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Uma comitiva que transportava diplomatas de vários países foi alvo de um "ataque no Paquistão," levando à morte de um polícia e a ferimentos em três outros. Na comitiva seguiam "o embaixador russo e diplomatas portugueses, iranianos, turcomanos, tajiques, cazaques, bósnios, zimbabueanos, ruandeses e vietnamitas." O ataque aconteceu "no vale do Swat, em Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão." Os diplomatas estariam a participar num encontro para "promover o comércio local, conhecido pelo seu artesanato e pedras preciosas."

Na caravana, composta por 12 diplomatas, "viajava o embaixador português, Frederico Silva, que o Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou à Lusa estar bem," uma vez que ia a meio do comboio e a viatura onde seguia não chegou a ser atingida. Esta é uma região perigosa por ser um "bastião dos talibãs paquistaneses (TTP), treinados para o combate no Afeganistão e que defendem a mesma ideologia dos talibãs afegãos."

Ontem, escrevi sobre a situação tensa no Médio Oriente e até agora os ataques não cessaram - nem tão cedo se espera que isso aconteça, infelizmente. Nos últimos dias, os ataques contra território libanês já provocou "dezenas de mortos, segundo a Defesa Civil," sendo que "o balanço provisório do atentado de sexta-feira é de 50 mortos e 66 feridos, mas há ainda 11 desaparecidos."

Preocupado com a escalada do conflito, "o secretário-geral da ONU, António Guterres," receia que o conflito no Líbano se torne "uma nova Gaza", numa entrevista dada à CNN.

Depois de aconselhar os habitantes do sul do Líbano a "manterem-se afastados" de edifícios onde o "Hezbollah pode ter armazenadas armas" e que possam ser alvos "do movimento pró-iraniano Hezbollah," Israel lançou esta segunda-feira dezenas de ataques "no sul e no leste do Líbano." Em cerca de meia horam foram lançados "mais de 80 ataques aéreos."

A agência Reuters, descreveu os bombardeamentos desta manhã "como os mais vastos que Israel realizou em simultâneo desde outubro do ano passado." Na última sexta-feira, o exército israelita assassinou "um importante comandante do Hezbollah, Ibrahim Aqil, num bombardeamento em Beirute que fez pelo menos 12 mortos, incluindo cinco crianças."

Este comandante era "procurado há décadas pelos Estados Unidos" acusado de ter sido responsável "pela morte de mais de 300 pessoas nos atentados de 1983 em Beirute." O ataque de 1983 terá morto 307 pessoas que se encontravam num "quartel de uma força internacional de manutenção de paz," entre as quais "241 militares norte-americanos." A explosão de um camião provocou ainda a morte de "63 pessoas na embaixada norte-americana," daquele país.

Fontes:
https://www.publico.pt/2024/09/22/mundo/noticia/comitiva-diplomatas-incluindo-portugueses-alvo-ataque-paquistao-2105094

https://www.dnoticias.pt/2024/9/22/420734-caravana-com-diplomatas-incluindo-portugueses-foi-alvo-de-explosao-no-paquistao/

https://pt.euronews.com/my-europe/2024/09/22/alta-tensao-entre-o-hezbollah-e-israel-eua-uniao-europeia-e-onu-demonstram-preocupacao

https://www.publico.pt/2024/09/23/mundo/noticia/israel-ataca-alvos-sul-leste-libano-2105114

https://www.publico.pt/2024/09/20/mundo/noticia/ibrahim-aqil-comandante-historico-hezbollah-eliminado-israel-tambem-procurado-eua-2104951

 

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publicado às 10:40

Cheias no Afeganistão

por Elsa Filipe, em 14.05.24

O Afeganistão está também a viver uma situação de calamidade depois do norte do território ter sido atingido por fortes cheias. As chuvas repentinas provocaram deslizamentos de terras que "arrastaram casas, terras de cultivo, pessoas e animais, provocando mais de 300 vítimas mortais, entre elas 50 crianças."

Contabilizam-se já milhares de feridos e desalojados. Tendo em conta o caos "desencadeado por dias de chuvas incessantes e inundações que soterraram cidades inteiras e destruíram infraestruturas essenciais, como pontes e estradas, o regime talibã afirma que o número de vítimas poderá continuar a aumentar."

Muita da ajuda está a ser transportada de burro, uma vez que não há forma de fazer circular camiões nos acessos às regiões mais afetadas. A população pede ajuda, mas desde que os Talibã tomaram conta do país em 2021, a maioria das organizações internacionais reduziram bastante a sua presença. Apesar de tudo, a OMS já enviou para a zona afetada "7 toneladas de medicamentos e kits de emergência." A União Europeia também já tomou a decisão de "enviar 97 toneladas de bens essenciais."

