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O mar é do Pescador

por Elsa Filipe, em 31.05.25

Celebrou-se este sábado, dia 31 de maio, o Dia do Pescador, um dia muito importante para as gentes de Sesimbra. Na

Instituída em 1997 (1998?), a data pretende mostrar um pouco das artes ligadas à pesca, muitas delas, desconhecidas das gentes mais jovens e que, na minha opinião, não se podem deixar cair no esquecimento. Este ano, as celebrações contam, entre outras manifestações, com a recriação da lota na praia. "Até aos anos 70 do século XX, o peixe era organizado metodicamente no areal," tal como é visível no painel de azulejos que se encontra na Avenida dos Náufragos.

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O mar, celebrado em por tantos poetas, é muitas vezes a última morada dos valorosos homens do mar, que a ele dedicam a vida. No Museu, que fica situado na Fortaleza de Sant'Iago, podemos descobrir registos sobre as embarcações, desde as mais tradicionais até às mais modernas, onde se destacam as "de pesca do Cerco, Longínqua, do Peixe-espada Preto, Polivalente e Costeira, Polivalente Local com Convés e sem Convés" além das embarcações  de "Toneira e Palangre".

A visitar também, o monumento ao Pescador, que se localiza atualmente no Largo de Bombaldes. Este  monumento, "datado de 1984, é uma das mais emblemáticas esculturas de homenagem aos homens do mar." Mas este não é o únoico espaço a merecer uma visita e algumas fotografias!

Na Rotunda de Sampaio, encontramos uma "escultura com três espadartes em pedra, da autoria de Hans Varela e Carlos Bajouca, colocada em 2008, no âmbito do Simpósio da Pedra, que decorreu no Castelo um ano antes, também não passa despercebida a quem circula pela zona."

Espaço Público | Sesimbra é Peixe

O mesmo se passa com a peça escultória "O Homem do Leme", da "autoria de Moisés Preto Paulo, que se encontra na Avenida dos Náufragos, próximo do restaurante Frango à Guia, a caminho do Porto de Abrigo." Na Biblioteca Municipal, podemos também encontrar uma "pintura alusiva à pesca em Sesimbra, de 1960, da autoria de Maria Helena Patrício Leite."

Ainda na vila, mais precisamente no Largo da Marinha, podemos ver "dois painéis de grande formato com imagens antigas que mostram como foi aquele local, ponto de encontro de pescadores," um deles da autoria de "André Semblano, colocado em 2004", retratando a antiga lota "que se realizou até meados de 1970 neste mesmo largo e na praia em frente."

Na Praia do Moinho de Baixo, no Meco, encontramos também "uma escultura criada por Carlos Bajouca, que completou o arranjo da envolvente desta zona balnear." 

De destacar ainda, por toda a vila, as muitas pinturas realizadas em fachadas e portas de edifícios e nas caixas de iluminação exterior, que representam personalidades da nossa vila.

 

Fontes:

https://www.sesimbra.pt/agenda-online/evento/dia-do-pescador-21

https://www.facebook.com/CamaraMunicipalSesimbra/posts/sesimbra-homenageou-este-s%C3%A1bado-31-de-maio-dia-do-pescador-a-comunidade-piscat%C3%B3r/1161361079368722/

https://sesimbraepeixe.pt/?p=1415

https://sesimbraepeixe.pt/?p=1206

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publicado às 14:38

Que não se deixe calar Abril

por Elsa Filipe, em 25.04.25

Como um dia Ary dos Santos afirmou num dos seus célebres poemas, "agora ninguém mais cerra, as portas que Abril abriu". Mas se este era o desejo do poeta... 50 anos depois, ainda há restícios de um país com medo da Liberdade!

