não está ao alcance de todos.
De lamentar o falecimento de José Manuel Constantino, de 74 anos, presidente do Comité Olimpico de Portugal desde 26 de março de 2013, e ex-presidente Instituto de Desporto de Portugal (IDP) - atualmente IPDJ. "Internado há três dias em Lisboa, depois de ter estado a primeira semana a acompanhar os Jogos de Paris 2024," José Constantino liderou também a Confederação de Desporto de Portugal.
Nasceu em Santarém, a 21 de maio de 1950 e foi "o primeiro licenciado em Educação Física (1975) a presidir ao COP, depois de uma vasta experiência na docência, tanto no ensino universitário (1994-2002), como no ensino básico, no início da carreira (1973-1986)." Foi "atleta federado de futebol nos Leões de Santarém (1962-1967), chegou ao dirigismo apenas em 1985 como secretário técnico da direção do Sport Algés e Dafundo, passando posteriormente a assessor da direção da Federação Portuguesa de Halterofilismo (1986-1990)."
Entre 1996 a 2002, foi diretor "do departamento dos Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras," assumindo entretanto em 2000 "o seu primeiro projeto de âmbito nacional" quando se aceitou a "presidência da Confederação do Desporto de Portugal, cargo que abandonou em 2002 para comandar o Instituto do Desporto de Portugal (IDP)."
Em 2001, tornou-se membro do "Conselho de Fundadores da Fundação do Desporto e de 2001 a 2005 integrou o Conselho Superior do Desporto" e foi "também presidente da Comissão de Coordenação Nacional do Ano Europeu de Educação pelo Desporto (2003–2004)." Entre 2006 e 2013 "presidiu ao Conselho de Administração da Oeiras Viva, EEM."
Fontes:
https://www.publico.pt/2024/08/09/desporto/noticia/pichardo-admite-retirarse-ficar-aqui-2100411
Esta semana, tem sido marcada por debates em volta do caso do beijo que o selecionador espanhol deu a uma das jogadoras da seleção, depois da vitória destas no Mundial que se realizou na Austrália e na Nova Zelândia.
Hoje, sábado, no mesmo dia em que se assinala o Dia Internacional da Igualdade Feminina, é também suspenso o selecionador Rubiales, depois de toda a questão que ensombrou a vitória das jogadoras da seleção espanhola de futebol feminino.
Esta efeméride é comemorada neste dia em alusão à ratificação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão a 26 de agosto de 1789, em França. Na mesma data, mas em 1971, celebrou-se pela primeira vez a Igualdade Feminina, nos EUA, mas apenas dois anos depois, a dia 26 de agosto de 1973, o Congresso dos Estados Unidos da América definiu a data como sendo a da Igualdade Feminina, em homenagem à aprovação da XIX emenda à Constituição dos EUA que concedeu o poder de voto às mulheres, em 1920.
Voltando ao debate em volta da seleção espanhola, logo no dia 22, Miguel Ángel Galán, diretor da escola de treinadores de futebol de Espanha (CENAFE), oficializou uma queixa junto do Conselho Superior do Desporto contra Luis Rubiales, presidente da federação espanhola, na sequência do beijo na boca dado à jogadora Jenni Hermoso após a final do Mundial feminino. A princípio, as declarações de Jenni Hermoso, deixavam dúvidas acerca do seu consentimento, mas, posteriormente e apoiada pelas colegas, Jenni perdeu o receio e falou toda a verdade, salientando que o comportamento não foi consentido e que ela própria foi ameaçada e incitada a apoiar o discurso de Rubiales.
A FIFA abriu esta quinta-feira um inquérito disciplinar ao presidente da RFEF, considerando que os factos "podem constituir uma violação das alíneas 1 e 2 do artigo 13 do código disciplinar" do organismo, aludindo ao facto de a conduta poder "prejudicar a dignidade ou integridade" de uma pessoa, em razão do seu sexo.
Luis Rubiales, reiterou esta sexta-feira a que não se vai demitir do cargo, depois de ter sido noticiado por vários meios de comunicação social espanhóis que iria apresentar a demissão, reiterando perante a Assembleia Geral da RFEF, que o beijo "foi espontâneo, mútuo e consentido". Apesar de o dirigente se recusar demitir, o Conselho Superior do Desporto vai levar de imediato as queixas ao Tribunal Administrativo do Desporto, para que este suspensa Rubiales das suas funções enquanto que a Procuradoria de Madrid vai abrir um processo e enviá-lo para o Tribunal Nacional.
