Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


Confinada

por Elsa Filipe, em 01.05.22

Fechada em casa depois de ter sido diagnosticada com Covid, ontem. Estava com alguns sintomas e, apesar de vacinada, achei melhor ir fazer um teste. Em casa, o auto teste acusou logo positivo e fui à farmácia para confirmar. Pouco tempo depois ligaram-me a confirmar as minhas piores suspeitas.

Sinto-me "apenas" um pouco engripada, mas as dores no corpo e em especial nas articulações pioraram bastante de ontem para hoje. Os meus antecedentes podem estar a contribuir para isso, porque já costumo ter bastantes inflamações ao nível das cápsulas articulares.

Psicologicamente, é que estou pior. Ia começar amanhã a trabalhar num sítio novo. Estava super entusiasmada, com tudo preparado para um grande arranque, com imensas expetativas e agora, tive de adiar o meu início. Não tive culpa, mas também não tive cuidado, deixei-me levar na onda do alívio das medidas, da retirada da máscara. Dois anos depois eu já não estava a aguentar, mas se fui tão rigorosa até aqui, pergunto-me agora porque baixei a guarda e me deixei levar em momentos de descuido.

Está aqui o resultado. Infelizemente, não consegui escapar, espero ter-me resguardado em casa a tempo de não ter contagiado mais ninguém, além de mim. Já é mau demais.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:16

Infância 2020

por Elsa Filipe, em 04.03.22

Pensemos hoje nas nossas crianças. As crianças 2020. 

Será que vão crescer crianças mais fortes, mais realistas, humanos e tolerantes, ou será que ao lhes matarmos a inocência tão cedo as vamos fazer adultos mais amargurados, desumanos e intolerantes? Tiveram de aprender a lidar com uns bichinhos que ninguém vê mas que afastam os pais dos filhos, obrigam a ficar em casa sem os amigos. Aprenderam cedo a usar as tecnologias para assistir a uma aula que devia ser de olhar fixo no professor e não numa tela de uma videoconferência. Aprenderam que os fins de semana são mais seguros em casa a ver desenhos na televisão ou a jogar contra os primos pelo tablet, do que a correr no parque e a cair de uma pereira doce.

As nossas crianças que aprenderam e nos ensinaram que lavar as mãos e não dar beijos era importante, que usar máscara evitava que ficassem doentes e que as vacinas salvam a vida de milhares, têm de aprender agora que as balas e os mísseis matam crianças a leste, que as mães choram agarradas nos seus filhos sem saber onde vão, os pais se despedem sabendo que não se voltarão a ver. Não os podemos guardar num casulo fechado em que só entram balões, unicórnios e beijinhos, pois não? 

As nossas crianças são seres fantásticos! Juntam-se e querem enviar comida e brinquedos para os outros meninos que fogem da guerra. Aprenderam que o vírus se espalha, mas que o amor se pode espalhar ainda mais e têm esperança que esse amor pelo outro vença as diferenças.

Mas quem serão estas nossas crianças no futuro? Que papel terão neste mundo que estamos a moldar para eles e que vão herdar de nós? 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:19

Dois anos de pandemia

por Elsa Filipe, em 03.03.22

Acordamos agora sem que a primeira manchete seja o Covid, a pandemia, os mortos... ah sim, afinal acordamos com mortos mas estes não são da pandemia que durante dois anos assolou o país, a Europa e o resto do mundo, agora os mortos são Ucranianos e Russos, famílias desfeitas de um dia para o outro. Acordamos agora com preços a subir, quando deveriam estar a descer. Acordamos solidários com um povo em fuga, sem sabermos se ou quando vamos ser nós a precisar de ajuda.

A vida é estranha e ensina-nos que não devemos dar nada como garantido. De que vale uma boa casa, um grande carro se podemos perder tudo de um dia para o outro com um missil? 

Dois anos passados do início da pandemia, Portugal deveria estar agora a dar os primeiros passos para que tudo voltasse ao normal mas sem nos deixarem sequer respirar atiram-nos direto mais para o fundo de um buraco do qual não sabemos quando vamos emergir. 

Temos a sorte de viver num país em paz, em que estamos a vencer a batalha contra o Covid, mas que ainda não se vai recompor tão cedo das duras provações a que fomos sujeitos nos últimos dois anos. Porque não nos permitem que respiremos, sem sombras na nossa mente que nos ofusquem os sonhos?

