Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Em tempo de verão, é muito frequente ouvirmos falar nos noticiários sobre a presença de meios aéreos no combate às chamas. Noutras ocasiões, ouvimos também falar nos meios do INEM, no socorro e transporte de vítimas graves. No incêndio que ocorreu à dias na Madeira, os meios aéreos foram fundamentais e, infelizmente, na última sexta-feira, a queda de um helicóptero da UEPS, levou à morte de cinco dos seis ocupantes e deixou o país de luto. Sobre este acidente, já foram entretanto "divulgadas as primeiras imagens do momento do acidente aéreo", gravadas a partir das câmaras de segurança de uma unidade hoteleira localizada perto do local, e onde se pode "ver o helicóptero de combate a fogos a cair a pique nas águas do Douro, na zona de Cambres, em Lamego" bem como o aparecimento à tona do piloto e de alguns destroços.

Não se esperava, coincidência ou não, que hoje ocorresse um novo acidente aéreo, desta vez com um dos helicópteros do INEM, que se deslocava para "Mondim de Basto para socorrer uma vítima." Felizmente, os danos são apenas materiais e os seus quatro ocupantes ("um piloto, co-piloto, médico e enfermeira"), estão livres de perigo.

Aquilo que se sabe, neste caso, esta "equipa de emergência ia buscar um ferido de um acidente de trabalho," mas durante a aterragem na localidade de Pedreira, em Mondim de Basto, "o piloto perdeu a visibilidade por causa do pó e acabou por tombar lateralmente".

Trata-se de uma aeronave - AW139 - que "está sediada em Macedo de Cavaleiros". Sobre os meios do INEM disponíveis, em junho, saía a notícia de cerca de "12 milhões para manter aeronaves de emergência médica ao serviço" gastos pelo INEM. Depois do contrato chegar ao fim, a empresa "Avincis" volta a vencer "um concurso por cinco anos" e assina um contrato por "ajuste directo," para "continuar a transportar doentes urgentes, embora de forma deficitária durante a noite." Assim, ficaram disponíveis
"duas aeronaves de médio porte, sediadas em Macedo de Cavaleiros e Loulé, disponíveis 24 horas por dia, e outras duas ligeiras, estacionadas em Viseu e Évora, que voarão 12 horas diárias, durante o período diurno." A realidade é que só houve mais duas candidaturas... "mas ambas com valores significativamente superiores ao preço-base do concurso, que se situava nos 54 milhões de euros."

Apesar da empresa de aviação ter informado que não conseguia "manter as quatro aeronaves a operar em contínuo," o INEM acabou por aceitar "prescindir de duas das aeronaves durante o período nocturno sem reduzir o valor pago, o que significa que a Avincis (que já se chamou Babcock) ficou a ganhar, sem qualquer justificação, mais 1,5 milhões de euros." E sabe-se que estas cedências, podem não ter ficado por aqui...

Num e noutro caso, quem faz a manutenção destas aeronaves? E quem as inspeciona?

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/pais/acidente-com-helicoptero-do-inem-em-mondim-de-basto-ocupantes-livres-de-perigo_n1597169

https://www.rtp.pt/noticias/pais/acidente-envolveu-helicoptero-do-inem_v1597157

https://www.publico.pt/2024/06/29/sociedade/noticia/inem-gasta-ate-12-milhoes-manter-aeronaves-emergencia-medica-servico-2095804

https://observador.pt/2024/09/01/video-mostra-queda-a-pique-do-helicoptero-no-rio-douro-acidente-matou-cinco-militares-da-gnr/

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:12

Queda de helicóptero da UEPS no rio Douro

por Elsa Filipe, em 30.08.24

Hoje pelas 12h50m, chegou a notícia da queda de um helicóptero, com seis ocupantes a bordo. Os homens pertenciam ao grupo de combate a incêndios da UEPS, da GNR, e iam a caminho de uma ocorrência no concelho de Baião. Por alguma razão, ainda não explicada, voltaram para trás sem chegar ao seu destino. E é quando regressam que o helicóptero se acaba por despenhar, perto da localidade de Samodães, Lamego. No local, uma embarcação de recreio que fazia uma excursão no rio Douro, socorreu de imediato o piloto. O único que conseguiu sair da aeronave com vida, com vários ferimentos e preocupado com os colegas que ele sabia estarem dentro do aparelho.

