A ONU apelou para que os países que têm “influência” sobre Israel, o Hamas e os grupos armados que estão a saquear os comboios, "para que usem a sua influência para que a ajuda possa chegar à população

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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Durante a manhã de 11 de março de 1975, "Lisboa é palco de inesperadas movimentações militares: uma parelha de T6 sobrevoa Lisboa a baixa altitude em ação de intimidação." Mais tarde, pelas 11h50, "forças da Base Aérea n.º 3 atacam o Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1 (RAL 1), provocando um morto e 14 feridos."
Ao princípio dessa tarde, "o general António de Spínola e os principais implicados no golpe fogem para Espanha."
A Intentona de "11 de Março de 1975 apenas é compreensível se analisarmos de uma forma mais ampla os acontecimentos e processos que tiveram lugar desde o 25 de Abril de 1974 e, em particular, a partir do 28 de Setembro."
Ocorre que depois da revolução de abril de 1974, as forças políticas ligadas a Spínola e à direita democrática, queriam que "Portugal liderasse uma organização" em que estivessem incluídas as antigas colónias, e que nestas fossem garantidos os interesses do país. Ora esta posição é oposta à defendida pelos militares que tinham preparado o 25 de Abril, "principalmente os membros do Movimento das Forças Armadas (MFA)."
Este Movimento apoiava por sua vez "os partidos totalitaristas marxistas africanos que estavam a consolidar controlo dos territórios recém-independentes, chegando os portugueses do MFA até a posicionar-se contra as organizações de nativos oposicionistas," apoiando a sua "supressão."
Os "novos regimes africanos em consolidação," não poupam nem os portugueses que por lá se tinham mantido, nem os "autóctones, que são apoiantes do antigo regime ou pertencentes a facções opostas," o que leva a uma situação de precariedade, "com crescentes conflitos, perseguições políticas e exclusões dos processos transicionários na forma de violência, exílios, prisões e mesmo mortes." Spínola queria fazer valer a "independência dos territórios," garantindo a estabilidade dos portugueses, enquanto o MFA, cansado da guerra, queria fazer sair, quão rapidamente fosse possível, as tropas, não se mostrando "dispostos a prolongar a sua presença em África."
Em setembro de 1974, "na tentativa de contrariar uma viragem à esquerda liderada por diversas forças, Spínola" promove "a realização de uma manifestação de apoio à sua política." No entanto, essa manifestação acaba por ser inviabilizada por um grupo de civis apoiantes da esquerda e por "elementos do Movimento das Forças Armadas (MFA)." Em consequência desta derrota, o general Spínola demite-se e é substituído por Costa Gomes.
Demitem-se também os "ministros da Defesa e da Comunicação Social, Firmino Miguel e Sanches Osório, respetivamente." A 1 de outubro de 1974 toma posse o III Governo Constitucional, que se torna "o segundo mais longo de todo o processo revolucionário português, abrindo uma fase de alguma estabilidade." É constituído ainda o "Conselho dos Vinte, organismo que reúne todos os oficiais com funções político-militares: membros da JSN, da Coordenadora do MFA, comandante-adjunto do COPCON e ex-membros da Coordenadora que, nesse momento, desempenhavam funções de ministro ou Alto-Comissário." Pretendia-se assim articular a "intervenção política dos militares e evitar as decisões de cúpula da JSN."
No entanto, a imagem internacional do país passa a ser uma preocupação.
A de março de 1975, Spínola é informado de um possível ataque que visaria a direita. Perante esta suposição denunciada pelos "serviços secretos espanhóis" é preparado um "novo golpe."
Segundo informação que correu então, "1500 pessoas ligadas à direita," estariam sob a mira de forças de esquerda, ligadas ao PCP e à União Soviética. Esta operação (também conhecida como operação matança da Páscoa e que teria entre as personalidades a abater 500 oficiais e 1000 civis apoiantes de Spínola), levou a que no dia 11 de março, o Regimento de Artilharia de Lisboa fosse "atacado por aviões e helicópteros da Força Aérea e por unidades de paraquedistas. Um soldado é morto durante o ataque e, no dia seguinte, regista-se também a morte de um civil."