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 09:07

Natal em tempos de Covid

por Elsa Filipe, em 25.12.21

O Natal este ano não foi igual. 

Em muita casas festejou-se com menos gente. É o segundo Natal que estamos a passar em pandemia e por isso já estamos muito mais cientes dos riscos e da prevenção necessária, mas também muito mais cansados de estarmos afastados uns dos outros. Tenho a sorte de ter uma família que me recebe a mim e ao meu filho de uma forma sempre maravilhosa e que nos faz sentir parte de algo. Este ano, apesar de todas as indicações que nos fizeram chegar através dos meios de comunicação social, nós voltamos a estar juntos, mais uma vez, após meses e meses de estarmos fechados em casa e de não sabermos quando ou se nos ia este vírus atingir e tirar a vida.

Achamos que os riscos que estavamos a tomar, podiam ser colmatados com algumas precauções. Alguns de nós fazem testes frequentes no local de trabalho, tentamos usar máscaras em casa exceto na hora de comer e as janelas estiveram quase sempre abertas. Sempre que podíamos, vínhamos para a rua ou para a cozinha que, nesta casa, é ampla e arejada. Mas eu não me senti bem. De certa forma acabei por me sentir arrependida de ter ido, passei o almoço com medo que, a qualquer momento, pudesse ficar contagiada e deitasse abaixo todos os cuidados tidos até aqui.

As crianças estiveram felizes, trocamos presentes, conversamos uns com os outros. Algumas das conversas iam dar aos cuidados a ter com esta pandemia, aos culpados, às nossas opiniões que tantas vezes eram diferentes. Aos exageros que uns acham e outros como eu, acham ser apenas cuidados necessários. 

O Natal devia ter sido diferente, mas para nós foi mais um Natal de união, de partilha e de fartura. Muita comida, música, brinquedos, presentes, risos e as normais discussões caraterísticas e familiares que depois nos unem ainda mais. Que o próximo Natal seja assim, mas da próxima vez sem o medo de ficarmos doentes.

Difícil, para muitas famílias, com familiares internados, com a morte a pairar a cada momento como uma espada por cima da suas cabeças. Com lugares vazios na mesa... 

Para mim o Natal já tem a incerteza do próximo ano e por isso talvez o meu nervosismo hoje. Acabei por entrar de baixa devido às dores que têm agravado na coluna por andar todo o dia a conduzir de um lado para o outro. Decidi que se não pusessem a trabalhar em sala, que iria procurar outro trabalho. Sei que vai ser difícil, mas não será impossível e o meu foco agora é esse. Sei que tenho de lutar pelo que quero na minha vida, mas sinto que me falta uma rede de apoio, que me ampare se eu cair. Essa rede, que está na família (e especialmente em alguns membros) não é para mim a solução visível pelo simples facto que não quero sobrecarregar ninguém, porque não quero ser mais um fardo e porque já me chega não os poder seu eu a ajudar e não o contrário.

Dentro do possível, espero que tenham tido um bom natal.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:01

Dias cinzentos

por Elsa Filipe, em 20.12.21

Os nossos dias continuam cinzentos e o problema não é da chuva que, finalmente, veio dar um ar da sua graça. O covid continua a limitar as nossas vidas. Obrigatoriedades e limitações que condicionam os empregos, os encontros familiares e as nossas vidas sociais.

Vacinados, estamos em crer que não é suficiente, mas que nos dá um certo sentimento de segurança, sentimento este que nos conduz a facilitar, a tirar a máscara mais vezes, a não ser tão cuidadosos. Quase dois anos depois, acho que não estou a conseguir aguentar mais. Estar em casa, por motivo de incapacidade por causa da minha coluna e da fibromialgia, limita é certo os meus contatos. Mas tive de ir já tratar de colocar em casa comida suficiente para os próximos dias, antecipar as prendas e ajustar o Natal em conjunto com a minha família. E são estas idas à loja, ao supermercado, que são essenciais mas que podem ser um foco de contágio.