"Dos cinco militares da Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS) da GNR que estavam dentro do helicóptero acidentado falta localizar um. Dois deles foram encontrados dentro do aeronave e, os outros dois junto à cauda do aparelho."

O trabalho destes homens é muitas vezes desvalorizado, mas é muitas vezes essencial ao combate a grandes incêndios florestais. Normalmente, são transportados pelo aparelho, neste caso, uma aeronave ligeira, até ao local do incêndio e quando saem, acoplam o balde ao aparelho. Enquanto os cinco homens da equipa apeada seguem com ferramentas manuais e fazem o seu trabalho em terra, sempre em contato com o piloto do heli, o piloto segue para o ponto de abastecimento de água (um rio ou um lago, por exemplo) e começa o seu trabalho de combate ao incêndio, com descargas de água sobre pontos quentes. É um trabalho difícil e perigoso.

 O que se sabe até agora, pelas notícias que vão saíndo, é que a aeronave se encontra partida em duas partes no fundo do rio. As buscas serão interrompidas agora pelas 21horas. Luís Montenegro, em declarações sobre a sua ida ao local do acidente, numa embarcação, referiu que se sentiu na "obrigação e responsabilidade" de estar "ao lado de quem arrisca a vida" numa missão "completa e muito perigosa". Hoje em dia, é comum, as principais figuras do nosso país, ou alguém em sua representação, se dirigirem aos locais de ocorrência, quando situações deste género ocorrem.

Amanhã será dia de luto nacional, decretado pela morte confirmada dos quatro militares.

Falta encontrar um.

Fontes:

https://www.noticiasaominuto.com/pais/2624200/helicoptero-que-caiu-no-rio-douro-partiu-se-em-duas-partes

https://sicnoticias.pt/pais/2024-08-30-queda-de-helicoptero-no-rio-douro-2e71d525

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:40

Queda de avião no Brasil

por Elsa Filipe, em 10.08.24

Ontem, por volta das 17h30m começaram a chegar através das redes sociais, imagens de um avião numa espiral que rapidamente se despenha no solo. Os olhares e exclamações são de incredulidade.

O voo da Voepass, que tinha saído de Cascavel, no Paraná, e que se dirigia a Guarulhos, acabou por se despenhar sobre Vinhedo, na região de São Paulo. O avião, um ATR-72-500, não fez vítimas no solo, apesar de ter caído numa zona residencial.

Infelizmente, entre os 62 mortos, está também uma cidadã portuguesa. Gracinda Marina Castelo da Silva tinha dupla nacionalidade (portuguesa e brasileira), era "professora na Universidade Tecnológica Federal do Paraná" e viajava com o marido, Nélvio José Hubner. Deixam órfãos três filhos.

Ainda não se sabem as causas deste desastre aéreo, mas especula-se que condições atmosféricas adversas possam ter estado na origem do acidente. No entanto, isso tem de ser ainda averiguado e explicado, uma vez que mesmo havendo formação de gelo sobre as asas, existem sistemas de remoção que impedem a perda de sustentação da aeronave, entre outras coisas a que só uma apurada investigação pode dar respostas.


Fontes:

https://www.publico.pt/2024/08/10/mundo/noticia/vitima-portuguesa-queda-aviao-sao-paulo-2100432
https://expresso.pt/internacional/2024-08-10-gelo-e-a-hipotese-mais-referida-para-explicar-a-queda-de-aviao-no-brasil-e861b10f

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:10

MH17 10 anos depois da tragédia

por Elsa Filipe, em 17.07.24

Passaram-se já 10 anos desde a queda do voo MH17, que levava 298 pessoas a bordo. O voo "tinha descolado dos Países Baixos, com destino a Kuala Lumpur," capital da Malásia. Poucas horas depois, "o Boeing 777 da Malaysia Airlines foi abatido por um míssil de fabrico russo sobre um território ocupado por separatistas pró-russos."