Perante tal falha, "Spínola escapa de avião para Espanha e outros oficiais pedem asilo político noutras embaixadas localizadas em Lisboa." Uma das consequências é a radicalização "à esquerda" e a consequente nacionalização (nomeadamente, da banca). Mais tarde, "Vasco Lourenço, implicado nesta alegada ação," acabaria por declarar "que não havia lista nenhuma na operação matança da Páscoa, e que afinal tinham "sido serviços de informação americanos ou russos que puseram a circular essa ideia com o fim de «lançar a casca de banana aos spinolistas»."
Fontes:
https://50anos25abril.pt/historia/11-de-marco/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_11_de_Mar%C3%A7o_de_1975
https://ensina.rtp.pt/artigo/a-tentativa-de-golpe-de-11-marco-de-1975/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Opera%C3%A7%C3%A3o_Matan%C3%A7a_da_P%C3%A1scoa
https://50anos25abril.pt/historia/11-de-marco/equilibrios-politicos-no-pos-28-de-setembro/
Bem dita a verdade, este vulcão é um dos mais ativos do mundo e voltou a expelir lava.
O Kilauea está localizado "na Ilha Grande do Havai, a cerca de 320 quilómetros de Honolulu" e este foi já o "nono episódio eruptivo" deste sistema desde que voltou a estar ativo no fim do ano passado, "a 23 de dezembro de 2024." Apesar de não haver perigo direto para as populações, "a libertação de gás vulcânico, que pode ocorrer nos próximos dias" merece alguns cuidados.
Sabiam que além de ser um dos mais ativos do mundo, este "vulcão tornou-se uma atração turística a partir de 1840"? Vários hotéis foram construídos na sua proximidade, permitindo aos seus hóspedes observar as erupções, as quais à noite, ainda são mais deslumbrantes. "A atual erupção do Kilauea remonta a janeiro de 1983 e é de longe sua erupção mais longa, bem como uma das erupções mais longas do mundo. A partir de janeiro de 2011, a erupção produziu 3,5 km³ de lava e ressurgiu 123,2 km2 de terra."
Leia também: https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/vulcoes-o-inferno-sob-as-ilhas-401530
"Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kilauea
A situação nas ilhas gregas tem levantado preocupações devido aos vários sismos que têm sido sentidos nos últimos dias. A "Grécia declarou esta quinta-feira estado de emergência na região, que durará até 1 de março." Em Santorini as ruas estão praticamente desertas, o comércio e as escolas estão fechadas.
"Desde a semana passada, foram registados 7,700 sismos, entre Santorini e a ilha de Amorgos, que levaram mais de 12 mil residentes e trabalhadores a retirarem-se." O mais forte aconteceu ontem, com uma "magnitude 5,2 na escala de Richter" e hoje foram sentidos novos abalos na ilha. Felizmente, não se têm registado danos graves ou feridos, mas as equipas de resgate estão preparadas para atuar em caso de necessidade.
Apesar da intensidade aparentemente estar a diminuir, os "especialistas ainda não conseguiram dar uma estimativa definitiva de quando esta atividade sísmica vai terminar."
Esta região "não registava tamanha atividade sísmica desde que os registos começaram em 1964," sendo que a ilha de Santorini "está sobre um vulcão que entrou em erupção pela última vez em 1950." De acordo com especialistas estes abalos não estarão relacionados com qualquer aumento "atividade vulcânica“.
Não é expectável que venha a haver, para já, um tsunami, embora não se possa descartar totalmente essa possibilidade. Por outro lado, o risco de erupção também está a ser vigiado, embora com baixa probabilidade de acontecer, uma vez que "a atividade que atualmente ocorre no Mar Egeu é de natureza tectónica, sendo portanto improvável que provoque atividade vulcânica."
O maior risco será o de haver deslizamentos de terra, que já levaram à decisão de encerrar algumas escolas que possam estar em zonas de maior risco. "Os moradores foram ainda aconselhados a evitar portos e reuniões em ambientes fechados."
Sabiam que a ilha de Santorini assumiu a sua forma atual após uma das maiores erupções vulcânicas da história, que terá acontecido por volta de 1600 AC?