Cada vez mais, o teletrabalho é e será o melhor para mim, por forma a limitar os tempos de contato com outras pessoas, ao mesmo tempo que evito andar muito tempo a conduzir. Por outro lado, ajuda-me a criar horários próprios de trabalho, ajustados ao meu corpo e aos momentos em que me sinta capaz de o fazer. E é por isso que tenho feito tudo ao meu alcance para alcançar essa situação.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:34

Afetações e limitações de circulação

por Elsa Filipe, em 01.07.21

Os casos estão a aumentar muito no Seixal e em Sesimbra. Infelizmente, estas regiões têm sido notícia quase todos os dias, expondo-se as nossas gentes ao olhar inquiridor e maldoso de tanta gente.

Hoje em comunicado do Conselho de Ministros, Seixal e Sesimbra são aplicadas as medidas de Risco muito elevado, o que significa entre outras coisas que voltamos a estar confinados das 23h00m às 05h00m. Todas estas medidas são necessárias, embora me incomodem a mim como incomodam muita gente.

A minha vida pessoal não devia estar dependente das medidas anunciadas nas notícias, mas está. Preciso saber diariamente o que se espera de mim, dos meus comportamentos, para saber até onde posso levar as minhas liberdades. Se saio, se vou, se não vou... 

Mas eu tento cumprir as medidas, sempre, pensando em mim e nos outros. Não me sinto com medo, mas acho que se não cumprirmos, não estamos a respeitar o trabalho duro das equipas hospitalares. É tão difícil o seu trabalho.

 

Fontes:

https://www.portugal.gov.pt/pt/gc22/governo/comunicado-de-conselho-de-ministros?i=429

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 21:57

A luta não termina

por Elsa Filipe, em 26.06.21

Tem sido difícil passar com distinção por este maldito vírus, cumprindo tudo o que nos é imposto mais pela vontade de ajudar e ser parte da solução, do que por medidas e regras que na prática nem todos cumprem.

Esta semana, a turma do meu filho foi colocada em isolamento porque houve um caso positivo. Sou sincera quando afirmo que há muito aguardava que isto acontecesse e que se tivessem passado tantos meses até ao primeiro caso positivo. Aconteceu e ninguém teve culpa, nenhum de nós estava livre (ou está) de contrair e transmitir o vírus.

Estamos na reta final para acabar o ano letivo. Quando falta tão pouco, parece que a sensação é de uma injustiça ainda maior.  O sentimento é de apoio, de compreensão e de ajuda na tentativa de manter todas as crianças bem, naquilo que nos for possível, para que ainda possam regressar daqui a uns dias e se depedirem uns dos outros antes das férias de verão.

No próprio dia, assim que soube, fui comprar dois daqueles testes rápidos da farmácia e hoje o resultado do teste "oficial" confirmou que ele está negativo, e isso traz-nos esperança.

Principalmente, psicologicamente, está-me a afetar como mãe, pondo-me no lugar da mãe da criança que testou positivo. Se estou aflita com o meu e ele está otimo, como estará aquela família?

Eu estou a passar por isto com receio. Receio porque tenho de faltar a um trabalho que ainda há tão pouco tempo consegui, aflita de cada vez que penso que passados uns dias a comida vai começar a acabar e terei de sair de casa ou pedir a alguém que o faça por mim (posso, mas não me sinto confortável em o fazer, é um sentimento estranho, algo que me aprisiona e que não sei explicar).

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:49

A importância do 1º de Maio

por Elsa Filipe, em 01.05.21

No ano passado, as restrições limitavam os ajuntamentos populares, mas isso não impediu a concentração de manifestantes em vários pontos do país. Este ano, também não foi exceção.

Mas o que se comemora e que importância damos a este feriado?

Neta data assinala-se o Dia Internacional do Trabalhador e destacam-se, não só as conquistas no campo dos direitos dos trabalhadores, como se pretende também sensibilizar para a falta de condições de trabalho que ainda se verificam por todo o mundo. É, por isso, um dia para todos os que defendem uma sociedade mais justa e solidária.

Este dia tem origem na histórica greve geral de Chicago, ocorrida a 1 de maio de 1886, na qual foram reivindicadas melhores condições de trabalho, principalmente a redução da jornada de trabalho diária, que chegava a 17 horas, para oito horas

Em Chicago, a greve atingiu várias empresas. No dia 3 de maio, durante uma manifestação, grevistas da fábrica McCormick sairam em perseguição dos indivíduos contratados pela empresa para furar a greve. São recebidos pelos detetives da agência Pinkerton e policias armados de espingardas. O confronto resultou em três trabalhadores mortos.