Ninguém sobreviveu e, já em 2022, a "justiça dos Países Baixos condenou três homens a prisão perpétua pelo papel que desempenharam na tragédia, incluindo dois cidadãos russos, mas Moscovo sempre se recusou a extraditar os suspeitos." Embora Moscovo tenha sempre negado "qualquer envolvimento" e rejeite o veredicto do tribunal, investigadores internacionais chegaram mesmo a afirmar que "havia fortes indícios" de que o "Presidente russo Vladimir Putin tinha aprovado o fornecimento do míssil que abateu o avião."

Moscovo nega qualquer envolvimento e rejeita veementemente o veredicto do tribunal, descrevendo-o como "político e ultrajante".

No mesmo ano, já se tinha perdido outro voo da mesma companhia (e desse ainda pouco se sabe até aos dias de hoje).

Fontes:

https://www.jn.pt/7374207079/298-mortos-familiares-das-vitimas-do-voo-mh17-assinalam-dez-anos-com-pouca-esperanca/

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:48

Presidente do Irão morre em acidente

por Elsa Filipe, em 20.05.24

Um acidente de helicóptero terá ontem vitimado o presidente do Irão, Ebrahim Raisi. O acidente aconteceu ontem, quando o aparelho se despenhou "na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país."

Segundo as autoridades iranianas, o "helicóptero que transportava Raisi e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, foi localizado esta segunda-feira numa montanha no noroeste do Irão, sem quaisquer sobreviventes." O presidente e a restante "comitiva regressava da fronteira com o Azerbaijão, onde Raisi inaugurou uma barragem com o seu homólogo azeri, Ilham Aliyev."

Foram já diversas as "reações internacionais", entre os quais Israel que descartou logo qualquer tipo "de responsabilidade." Segundo o Crescente Vermelho, "os restos mortais de Raisi e dos outros oito passageiros que seguiam no helicóptero" já terão sido recuperados. Não sei se este é o número correto, mas falaram-se em "65 equipas de salvamento" presentes no terreno durante as buscas, acrescentando-se aqui também a notícia de que a Rússia terá ainda enviado "uma equipa de socorro com 47 especialistas, veículos todo-o-terreno e um helicóptero."

"Teerão confirmou entretanto que o vice-presidente Mohammad Mokhber passa a chefe de Estado interino," e que não haverá perturbação no que respeita à estabilidade do país. O Hamas já "enviou uma mensagem de condolências pela morte do presidente do Irão," que considerou como "um dos melhores líderes iranianos", e que prestou "um apoio valioso à causa palestiniana". No Líbano, o Hezbollah também "apresentou as suas condolências aos dirigentes iranianos," descrevendo o presidente Ebrahim Raissi como um "protetor dos movimentos de resistência" contra Israel na região. Também o "emir do Qatar, Tamim bin Hamad al Thani, e os rebeldes xiitas Houthi do Iémen expressaram" hoje as suas condolências "ao Irão pela morte do presidente."

"O Paquistão declarou um dia de lutodevido à morte do presidente do Irão e do ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros. Também os chefes de Estado da Venezuela, da Índia e do Iraque transmitiram a Teerão condolências pelo acidente de domingo." Outro líder que enviou as suas condolências, foi Kim Jong Un, da Coreia do Norte, que "enviou uma mensagem de condolências ao presidente interino do Irão, Mohammad Mokhber." Muitos outros líderes se mostraram tristes e consternados com o acidente ocorrido.