Ontem à noite, assisti aqui no Seixal ao concerto de celebração dos 51 anos da Revolução de Abril, com a atuação de A Garota Não e de Ségio Godinho. Duas vozes diferentes, de gerações diferentes mas que se conjugaram de forma brilhante. Com letras carregadas de simbolismo e que fazem uma verdadeira reflexão sobre os tempos em que vivemos, A Garota Não, que cantou "Diga 33", uma letra dedicada ao trabalho de Sérgio Godinho, mostrou-nos também que ainda há espaço para as cantigas de intervenção. Sérgio Godinho e Os Acessores, trouxeram-nos as canções de Abril, sem esquecer a poesia de Eugénio de Andrade e de Zeca Afonso. De entre bgrande momentos desta noite, a cantiga "A Balada da Rita", uma versão de arrepiar de "Os Vampiros" cantada a dois. Ums dupla que me surpreendeu pela positiva, seguido de um espetáculo de fogo de artifício que, pelo que estamos acostumados, foi bastante mais contido e concentrado.

E porque é que este ano eu falo deste espetáculo de abril?

Porque em muitos locais, num país que é laico, pela sua constituição, se pararam as celebrações por luto ao Papa. Se somos um país em que todas as religiões são permitidas, então como é que se faz luto ao chefe máximo da igreja católica e não se declarou luto nacional por exemplo, pela morte do Aga Khan, líder dos muçulmanos ismailitas, que até presidia em Lisboa? Ninguém põe em causa a importância da figura do Papa, especialmente deste Papa, amado por tantos e repeitado por muitos, católicos ou não. Mas, não consigo entender como é que o governo coloca à frente da Liberdade e da Democracia, à frente do país, o representante de uma religião, fosse ela qual fosse. Reforço, na Constituição da República, diz que somos um país Laico. Mas parece que é mais uma daquelas coisas que está escrita, sem no entanto ser posta em prática pelos nossos governantes. 

A religião não pode fazer parte das decisões do país nem nelas ter qualquer interferência. Infelizmente. este não é o primeiro caso em que isso acontece e, especialmente, num dia de celebração da Liberdade, esta interferência revolta-me. Sejam lá o que quiserem, acreditem naquilo que queiram, mas não, por favor, não imponham aos outros as vossas crenças e credos. Faleceu um homem bom, um diplomata, um pacificador, um revolucionário que de certeza defenderia que celebrassemos a nossa liberdade e que afirmassemos os valores de democracia e de paz!

A câmara de Almada manteve os eventos programados, mantendo também "a sessão solene da Assembleia Municipal, no qual se homenageiam "os valores de liberdade," cancelando apenas o fogo de artifício. A Câmara de Sintra, chegou mesmo a cancelar a "tradicional cerimónia de hastear da bandeira, nos Paços do Concelho." E não se pense que isto tem apenas a ver com a cor política, pois em Beja, mesmo "depois de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter criticado o executivo de Luís Montenegro por ter adiado festividades," o presidente da Câmara, autarca do PS, cancelou o "fogo-de-artifício em Beja," devido ao luto nacional de três dias que foi "decretado pelo Governo pela morte do Papa Francisco." 

O governo, ao ser criticado. veio já esclarecer que não “cancelou”, nem "recomendou o cancelamento de quaisquer sessões evocativas da revolução," tendo no entanto "adiado para o dia 1 de Maio o evento festivo na residência oficial do primeiro-ministro". E a razão evocada para que os concertos ficassem "adiados para o 1.º de Maio," foi "por o país estar em luto nacional pela morte do Papa Francisco."

Noite fora, fui vendo pela televisão o que se estava a passar no Largo do Carmo, "um dos locais mais simbólicos do 25 de Abril de 1974 por ter sido no quartel da Guarda Nacional Republicana (GNR) lá situado que Marcello Caetano se refugiou antes de o edifício ser tomado por uma companhia do Movimento das Forças Armadas liderada por Salgueiro Maia o ter tomado." Tal como ocorreu no ano passado, e mais uma vez sem contar com o apoio da Câmara de Lisboa, o povo juntou-se e entoou "Grândola Vila Morena", de Zeca Afonso.

Uma frase que me fica do dia de hoje, foi a acusação de Pedro Nuno Santos, repetida em vários canais televisivos é a seguinte "Hoje o povo sai à rua, enquanto o Governo fica à janela."