No dia 27 de janeiro de 1945, soldados das forças soviéticas chegaram ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, onde encontraram aqueles que tinham ficado para trás. Começo por aconselhar a vossa pesquisa sobre esta data - existe muita informação, espalhada por aí. Reforço ainda que esta data não deve ser esquecida! Um dos primeiros locais que vos convido a visitar é o site "A Enciclopédia do Holocausto", onde encontram diversa informação sobre o tema.
"À medida em que as tropas aliadas penetravam na Europa, em uma série de ofensivas contra a Alemanha, os soldados começaram a encontrar e a libertar os prisioneiros dos campos de concentração, muitos dos quais haviam sobrevivido às marchas da morte para o interior da Alemanha. As forças soviéticas foram as primeiras a se aproximar de um campo nazista de grande porte, chegando ao campo de Majdanek próximo de Lublin na Polônia, em julho de 1944. Surpreendidos pelo rápido avanço soviético, os alemães tentaram demolir o campo numa tentativa de ocultar as evidências do extermínio em massa que haviam cometido."
Neste dia, começava a ser posta a descoberto "a escala das atrocidades cometidas pelo regime nazi naquele e noutros locais.
"6 milhões de judeus, minorias e dissidentes políticos foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial pelo regime nazi," e para que isto não se repita, há que lembrar o que se passou e não deixar disseminar as ideologias que, ainda hoje, passados 80 anos, dizem que foi tudo uma invenção.
Assinalando hoje o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e os 80 anos que passaram sobre a libertação de Auschwitz, António Guterres, chefe das Nações Unidas, ressalta durante o seu discurso "que a lembrança dos eventos do Holocausto é um bastião contra a difamação da humanidade e um apelo à ação coletiva para garantir o respeito pela dignidade e pelos princípios fundamentais."
Os campos de concentração nazi foram erguidos na Alemanha em março de 1933, logo depois de Adolf Hitler se ter tornado Chanceler e do seu Partido ter recebido "o controle da polícia pelo Ministro do Interior do Reich, Wilhelm Frick, e pelo Ministro do Interior prussiano, Hermann Göring." Estes campos eram usados "para prender e torturar" aqueles que eram considerados como "adversários políticos e sindicalistas." Inicialmente, cerca de "45 mil prisioneiros" deram entrada nestes campos. Estima-se que em janeiro de 1945, estivessem em campos de concentração cerca de "715 000" pessoas. Além dos campos de concentração, onde existiam "bases de recursos de trabalho forçado para empresas alemãs," foram também criados "os campos de extermínio." Estes campos foram estabelecidos com apenas um objetivo: matar! Nestes campos, foram assassinadas milhares de pessoas, de todas as idades, a uma escala praticamente "industrial" não só de judeus, mas também de eslavos, comunistas, homossexuais e outros que os nazistas consideravam "Untermensch" (povos inferiores) ou indignos de viver," através das "câmaras de gás."
Este genocídio do povo judeu por toda a Europa foi a solução encontrada pelo "Terceiro Reich para a questão judaica", o que hoje designamos coletivamente por Holocausto.
Mas aqueles que conseguiram sobreviver, nunca chegaram a ver a sua vida reposta nem foi feita justiça ao que ali sofreram, muito menos chegou alguma vez a ser feita justiça às mortes causadas às mãos dos nazis.
A "segregação da população judaica na Alemanha," começou com "as leis de Nuremberga," introduzidas a "15 de setembro de 1935 pelo Reichstag, numa reunião especial durante o comício anual em Nuremberga do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães." O objetivo era obrigar à "Protecção do Sangue Alemão e da Honra Alemã." Em "26 de novembro de 1935", as leis foram corrigidas para incluírem, além da população judaica, "os ciganos e os negros." No ano seguinte, "depois dos Jogos Olímpicos de Verão de 1936," que se realizaram em Berlim, começaram as perseguições sob pretexto de pôr em prática estas leis.
"As Leis de Nuremberga tiveram um impacto económico e social incapacitante na comunidade judaica. As pessoas suspeitas de violar as leis do casamento eram detidas, e (a partir de 8 de março de 1938) após terem cumprido as suas condenações, eram novamente presas pela Gestapo e enviadas para campos de concentração nazis."