Fontes:

https://radiocomercial.pt/noticias/152043/sobe-para-342-o-numero-de-mortos-nas-cheias-no-norte-do-afeganistao

https://sicnoticias.pt/mundo/2024-05-13-video-afeganistao-indonesia-e-brasil-continuam-buscas-por-sobreviventes-das-cheias-a9498164

 

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publicado às 10:58

Afeganistão não pára de tremer

por Elsa Filipe, em 15.10.23

Depois de ter sido afetado por vários abalos no dia 7 deste mês, o Afeganistão continua a sofrer fortes abalos, que não têm sido muito divulgados. Nessa data, aldeias inteiras foram destruídas por um sismo de magnitude 6,3 que causou mais de mil mortos, 90% dos quais mulheres e crianças, de acordo com o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF).

Esta quarta-feira, dia 11, um novo abalo de magnitude 6,3 voltou a atingir as infraestruturas já por si bastante danificadas, lançando o pânico entre uma população traumatizada.

Ontem e hoje, novos abalos voltaram a sacudir a cidade de Herat, no noroeste do território afegão. Os sismo terão deixado pelo menos um morto e mais de uma centena de feridos. Na sequência do primeiro abalo foram sentidos outros dois tremores secundários de menor intensidade. A Organização Mundial de Saúde diz que a maioria das vítimas do terramoto de sábado são mulheres e crianças. A par disso, muitos sobreviventes são antigos refugiados, que perderam o pouco que tinham. Os dados ainda não foram atualizados e o número do mortos pode por isso vir a aumentar.

De facto, podemos dizer que o Afeganistão está a sofrer uma grave crise humanitária, com a retirada generalizada da ajuda estrangeira desde o regresso dos talibãs ao poder, sendo por isso difícil fazer chegar ajuda às populações mais necesskitadas, desde logo, abrigos para o frio. 

Fontes:

https://exame.com/mundo/novo-terremoto-de-magnitude-63-no-afeganistao-deixa-um-morto-e-dezenas-de-feridos/

https://www.publico.pt/2023/10/11/mundo/noticia/afeganistao-atingido-novo-sismo-2066337

https://observador.pt/2023/10/15/novo-sismo-de-magnitude-63-registado-no-afeganistao/

 

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publicado às 19:43

O Afeganistão foi ontem atingido por um sismo de magnitude 6.3 na escala de Richter, ao qual se seguiram várias réplicas. O governo Talibã, falou em cerca de 2000 mortos na província de Herat, mas ainda podem existir outros tantos soterrados. As várias réplicas que se fizeram sentir - terão ocorrido sete abalos com magnitudes entre 5,5 e 6,3 - dificultaram a chegada aos feridos. O epicentro ocorreu a 40 quilómetros de Herat, a terceira maior cidade do Afeganistão, considerada a capital cultural do país, com quase dois milhões de habitantes.

Este país asiático é muito vulnerável a desastres naturais por estar situado na cadeia montanhosa do Hindu Kush, perto do ponto onde se encontram as placas tectónicas euro-asiática e indiana, numa zona de grande atividade sísmica.

De referir o sismo de 5,9 ocorrido em junho de 2022, tinha sido considerado o mais mortífero no país em quase 25 anos tendo feito mais de mil vítimas mortais e dezenas de milhares de desalojados na província de Paktika. Aguardam-se os dados definitivos para se confirmar que o sismo de ontem terá ultrapassado estes valores, mas penso que já se pode dizer que se ultrapassará aqui o número de vítimas.

Depois dos ataques que aconteceram ontem em Israel, temo que as vítimas deste sismo fiquem esquecidas pela comunidade internacional.

Fontes:

https://observador.pt/2023/10/08/novo-balanco-de-sismo-no-afeganistao-eleva-numero-de-mortos-para-2-mil/

https://pt.euronews.com/2023/10/07/forte-sismo-e-replicas-fazem-mais-de-uma-centena-de-mortos-no-afeganistao

 

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publicado às 12:47

Mais de uma semana depois da troca de tiros entre guardas dos dois países, foi reaberto o principal posto fronteiriço entre o Paquistão e o Afeganistão, permitindo a passagem de veículos e peões. Este é mais um ponto quente no médio oriente que pode estar prestes a despontar num conflito armado. 

O lado paquistanês da fronteira esteve paralisado durante dias, com mercados e escritórios fechados e multidões de viajantes a refugiarem-se nas mesquitas vizinhas. Os dois países partilham mais de 2.500 quilómetros de fronteira, a qual é rejeitada por Cabul desde que foi criada a chamada Linha Durand pelo Império Britânico no século XIX.