Fontes:

https://www.publico.pt/2025/04/24/politica/noticia/governo-esclarece-nao-cancelou-cerimonia-25-abril-deu-indicacoes-municipios-2130865

https://cm-sintra.pt/atualidade/cultura/aviso-comemoracoes-do-25-de-abril-canceladas

https://almadense.sapo.pt/cidade/25-de-abril-almada-cancela-fogo-de-artificio-devido-a-morte-do-papa/

https://www.publico.pt/2025/04/24/politica/noticia/autarca-ps-cancela-fogodeartificio-beja-devido-tres-dias-luto-nacional-2130918

https://www.dn.pt/sociedade/veja-os-v%C3%ADdeos-multid%C3%A3o-invadiu-largo-do-carmo-para-cantar-gr%C3%A2ndola-%C3%A0-meia-noite

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publicado às 16:50

Estamos na Páscoa, mas...

por Elsa Filipe, em 20.04.25

É tempo de festa para uns, fé para outros, mas independentemente da religião e crenças de cada um, deveria ser um tempo de paz, de respeito e de tolerância. Mas o que mais se vê, é ódio. Quero acreditar que o ser humano consegue ser melhor do que isto...

O presidente Vladimir Putin declarou uma trégua durante o período de Páscoa, com o anúncio de um cessar-fogo. No entanto, o ato não passou de um anúncio, já que no terreno, os ataques continuaram. 

Kiev acusa a Rússia de ter duplicado "o uso de drones kamizakes."  

Na província de Kherson, "três pessoas morreram" devido a ataques russos.

De acordo com declarações à imprensa do presidente Zelensky, "até agora, de acordo com relatórios do comandante-chefe, as operações de ataque russo continuam em vários setores da frente e o fogo da artilharia russa não diminuiu," sobretudo na "frente de Pokrovsk, localizada na região de Donetsk e uma das prioridades nos esforços da Rússia para continuar a ganhar terreno no leste da Ucrânia."

Fontes:

https://www.dw.com/pt-br/ucr%C3%A2nia-relata-ataques-russos-apesar-da-tr%C3%A9gua-de-putin/a-72290346

 

 

 

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publicado às 22:28

Fechamos 2024 e abrimos 2025! A Terra completou mais uma volta ao Sol, um instante na vida do Universo.

Gostava de começar o ano com grandes novidades ou com boas notícias. Sim, comigo está tudo bem e, com a minha família também. Se compararmos o ano de 2024 que agora termina com o de algumas pessoas pelo mundo fora, somos uns sortudos! Este ano, o que mais desejei na passagem de ano foi saúde e criatividade. Pois é delas que eu mais preciso para trabalhar e, claro, sem trabalho, nenhum dos meus objetivos para este ano se poderá realizar.

Mas o mundo está longe de ser a minha bolha, segura e pacífica, sentada de pijama a aproveitar o sol que entra pela janela e a beber o primeiro café do dia. Estou aqui a pensar o que é que vou tirar do congelador para fazer para o almoço... quantos por aí têm essa sorte?

Lá fora, longe daqui, o mesmo sol que me ilumina entra pelos buracos onde antes havia paredes de um hospital. Em Gaza, o sol não aquece o suficiente para salvar um dos muitos bebés que ali naquele espaço destruído, dá o último suspiro. A morte chega prematura, de frio.

Nas minhas mãos, quentinhas pelo café que fumega, não há gretas de frio. Tenho um teto, dinheiro suficiente para comer, posso decidir o que vou fazer hoje e amanhã, se tudo correr bem, levantar-me-ei cedo e irei trabalhar. Começo o dia a pensar que tenho de continuar, de ir em frente, de direcionar as minha energias para o que é mais certo e seguro. Como disse ontem o meu filho, este "é o ano dos teus quarenta e dois" (embora ainda faltem nove meses...).

De ontem para hoje, afinal, passaram apenas algumas horas e, apesar dos fogos de artifício, da música, dos sorrisos, o mundo continua igual. Nada mudou desde o ano passado, apenas a data no calendário que nos próximos dias provalvelmente terei de corrigir várias vezes. 

Não descuidemos aqueles que nos rodeiam, mas não esqueçamos aqueles que vivem longe e que sofrem. Se não pudermos fazer mais nada, pelo menos reflitamos e eduquemos para que amanhã novos cidadãos possam tomar melhores decisões. Quem sabe, à nossa frente possa estar aquele que um dia vai mudar o mundo?