"Em 1938, já era difícil, se não impossível, os emigrantes judeus encontrarem um país que os aceitasse. Os esquemas para as deportações em massa, como o Plano Madagáscar, mostraram-se impossíveis de realizar, e a partir de meados de 1941, o governo alemão deu início à exterminação em massa dos judeus na Europa." Este plano consistiu numa tentativa de "transferir a população" judaica "da Europa para a ilha de Madagáscar," proposta pelo governo nazi, depois da França entregar a sua colónia à "Alemanha, como parte dos termos de rendição franceses," na 2ª Guerra Mundial. Este plano, acabou por não ir em frente e foi substituído, por uma "evacuação para o leste," mas que não era nada mais nada menos do que a expulsão e perseguição dos judeus em direção ao leste da Europa.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leis_de_Nuremberg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_nazistas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_exterm%C3%ADnio
https://news.un.org/pt/story/2025/01/1844016
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/liberation-of-nazi-camps
Nestes quinze meses de guerra, "as Forças de Defesa de Israel (IDF) bombardearam e ocuparam grande parte do território palestino," no qual o Hamas, domina. Pelo menos "46913 pessoas foram mortas em mais de 15 meses de guerra na Faixa de Gaza." De acordo com este balanço, feito à meia-noite de ontem, registaram-se também "110750" feridos na "Faixa de Gaza, onde a guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023."
O "Hamas é classificado como uma organização terrorista por Israel," bem como pelos "seus aliados ocidentais, assim como por alguns países árabes." Este conflito já terá morto "dezenas de milhares" de pessoas, entre as quais estão vários elementos de "organizações humanitárias" e também vários jornalistas e repórteres.
Na passada quarta-feira (dia 15/01), o Catar anunciou um avanço nas negociações para pôr fim ao conflito armado entre Israel e o Hamas." O acordo foi também mediado pelos EUA, Catar, Egito e Turquia.
Depois de uma reunião que decorreu ontem e se estendeu por cerca de seis horas, "o governo de Benjamin Netanyahu ratificou o plano," o qual refere que as "armas deverão ser silenciadas inicialmente por seis semanas" a partir de hoje, domingo.
Israel deve começar por retirar as suas tropas da Faixa de Gaza e, ambos os lados, irão "libertar reféns e prisioneiros." Além disso, deverão ser abertos corredores de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
"Na primeira fase do cessar-fogo, que deve durar 42 dias, o Hamas deve entregar 33 reféns a Israel," prevendo o acordo a libertação inicial "de todas as crianças e mulheres restantes, seguidas pelos homens com mais de 50 anos de idade." No entanto, é desconhecido quantos dos reféns poderão já ter perdido a vida: até ao "momento, 36 deles foram declarados mortos," e outros 110 foram já "libertados com vida."
Sobre este cessar-fogo que hoje começa, teve grande influência como referi anteriormente, do governo dos EUA. Apesar de ainda estar em funções Joe Biden, Donald Trump tinha já ameaçado o Hamas: "se esses reféns não estiverem de volta quando eu assumir o cargo, o inferno vai explodir no Oriente Médio. E isso não será bom para o Hamas, e não será bom para ninguém".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de rejeitar partes do acordo para conseguir "extorquir concessões no último minuto", o que levou ao adiamento do início do cessar-fogo, uma vez que faltava a entrega do nome dos três reféns que seriam libertados. Apesar das negociações, ainda esta manhã, várias "regiões do norte de Gaza foram bombardeadas por Israel."
Pouco depois da entrada em vigor do cessar-fogo, os "primeiros camiões com ajuda humanitária entraram em Gaza." De acordo com um funcionário egípcio, “260 camiões de ajuda humanitária e 16 camiões de combustível” entraram através "da passagem de Kerem Shalom, entre Israel e Gaza, e de Nitzana, na fronteira entre o Egito e Israel."
A ONU apelou para que os países que têm “influência” sobre Israel, o Hamas e os grupos armados que estão a saquear os comboios, "para que usem a sua influência para que a ajuda possa chegar à população
As três primeiras "reféns israelitas já chegaram ao ponto de encontro definido, no sul do país," de onde seguirão depois para se juntar às “suas mães." Estas "jovens e as suas famílias serão acompanhadas pelas IDF até ao hospital Ramat Gan, onde serão sujeitas a uma primeira avaliação médica.