No Paquistão, em 1977, a lei civil paquistanesa foi substituída pela lei tradicional islâmica, depois da tomada militar do país.

O Afeganistão localiza-se a norte do Paquistão. Alguns monarcas afegãos tentaram modernizar o país, mas as tribos muçulmanas que constituíam a maioria da população resistiram às mudanças. Em 1973, líderes militares depuseram o último monarca e estabeleceram a república. Cinco anos depois, um grupo de comunistas apoiados pela União Soviética depôs o regime militar e estabeleceu um estado marxista governado por um único partido. 

Em 1979, a União Soviética invadiu o Afeganistão, mas foi incapaz de esmagar a resistência afegã no interior, apoiada pelos Estados Unidos que forneceu apoio militar e económico aos rebeldes afegãos. Durante a guerra contra a União Soviética, mais de quatro milhões de afegãos fugiram do seu país, cruzando as fronteiras para o Irão e Paquistão. Em 1988, a União Soviética começa a retirar as suas tropas do Afeganistão.

 

Fontes:

https://observador.pt/2023/09/15/reabre-posto-fronteirico-entre-afeganistao-e-paquistao-apos-troca-de-tiros/

https://www.educabras.com/artigos/paquistao-e-afeganistao

 

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publicado às 15:57

Tragédia no Mediterrâneo

por Elsa Filipe, em 18.06.23

Alarm Phone, rede transeuropeia de apoio a operações de resgate, afirmou ter recebido alertas de pessoas a bordo de um navio em perigo na costa da Grécia na tarde da passada terça-feira e que alertou as autoridades gregas. Quem efetuou o pedido de ajuda estava a bordo do navio. A pessoa que ligou terá dito que havia cerca de 750 pessoas a bordo e informou também que o capitão tinha fugido num pequeno barco.

Se olharmos para uma fotografia aérea do navio antes de afundar, divulgada pelas autoridades gregas e que tem passado nas redes sociais e nas notícias, podemos ver centenas de pessoas amontoadas no convés e reparar que a maioria não tem coletes salva-vidas. Horas depois do pedido de ajuda, a embarcação acabou mesmo por se afundar.

Barco de migrantes que naufragou na Grécia (Hellenic Coast Guard via AP)

Aquilo que parece que está a causar ainda mais revolta, é saber se houve ajuda atempada. Ao que parece, a HSRCC enviou um navio adicional de bandeira maltesa, que se aproximou do navio de pesca por volta das 18:00 e forneceu comida e água. Posteriormente, um segundo navio, desta vez grego, foi enviado por volta das 21:00 para fornecer água aos passageiros. Por volta das 22:40, um navio da Guarda Costeira Helénica de Creta ter-se-á aproximado do barco de pesca. Até às 02:04 do dia 14 de junho não se notaram problemas de navegação, apesar da situação precária da embarcação. Dez a quinze minutos depois, o navio já estava completamente submerso. Vários passageiros que estavam nos convés externos caíram no mar. Só quando a embarcação naufragou, as equipas de salvamento começaram a atuar. E porquê só nessa altura, podemos questionar nós. É que ao que parece, houve recusa da parte dos migrantes em serem ajudados. De certa forma por receio do que lhes poderia acontecer ao serem levados para outro porto que não o de destino inicial, ou talvez porque não tivessem considerado a realidade da sua situação.

Funcionários do Governo disseram que os migrantes a bordo recusaram repetidamente a ajuda das autoridades gregas: “Era um barco de pesca lotado de pessoas que recusaram a nossa ajuda porque queriam ir para a Itália”, disse o porta-voz da guarda costeira Nikos Alexiou à emissora Skai TV. “Mantivemo-nos ao lado, caso precisassem da ajuda que haviam recusado.” As pessoas a bordo não queriam ajuda com medo de serem levados de volta e, a qualquer tentativa de aproximação, o barco começava a manobrar para longe.

Mas como em tudo, também aqui existem outras versões. Segundo alguns sobreviventes, o que se passou foi um pouco diferente e que o barco terá naufragado quando a “Guarda Costeira grega prendeu a embarcação com uma corda para a rebocar." 

As hipóteses de recuperar o navio afundado são remotas, porque a área de águas internacionais onde ocorreu o incidente é uma das mais profundas do Mediterrâneo e a esperança de encontrar sobreviventes do naufrágio diminui a cada hora. 104 pessoas foram resgatadas com vida, 78 corpos foram retirados do mar, naquele que é um dos naufrágios mais mortais da Europa nos últimos anos.