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publicado às 09:40

O almirante que não chegou a ver a República

por Elsa Filipe, em 04.10.24

De origem Cabo-verdiana, Cândido dos Reis nasceu em 1852 e morreu em 1910, na Travessa das Freiras, em Arroios e foi uma das figuras que preparou a revolução mas que acabou por não assistir à mesma. Por esse e outros motivos, acabou por ficar pouco conhecido da maioria dos portugueses, mas este vice-almirante teria um papel muito relevante "na insurreição republicana iniciada em Lisboa à uma da manhã" do dia 4 de outubro de 1910. No entanto, tudo correu mal e ele não chegou a "comandar a marinha de guerra," como estava previsto.

Como combinado, o almirante cobriu a farda de gala com um sobretudo e ficou "no Cais da Viscondessa" a aguardar "transporte para os navios de guerra fundeados no Tejo – os cruzadores S. Rafael, Adamastor e D. Carlos." Mas à "hora marcada, não encontrou o barco previsto, acabou por tentar embarcar noutro, que não estava pronto para navegar, e por fim vieram dizer-lhe que tudo falhara."

Alguém lhe etrá comunicado que estava tudo tranquilo em Lisboa e Cândido "acabou por se recolher à casa de uma irmã, na rua D. Estefânia. Durante a madrugada, concluiu provavelmente que a aventura revolucionária só servira para o comprometer."

Na manhã de 05 de outubro, Cândido de apenas 58 anos, apareceria "morto na travessa das Freiras, em frente ao hospital de Arroios. Matara-se com um tiro de pistola." Nunca chegaria a saber que "os navios de guerra acabaram mesmo por se revoltar e que umas centenas de sargentos e de soldados insurrectos, acampados na Rotunda (hoje praça Marquês de Pombal), resistiriam o tempo necessário para a monarquia constitucional se desconjuntar." Por um lado, este suicídio, bem como as fugas que ocorreram a essa data, vieram revelar "o carácter caótico da conspiração."

Para que os revolucionários não desmotivassem ao saber do suicídio, chegaram mesmo a "imprimir um panfleto a anunciar que" Cândido dos Reis era o vice-almirante responsável pelo avanço das "tropas da marinha," fazendo com que muita gente tenha acreditado que era ele "quem dirigia a revolução."4

De facto, as primeiras "grandes cerimónias da república" foram mesmo as exéquias de Cândido dos Reis e do médico "Miguel Bombarda, considerado o chefe civil da revolução" acabou por ser "assassinado por um doente na manhã de 3 de Outubro," o que "fez recear a revolução." Se no caso da morte do vice-almirante, "a hipótese de suicídio" tivesse sido "sustentada por um estudante que lhe dedicou uma tese defendida na Faculdade de Medicina de Lisboa em Dezembro de 1911," o caso de Miguel Bombarda terá sido mesmo um atentado.

Sem a participação de Reis ou de Bombarda, provavelmente a revolução republicana não teria acontecido em outubro de 1910. A função de Cândido dos Reis, que pertencia à maçonaria, teria sido a de "recrutar oficiais na marinha e no exército para um golpe armado contra a monarquia constitucional."

"Na última reunião dos conspiradores, às oito meia da noite de 3 outubro," Cândido dos Reis mostrou ser um dos mais decididos, mas o governo tinha posto "a guarnição de Lisboa de prevenção," e isso fez com que alguns achassem "que tudo devia ser adiado. Reis, extremamente exaltado, contrariou a tendência" da maioria. 

Além de ser maçon, Reis também se dava "com jornalistas republicanos." No entanto, "nada disso o impedira de fazer uma carreira cheia de promoções e de condecorações na marinha, com serviço nas colónias," sendo também bastante estimado pelo "rei D. Carlos," que o considerava um “homem de bem”.

Bombarda, que "também não era militante do PRP," era um "crente na ciência como única base legítima do conhecimento, e como tal inimigo do clero católico tradicionalista, especialmente dos jesuítas." No entanto, "isso não o impedira de ser deputado da monarquia e de apoiar o primeiro governo nomeado por D. Manuel II em 1908."

