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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
A ilha francesa de Mayote, uma das mais pobres de França, localizada no "arquipélago das Comores," no oceano Índico, foi este sábado atingido pelo ciclone Chido.
Este ciclone "trouxe ventos superiores a 220 km/h, arrancando telhados de casas no arquipélago," e deixou a ilha de Mayote sem eletricidade, sem água e sem locais disponíveis para abrigar a população depois de "bairros inteiros de barracas e cabanas de metal" terem sido arrasados. O cenário é de caos! A torre de controlo do "aeroporto internacional de Mamoudzou" foi danificada, assim como a maioria das estradas, deixando grande "parte das infraestruturas do arquipélago" inacessível.
França tem estado a enviar ajuda para a ilha, mas ainda não se sabe o número exato de vítimas. "Mais de 100 socorristas e bombeiros de França e do território vizinho da Reunião foram destacados para Mayotte e um reforço adicional de 140 pessoas" já foram para o arquipélago.
Este ciclone passou também pelo "sudeste do Oceano Índico, afetando também as ilhas vizinhas de Comores e Madagáscar."
Fontes:
Numa extensão que vai desde a Polónia até à Noruega, são seis os países que acordaram usar drones e outras tecnologias para proteger as suas fronteiras. Lituânia, Letónia, Estónia, Finlândia, Noruega e Polónia, vão "usar sistemas de vigilância" que lhes permitirão prevenir ataques hostis e "contrabando".
Enquanto isso, a Rússia terá mobilizado um grupo de "2000 soldados e oficiais", além de vários "mercenários experientes" oriundos do Regimento russo destacado em África, para combaterem nos ataques a Kharkhiv. Este alerta foi feito pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. Este Regimento terá sido criado em dezembro de 2023. Segundo a acusação do governo britânico, estes homens terão sido "muito provavelmente enviados para a Síria, Líbia, Burkina Faso e Niger" e depois terão seguido para as fronteiras com a Ucrânia já em abril deste ano.
Segundo Kiev, o objetivo desta ofensiva em "Vovchansk, na província de Kharkhiv,"será levar à "rutura das linhas defensivas ucranianas, enfraquecidas por dois anos de guerra." E se a Ucrânia cair, que mensagem será dada à Rússia? O que será esperado daí em diante? Em que posição nos vamos colocar como Estado?
Sabemos que a Rússia tem muitos apoiantes - o que é natural, estejamos ou não de acordo com eles - e que uma guerra é, também, um "jogo" de tabuleiro que mexe com muito mais do que armamento, ataques e defesas. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a China foi um dos países que se distanciou do contexto direto "de guerra, recusando-se a fornecer apoio militar," mas que no entanto nunca tomou uma posição condenatória das ações de Moscovo. Esse apoio tem sido visto em termos económicos, fazendo com que as sanções ocidentais aplicadas à Rússia, não se tenham mostrado eficazes. "Pequim comprou" mesmo "petróleo, carvão, cobre e níquel," à Rússia, "garantindo importantes fontes de rendimento ao Kremlin. Perante estas circunstâncias, o gigante asiático tem um interesse claro em impedir uma vitória ucraniana, já que esta fortaleceria o Ocidente e aumentaria o risco da queda de Putin."
A Bielorrússia, por sua vez, já todos sabemos que é um dos grandes apoiantes da Rússia. Este "estado, que anteriormente integrava a União Soviética, tornou-se num vassalo da Rússia. Sem grande interesse a nível económico e sem capacidade para ceder ajuda militar, a Bielorrússia é importante pela postura fiel que apresenta em relação aos planos políticos de Vladimir Putin." Foi mesmo a partir deste território que a invasão da Ucrânia teve início.
Já o Irão, "tem fornecido, desde o início da guerra na Ucrânia, um apoio militar sem precedentes à Rússia. As entregas de armamento passam, em grande parte, pelo envio de drones kamikaze, que têm aumentado a capacidade de ataque aéreo das forças de Moscovo." Também o Regime de Pyongyang, na Coreia do Norte, "é outro grande apoio militar para Moscovo. O regime norte-coreano tem fornecido enormes quantidades de munições - um elemento essencial numa guerra de longo prazo, na qual a rapidez de produção de armamento não acompanha as necessidade no campo de batalha."