No dia seguinte, realizou-se uma marcha de protesto e, à noite, após a multidão se ter dispersado na Haymarket Square, restaram cerca de duzentos manifestantes e o mesmo número de policias. Foi quando uma bomba explodiu perto dos policias, matando um deles. Sete outros foram mortos no confronto que se seguiu.

Em consequência desses eventos, os sindicalistas anarquistas Albert Parsons, Adolph Fischer, George Engel, August Spies e Louis Lingg, foram condenados à forca, apesar da inexistência de provas. Louis Lingg cometeu suicídio na prisão, ingerindo uma cápsula explosiva. Os outros quatro foram enforcados em 11 de novembro de 1887, dia que ficou conhecido como Black Friday. Três outros foram condenados à prisão perpétua.

Em 1893, eles foram considerados inocentes e reabilitados pelo governador de Illinois, que confirmou ter sido o chefe da polícia quem organizara tudo, inclusive encomendando o atentado para justificar a repressão que viria a seguir.

No dia 20 de junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação, com o objetivo de lutar pela jornada de 8 horas de trabalho. A data escolhida foi o primeiro dia de maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.

Em 1 de maio de 1891, uma manifestação no norte de França foi dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serviu para reforçar o significado da data como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista de Bruxelas proclamou a data como dia internacional de reivindicação de condições laborais.

Na Europa, o «Dia do Trabalhador» é celebrado e, por norma, comemora-se a 1 de maio, data que pode variar de país para país. Em França, o governo diminuiu a carga horária de trabalho para as 8 horas, em 1919, e proclamou o dia 1 de maio como feriado.

Nos Estados Unidos e no Canadá celebra-se o Dia do Trabalho na primeira segunda-feira de setembro. Alega-se que esta escolha nos Estados Unidos foi feita para evitar associar a festa do trabalho com o movimento socialista, então com alguma relevância no país

Em Portugal, o feriado começou a ser assinalado logo em 1890. Todavia, as comemorações cessaram com o início do regime do Estado Novo.

Posteriormente, o 1.º de maio voltou a ser festejado em maio de 1974, 8 dias após a Revolução dos Cravos. O Dia Mundial do Trabalhador é comemorado em todo o país, com manifestações, comícios e festas de carácter reivindicativo, promovidos pela central sindical CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical) nas principais cidades de Lisboa e Porto, assim como pela central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Este ano, o 1º de maio assinalou também a entrada em vigor de algumas das regras de desconfinamento em Portugal e em França, ocorreram confrontos entre manifestantes e forças da autoridade, resultando em 34 pessoas detidas em Paris e em 27 polícias feridos na cidade de Lyon.

Fontes:

https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-do-trabalhador-2021

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_do_Trabalhador

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:03

Como se não bastasse a situação de pobreza que afeta esta zona do globo, Indonésia e Timor estão a ser afetados por fortes chuvadas. Em Timor, as cheias repentinas provocaram a morte a, pelo menos, 27 pessoas, embora tenham sido encetados esforços para evacuar a população das áreas mais afetadas. "Há ainda várias pessoas dadas como desaparecidas, algumas delas estarão soterradas na sequência de deslizamentos de terra." A capital, Dili, foi a zona mais afetada. Para complicar ainda mais a frágil situação que ali se vive, o país está a braços com um dos maiores surtos de Covid desde que a pandemia foi declarada. 

"As inundações afetaram várias estruturas usadas no combate à doença, como o Centro de Isolamento de Vera Cruz, onde estão três doentes considerados moderados e um doente grave, e que tiveram que ser realojados no Hospital de Lahane. Registaram-se ainda inundações no Laboratório Nacional e no centro de isolamento de Tasi Tolu, bem como no Serviço Autónomo de Medicamentos e Equipamentos de Saúde (SAMES), a farmácia central timorense."

Já na Indonésia, "o número de óbitos confirmados ultrapassa as sete dezenas mas há ainda muitos desaparecidos." Os estragos são incalculáveis, levando milhares de pessoas a procurar abrigo em centros de acolhimento. As equipas de resgate tentam ainda resgatar possíveis sobreviventes que tenham ficado presos nas infraestruturas, principalmente, na ilha das Flores, mas muitos podem estar soterrados na lama. "O dilúvio fez transbordar reservatórios de água e inundou milhares de casas, enquanto as equipas de resgate lutavam para prestar assistência às vítimas."