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/governo-do-irao-confirma-morte-do-presidente-ebrahim-raisi-e-afasta-perturbacao_n1572759

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2564221/ao-minuto-morte-de-raisi-nao-causara-perturbacao-quem-tomara-o-cargo

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2564391/equipas-de-socorro-recuperam-corpos-de-vitimas-no-irao-eis-o-resgate

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 20:57

Fico sempre surpreendida com a capacidade de resiliência das crianças, com a sua superação e com a vontade inata que têm de sobreviver.

40 dias depois da queda do avião onde seguiam, quatro crianças foram resgatadas com vida na província de Caquetá, na floresta amazónica na Colômbia, na passada sexta-feira. As quatro crianças viajavam com a mãe e acompanhante num avião Cessna 206, que caiu na selva na Colômbia. O piloto comunicou problemas com o motor do avião antes de este desaparecer dos radares.

O avião só foi encontrado a 8 de maio entre a densa vegetação. A equipa de resgate recuperou três corpos: o do piloto, o da mãe das crianças e o de um dirigente da comunidade indígena Uitoto. Dos trÊs irmãos não havia sinal. Mas não estando ali, teriam tentado seguir pela floresta? As buscas tiveram início e algumas pistas foram encontradas no decorrer dos dias seguintes. Os irmãos, com idades entre os 11 meses e 13 anos, tinham sido os únicos sobreviventes, mas tinham de vencer agora sozinhos os perigos da selva com uma vegetação densa, árvores que atingem 40 metros de altura, chuva e a presença de cobras e outros animais perigosos.

Encontrados 40 dias depois, as crianças já estão fora de perigo, depois de terem passado estas quase seis semanas maioritariamente sozinhas, já que a mãe terá morrido ao quarto dia depois do acidente. Antes de falecer, segundo alguns sites de notícias, a mãe terá pedido para que Lesly (13 anos), partisse com os irmãos, Soleiny (9), Tien Noriel (5) e Cristin (1). Depois da morte da mãe, as crianças assim fizeram.

Segundo os avós das crianças, a mais velha, Lesly manteve os irmãos mais novos em segurança e tinha conhecimentos sobre a vida selvagem. O avô Fidencio Valencia afirmou à AFP que Lesly era uma criança "muito inteligente" e capaz de guiar os irmãos pela floresta. Um fruto mordido encontrado pela equipa de resgate demonstra que este conhecimento dos irmãos sobre os frutos selvagens pode ter ajudado na sua sobrevivência. Esta menina mais velha teve de saber por onde levar os irmãos, como os alimentar, motivá-los a sair de junto dos corpos, do corpo da mãe em particular, da aparente segurança dos destroços do avião onde seguiam.

A equipa de resgate composta por 160 militares e 70 indígenas com conhecimento íntimo da selva, percorreu 2.656 quilómetros durante as buscas, tendo encontrado uma tesoura, elástico de cabelo e partes de um abrigo feito à mão pelas crianças com paus e ramos. 

Para impedir as crianças de continuarem a afastar-se, a força aérea atirou cerca de 10.000 panfletos na floresta com instruções em espanhol e na própria língua indígena das crianças a dizer para ficarem paradas e com dicas de sobrevivência. Os militares ainda atiraram para a selva parcelas de comida e garrafas de água. Um cão das equipas de busca, perdeu-se e continua desaparecido.

E nós? Em condições claramente diferentes, estamos a educar os nossos filhos para sobreviver neste mundo? 

 

Fontes:
https://www.publico.pt/2023/06/12/ciencia/noticia/quatro-criancas-sobrevivem-mes-frutas-farinhas-2053009

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/colombia-quatro-criancas-sobrevivem-40-dias-na-selva_v1492422
https://www.dn.pt/internacional/como-e-que-tres-criancas-e-um-bebe-sobrevivem-na-selva-durante-40-dias--16506577.html

 

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:27

Passaram 30 anos desde aquela manhã de 21 de dezembro de 1992, em que uma tempestade que se abateu sobre a cidade acabou por revelar-se fatal para 56 dos mais de 300 passageiros que seguiam no voo MP 495 da companhia holandesa Martinair. O acidente deu-se quando a aeronave (um McDonnell Douglas DC-10) estava quase a tocar a pista.

