Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
A situação devido ao mau tempo em Portugal foi, de longe, bem diferente da ocorrida em Espanha, mas nem por isso deixou de provocar avultados danos e alguns feridos. Parece que andamos cada vez mais ansiosos com toda esta situação e, culpa disso, talvez seja a frequência com que nos são transmitidas notícias e a forma como as mesmas nos chegam. E com tudo isto, que razão teremos para não ser um povo prevenido?
A ocorrência de tempestades e de fenómenos atmosféricos não é novidade, mas tal como os incêndios, parece que nos espantam de cada vez que acontecem. Ainda me lembro de ir para a escola com água quase até aos joelhos, ou de ter baldes a amparar a água que escorria pelo candeeiro do quarto onde eu dormia na casa da minha avó sempre que o telhado do prédio se enchia de água porque o algeroz entupia! Era normal. Agora chove mais um pouco e parece que ficamos logo com vontade de encerrar tudo e de ficar em casa. Em alguns casos, isso seria até uma medida a aplicar de forma preventiva, mas se tanto nos espantamos quando se anunciam ao longe umas nuvens de tempestade, a verdade é que lá vamos nós fazer umas imagens. Nas redes sociais, num dia reclamamos que só chove no norte e que faz falta no sul, mas na semana seguinte, estamos a reclamar que foi demasiada chuva no sul e que está tudo alagado!
Leitos de cheia onde se constrói há anos, e onde passe o tempo que passar, ninguém ainda saiu de lá e marés grandes que atingem as zonas ribeirinhas e levam a areia para longe são todos os anos tema de conversa. Especialistas e outros nem tanto vão aos telejornais falar de fenómenos atmosféricos e ficamos horas colados aos ecrãs a ouvi-los e a ver as imagens que se repetem. Iguais em todos os canais...
Esta manhã, um "comboio regional" que fazia o "troço entre a Fuzeta e Olhão," descarrilou, "devido à queda de pedras na sequência das chuvas intensas que se sentiram nas últimas horas no sotavento algarvio," levando ao corte da linha do Algarve. Não houve feridos. Foi lançado um alerta amarelo para os distritos de Faro e Beja, devido à previsão de chuva que se previa forte, e à possibilidade de ocorrência de "trovoadas e granizo," devido a um fenómeno semelhante ao DANA que na semana passada provocou o caos e a destruição em Espanha.
Em Olhão, uma senhora resolveu sair do carro para ir espreitar a ribeira de Alfandanga, que corria com mais água e mais fordça do que o habitual e acabou por cair. A "mulher foi resgatada," por alguns populares e, posteriormente, "socorrida pela ambulância de suporte de vida de Tavira do Instituto Nacional de Emergência Médica, e transportada para a Unidade Local de Saúde do Algarve."
Ontem, "dois idosos de nacionalidade francesa ficaram desalojados em Castro Marim," devido às fortes chuvas, enquanto em "Tavira, duas pessoas tiveram de ser resgatadas," uma encontrava-se dentro da sua viatura que acabou por ficar imobilizada na Ribeira de Almargem, enquanto a outra teve de ser retirada da sua "habitação na Asseca." Ainda na região de Tavira, houve danos em muros que acabaram por ruir, e "diversas embarcações" que acabaram por se soltar e ficar "à deriva" levaram ao cancelamento das "carreiras fluviais para a Ilha de Tavira."
A zona de Luz de Tavira foi uma das mais afetadas pelo mau tempo dos últimos dias nesta região, havendo ainda estradas cortadas.
Fontes:
Podemos estar a falar em acidentes ou podemos mesmo estar a falar de crime. Estas duas primeiras situações deixam várias dúvidas. Infelizmente, nos últimos dias, houve várias pessoas a perder a vida em situações cujas causas ainda estão por apurar. Destaco aqui dois casos distintos, em que duas pessoas bastante jovens, aparentemente, foram vítimas de queda em altura. Depois, voltarei ainda a falar dos diversos casos ocorridos nos últimos dias nas nossas praias e barras marítimas. Com diferentes causas, há entre eles algo em comum: uma má avaliação do risco.