Bombarda só aderiria ao ideal revolucionário em "1909, quando julgou perceber que a influência clerical apenas poderia ser desfeita através de uma mudança de regime."

O suicídio de Cândido dos Reis é muito significativo, principalmente devido à sua reputação de “austeridade”, de vida “espartana”. Era um homem simples e "de opções violentas, que não aceitava calculismos nem transigências." Terá até referido várias vezes que o suicídio seria uma possibilidade caso a revolução fracassasse, repetindo em cada reunião que seria “vitória ou morte."

Nessa madrugada, "o almirante não deve ter suportado a ideia" de vir a ser preso, julgado e deportado.

"Mais do que os tribunais da monarquia, receava provavelmente a imprensa republicana, que havia de o culpar pela precipitação e pelo fracasso do golpe," lembrando-se como tinha terminado "a sublevação do 31 de Janeiro de 1891, no Porto, com a imprensa republicana a renegar a iniciativa e os presos a acusarem-se uns aos outros."

Também os "nove oficiais do exército que deviam ter comando as tropas concentradas na Rotunda" fugiram, e os "líderes do Partido Republicano" acabaram por se esconder e desaparecer: "a maioria só tornou a ser vista na tarde do dia 5 de outubro," já depois de ter sido "proclamada a república."

Foi possivelmente devido às más comunicações que o vice-almirante se acabou por ver "sozinho na madrugada do dia 4 e acreditou que tudo falhara. Mas este caos também salvou a revolução. Se a conspiração tivesse tido uma estrutura centralizada, dirigida por Reis, a sua morte poderia ter comprometido tudo."

Este movimento, que acabou por não ser liderado pelo Partido Republicano, acabou por corresponder em vez disso "à divisão e à alienação das elites da monarquia constitucional," e a revolução acabou assim por ser organizada por dissidentes da monarquia, como Bombarda, e consumada por activistas desconhecidos, como Machado Santos."
 
Será que com Bombarda e Reis, vivos, os primeiros governos teriam tomado outro rumo?
 
Fontes:
 
 
 
 

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publicado às 13:29

Dia Mundial da Ajuda Humanitária

por Elsa Filipe, em 19.08.24

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Ajuda Humanitária, uma data tão importante quando relevante e necessária, criada "em memória das 22 vitimas do atentado à Nações Unidas em Bagdade, no Iraque." A data foi criada exatamente com o intuito de celebrar o trabalho de todos aqueles que "ao serviço dos outros e na defesa de causas humanitárias, arriscam as suas vidas na frente de combate, muitas vezes, em cenários inóspitos de guerra."

Em ocasião desta data, refere a OMS que, desde o início do conflito, os "serviços de saúde da Ucrânia sofreram 1940 ataques", naquele que é já o maior número "registado durante uma crise humanitária." Na prática, destes ataques resultou a destruição de cerca de 200 ambulâncias por ano devido a ataques russos na Ucrânia. O grande problema está também naquilo que é chamado de "duplo ataque", em que "um bombardeamento inicial é seguido de um segundo bombardeamento, destinado a matar as equipas de socorro que acorrem em auxílio das vítimas do primeiro." Algo que não pode de forma nenhuma ser tolerado!

Pelo mundo, a OMS acode anualmente a diferentes crises humanitárias, provocadas não só pos conflitos armados, mas também por catástrofes naturais. Os mais afetados são sobretudo as populações mais pobres, e as faixas mais suscetíveis das populaçoes continuam a ser as crianças e os idosos.

Uma das situações mais graves é, sem dúvida, o que se passa na fronteira sudanese, com "aproximadamente 13 milhões de pessoas" deslocadas. Cerca de 800 mil pessoas estão isoladas no Darfur, sem acesso a comida e "sem serviços essenciais."

Fontes:

https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-mundial-da-ajuda-humanitaria

https://www.sapo.pt/noticias/atualidade/oms-contabiliza-1-940-ataques-a-servicos-de_66c3639bcbcd6f42659d0e5b

https://news.un.org/pt/story/2024/07/1834601

 

 

 

 

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publicado às 18:27

Dia Mundial da Prevenção do Afogamento

por Elsa Filipe, em 25.07.24

Assinala-se hoje o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento.

