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25 anos - O maior desfile de palhaços

por Elsa Filipe, em 12.02.24

As minhas memórias de juventude passam pelo Carnaval de Sesimbra e pela participação nos desfiles de palhaços à segunda-feira. Lembro-me quando foi a primeira vez e só agora percebi que já lá vão 25 anos. Tanto tempo que já passou, milhares e milhares de palhaços que calcorrearam aquela calçada, aquelas ruas, aquela praia! Este ano, estive a trabalhar e por isso não consegui estar presente nesta grande festa! Mas ao longo desta minha postagem, vão espreitando algumas imagens de anos anteriores! Venham recordar comigo alguns momentos das tardes fantásticas das "Segundas dos Palhaços."

Bem, então voltando atrás no tempo, estávamos em 1999 quando esta brincadeira começou. Os pioneiros, primeiros foliões a achar que seria engraçado mascararem-se de palhaços e juntarem-se para fazer umas brincadeiras na tarde de segunda-feira (numa época e região que, devemos lembrar, quase ninguém trabalhava nestes dias e em que não havia escola) foram Carlos Silva, Paulo Soromenho, Pedro Canana, Raúl Custódio, Henrique Amigo, entre outros. 

O primeiro desfile chamou-se "Simpatia é Quase Amor," mas os organizadores não faziam "ideia do sucesso que este acontecimento iria alcançar." Poucos meses antes, a TVI tinha estreado o programa "Batatoon." Não levou muito tempo até que este se tornasse "um dos grandes momentos do Carnaval de Sesimbra, mas também no maior desfile do género que se realiza em Portugal e no mundo, juntando todos os anos milhares de pessoas vindas de vários pontos do país." Os números são espetaculares - falamos num cortejo que já chegou a levar "perto de 4 mil mascarados de todas as idades" - tal como é a imagem do mar de cores que invade a marginal de Sesimbra. Até mesmo os animais de companhia são levados a participar! A animação e a música - onde não faltam as tradicionais marchinhas de carnaval - acompanham todo o desfile! 

A participação é livre e basta vir vestido de palhaço. Alguns foliões trazem consigo vários apetrechos, como por exemplo "veículos de todos os feitios, desde barcos com rodas, naves espaciais, triciclos com asas," entre outras coisas! E vocês? Que memórias têm destes 25 anos?

Fontes:

https://www.sesimbra.pt/noticia-72/carnaval-cortejo-de-fantasias-de-palhaco

https://www.sesimbra.pt/noticia-72/cortejo-de-fantasias-de-palhaco-62

 

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publicado às 18:30

História do Carnaval de Sesimbra

por Elsa Filipe, em 09.02.24

Cada vez mais, as escolas e grupos começam a ter uma outra importância na vila, em especial no seu associativsmo. Os anos 90 não terminam sem o aparecimento do grupo de Axé Tripa Cagueira.

Com um espírito jovem e irreverente, um grupo de rapazes de Sesimbra, juntaram-se e fizeram o seu primeiro desfile em 1997, usando latas em vez de instrumentos. Quem viu não esqueceu essa primeira atuação e desde aí nunca mais pararam. Aparecia assim o primeiro grupo de Axé de Sesimbra, a Tripa Cagueira, onde até hoje só desfilam elementos do sexo masculino. Em 2000 apresenta um dos enredos mais conhecidos: "Estado da Nação."

A 17 de maio de 1999 aparece em Sesimbra o segundo grupo de Axé, a Associação Recreativa Bigodes de Rato, que trazem a novidade de qualquer pessoa poder acompanhar o próprio desfile ao integrar o “Bloco dos Bigodes de Rato”. Em 2001, apresentam-se com a música "Preto no Branco."

Em 2004, formou-se o primeiro grupo de Axé apenas com elementos do sexo feminino, a Tripa Mijona, fazendo parte da Associação Tripa. No primeiro ano desfilaram apenas com batucada, mas no segundo, levaram o tema "Sonho Real." Desfilam desde aí no sábado de Carnaval, primando sempre pela originalidade e alegria. Entre outros, em 2010, apresentaram-se como bruxas e em 2017 trouxeram "O circo da Vida" para animar a Avenida.