Na altura foi reconhecida em tribunal a ausência de culpa do comandante do voo da transportadora holandesa.

No entanto, investigações posteriores levadas a cabo pelo Programa da BBC, "Mayday, desastres aéreos" vem colocar novas dúvidas sobre a atuação dos pilotos. Segundo o programa, as condições atmosférias desfavoráveis aliadas ao facto do co-piloto ter "travado" a fundo, diminuindo de forma brusca a velocidade da aeronave, fez com que esta perdesse sustentação. A torre de controle tinha informado a tripulação da ocorrência de tempestade próxima do aeroporto e da existência de água na pista. O avião aterrou com uma velocidade vertical excessiva, que terá excedido as configurações do fabricante.

Daí rapidamente se parte o trem de aterragem, com a perfuração da asa direita e dos depósitos de combustível o que leva à primeira explosão. O piloto perdeu o controlo do avião, que acabou por se partir em dois. Tecnicamente, pelas explicações apresentadas, o acidente poderia ter sido evitado.

 

FONTES:

https://www.tsf.pt/sociedade/testemunhos-de-acidente-com-aviao-da-martinair-em-faro-em-1992-reunidos-em-livro-10853782.html

https://jornaldoalgarve.pt/erros-dos-pilotos-vem-ao-de-cima-29-anos-depois/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Voo_Martinair_495

https://www.dn.pt/lusa/acidente-com-aviao-da-martinair-em-faro-ha-25-anos-foi-um-azar-sem-culpados-8998685.html

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:39

45 anos depois do 1º acidente da TAP

por Elsa Filipe, em 19.11.22

Faz hoje 40 anos que ocorreu o primeiro grande acidente da TAP.

A 19 de novembro de 1977, pouco antes das 22:00, no meio de chuva intensa um Boeing 727-200 da TAP, com o nome de "Sacadura Cabral", que vinha de Bruxelas, via Lisboa, com 164 pessoas a bordo fez a sua terceira tentativa de aterragem na pista 24 do, na época, denominado Aeroporto de Santa Catarina, na localidade de Santa Cruz. Se não conseguisse, o comandante sabia que o voo seria desviado para Las Palmas (Canárias). Essa última oportunidade revelou-se trágica para o voo TP425.

"O avião tentou aterrar três vezes. A terceira foi fatal", escreveu o JN, na edição do dia seguinte ao acidente.

De acordo com os relatos, o Boeing aterrou muito para além do normal na curta pista do aeroporto. O avião, entrou em aquaplanagem, devido à muita água da chuva que cobria a pista e, de forma desgovernada, acabou por sair pela parte superior da pista, partindo-se depois em duas partes. Uma dessas partes da aeronave ficou em cima de uma ponte e a outra resvalou e caiu sobre a praia, mais de 130 metros abaixo, sendo consumida pelas chamas.

Os meios de socorro existentes na ilha, foram poucos para fazer face à tragédia, mas do meio das chamas que consumiam a aeronave, os socorristas conseguiram retirar com vida 33 pessoas, tendo o saldo final sido de 131 mortos. Também o nevoeiro, além da chuva, e a fraca ligação telefónica de então que bloqueava as comunicações, dificultaram os trabalhos de recuperação dos corpos e dos restos destruídos da própria fuselagem do avião. 

António Ramalho Eanes, presidente da República à época, enviou um telegrama com as condolências e foi criada uma comissão de inquérito que rapidamente se deslocou à ilha para tentar perceber as causas do acidente. O então primeiro-ministro, Mário Soares, escreveu também uma nota de pesar apenas algumas horas após o trágico acidente. 