Os sobreviventes são apenas homens, que viajavam na parte superior. Segundo as testemunhas, as mulheres e crianças viajavam no porão da embarcação e ninguém terá conseguido sair. Um sobrevivente hospitalizado contou que estariam cerca de cem crianças no porão.

Muitos dos sobreviventes estão em estado de choque e querem entrar em contato com as suas famílias para dizer que estão bem, mas muitos deles continuam a perguntar sobre os desaparecidos, uma vez que são seus familiares e amigos.

Das nacionalidades das vítimas sabe-se que a bordo iam egípcios, sírios, paquistaneses, afegãos e palestinianos e que a embarcação tenha saído da Líbia, país que tem pouca estabilidade e segurança, e que é um ponto de partida para aqueles que tentam chegar à Europa por mar e que tivesse Itália como destino. As redes de tráfico de pessoas são dirigidas principalmente por fações militares que controlam as áreas costeiras.

Os sobreviventes foram levados para Kalamata. Muitos foram tratados no hospital por hipotermia ou ferimentos leves e estão agora instalados provisoriamente em armazéns transformados em abrigos. Entretanto, as autoridades gregas prenderam nove alegados traficantes de pessoas. São oriundos do Egito e suspeitos de planear a viagem ilegal de centenas de pessoas da Líbia para Itália, depois de partirem do Egito com a embarcação. É provável que um procurador apresente várias acusações contra o grupo, incluindo a de homicídio em massa, sendo que o capitão pode estar fugido ou ter morrido.

As Nações Unidas registam mais de 20 mil mortes e desaparecimentos no Mediterrâneo central desde 2014. Esta rota é a travessia de migrantes mais perigosa do mundo.

Fontes:

https://cnnportugal.iol.pt/migrantes/mediterraneo/isto-poderia-ter-sido-evitado-o-que-aconteceu-no-naufragio-no-mediterraneo-que-tera-causado-a-morte-de-centenas-de-migrantes/20230615/648acf4ad34ea91b0aad8e48

https://expresso.pt/internacional/2023-06-15-O-que-sabemos-ate-agora-do-naufragio-na-Grecia-qual-foi-a-causa-quantas-vitimas-estao-confirmadas-e-quantos-migrantes-estavam-no-barco--6537a171

https://observador.pt/2023/06/15/os-sobreviventes-estao-em-estado-choque-autoridades-da-grecia-continuam-buscas-apos-naufragio/

Imagem: https://cnnportugal.iol.pt/grecia/migrantes/guarda-costeira-grega-defende-que-respondeu-a-embarcacao-que-naufragou-na-grecia/20230616/648ce897d34ef47b8754fe31

https://cnnportugal.iol.pt/grecia/migrantes/naufragio-na-grecia-nove-alegados-traficantes-detidos-manifestantes-protestam-contra-legislacao-migratoria-da-uniao-europeia/20230616/648c184cd34ea91b0aad98b1

 

 

 

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publicado às 11:58

Agressões em escolas

por Elsa Filipe, em 05.06.23

Armas, sejam elas quais forem, são sempre um problema em escolas. Há diariamente um clima de instabilidade e de insegurança nas escolas que está a afetar alunos, funcionários e professores. Pelo mundo, os casos são vários...

Hoje falo aqui do caso de um homem com cerca de 30 anos, que saltou o gradeamento da Escola Secundária Ruy Luís Gomes, no Laranjeiro e entrou no recinto escolar, munido de uma faca. Ameaçou um funcionário que o abordou e provocou um corte ligeiro na mão de um aluno de 15 anos que o tentou conter. Entretanto, fugiu da escola mas acabou por ser detido, pelas 11h20m pelos polícias da Esquadra de Investigação Criminal de Almada, que recuperaram também a faca, que tinha sido deitada fora durante a fuga.

Segundo a PSP, o objetivo do homem quando entrou na escola era jogar à bola com os alunos. Ninguém no seu perfeito juízo entra numa escola para jogar à bola, armado com uma faca que rapidamente sacou para atacar. Esfaqueou um podia ter esfaqueado mais, o que nos leva a pensar como é que está a ser feita a segurança das nossas escolas. Este homem acabou acusado dos crimes de introdução em lugar vedado ao público, ameaças a funcionário e agressão com arma branca a um aluno e terá de comparecer na terça-feira no Tribunal de Almada, no distrito de Setúbal. Continua na minha cabeça que aquele homem entrou ali com um objetivo muito específico, com intenções de atacar alguém, mas que não conseguiu finalizar a sua intenção. Haverá  algum tipo de relação familiar deste homem com algum dos alunos desta escola, ou foi uma escolha aleatória? Estou curiosa sobre esse facto, porque me parece muito estranho.