Começo por destacar aqui a morte de uma mulher de apenas 26 anos, de nacionalidade alemã, cujo corpo foi ontem encontrado. A mulher terá, aparentememente, caído "de uma arriba com cerca de 40 metros na praia dos Rebolinhos, em Sagres, no concelho de Vila do Bispo."
No domingo, dia 14 de abril, o corpo de um jovem de 19 anos, foi encontrado num dos pátios laterais do Museu Municipal de Coimbra. Este espaço, é um saguão que "serve o Museu Municipal e outros dois edifícios na baixa da cidade." Ao que se sabe até agora, o jovem, que é "filho do deputado Rafael Carvalho, da Assembleia Legislativa da Madeira," terá caído "de forma acidental", da janela de um dos edifícios que partilha aquele mesmo pátio, mas a PJ está a fazer diligências para apurar o que se passou. Jovens de 19 anos, já não caiem de uma janela sem mais nem quê.
Nos últimos três dias, devido à subida das temperaturas, à vontade de voltar à praia, ao mar e aos desportos marítimos, muitas pessoas colocaram-se em situações de risco elevado. Em três dias, quase se chegou aos 250 salvamentos, mas o pior resultado foram de facto, as vítimas que o mar ainda não devolveu. Aquilo que me surpreende é que a maioria das vítimas são adultos, ou jovens já numa idade próxima da idade adulta e que, apesar de todos os alertas sobre as condições do mar, que ainda é, em abril, aquilo que se chama "mar de inverno" continuam a pôr-se em risco apenas por um mergulho num dia quente.
Continua desaparecido Yassine Toukhsi, de 16 anos na praia de Salgueiros, em Canidelo, Gaia, desde sexta-feira. O jovem, de nacionalidade marroquina, terá entrado na água ao final da tarde, com um grupo de amigos e foi arrastado pela corrente. Não saberia nadar. Está também desaparecido um homem de 26 anos na Praia da Vieira e um jovem de 19 anos, da nacionalidade brasileira, na praia da Costa Nova, em Ílhavo.
No domigo, um homem de 47 anos morreu afogado, no Rio Cáster, junto ao Parque Urbano de Ovar. A vítima, natural da freguesia da Torreira, Murtosa, terá mergulhado "junto a uma cascata artificial na zona de rio que passa pelo parque."
Um jovem de nacionalidade cabo-verdiana está desaparecido desde domingo nas águas do Tejo. Ele e os amigos, na casa dos 30 anos, estariam alcoolizados e, quando o primeiro caiu ao rio no Cais do Sodré, os outros lançaram-se à água em seu socorro. Os dois amigos saíram da água e foram assistidos, mas aquele que caíra inicialmente, ainda de encontra desaparecido.
Um homem que estava à pesca na zona de Caminha, desapareceu no passado sábado, 9 de abril, sendo que, segundo as autoridades marítimas, esta barra "estava encerrada devido a ondas de quatro metros e rajadas de vento até 30 quilómetros por hora."
Estão ainda desaparecidas duas pessoas, depois de um naufrágio na zona de Tróia, ocorrido no passado dominho, 10 de abril, num caso que ainda vai fazer correr muita tinta, uma vez que ao que parece já se sabe que a embarcação não tinha licença de atividade turística, ficando em causa o pagamento recebido para que a viagem decorresse.
https://www.jn.pt/7566278704/salvas-249-pessoas-em-dois-dias-nas-praias-portuguesas/
Quando se colocou em cima da prancha de paddle, a jovem nunca esperaria passar 20 horas consigo mesma e com a imensidão do mar à sua volta. Quando aqueles pais a viram afastar-se, não pensaram que iriam estar sem saber da filha por 20 desesperantes horas. As condições do mar não eram as ideais à prática deste desporto. A hora, mesmo que estivéssemos em plena época balnear, não era já hora de estarem a maioria dos postos de vigia ativos. O dia quente, escondia rajadas de vento moderado que, passada a zona de rebentação se tornava mais forte.