Mas a verdade é que Sesimbra não é apenas Santiago e Castelo e a 11 de julho de 2008, surge a primeira Escola de Samba, sediada na freguesia da Quinta do Conde. O crescimento demográfico desta freguesia, datada de 1985 e, depois, a passagem a vila desta povoação em 1995, fez com que as associações começassem também a surgir, sendo hoje mais de quarenta. O Grupo Recreativo Escola de Samba Batuque do Conde, além de desfilar no domingo e terça em Sesimbra, desfila atualmente no sábado de Carnaval na Quinta do Conde. Aqui ficam as memórias dos desfiles de 2010, de 2011 e  2014.

Este ano apresentar-se-ão com o enredo "Vamos com Fé."

A 21 de junho de 2011, surge também na freguesia da Quinta do Conde o GRES Corvo de Prata. Em 2015, trazem o tema " Sesimbra é peixe - Maravilhas de uma Vila."

A diversidade de cada Escola e de cada grupo, a sua individualidade e, cada vez mais a partilha de conhecimentos que vem enriquecendo os seus elementos, têm feito do Carnaval de Sesimbra um dos mais belos do país. Nascido ainda antes da liberdade, nunca deixou de crescer e apesar de todas as vicissitudes por que tem passado, ainda é um marco na tradição e cultura das nossas gentes. Nele desfilam novos e velhos, casados, solteiros e divorciados! Desfilam pexitos e camponeses! Desfila quem nasceu cá, quem nunca cá viveu e até quem não sabe dançar. Desfila quem ama o samba, seja qual for a sua origem.

Só tem uma obrigação: Respeitar!

Fontes:

https://gresbatuquedoconde.webnode.pt/sobre-nos/

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/carnaval-de-sesimbra-folia-comeca-com-as-raparigas-da-tripa-mijona_n105736

https://bigodesderato.pt/sobre/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_do_Conde

 

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publicado às 11:00

Pela história de uma vila que dança Samba!

por Elsa Filipe, em 08.02.24

Nos finais da década de 70, surgiram outras escolas, atualmente já extintas mas de onde saíram alguns dos elementos que ainda hoje compõem os GRES atuais. São elas o GRCES Juventude na Baía e os GRES Sambinhas do Horizonte. Ambas lutavam na época por se destacar e por fazer melhor que a "adversária" em cada desfile. 

(imagem: https://sesimbra.blogspot.com/2010/01/sambinhas-do-horizonte-1979.html)

Em 1996 os Sambinhas desfilaram com o tema: "Nesta Avenida, hoje Sou o Rei," enquanto a Juventude se apresentou com o tema "A magia dos Deuses."

Em 1984, surge então uma nova escola, inicialmente de cariz familiar, com o nome Pérolas do Samba. Em 1997, a sua direção passou para a professora de música Teresa Cláudio e a Escola sofreu várias mudanças. Em 2000, muda a sua designação para GRES Dá que Falar. Em 2009, trazem para a Avenida o tema "25 anos" somando os anos que já tinham de Pérolas com os de Dá que Falar e podemos ver aqui um pouquinho do seu defile em 2010.

Em 2005, durante um ato eleitoral no GRES Bota no Rego, um grupo de pessoas que constituía uma das listas a concurso, perde e depara-se "com uma serie de irregularidades, mas como não se conseguiu provar nada e como o ambiente na escola não era o melhor" acabam por sair da Escola e decidem formar o GRES Unidos de Vila Zimbra. A sua fundação data de 24 de abril de 2005 e desde aí não tem parado de crescer, mostrando em cada atividade a experiência dos seus fundadores.

viila-zimbra(Imagem: https://www.sesimbra.pt/pages/2025)

Mas não me fico por aqui! O nosso Carnaval é de uma imensa riqueza e ainda há muito mais a dizer!