Numa outra escola, em Felgueiras, um aluno de 16 anos atacou um professor de 46, batendo-lhe com um ferro na cabeça. O ataque aconteceu na manhã desta segunda-feira, dentro de uma sala de aula da Escola Básica 2,3 de Lagares. A agressão terá acontecido depois de uma chamada de atenção do professor ao aluno, por este ter tido um comportamento “impróprio” com um colega. Alertado que seria alvo de um processo disciplinar, o aluno saiu da sala e regressou no final com um ferro, com o qual agrediu o professor. A vítima foi transportada para o hospital de Penafiel, já depois das 10h00. Uma patrulha da GNR foi chamada à escola e localizou e identificou o estudante, que frequenta o ensino especial.  O tutor do jovem foi informado do caso, que foi remetido pela GNR ao Ministério Público.

Poderia aqui relatar vários casos, apenas deste ano, mas aproveito apenas para acrescentar ainda o caso de um aluno que devido a uma "brincadeira", foi severamente agredido e ficou com lesões graves. O rapaz de 13 anos, aluno na EB 2,3 de Alfena, em Valongo, foi agredido com violência por três colegas, acabando por ficar inconsciente. A agressão aconteceu na passada terça-feira, à hora do almoço, e o estudante agredido teve de ser transportado para o Hospital de S. João, no Porto. Aqui o que salta logo à vista é que a reação à suposta "brincadeira", não foi de um, mas de três.

Não sabemos o que se passou em concreto, mas logo à partida há aqui uma óbvia desvantagem. Outro fator é a falta de funcionários que consigam por fim a estas situações rapidamente. Quem conhece a realidade das escolas, sabe bem do que estou a falar. Há formação, mas ainda falta muita preparação para lidar com estas situações. E o pior é que muitas vezes, os agressores estão identificados por casos menos graves, mas espera-se que algo corra muito mal para colocá-los fora da escola. Terá sido o primeiro ataque destes alunos? Fica aqui a minha questão.

De acordo com o pai, Ricardo Sousa, o rapaz sofreu ferimentos sobretudo na zona da cabeça. "Tem a boca rebentada por dentro, partiram-lhe um dente e abalaram mais três. Fizeram-lhe uma TAC e detetaram uma lesão no cérebro. Ainda vai fazer mais exames para ver como evolui", referiu o encarregado de educação, que apresentou queixa na GNR. 

Tudo terá começado na cantina da escola, quando os alunos se preparavam para almoçar. O pai, conta como tudo se terá passado, de acordo com a versão do filho e de outros colegas que assistiram: "Foi uma brincadeira, em que supostamente o meu filho tirou o chapéu da cabeça de um amigo. Mas nada justifica tamanha violência; o miúdo foi brutalmente agredido" por colegas de "13, 14 e 15 anos", afirma Ricardo Sousa, referindo que o rapaz, que frequenta o 7.º ano, "levou chutos ou murros na cabeça e ficou inconsciente". Na sequência das agressões, o educando "nem sequer consegue comer ou falar", lamenta. Ricardo Sousa denunciou nas redes sociais as agressões de que o filho foi alvo, com o objetivo de lançar um alerta para situações análogas. "Quero alertar os outros pais, porque podia ser o filho de qualquer pessoa, e podia-se ter matado uma criança", diz, adiantando que foi informado que "os alunos foram suspensos" e que a escola "está a fazer averiguações internas". Nestes casos, mesmo que os danos não sejam tão graves como o deste aluno, os pais têm um papel preponderante, para que se acabe com estas situações. O problema aqui é mesmo manter a calma e não lhes dar um tratamento igual. 

Mas hoje as notícias referentes à violência e a ataques em escolas não se centram apenas em Portugal. No Afeganistão, país onde domina o regime Talibã, oitenta raparigas foram envenenadas em ataques a duas escolas. Até agora, não está claro quem é o culpado, quais são suas motivações, nem o possível tipo de veneno usado contra as crianças.