Luis Rubiales, não se demitiu e, perante isso, começaram-se a fazer ouvir outras jogadoras e apoiantes. O gesto de Rubiales teve enorme repercussão e nas redes sociais surgiram outras imagens de críticas ao dirigente, que, um pouco antes, ainda na tribuna do estádio de Sydney, se agarrou aos genitais a celebrar o triunfo, a poucos metros da rainha Letizia e da filha.
Cerca de 80 futebolistas (e algumas ex-futebolistas), entre as quais estão também todas as jogadoras que estiveram neste Mundial feminino, assinaram um comunicado, através do sindicato das futebolistas espanholas (FutPro), em que anunciam que “não voltarão a uma convocatória da seleção se continuarem os atuais dirigentes”.
A declaração é assinada à cabeça por Jennifer Hermoso, a jogadora que Luis Rubiales beijou na entrega das medalhas após a final do Mundial. A futebolista, afirma: “Senti-me vulnerável e vítima de agressão”, que descreve o ato do dirigente como “impulsivo, machista, fora do lugar e sem qualquer consentimento” da sua parte. Graves são também as acusações por parte de Hermoso de que a RFEF a terá pressionado para fazer um falso testemunho.
Perante todas as acusações, a FIFA suspendeu hoje Rubiales "por um período inicial de 90 dias, enquanto se aguarda o processo disciplinar aberto contra o senhor Luis Rubiales na quinta-feira, 24 de agosto", como se pode ler no comunicado da FIFA.
Por outro lado, a Real Federação Espanhola de Futebol emitiu na madrugada deste sábado um comunicado no qual tenta desmentir Jenni Hermoso, mostrando, em algumas imagens, aquilo que aconteceu nos instantes antes do beijo, onde supostamente é possível ver-se a jogadora a levantar Rubiales no ar enquanto o abraçava. A mim, ao ver as mesmas imagens parece-me mais que Rubiales "salta" para o colo da jogadora apoiando-se nela quando esta o abraça, mas o problema é que são imagens soltas que podem ser interpretadas da forma contrária. De qualquer das formas, acho que uma coisa é um abraço mais efusivo, outra coisa é um beijo na boca e que, um, não dá permissão por si mesmo ao outro.
Mas ao que parece o problema dentro da seleção espanhola, já vem de trás. Em outubro do ano passado, 15 jogadoras da seleção espanhola renunciaram em uníssono, embora separadamente e com uma carta que repetia o mesmo texto em cada caso. Naquela época, essas jogadoras queriam que o técnico, Jorge Vilda, fosse demitido porque o seu “estado emocional” as afetava “de forma significativa”.
Fontes:
https://tribuna.expresso.pt/futebol-feminino/2023-08-25-Mais-de-80-jogadoras-espanholas-anunciam-que-nao-voltam-a-selecao-enquanto-Rubiales-se-mantiver-e-Hermoso-nega-consentimento-d5d0074b
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx9rgvjq7j9o
Feriado, cá para mim é raro ter descanso. Desde muito cedo me vi envolvida em atividades que serviam para marcar este dia. Fosse em galas e apresentações de ginástica, ainda em Sesimbra, fosse nas representações pela dança, pela fanfarra ou, como agora, através do Futsal, participando em torneios comemorativos ou organizando atividades para crianças.
Hoje fui buscar alguns jogos à arrecadação, levei balões e fui preparar uma manhã de jogos e brincadeiras destinada a crianças, no campo do CDRF. Apareceram um total de 27 crianças, que puderam desfrutar de várias atividades diferentes e os pais que também se envolveram e brincaram com eles, recordando algumas brincadeiras da sua infância, como a macaca, saltar à corda, ou o jogo do arco. Claro que não pode faltar o jogo de futebol, mas isso não foi o principal.
E hoje é 25 de abril e isso lembra-me que se, acaso ainda vivesses num regime ditatorial, hoje não poderia ter estado a almoçar com os outros colaboradores e organizadores deste pequeno evento, sendo eu a única mulher. Bem pensado, nunca poderia estar a treinar uma equipa de futsal e se quisesse ser professora teria de estar casada!
Oh que bom que eu posso passear sozinha, ir a um café ou a um bar se bem me apetecer! Que bom que pude tirar a carta e escolher conduzir!
E que bom que é ter comigo tantas mães e pais que vieram dos PALOP para Portugal e que tanto me ensinam com a sua cultura e sabedoria, os seus costumes, a sua alegria!
A seleção portuguesa de Futsal venceu o campeonato europeu, por 3-2 numa final muito bem disputada contra a Espanha. Duas equipas excelentes em campo. Ricardinho com 7 golos e Bruno Coelho com 6, são os melhores marcadores do campeonato!