De acordo com informação transmitida pela Al Jazeera, "já chegaram à prisão de Ofer, na Cisjordânia, os membros da Cruz Vermelha responsáveis por receber 90 palestinianos feitos reféns por Israel," mas a entrega destes reféns, só se daria depois destas "três jovens israelitas," chegarem ao seu país.
Mas mesmo que o cessar-fogo seja respeitado por ambos os lados, o que se irá seguir?
Fontes:
https://www.dw.com/pt-br/israel-e-hamas-o-que-se-sabe-sobre-o-acordo-de-cessar-fogo/a-71324717
De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, foi ontem sentido um "sismo de magnitude 6.1" na região de "Antofagaste, no Chile, a cerca de 80 km da cidade de Calama, no norte do país."
Este abalo de intensidade já considerável "foi registado pela população em várias partes do país, mas o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres do Chile informa ainda não ter recebido relatos sobre danos materiais ou vítimas," continuando a avaliar se ocorreram alguns danos na região.
O sismo terá tido o seu epicentro "a cerca de 100 km de profundidade, pelas 17h43 locais (20h43 em Portugal)."
Este país está no chamado "Círculo de Fogo do Pacífico" e, é por isso, uma das regiões mais propensas à ocorrência destes fenómenos. Em julho, um abalo de "magnitude 7,3 atingiu o norte do Chile" tendo sido sentido em regiões tão distantes como "São Paulo," no Brasil. Um outro abalo de "magnitude 6.4" foi sentido na região chilena, no passado dia 13 de dezembro, mais especificamente, na "região montanhosa da Cordilheira dos Andes."
Em 2010, um forte sismo ocorrido no Chile alterou mesmo "o eixo de rotação da Terra e encurtou a duração dos dias na Terra. Cálculos efetuados pela NASA mostram que houve uma alteração de 8 centímetros no eixo do planeta. O dia ficou mais curto 1,26 micro segundos."
E ao que parece este evento não foi o único provocar estas alterações. Em 2004 , o sismo na Indonésia, que completou há poucos dias 20 anos da sua ocorrência, "mudou em sete centímetros o eixo da Terra."
Fontes:
https://observador.pt/2025/01/02/sismo-de-magnitude-6-1-no-norte-do-chile/
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/12/13/terremoto-e-sentido-no-chile.ghtml
Pensavamos que o ano de 2024 já nos tinha dado tudo... mas afinal ainda há mais.
Um "Boeing 737-8AS," da Coreia do Sul, com 181 pessoas a bordo, despistou-se durante a aterragem e acabou por embater numa parede de betão e explodir violentamente. O acidente aconteceu "por volta das 09h07 (00h07 em Portugal continental)", quando a aeronave tentava aterrar "no aeroporto da cidade de Muan, a cerca de 290 quilómetros da capital, Seul."
Ao que se sabe, tinha havido uma primeira tentativa de aterragem que foi abortada por haver aves na pista. Quando fazia novamente a aproximação, a tripulação comunicou problemas com o avião e acabou por lhe ser indicada uma nova pista. Nas imagens, podemos ver que o trem de aterragem não baixou e que os flaps não são visíveis, o que dificultaria a redução de velocidade necessária para imobilizar o aparelho. O avião está praticamente destruído, havendo apenas dois sobreviventes contabilizados até agora, ambos "membros da tripulação."
A "Jeju Air é uma companhia low-cost que opera rotas para o Japão, Tailândia e Filipinas, além de voos domésticos" e foi fundada em 2005. Este voo era proveniente de Banguecoque, na Tailândia e o avião tinha 15 anos. Este foi
um "dos desastres mais mortíferos da história da aviação sul-coreana. A última vez que a Coreia do Sul sofreu um grande desastre aéreo foi em 1997, quando um avião da Korean Airline se despenhou em Guam, matando 228 pessoas a bordo. Em 2013, um avião da Asiana Airlines despenhou-se em São Francisco, matando três pessoas e ferindo" outras "200."