 

Fontes:

https://pt.euronews.com/2021/04/05/cheias-em-timor-leste-e-indonesia-provocam-dezenas-de-mortes

https://rr.sapo.pt/noticia/mundo/2021/04/04/o-maior-desastre-natural-em-timor-leste-cheias-ja-causaram-11-mortos/233114/

https://www.dnoticias.pt/2021/4/5/256613-pelo-menos-66-mortos-em-cheias-e-deslizamento-de-terras-na-indonesia/

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:34

Maria José Valério

por Elsa Filipe, em 03.03.21

Hoje a cultura ficou mais pobre com a morte (pelas notícias que li terá sido mais uma vítima de Covid19) de Maria José Valério, que estaria internada desde 20 de Fevereiro no hospital de Santa Maria. A artista, cuja imagem de marca era a sua franja verde, notabilizou-se pela forte presença nos grandes palcos e, também, por ter sido a intérprete da "Marcha do Sporting". 

Maria José, nasceu a 6 de maio de 1933, na Amadora. 

Começou a cantar em 1950, no Liceu D. João de Castro, onde era colega da atriz Lurdes Norberto.

Frequentou o Curso de Direito mas a música era a sua paixão e com o apoio do seu tio, o maestro Frederico Valério, conseguiu passar nos testes necessários para começar a frequentar o Centro de Preparação de Artistas da Rádio, na então Emissora Nacional, ficando a fazer parte do elenco, com 17 anos apenas. Na verdade, este foi o ponto de partida de uma carreira que logo nos anos 50 viveu um período de grande sucesso, participando em vários espetáculos de variedades da mesma Emissora Nacional mas também nas emissões experimentais da RTP, feitas na Feira Popular, em Lisboa. 

Protagonizou outros êxitos como "Olha o Polícia Sinaleiro" e "As Carvoeiras". 

Também se destacou no cinema, com participação no filme "O Homem do Dia" (1958), de Henrique Campos e Teresita Miranda, protagonizado pelo ciclista Alves Barbosa.

Na década de 1960, foi eleita rainha da Rádio de Goa, território então sob administração portuguesa.

Em 1962, casou com o matador de touros José Trincheira, que marcou a atualidade da época, com transmissão em direto pela RTP. O casamento foi celebrado pelo então cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Cerejeira, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, tendo o Papa mandado tocar os sinos em Roma, em sinal de bênção.

A artista gravou, em homenagem ao marido, do qual se veio a separar, o 'pasodoble' "Trincheira", no qual exalta as suas qualidades toureiras. O toureiro despediu-se das arenas em 1989.

Nos anos 90, participou na série televisiva "Um Solar Alfacinha" ao lado de Deolinda Rodrigues, Pedro Pinheiro, Carlos Cabral, Natalina José e Natália de Sousa, entre outros.

Em 2000, participou na série televisiva "Casa da Saudade", de autoria de Filipe la Féria, tendo contracenado com Carmen Dolores, Anita Guerreiro, Virgílio Teixeira, Raul Solnado, João d'Ávila, Helena Rocha e Artur Agostinho, entre outros.

Em 2004, recebeu a Medalha de Mérito da Cidade de Lisboa, grau ouro. Em maio de 2009, o município da Amadora inaugurou um centro cultural com o seu nome, na freguesia da Venteira.

Em 2017, liderou, com o cantor António Calvário, o espetáculo "Do musical à revista".

Maria José Valério internada após cair em casa e perder os sentidos

O seu repertório, dividido entre o fado e a canção ligeira, inclui temas como "Cantarinhas", "Fado da Solidão", "Expedicionário", "Um Dia", "Casa Sombria", "Deixa Andar", "Férias em Lisboa", "Longos Dias", "Lisboa, Menina Vaidosa", "Nunca Mais", muitos da dupla de autores Eduardo Damas e Manuel Paião, que assinam também a "Marcha do Sporting". Pouco tempo depois de se ter estreado na vida artística, Maria José Valério apresentou-se ao vivo numa festa do Sporting Clube de Portugal, o Clube do seu coração, realizada no Pavilhão dos Desportos (agora Pavilhão Carlos Lopes).

 

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Jos%C3%A9_Val%C3%A9rio

https://www.wikisporting.com/index.php?title=Maria_Jos%C3%A9_Val%C3%A9rio

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:50


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.


Posts mais comentados


Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D