Fontes:

https://issuu.com/osesimbrense/docs/o_sesimbrense_-_edi____o_1183_-_fev_ce931dac55df9d

https://daquefalar.webnode.pt/carnavais-/

https://escolas-de-samba55.webnode.pt/escolas-de-samba-em-sesimbra/

 

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publicado às 11:15

Este ano, vou aqui contar um pouco do que é uma das maiores tradições de Sesimbra. É que o nosso Carnaval não está apenas nos desfiles grandiosos, que a (quase) todos contagiam! É muito mais do que isso. Quando falamos do Carnaval de Sesimbra não podemos apenas falar nas Escolas de Samba e nos grupos de Axé que desfilam. Há todo um "mar" de gente, inserida em coletividades e grupos que preparam grandes momentos do mais tradicional Carnaval.

Sesimbra é um dos poucos locais do país que ainda mantém viva a tradição das Cegadas e das Cavalhadas, um costume da nossa zona rural, com mais de cem anos. Podemos ver aqui um ensaio do grupo de Cegantes de Alfarim.

Podemos aqui ver também uma das atuações do grupo, no Zambujal. As cegadas, "com mais de cem anos" são a voz do povo, que a brincar com as palavras fazem uma crítica social, à boa maneira popular, com malícia mas sem maldade. São uma espécie de teatro popular satírico originário das zonas mais rurais do concelho. "Em verso, e acompanhados à guitarra, o grupo" apresenta, "ao estilo das antigas canções de escárnio e maldizer, alguns dos acontecimentos mais marcantes da sociedade portuguesa." Podem criticar o país, ou o senhor do talho da aldeia, um presidente de um clube, o presidente da república ou o chefe dos correios. Todos podem ser visados e é nas entrelinhas dos textos que escrevem e que depois nos põem a rir, que vão deixando a sua marca e a sua alfinetada!

Já nas Cavalhadas, "um costume típico das zonas rurais e no concelho de Sesimbra" e que "têm acompanhado várias gerações", as habilidades são outras. Demonstrando a sua perícia, um grupo de homens, a cavalo, de bicicleta ou de mota, vão recriando hábitos medievais.

Na noite de quarta-feira, há também tradição de se fazer o Enterro do Bacalhau. O Um "cortejo, que encerra os festejos carnavalescos no concelho" e que "conta a história de um defunto que teve uma vida muito preenchida e animada. A acompanhar o "Bacalhau" (o morto) pelas ruas da vila, vai a "viúva", as recém conhecidas "amantes", o "padre", e os "amigos" que o vão chorando! É uma galhofada.

Fontes:

https://www.coolture.pt/event/carnaval-de-sesimbra-2018-programa-geral/

https://www.sesimbra.pt/noticia-72/enterro-do-bacalhau-marca-fim-dos-festejos-de-carnaval-em-sesimbra

 

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publicado às 20:30

Carnaval no mundo - Itália

por Elsa Filipe, em 15.02.18

O carnaval é uma das minhas épocas preferidas do ano. Mas se gosto do meu carnaval, o das escolas de samba e dos grupos, das plumas, das figuras de destaque, dos desfiles na avenida ou, mais recentemente, à beira mar, não posso deixar de lembrar que há tradições bem diferentes pelo mundo fora. Como por exemplo, o carnaval italiano.

Este ano celebrou-se a 500ª edição do tradicional Carnaval de Bagolino (hoje, norte de Itália). Bagolino é "uma pequena cidade de origem medieval" na região da Lombardia. 

O carnaval de Itália é um dos mais antigos a nível europeu. O carnaval de Veneza "tem registos desde o século XI, na época do governante Vitalie Falier, mas a festa só foi oficialmente reconhecida no século seguinte." O carnaval da Veneza medieval vinha da época em que "os venezianos se permitiam aos divertimentos proibidos em outras épocas do ano e as máscaras permitiam um disfarce," para que ninguém os conhecesse e se pudessem permitir a comportamentos de festa a todos os estratos sociais, desde pobres a ricos, ao povo e à nobreza. "Até mesmo os religiosos usavam as máscaras para aproveitar as festanças."