Fontes:

https://www.dn.pt/sociedade/homem-detido-depois-de-ter-entrado-numa-escola-em-almada-munido-de-uma-faca-16481816.html

https://sicnoticias.pt/pais/2023-06-05-Felgueiras-aluno-de-16-anos-ataca-professor-com-ferro-dentro-de-escola-33ea6faf

https://clubefmradio.com/noticia/1393484/professor-agredido-na-cabeca-por-aluno-em-escola

https://veja.abril.com.br/mundo/pelo-menos-80-meninas-foram-envenenadas-em-escolas-no-afeganistao

https://www.jn.pt/justica/aluno-de-13-anos-de-escola-de-alfena-foi-agredido-por-colegas-e-ficou-inconsciente--16459742.html

https://tvi.iol.pt/noticias/envenenamento/ataque/quase-80-raparigas-envenenadas-em-escolas-primarias-do-afeganistao/20230605/647dcf9ed34ef47b87549b0d

 

 

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publicado às 18:41

Na madrugada desta terça-feira, ocorreu um sismo que atingiu a índia, o Afeganistão e o Paquistão. Numa zona fortemente afetada por constantes conflitos, este evento acabou por afetar a população de forma muito negativa.

No distrito de Swat, no Paquistão, pelo menos 150 pessoas ficaram feridas e os hospitais declararam estado de emergência. Também as unidades de saúde do Afeganistão estão em alerta. segundo dados divulgados pelo Governo paquistanês. Entre as vítimas mortais estão duas crianças.

E do lado afegão, pelo menos quatro pessoas morreram e 70 ficaram feridas. Por enquanto, ainda se fazem buscas, por isso estes números podem aumentar.

O terramoto atingiu uma magnitude de 6,5 na escala de Richter e o seu epicentro localizou-se a 40 quilómetros a sudeste de Jurm, na cordilheira Hindu Kushno que se localiza no nordeste do Afeganistão. O abalo - que durou cerca de 30 segundos - teve origem a 187,6 km de profundidade.

O sismo foi sentido numa área de 1000 quilómetros quadrados que chegou também ao Uzbequistão, Tajiquistão, Cazaquistão, Quirguistão e Turcomenistão. Esta zona já está a viver uma crise humanitária provocada pela guerra, pela pobreza generalizada e falta de recursos da população, e que agora se agrava com a ocorrência deste sismo.

 

Fontes:

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-03-22-Sismo-no-Afeganistao-e-Paquistao-faz-pelo-menos-13-mortos-0771014a

https://sicnoticias.pt/mundo/2023-03-21-Forte-sismo-atinge-Afeganistao-abalo-sentido-no-Paquistao-e-na-India-6e491aca

https://www.tsf.pt/mundo/sismo-de-magnitude-65-atinge-afeganistao-16046006.html

 

 

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publicado às 15:59

Há meninos que vão à escola. Há meninos que fazem birras porque não querem comer a sopa. Há meninos que brincam com carrinhos, constroem puzzles e pintam desenhos coloridos.

Há meninos que são levados em tenra idade e que são sujeitos às maiores atrocidades. Há meninos que em vez de desenhos animados assistem a execuções. Há meninos que são recrutas em ”campos infantis” por toda a Síria e pelo Iraque e fazem parte do Daesh. 

Assinala-se hoje o Dia Internacional contra o Uso de Crianças-soldado. Segundo o mais recente levantamento feito pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, 56 das atuais 57 entidades em guerra têm utilizado crianças nos seus exércitos. Em 2014, foram identificadas oito nações onde as crianças são recrutadas pelas forças de segurança: Afeganistão, Chade, Mianmar, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Iêmen. Em países como Iraque e Síria, crianças permanecem vulneráveis ao recrutamento por conta da proliferação de entidades armadas e avanços do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIL). No Sudão do Sul, os conflitos internos ainda afectam jovens e, no Iêmen, a participação e o uso de crianças pelas partes em conflito tornaram-se amplamente disseminados desde a escalada das tensões, em Março de 2015.

Há meninos que brincam ao faz-de-conta com armas feitas de pau e cantam "rei, capitão, soldado, ladrão..." e há meninos que gritam antes de dispararem armas verdadeiras, numa idade em que ainda não deveriam saber que a morte é irreversível. Estas crianças são usadas como bombistas suicidas ou para ”transportar armas e material médico nos confrontos”. Enquanto as meninas são vendidas ou entregues aos soldados do Daesh como presentes,  os rapazes são sujeitos a treino religioso e militar, onde aprendem a disparar armas e são obrigados a assistir a vídeos de decapitações.