Segundo a APSI, "entre 2002 e 2021 ocorreram 286 afogamentos com desfecho fatal em crianças e jovens," o que nos deve levar a pensar bem em tudo aquilo que estamos ainda a fazer de errado na prevenção. 

É preciso muito pouco para uma criança se afogar. Menos de 30 centímetros de água são suficientes. A vigilância é fundamental e salva vidas! "Segundo a Organização Mundial da Saúde, o afogamento é um processo fisiológico de aspiração de líquido não corporal por submersão ou imersão, que pode conduzir a falta de oxigénio nos tecidos (hipoxia) e a paragem cardíaca. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o afogamento é um processo e os sintomas associados podem ocorrer várias horas após a criança ser retirada da água, nem sempre com um desfecho fatal."

Apesar de até se ter registado uma "redução significativa" no número de acidentes e de mortes por afogamento "ao longos dos anos, é de notar que em 2020 e 2021 o
nº de mortes por afogamento em crianças foi excecionalmente alto (14 e 12
respetivamente) quando comparado com o triénio anterior." 

"Em 2022, a APSI registou 13 casos de afogamento noticiados na imprensa, tendo 6
sido fatais. Em 2021 tinha registado 28, dos quais 9 fatais." Se estendermos os dados desse ano a toda a população, é ainda mais assustador, com 157 pessoas mortas por afogamento "em Portugal, a maioria em locais não vigiados."

"Quanto ao local onde ocorrem, as piscinas são os planos de água com maior registo de afogamentos," no caso das crianças. Já no caso dos jovens e adultos, o mar e os rios são os locais com maior número de afogamentos, tendo vindo o "número de afogamentos em barragens" a crescer cada vez mais. Um dos casos aconteceu no passado dia 11, quando um "homem de cerca de 40 anos" perdeu a vida na "Praia Fluvial da Aldeia do Mato, em Abrantes, depois de ter mergulhado e não ter voltado à superfície." O corpo do homem, que na altura "estava acompanhado do filho menor na zona de lazer situada na albufeira da barragem de Castelo de Bode," acabou por aparecer por baixo da piscina que se situa na mesma barragem.

"O maior número de mortes por afogamento ocorre na faixa etária dos 15 aos 19 anos e
o maior número de internamentos na faixa etária dos 0 aos 4 anos." É importante perceber que não basta saber nadar! Existem inúmeros cuidados a ter e a legislação existente deve ser cumprida. 

Deixo aqui 15 regras que podem ajudar na prevenção!

Fontes:

https://www.apsi.org.pt/images/Documentos/Afogamentos_em_crianas_e_jovens_2005-2022_Principais_resultados.pdf

https://sicnoticias.pt/pais/2023-07-25-Portugal-regista-numero-mais-alto-de-mortes-por-afogamento-dos-ultimos-20-anos-b1222bd3

https://cnnportugal.iol.pt/abrantes/praia-fluvial-da-aldeia-do-mato/homem-morre-depois-de-mergulhar-em-praia-fluvial-em-abrantes/20240711/668f807ad34ebf9bbb3fb42b

https://lifestyle.sapo.pt/familia/noticias-familia/artigos/15-regras-para-evitar-acidentes-na-piscina-um-guia-para-um-verao-seguro-perto-da-agua

 

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publicado às 14:09

Tradição... as festas de S. Pedro

por Elsa Filipe, em 29.06.24

Hoje é feriado municipal no Seixal. Além de se celebrar o Dia Municipal do Bombeiro, celebra-se o dia de S. Pedro, registando-se o ponto alto das festividades a decorrer desde dia 21, com a Marcha das Canas e, também, com a já tradicional procissão em honra do santo. Mas quem foi S. Pedro e que ligação tem à vila e à população do Seixal?

Bem, em primeiro lugar, São Pedro era um galileu de nome Simão que viria depois a tornar-se no "primeiro Papa da Igreja Católica." Segundo o Evangelho de São Lucas, Simão, na altura um simples pescador, terá decidido seguir Jesus Cristo, depois de um episódio descrito como "Pesca milagrosa." O nome Pedro vem de "Kepha, palavra aramaica para pedra (ou rocha)."