"As máscaras de Veneza eram usadas também em outras ocasiões além do carnaval como nos banquetes oficiais da República. Havia épocas também em que as máscaras de Veneza foram restringidas pelo governo porque tinham se tornado muito frequentes e acabavam sendo ligados a atividades ilícitas e pouco cristãs." Originalmente feitas em papel màché, ainda hoje estas máscaras são usadas e são uma marca da tradição italiana. "Primeiro o rosto a ser representado é feito de argila, depois um molde de gesso define a forma baseado no rosto criado na argila, aí então o molde é coberto pelo papel màché." Depois de seca, "é retirada do molde e coberta com uma camada fina de papel especial." Depois, estas máscaras "são decoradas com pintura, plumas e o que mais quiser." Hoje o fabrico mudou, havendo máscaras feitas de plástico e de metal, "mas as máscaras em papel màché continuam presentes em pequenas lojas especializadas." 

Uma das figuras mais conhecidas é a do Arlequim ou "Arlecchino", que representa um "servo cómico da Commedia dell’Arte italiana. Tradicionalmente usava roupas remendadas e trapos, que evoluiu para uma manta de retalhos em forma de losango, como conhecemos hoje. A máscara é preta com uma mancha grande e vermelha na testa."

Outras figuras conhecidas são o Pierrot e a Columbina. O Pierrot costuma ser "retratado como belo, charmoso e gentil a ponto de se culpar pelos erros que nunca fez." Geralmente "tem o rosto esbranquiçado e é representado com uma lágrima" no rosto. A Columbina, também representa "uma personagem serva da Commedia dell’Arte," que normalmente se vestia com "um vestido esfarrapado e remendado adequado a um funcionário. Era conhecida por usar maquiagem pesada ao redor dos olhos e levar um pandeiro para se defender dos avanços amorosos de Pantaleão." A sua máscara, tradicionalmente, apenas cobre metade do rosto.

Entre os "séculos XV e XVI, os Médicos em Florença" organizavam desfiles de carros alegóricos (carrroças puxadas a cavalos e decoradas) que eram chamados "triunfos" e acompanhados por músicas alegres, "para dançar." 

O Carnaval de Veneza e o de Viareggio "são considerados" dois "dos maiores do mundo," com o de Veneza a ser reconhecido "pela beleza das fantasias, a pompa das festividades" e pela diversidade de outras manifestações, tais como as "exposições de arte, desfiles de moda ou apresentações teatrais." Já o de "Viareggio é caraterizado por carros alegóricos que desfilam nos domingos entre janeiro e fevereiro, e que possuem enormes esculturas de papel-machê, que retraram caricaturas de homens famosos no campo da política, cultura e entretenimento, cujos traços caraterísticos, especialmente os recursos são sublinhados com sátira e ironia."

Noutra zona de Itália, em Ivrea na região de Turim, a tradição passa pela "tradicional Batalha das Laranjas," que é uma "tradição de inspiração medieval," que conta a história da filha de um oleiro local, uma plebeia de nome "Violeta," que na noite do seu "casamento, pelas leis locais, terá sido obrigada a passar a noite com o nobre tirano que liderava a aldeia. Para defender a honra, Violeta matou o nobre e libertou Ivrea da tirania." Daí a uma luta de laranjas... bem, ainda se passam vários séculos. Já no século XX, nos anos 30, as jovens "daquela localidade, por alturas do Carnaval, começaram a atirar laranjas das varandas para chamar a atenção dos rapazes." Esta "tradição evoluiu para uma agressiva tradição carnavalesca", onde os "participantes se dividem em duas equipes: a dos nobres e a dos plebeus", sendo já uma atração turística local.

Mas ao falarmos da antiguidade dos carnavais, não nos podemos esquecer que nem toda a Itália, era Itália como geograficamente a conhecemos hoje. No "final do século XV, a Itália foi invadida pela França e, mais tarde, pelo imperador Carlos V, que subjugou a maior parte do território em 1550. A seguir a Carlos V, os Habsburgo espanhóis controlaram a Itália até os Habsburgo austríacos governarem o território, na primeira metade do século XVIII. No final da ocupação napoleónica, em 1815, alguns estados tornaram-se independentes."

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval_da_It%C3%A1lia

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$italia

https://pt.euronews.com/2018/02/11/-batalha-das-laranjas-no-carnaval-a-italiana

https://www.bbc.com/portuguese/videos_e_fotos/2014/03/140304_batalha_laranjas_bg

https://www.westwing.com.br/guiar/mascaras-de-veneza/

 

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publicado às 11:43


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