Fontes:
https://www.publico.pt/2024/12/29/mundo/noticia/aviao-cai-coreia-sul-181-pessoas-bordo-2117146
As vítimas tentavam chegar a Espanha. Podemos julgar ou condenar as suas decisões? Não estamos na situação em que estas pessoas se encontravam e, por muito que queiramos pensar que haveria outras soluções, a verdade é que esta foi a solução que eles encontraram.
Seguiam no barco cerca de 80 pessoas e o destino seria as ilhas Canárias, em Espanha, uma das várias portas de entrada na Europa. Destas apenas 11 sobreviveram. Entre as vítimas estão "25 jovens" provenientes do Mali. Os restantes 69 foram dados como mortos.
Mas o naufrágio deste barco aconteceu no passado dia 19 de dezembro, embora a Lusa e outras fontes estejam agora a divulgá-lo, por ocasião do balanço feito todos os anos e que nos dão conta de números assustadores. Este ano, "10.457 pessoas" perderam a vida "na tentativa de chegarem à costa espanhola, numa média de quase 30 por dia e num aumento de 58% em relação ao ano passado." A causa para tanta mortalidade poderá estar na falta de auxílio, com "os protocolos de resgate" a serem tardiamente ativados na maioria das vezes e à "escassez de recursos nas operações de resgate."
"Muitos migrantes que empreendem esta perigosa viagem vêm de países da África Ocidental, como o Mali, o Senegal e a Mauritânia, em busca de melhores condições de vida ou fugindo da violência e da agitação política."
Fontes:
Hoje, dia de natal, um avião "Embraer 190" pertencente à Azerbaijan Airlines, "com 67 passageiros e cinco tripulantes "a bordo, sofreu um acidente perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão."
Durante o dia de natal, as notícias sobre a queda desta aeronave foram-se sucedendo e fomos ficando a saber de mais alguns pormenores sobre o acidente e há mesmo a possibilidade do mesmo ter sido atingido por anti-aéreas russas, embora nas primeiras conjeturas se tivesse falado de um acidente envolvendo o embate com uma ave. Estranho que Vladimir Putin, presidente da Rússia, não tivesse tardado a "entrar em contato com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, para expressar as suas condolências."
Segundo o relato de alguns sobreviventes, terá sido ouvida "uma explosão seguida pelo que pareciam ser estilhaços a atingirem o avião e a entrarem na fuselagem no aparelho." De facto, o que se vê nas imagens é a tentativa falhada de aterragem, com a aeronave a colidir com o solo. Apesar das tentativas dos socorristas que se dirigiram ao local, já pouco ou nada havia a fazer para 42 das 72 pessoas que seguiam a bordo.
Dois dias antes, a 23 de dezembro, do outro lado do globo, 10 pessoas perderam a vida na queda de uma aeronave Piper Cheyenne 400, "em Gramado," Rio Grande do Sul. Entre os mortos está um cidadão lusodescendente. O piloto era "o empresário Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi. Com ele viajavam vários familiares e um funcionário.
Em terra, registaram-se cerca de 17 feridos, dois dos "quais com gravidade." A aeronave terá atingido "a chaminé de um prédio, depois o segundo andar de uma casa," acabando por se "despenhar contra uma loja de telemóveis num bairro maioritariamente residencial."
Assinala-se hoje em Portugal o Dia de Todos os Santos, mas para mim, aquilo que faz mais sentido assinalar é - apesar de posterior - a passagem de 269 anos desde o terrível sismo que afetou o nosso país e que, para sempre, ficará na nossa história. Nesta data, saem sempre alguns artigos de opinião sobre a prevalência de sismos no país, sobre a possibilidade de ocorrência de uma grande catástrofe que leve milhares de vidas ou sobre se estamos ou não preparados.
Claramente, não estamos preparados nem para um sismo, nem para um maremoto, como aquele que atingiu o país, destruindo tudo à sua passagem. Mas estamos muito melhor preparados do que estaríamos há quase 270 anos. Se tal acontecesse, iriam haver mortos, muitos deles soterrados pelos escombros dos edifícios, mas porventura muitos menos pelos incêndios que naquele dia deflagraram na capital.