Pedro, foi considerado Padroeiro dos pescadores e, por isso, é npormal que as localidades piscatórias tenham uma especial devoção a este santo. No Seixal, onde a vida acontecia "à volta da Baía, desde a época romana, comprovada pelos sítios arqueológicos da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol, em Corroios, e da Quinta de S. João, em Arrentela, à época dos Descobrimentos e até aos nossos dias," é natural que o santo a que muitos seixalenses são devotos, seja S. Pedro.

"O primeiro Papa da Igreja Católica morreu cruxificado em Roma, entre os anos 64 d.C e 67 d.C, a mando do Imperador Nero." A Basílica de São Pedro, em Roma, guarda os seus restos mortais. "São Pedro distingue-se das imagens graças às chaves que segura na mão" e que serão "as chaves das portas do céu." De acordo com a tradição popular, por guardar o céu, foi-lhe também atribuída a culpa pelo bom ou mau tempo.

A data, como na maioria das celebrações católicas não foi ao acaso: veio substituir "uma antiga celebração pagã que comemorava no mesmo dia a festa de Rómulo e Remo, considerados os pais da cidade de Roma." Assim, o dia 29 de junho, passou a celebrar Pedro e Paulo. Mas voltando à antiguidade, sabe-se que, em Roma, "a tradição mandava celebrar neste dia três missas: a primeira na Basílica de São Pedro, a segunda em São Paulo Fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos Apóstolos tiveram de ser escondidas por algum tempo, para escapar às profanações."

Fontes:

https://observador.pt/explicadores/tudo-o-que-precisa-de-saber-sobre-sao-pedro/

 

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publicado às 15:31

Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia

por Elsa Filipe, em 24.06.24

Assinala-se hoje o Dia internacional das Mulheres na diplomacia, instituída apenas há dois anos por resolução aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. Esta data pretende valorizar o papel que as mulheres desempenham a nível diplomático, mas que muitas vezes é relegado para segundo plano, bem como a importância de dar cada vez mais competências às mulheres desde tenra idade, como acesso à educação e formação superior e acesso a cargos de topo em empresas e organizações.

"Este dia procura apelar à reflexão sobre o desequilíbrio no acesso à carreira diplomática e a sub-representação feminina, em especial, nas posições diplomáticas de topo."

Podemos destacar Minerva Bernardino, nascida em Santa Cruz de El Seibo, em 1907. Foi uma diplomata da República Dominicana, tendo promovido "os direitos das mulheres internacionalmente" e sendo conhecida como "uma das quatro mulheres a assinar a Carta das Nações Unidas, o tratado original da Organização das Nações Unidas (ONU)." Ao longo da sua vida, Minerva dedicou o seu trabalho à promoção dos "direitos políticos e, especialmente," ao melhoramento do "sufrágio feminino nos países latino-americanos." Em 1945, Minerva consegue mesmo estar na Conferência de São Francisco "como representante da República Dominicana," enviada pelo ditador Rafael Trujillo, que via este gesto como uma "oportunidade de baixo risco para parecer progressista". No ano seguinte, fez parte da presidência da "Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher," comissão que viria a ter grande relevância na adoção de uma "linguagem inclusiva de género na Declaração Universal dos Direitos Humanos," bem como na "criação da Declaração sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, de 1967."

No ano de 1954, conseguiu incluir na "Convenção sobre os Direitos Políticos das Mulheres," a afirmação dos "direitos das mulheres de votar, concorrer e ocupar cargos." Apoiou também "o direito internacional que asseguraria a igualdade da mulher no casamento e no divórcio," através da "Convenção de Montevidéu sobre a Nacionalidade da Mulher Casada de 1933."

Outra mulher relevante foi a brasileira Bertha Lutz. Filha de Adolfo Lutz, Bertha foi "ativista feminista," tendo-se destacado também como "bióloga, educadora, diplomata e política brasileira." O seu principal papel de destaque foi na "educação no Brasil do século XX."