Em 2016, pensa-se que terão sido 89 as crianças entre os oito e os 18 anos que morreram nas fileiras do Daesh durante um ano. O autoproclamado Estado Islâmico chama-lhes "as crias do califado". São meninos e meninas, provenientes na sua maioria da Síria mas que acabam por morrer em solo iraquiano: 60% dos jovens terá entre 12 a 16 anos, enquanto apenas 6% estão entre os oito e os 12 anos. São tratados como qualquer outro soldado. Estudos apontam para que 39% das crianças que faleceram em nome do Daesh iam a conduzir um veículo armadilhado, enquanto 33% foram mortas como peões no campo de batalha. Os números são ainda mais aterradores quando se descobre que 18% dos rapazes não tinham sequer quaisquer planos de sobreviver, sendo parte de inghimasis, ataques onde os jiadistas mergulham para lá das linhas do inimigo com a intenção de causar o maior número de baixas até eles próprios serem mortos.

Em 2017, no programa Grande Reportagem (SIC) com o título "Crianças no Daesh" de Henrique Cymerman, filmada na zona de Mosul no Iraque, podemos ver (se bem que não serei nunca capaz de compreender) o drama de milhares de meninos raptados pelo Estado Islâmico e transformados em terroristas suicidas e soldados, logo a partir dos três anos. Este excelente trabalho de reportagem mostra como uma equipa de resgate tenta libertar das mãos do ISIS crianças e meninas dos 3 aos 15 anos. São crianças e adolescentes que passaram longos períodos nas mãos do Daesh, movimento que chegou a controlar metade da Síria e metade do Iraque. Um dos meninos era Akram, com apenas 10 anos, que mostra aos repórteres como os homens do Estado Islâmico o ensinaram a matar e a cortar o pescoço de seres humanos, começando os "treinos" com bonecas, depois com gatos, cães, e por fim, com pessoas. Akram diz acerto ponto: "Se continuarem a falar em inglês vou ter de os matar."

Segundo uma denúncia das Nações Unidas, em 2022, as autoridades iraquianas mantinham detidas mais de um milhar de crianças (1091), algumas delas com apenas nove anos, acusadas de serem uma ameaça à segurança do Estado e de pertencerem ao Daesh. De facto, a esperança dos líderes do autoproclamado Estado Islâmico é que, mesmo se a organização eventualmente for derrotada, a “missão” pode continuar através de uma nova geração de jiadistas, através dos milhares de crianças que já foram doutrinadas com os seus ensinamentos.

Está tudo errado. 

Estas crianças, são vítimas de guerra. Nunca pediram para estar ali... nunca pediram para que lhes fosse posta uma arma nas mãos... não puderam ser crianças, não puderam brincar, sorrir, cantar, sonhar...

Fontes:

https://visao.pt/atualidade/mundo/2016-01-10-as-criancas-sao-o-futuro-ate-no-daesh/

https://expressodasilhas.cv/mundo/2016/02/27/uma-infancia-a-combater/47798

https://www.publico.pt/2022/02/19/mundo/noticia/mil-criancas-presas-ligacoes-terrorismo-iraque-1996110

https://sicnoticias.pt/programas/reportagemsic/2017-07-14-Criancas-no-Daesh-uma-infancia-roubada

 

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publicado às 20:22

As mulheres afegãs enfrentam duras provas de vida e estão privadas do acesso à educação desde que o regime Talibã voltou ao poder, depois da saída das tropas americanas. A EuroNews apresenta uma reportagem sobre estas escolas, que são um grito de revolta, num país onde as mulheres não têm voz. No DN encontrei também uma ótima reportagem sobre este assunto e que despertou o meu interesse.

O Afeganistão esteve sob o poder dos Talibã desde Setembro de 1996. Este regime e a  guerra que se abateu sobre o povo afegão, destruiram 3600 escolas afegãs, ou seja,  grande parte dos espaços que antes estavam reservados à escola. Mas o  povo afegão não desistiu de aprender e criou espaços alternativos que, embora com condições muito precárias, permitiram perpetuar a ideia de escola no Afeganistão. apesar das dificuldades, existe uma enorme vontade de estudar. Até as populações nómadas realçam a importância da educação das suas crianças.

Agora começam a surgir escolas clandestinas para raparigas no Afeganistão, principalmente depois da subida dos talibãs ao poder. Mas as jovens que frequentam estas escolas clandestinas têm de ter muito cuidado.

Uma das raparigas que frequenta uma escola clandestina, contra a vontade do irmão, diz que também vai à escola muçulmana para aprender sobre religião e à tarde vai à escola clandestina, porque desta forma consegue responder ao irmão sobre religião sem levantar suspeitas.

A hostilidade masculina em relação à educação das mulheres é muito antiga no Afeganistão. Muitas raparigas sofrerem episódios de violência ou até a morte por frequentarem escolas femininas. 