Depois deste acidente, começou-se a falar-se na necessidade que se sentia no aumento da pista. No entanto, isto só ocorreu em setembro do ano 2000, quando se deu a inauguração da nova pista. Esta, contava com 2781 metros, o que veio a permitir a aterragem de aeronaves de grande porte na ilha da Madeira. Esta obra de ampliação foi premiada tanto nacional como internacionalmente, pela sua grandiosidade e importância.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:50

Acidente aéreo na Fonte da Telha em 1961

por Elsa Filipe, em 30.05.21

No meu Caderno, refiro-me por várias ocasiões a acidentes - descarrilamentos, desastres aéreos - e a fenómenos naturais, para que estes sejam lembrados e reflitamos sobre condições de segurança e a sua evolução ao longo dos anos. Desta vez, venho escrever sobre um avião que fazia a ligação Lisboa-Açores e que caiu ao mar na Fonte da Telha, concelho de Almada, a 30 de Maio de 1961.

Deste acidente, do qual eu não tinha ainda ouvido falar, morreram 61 pessoas, ou seja, a totalidade dos ocupantes. Segundo se escreveu sobre a época, depois deste acidente, formou-se uma comissão conjunta com Portugal e Holanda, que serviu para investigar as causas do acidente.

A viagem do Voo 897 teve início em Roma, as 20h09 min. do dia 30 de maio, e pousou em Madrid por volta das 22h29 min. Após breve escala em Madrid, o DC-8 partiria novamente do aeroporto de Barajas às 23h07 min, realizando uma nova pausa em Lisboa as 00h06 min. (UTC).

Durante a escala em Lisboa, a aeronave foi preparada para o início da travessia do Atlântico, onde pousaria em Santa Maria, Açores para ser reabastecida e voar diretamente para Caracas.

Ao descolar da pista 23 do aeroporto da Portela as 01h15 min. (UTC), o Douglas DC-8 Fridtjof Nansen (PH-DCL) transportava 47 passageiros e 14 tripulantes. Três minutos depois, a tripulação do Fridtjof Nansen trocaria breve comunicação com o controle de voo de Lisboa, informando teto de nuvens de 3700 pés e tempo chuvoso. Após trocar mais uma mensagem, o DC-8 iniciou mergulho em espiral de quase 90°, entrando em condição de perda de sustentação.

Quinze segundos antes de atingir o mar, o piloto- num esforço final- tentou corrigir a trajetória da aeronave, que cairia ao mar por volta da 1h20 min. (UTC), com um ângulo de inclinação de 25° e nariz para baixo. Ao embater no mar a grande velocidade, o DC-8 espalharia destroços e restos humanos por uma área de vários quilómetros ao longo da praia da Fonte da Telha.

As operações de resgate dos destroços durariam várias semanas e contaram com mergulhadores e navios das marinhas portuguesa e americana, incluindo o navio de resgate USS Petrel (ASR-14). Terminadas as operações, tinham conseguido a recuperação de cerca de 60% dos destroços da aeronave e restos humanos de cerca de 15 corpos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:23

Durante a década de 1980, a ilha de Santa Maria, nos Açores era um ponto de paragem obrigatória para os voos que cruzavam o Atlântico, ligando os continentes europeu e americano.

No dia 08 de Fevereiro de 1989, o boeing 707, da Independent Air, com 144 pessoas a bordo, com origem em Bergamo, na Itália, tinha como destino a República Dominicana, nas Caraíbas, fazia uma escala técnica no aeroporto de Vila do Porto, em Santa Maria, ilha do grupo oriental dos Açores. Por algum motivo, a aterragem não foi conseguida e a aeronave acabou por se despenhar no Pico Alto.

O cenário encontrado pelas equipas de salçvamento, era de terror. O silêncio era absoluto. Nenhum dos ocupantes sobreviveu ao embate. Nos dias que correm, a ilha já dispõe de cobertura por radar, o que naquela altura não acontecia. A falta de comunicação entre o piloto e a torre de controlo, levou a que a aeronave tivesse descido abaixo dos 2000m de altitude, embatendo assim na montanha.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 12:11


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.



Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D