Estavam reunidas as condições para que tudo corresse mal, mas felizmente, a jovem foi resgatada a 37 quilómetros da costa algarvia e a 56 quilómetros de Faro, por um navio mercante, um porta contentores holandês que navegava a caminho de Tânger, Marrocos e, posteriormente, recuperada em segurança pela Esquadra 751 - "Pumas".
Érica Vicente, natural de Azeitão,acabou por ser encontrada à margem de todo um dispositivo de meios terrestres, marítimos e aéreos que foram rapidamente empenhados na sua busca, afastada da zona onde se esperava que estivesse.
Fontes:
O nosso país tem áreas florestais muito importantes e Monchique seria uma dessas zonas, não fosse o facto de ter ardido em quase 90% em 2003 e de voltar a arder agora nos últimos dias.
Agosto teve este anos dos dias mais quentes e foi esse um dos fatores que terá levado ao rápido desenvolvimento do incêndio que deflagrou no dia 3, sexta-feira, por voltas das 13 horas, na zona da Perna da Negra.
O facto do país ter passado pela tragédia de Pedrógão no ano passado, fez com que a evacuação das pessoas fosse uma prioridade este ano e isso nem sempre foi bem visto pela população. As pessoas não queriam sair das suas casas e deixar os seus bens para trás à mercê das chamas que galopavam.
As imagens são brutais. Não estou no terreno, mas passo as noites acordada a tentar saber das equipas que lá estão, a acompanhar as notícias tanto em casa como no quartel. Tentamos levar estas situações com leveza, mas a verdade é que, mesmo que hoje o incêndio seja dado como dominado, há o receio de que volte a se intensificar.
O Algarve este ano tem sido bastante afetado e, uma das razões é também o desordenamento do território, com muito - mas quando digo muito, é imenso - eucalipto! As folhas leves e com óleos próprios, ardem de forma caraterística e são facilmente levadas pelo vento - as rajadas têm sido muito fortes - e caiem em zonas ainda intocadas de onde rapidamente emergem novas "frentes". Para ajudar, faziam falta faixas de continuidade, mas estas são poucas ou inexistentes em algumas zonas. A deslocação e colocação de meios logo no primeiro dia de incêndio em determinadas zonas da Serra, teriam sido essenciais, mas de facto não foram possíveis por falta de acessos. As autarquias são responsáveis por essas faixas, mas a verdade é que faltam ainda muitos quilómetros!
Até agora, falam-se nas notícias em 41 feridos, um deles em estado grave. E desses 41, 22 são bombeiros. Arderam muitas casas, várias de primeira habitação, e outras de segunda habitação. Quanto a animais, terão sido mortos neste incêndio cerca de 5.600 animais, de várias espécies. Os meios foram bastantes, mas nunca parecem ser os suficientes e a mim custa-me especialmente as imagens que passam na televisão e onde parece que não se está a passar nada. Quando a dia 8 de agosto já tinham sido evacuados 230 residentes, muitos contra a sua vontade e dificultando muito o trabalho dos bombeiros e da Proteção civil. Mas muita gente esteve a apoiar os homens e mulheres no terreno e foi muito bonito perceber que, mais uma vez, o país se uniu. Os portugueses são mesmo assim.
Segundo a comunicação social, que divulgou dados do IPMA, durante as operações de combate, registaram-se temperaturas de 47 graus e humidade relativa de 14%.
A complexidade deste incêndio foi muita, envolveu muitos meios,tanto terrestres como aéreos, mas para mim é um pouco estranho que pela sua dimão só tivesse passado para a alçada do comando nacional no dia 7, quando já tínhamos 5 dias de combate intenso e meios de todo o país deslocados para o teatro de operações.
ASegundo notícia publicada no Público, este incêndio já destruiu perto de 27 mil hectares de floresta e mato, segundo a última actualização disponibilizada pelo Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.
Fontes:
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.