Falar em cólera é falar de uma doença que se propaga através de águas conspurcadas com fezes, alimentos mal lavados e mal confecionados. A bactéria que a provoca pertence à estirpe "das bactérias Vibrio cholerae. Os sintomas podem variar entre nenhum, moderados ou graves. O sintoma clássico é a grande quantidade de diarreia aquosa com duração de alguns dias. Podem também ocorrer vómitos e cãibras musculares."

Mas não fica por aqui. Nos países menos desenvolvidos com fracos cuidados médicos, a cólera mata. E sem cuidados médicos, a morte pode chegar em poucas horas...

Em apenas dois dias, cerca de "70 pessoas" já perderam a vida "na capital do Sudão," Cartum. O "Ministério da Saúde" sudanês veio já registar "942 novas infeções e 25 mortes" esta "quarta-feira, após 1.177 novos casos e 45 mortes na terça-feira." Cartum regista "90% das novas infeções," depois de "semanas de ataques com `drones`, atribuídos às RSF," terem interrompido "o fornecimento de água e eletricidade da capital."

Em Angola, a situação também tem sido bastante complicada, registando-se desde janeiro deste ano, cerca de 700 vítimas mortais. Só nas últimas 24 horas, registaram-se "248 casos de cólera" e dez mortos. A  "província do Namibe" tem sido a mais fustigada. O surto tem-se vindo a espalhar por vários países, especialmente aqueles com menos condições de saúde e de salubridade. A água é um dos bens mais raros e é, muitas vezes, também o meio de propagação desta doença. 

Em Moçambique, o surto tinha sido declarado em outubro do último ano e terá morto quase 60 pessoas, de entre as cerca de 3.600 infetadas, "segundo o último balanço das autoridades sanitárias," que indicam que este surto "foi registado nos distritos de Mogovolas, Angoche, Murrupula, Larde e cidade de Nampula, na província de Nampula." Foram entregues, entretanto, para esta região "2,3 milhões de doses de vacinas" contra a cólera. As crianças acabam por ser, mais uma vez, as mais afetadas. Na véspera de se celebrar o Dia da Criança (em Portugal), lembremo-nos, que nem todas as crianças têm acesso a cuidados médicos e a uma alimentação, hidratação e higiene adequados.

Fontes:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/colera-fez-70-mortos-em-dois-dias-no-sudao_n1658360

https://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/angola-ultrapassa-as-700-mortes-por-colera-desde-o-inicio-da-epidemia-em-janeiro

https://observador.pt/2025/05/12/surto-de-colera-em-mocambique-ja-matou-57-pessoas-em-sete-meses-com-quase-3-600-casos/