De acordo com um artigo apresentado pela CNN Portugal, a ocorrência de um sismo com caraterísticas idênticas às de 1755 iria por exemplo levar à morte de muitos bebés e crianças, uma vez que "centenas de berçários e infantários estão instalados em edifícios de habitação antigos, que vão colapsar ou sofrer danos severos." Isto ocorre com mais frequência nas grandes cidades e, com menos frequência, no interior e em pequenas localidades. As escolas públicas precisam, na sua maioria, de um reforço estrutural e muitas estão localizadas em quotas baixas que seriam facilmente atingidas em caso de tsunami.
Segundo o mesmo artigo, a "maioria dos hospitais públicos também não resistiria a um sismo violento. Os dois hospitais centrais de Lisboa - Santa Maria e São José – são vulneráveis."
O hospital de São José - que desde 1759 funciona no Convento de Santo Antão (de onde foram expulsos os Jesuítas por Marquês de Pombal) - é um dos mais antigos do país nasceu porque neste convento se passou "a abrigar os doentes provenientes do Hospital de Todos-os-Santos então destruído pelo terramoto de 1755." Atualmente, podemos dizer que se pratica aqui "medicina moderna em edifícios velhos e reconstruídos." No entanto, deixo aqui a questão, apesar da sua vulnerabilidade, não podemos deixar de reparar que o edifício principal sobreviveu ele próprio ao sismo de 1755. Nesse ano, "estima-se que entre 30 mil e 40 mil pessoas tenham perdido a vida," quantas perderíamos agora?
Das perdas desse dia, contam-se inúmeras infraestruturas importantes: "os seis hospitais da cidade, incluindo o de Todos-os-Santos, 33 palácios da grande nobreza, o Palácio Real, a Patriarcal, o Arquivo Real, a Casa da Índia, o Cais da Pedra, a Alfândega palácios, igrejas, bibliotecas, a faustosa Ópera do Tejo, inaugurada sete meses antes..."
Mas não posso deixar de referir que este acontecimento trágico trouxe uma grande mudança e que nesta mudança podemos encontrar aspetos positivos. A resposta dada inicialmente a este "desastre", que teve uma "magnitude estimada entre 8,5 e 9" e que "atingiu violentamente a capital e grande parte do sul de Portugal", foi coordenada por Santiago José Carvalho e Melo, conhecido como o "Marquês de Pombal." O Marquês "liderou os esforços de reconstrução, aplicando medidas urbanísticas inovadoras que moldaram a Lisboa moderna." Ganhou-se também "uma cidade nova, muito moderna para a época em que foi construída e, pormenor importante, edificada de acordo com um sistema anti-sísmico – a famosa estrutura flexível de madeira dos edifícios, «em gaiola»."
Por outro lado, a sociedade também sofreu uma mudança profunda, com clara influância no "pensamento filosófico e científico da época, especialmente sobre questões religiosas e de justiça divina, numa Europa iluminista que começava a questionar os fundamentos do mundo natural." Com esta catástrofe vieram-se a "equacionar questões importantes que mexiam com a religião, com os conceitos filosóficos, com o papel atribuído ao homem no palco do mundo."
«As nossas casa tremiam como folhas das árvores, e os nossos corações como as nossas casas. Imaginai, ó vindouros, o pavor com que o ranger e o ribombar da queda dos edifícios, que ruíam em massa, nos abrasava, como um fogo, até à medula dos ossos. Aqui uma caterva de gente contorcia-se sob os escombros, nas mais cruenta agonia. Além gritos lancinantes de morte coavam através das pedras e da terra, e a ninguém era possível acudir aos desventurados que se debatiam sozinhos. Mas além um desgraçado rasgava as unhas e a carne até aos ossos, a fim de salvar a sua pobre vida de uma cova – tal, porém, para nada mais lhe valendo senão para se tornar em coveiro de si mesmo, porquanto, com suas mãos, preparava o próprio túmulo».
(J.R.A. Piderit )
Fontes:
https://www.chlc.min-saude.pt/hospital-de-sao-jose/
https://aventar.eu/2010/02/07/o-terramoto-de-1755-e-a-cultura-europeia-da-epoca/
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