 

Ao contrário das promessas dos Talibãs quando subiram ao poder, no ano passado, a integração das mulheres está longe se ser uma realidade e a sociedade afegã encerra-se numa gestão masculina. Desde que tomou o poder há um ano, o regime talibã impôs duras restrições a meninas e mulheres para cumprir a visão austera do Islão, retirando-as da vida pública. As meninas vêem-se obrigadas a esconder os livros e os materiais escolares. 

As mulheres não podem fazer viagens longas sem um parente do sexo masculino para acompanhá-las. Elas foram também instruídas a cobrirem-se com o hijab ou, de preferência, com uma burca - embora a preferência declarada dos talibãs seja que elas só saiam de casa se for absolutamente necessário.E, na mais cruel privação, as escolas secundárias para meninas em muitas partes do Afeganistão não foram autorizadas a reabrir. Mas escolas secretas surgiram em quartos de casas comuns em todo o país. Uma professora de uma das escolas secretas, adianta que não queria que estas raparifgas tivessem a mesma vida que ela - que devem ter um futuro melhor. Acrescenta ainda que muitas raparigas menores são obrigadas a casar, como ela foi. Ficou noiva aos 12 anos e lutou muito para ter acesso à educação - é por isso que não quer que passem pela mesma coisa.

Vários estudiosos religiosos dizem que não há justificação no Islão para a proibição do ensino secundário de meninas e, um ano após terem assumido o poder, os talibã ainda insistem que as aulas serão retomadas. 

Um dos casos que  encontramos nestas reportagens é o de Tamkin, que com o apoio do marido, transformou primeiro uma despensa numa sala aula. Em seguida, vendeu uma vaca da família para arrecadar fundos para livros didáticos, já que a maioria das meninas vinha de famílias pobres e não podiam pagar os próprios livros. Hoje, ensina inglês e ciências a cerca de 25 alunas ansiosas.

Recentemente, num dia chuvoso, as meninas entraram na sala de aula para uma aula de biologia. "Eu só quero estudar. Não importa como é o lugar", disse Narwan, que deveria estar no 12.º ano, sentada numa sala cheia de meninas de todas as idades.Atrás dela, um poster na parede pede aos alunos que sejam atenciosos: "A língua não tem ossos, mas é tão forte que pode partir o coração, então cuidado com as palavras".

Tal consideração da parte dos vizinhos ajudou Tamkin a manter o verdadeiro propósito da escola escondida. "Um talibã perguntou várias vezes 'o que está a acontecer aqui?' Eu disse aos vizinhos para dizerem que é uma madrassa", disse Tamkin. Uma outra jovem, Maliha, de dezessete anos, acredita firmemente que chegará o dia em que o regime talibã não estará mais no poder. "Nesse dia vamos dar bom uso ao nosso conhecimento", disse. Nos arredores de Cabul, num labirinto de casas de barro, Laila é outra professora que dá aulas clandestinas. Tanto esta professora como esta aluna, que são apenas dois exemplos de muitas, são casos de superação e de uma luta não só pela educação, mas pelo direito ao saber, a liberdade de escolherem o seu destino. 

Assim, podemos afirmar que o direito a estudar não é o único objetivo de algumas meninas e mulheres afegãs - que são muitas vezes casadas em relacionamentos abusivos ou restritivos. Zahra, é disso um bom exemplo. Zahra, que frequenta uma escola secreta no leste do Afeganistão, casou-se aos 14 anos e agora vive com parentes por afinidade, que se opõem à ideia de frequentar as aulas. Atualmente, toma comprimidos para dormir para combater a ansiedade - preocupada em que a família do marido o influencie a obrigá-la a ficar em casa. "Eu digo-lhes que vou ao bazar local e venho aqui", disse Zahra sobre a ida à escola secreta que frequenta. Para ela, diz, é a única maneira de fazer amigas.

Laila é outra professora que dá aulas clandestinas a cerca de uma dúzia de meninas, que se reúnem dois dias por semana na sua casa, que tem um pátio e uma horta onde cultiva legumes e frutas. A sala de aula tem uma ampla janela que se abre para o jardim, e as meninas com livros didáticos guardados em pastas de plástico azul estão sentadas num tapete - felizes e alegres, a estudar juntas. À medida que a aula começa, uma a uma, eles leem as respostas dos trabalhos de casa.

 

Fontes:

https://pt.euronews.com/2022/08/14/dentro-das-escolas-secretas-para-raparigas-do-afeganistao

https://webpages.ciencias.ulisboa.pt/~ommartins/images/hfe/lugares/oriente/afeganistao.htm

https://www.dn.pt/internacional/as-meninas-que-desafiam-os-taliba-em-escolas-secretas-no-afeganistao-15080837.html

 

 

 

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