Ao trabalhar com crianças nesta modalidade, costumo estar atenta a estes jogos, para depois trocar impressões com eles no treino seguinte. Eles ainda são pequeninos, mas há coisas que já sabem e gostam de falar dos seus jogadores preferidos, tanto do futebol como do futsal. E o importante, não são os clubes, mas a forma como se pode aproveitar os bons exemplos para ensinar e, neste caso, para os motivar a continuar na modalidade.
O Afeganistão está, mais uma vez, sob domínio de fundamentalistas islâmicos, tornando-se a cada dia a situação insustentável para todos, muito em especial para os jovens. Vivendo num país livre, não me consigo imaginar sujeita a todas as limitações que as mulheres sofrem no Afeganistão e noutros países onde os direitos humanos não são respeitados, nem tão pouco os direitos das mulheres, dos jovens e das crianças do país. "O cerco do Talibã em Cabul ocorre 20 anos depois do grupo extremista" ter sido expulso da capital afegã pelos Estados Unidos, que invadiram o país apenas alguns dias depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, às Torres Gémeas.
As jogadoras da Seleção Feminina de futebol do Afeganistão, viram o seu sonho de poderem continuar a joga à bola desmoronar-se desde o avanço dos talibãs, em agosto deste ano. O medo, levou-as a "abandonarem as suas casas, escaparem de perto dos vizinhos que sabiam do seu papel como futebolistas, e apagarem qualquer vestígio desse histórico."
As jovens atletas, perceberam que se queriam continuar a defender o desporto e a liberdade a ele inerente, não poderiam permanecer no seu país. A questão era acima de tudo a sua sobrevivência, uma vez que "muitas delas eram facilmente identificáveis como ativistas e defensoras dos direitos das mulheres e a confiança nas promessas dos novos governantes de que respeitarão as minorias e os opositores é escassa, se não inexistente."
A fuga do país aconteceu finalmente, depois de várias tentativas frustradas. Entre cerca de 80 pessoas no total iam as 26 jovens (entre 14 e 16 anos), "foram sendo passadas de casa em casa, escondidas enquanto figuras como Robert McReary, que trabalhou no gabinete do Presidente George W. Bush e com forças especiais americanas no Afeganistão, e Nic McKinley, um ex-membro da CIA que agora gere um grupo humanitário para realojar afegãos, coordenavam um plano de fuga – Operação Bolas de Futebol – com aliados no terreno e com os próprios talibãs."
Deixaram para trás tudo o que tinham, incluindo as famílias. "Na retaguarda estava Farkhunda Muhtaj, capitã da seleção afegã feminina, que vive agora no Canadá e ajudou a coordenar a operação. Era ela quem falava com o grupo regularmente para manter a calma e dar-lhes esperança."
Quando lhes informaram que tinham uma janela de oportunidade de apenas 3 horas para poderem deixar o país, não olharam para trás. "Conseguiram finalmente sair do Afeganistão a bordo de um voo charter" a caminho de Portugal, país de onde é originário um dos seus ídolos. Portugal deu-lhes asilo e a possibilidade de continuarem a treinar.
No dia 19 de setembro aterraram em Lisboa e tinham à sua espera a "capitã da seleção nacional de futebol do Afeganistão, que participou na operação de resgate das meninas a partir da sua casa no Canadá."
Fontes:
https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2021/09/23/selecao-feminina-do-afeganistao-feliz-e-pronta-para-sonhar-em-portugal/254214/
https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/selecao-feminina-do-afeganistao-teme-pela-vida-apos-retorno-do-taliba-ao-poder-afirma-ex-capita.ghtml
Pela segunda vez (a primeira em 2018) Portugal sagra-se campeão europeu em Futsal. Desta vez a final foi contra a seleção russa que não deixou o trabalho simplificado para os portugueses.
A seleção tem feito um caminho muito bonito, sendo agora bi-campeã europeia. Pelo meio, venceu o mundial também! Esteve a perder por 2 golos, mas conseguiu mostrar a sua competência e ganhar por 4-2!
Bonito de se ver, com várias jogadas para rebobinar e estudar!
Um motivo de orgulho, seja qual for a modalidade, mas quando se fala em futsal, fico sempre mais atenta, porque é a modalidade com que trabalho todas as semanas. As minhas crianças já gostam de ver os jogos e falamos várias vezes sobre isso. Têm os seus ídolos. Todos querem ser marcadores e é um trabalho continuo mostrar-lhes que o que importa é o trabalho de equipa. Um dia, quem sabe algum deles estará a vencer um campeonato, agora vamos ficando
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