Bertha iniciou-se na política em 1934, como candidata "à Câmara dos Deputados" pelo "Partido Autonomista do Distrito Federal," chegando mesmo a assumir a posição de deputada em "1936, após a morte do deputado titular Cândido Pessoa." O Estado Novo, instaurado por Getúlio Vargas em 1937, veio pôr fim ao seu mandato. Tal como Minerva, "integrou a delegação brasileira à Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional em São Francisco, no Estados Unidos, em 1945, onde lutou para incluir menções sobre igualdade de género no texto da Carta das Nações Unidas".

Em Portugal, não posso deixar de destacar o papel de Carolina Beatriz Angelo, que se tornou a primeira mulher a obter o direito de votar no nosso país, tendo-se tornado "um marco na história das mulheres e da sua luta pelo direito ao voto, à inclusão social e ao direito de participação na vida política."

Um outro nome que não pode ser deixado de lado nesta data é o de Maria de Lourdes Pintassilgo, que ainda "durante o Estado Novo, foi convidada por Marcelo Caetano para se candidatar a deputada à Assembleia Nacional," tornando-se na "primeira mulher a exercer funções como procuradora à Câmara Corporativa nas duas últimas legislaturas deste órgão, até abril de 1974." Foi também presidente do "Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social e à Comissão para a Política Social relativa à Mulher (mais tarde denominada Comissão da Condição Feminina)."

Em 1975, Maria de Lourdes Pintassilgo, "tomou posse como embaixadora junto da ONU para a Educação, Ciência e Cultura" e, entre 1979-1980, foi "a primeira mulher primeira-ministra em Portugal (segunda na Europa, seguindo Margaret Thatcher), a convite de Ramalho Eanes para chefiar o Governo de Gestão." 

Fontes:

https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-das-mulheres-na-diplomacia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Minerva_Bernardino

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bertha_Lutz

https://www.parlamento.pt/Parlamento/Paginas/Exposicao-As-mulheres-que-mudaram-Portugal.aspx

 

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Dia de Portugal... rescaldo das Europeias

por Elsa Filipe, em 10.06.24

Hoje assinala-se o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades de Língua Portuguesa. É feriado e, neste caso, dá direito até a fim de semana prolongado. 

Esta data começou por ser um feriado municipal em Lisboa, dedicado a Camões, que foi entretanto elevado pelo Estado Novo a feriado nacional, como o «Dia de Camões, de Portugal e da Raça». Depois da Revolução de 25 de abril, esta data passou a ser designada como "Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portugueses."

E ontem foi dia de ir votar para as eleições europeias, uma votação importante, para nós portugueses, mas também para todos os outros países que compõem a UE. E por isso, apesar da abstenção ter diminuído em relação a 2019, ainda devemos pensar que cerca de 63% da nossa população não foi às urnas. Foram eleitos 21 deputados - 8 do PS, 7 da AD, 2 do CHEGA, 2 da IL, 1 do BE e 1 da CDU. 

Por um lado, devemos pensar na importância que o orçamento da UE tem para cada um dos países que a integram. Este orçamento "permite garantir que a Europa continua a ser uma força democrática, pacífica, próspera e competitiva. A UE utiliza-o para financiar as suas prioridades e grandes projetos que a maioria dos países da UE não poderia financiar isoladamente." 

Mas além dos benefícios decorrentes das contribuições do orçamento da UE, existem também outros que têm a ver com o facto de fazermos parte de um "mercado único, de uma abordagem partilhada dos desafios comuns da migração, do terrorismo e das alterações climáticas e de ganhos concretos, como melhores infraestruturas de transportes, serviços públicos modernizados e digitalizados e tratamento médico de ponta." Podemos saber quais os projetos que estão a ser realizados na nossa área geográfica, com financiamento europeu, no site Kohesio.

No Parlamento Europeu, podemos então já ter uma ideia dos resultados, sendo que o PPE - Grupo do Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos) foi o grande vencedor com 189 lugares atribuídos, seguido pelo S&D - Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, com 135. 

Fontes:

https://european-union.europa.eu/principles-countries-history/eu-countries/portugal_pt

https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-de-portugal-de-camoes-e-das-comunidades-portuguesas

https://www.europeias2024.mai.gov.pt/resultados/globais

https://www.publico.pt/eleicoes/resultados/europeias/2024/

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