Mas e os países africanos? Que benefícios tiram deste guerra? Bem, um desses benefícios foi conseguido na Cimeira Russia-África, realizada em 2023 e em que Putin se comprometeu a "fornecer cereais gratuitamente a seis países africanos." Entre os beneficiários estavam o "Burkina Faso, o Zimbabué, o Mali, a Somália, a República Centro-Africana e a Eritreia". Apesar de Angola se estar a aproximar cada vez mais das políticas do Ocidente, a verdade é que, anteriormente, os dois países tinham celebrado um importante plano de cooperação (anexado ao acordo de cooperação militar, técnico-militar e policial entre a Rússia e Angola para os anos 2014-2020), "cujos programas individuais" chegam "a prever a construção de fábricas de armamento com patente russa em território angolano." Este mesmo programa "previa o fornecimento de armamento aos três ramos das forças armadas angolanas, incluindo aviões de combate, vigilância e treino, mísseis e outras armas sensíveis à força aérea angolana; navios de patrulha à marinha ou construção de uma fábrica de artilharia e outra de armas ligeiras, modernização de blindados, e cedência de armas ligeiras ao exército e polícia angolanos."
No que respeita a Moçambique, "a Rússia assinou nos últimos anos vários acordos militares, um de proteção mútua de informações classificadas, em agosto de 2019, e outro de procedimentos simplificados para a entrada de navios de guerra russos em portos moçambicanos, em abril de 2018, seguido de um memorando de cooperação naval um ano depois." Não nos podemos esquecer que a Rússia enviou "o grupo paramilitar Wagner para combater a al-Shabab em Cabo Delgado, numa operação efémera, que se saldou por um fracasso dos mercenários russos."
A própria Guiné-Bissau, "para além do perdão da dívida na ordem dos 26 milhões de euros, anunciado pelo Governo russo em março último," também surge "nos registos oficiais russos como signatária, em novembro de 2018, de um acordo de cooperação técnico-militar." Haverá um aproveitamento das fragilidades destes países, ou será a ganância dos seus governantes e altas patentes que aqui está em causa?
Fontes:
Três países em que o poder militar domina, assinaram um acordo de forma a criar uma nova entidade, a Aliança dos Estados do Sahel, com o objectivo de organizar sistemas de defesa colectiva e assistência mútua. Este acordo surge depois da Nigéria ter sofrido um golpe de Estado em Julho e ter sido ameaçada pela organização da Africa Ocidental. Num alerta emitido pelos regimes militares do Burkina Faso e do Mali - países vizinhos - estes consideraram que uma operação militar contra um dos seus países seria uma "agressão ilegal e sem sentido" e prometeram uma "resposta imediata" a qualquer agressão. O Mali e Burkina Faso fizeram até uma advertência contra as consequências desastrosas de uma intervenção militar na Nigéria, afirmando que essa intervenção "poderia desestabilizar toda a região".
Pelo mundo, vão aparecendo e desaparecendo estas uniões entre grupos de países, com interesses em comum, neste caso, um interesse militar e de proteção mútua. No entanto, a instauração destes regimes militares em vários países de África pode vir a trazer consequências catastróficas para este continente, especialmente no que às suas relações com a Europa concerne.
As juntas militares podem usar fundos orçamentários e tomar empréstimos internacionais sem o devido controle da sociedade. Elas também podem silenciar jornalistas e sua oposição insatisfeita com mais facilidade.
Os três Estados já foram membros da força conjunta G5 Sahel, apoiada pela França e que inclui o Chade e a Mauritânia. Essa força foi criada em 2017 para combater grupos islâmicos na região. No entanto, as relações entre a França (ex-potência colonial, que anteriormente fornecia assistência militar na região) e os três Estados, deterioraram-se desde os golpes de Estado ocorridos. Preocupantetambém, neste caso, são as relações que estes países têm vindo a estabelecer, por exemplo com países como a Rússia. O Mali conta com a presença de mercenários do grupo russo Wagner na sua luta contra os terroristas. A junta de Burkina Faso, liderada pelo capitão Ibrahim Traoré, também anunciou a sua vontade de estabelecer relações próximas com a China, com o Irão, a Coreia do Norte e a Venezuela.
O terrorismo tem sido uma preocupação central para o Mali, Burkina Faso e Nigéria, todos localizados na região do Sahel, na parte sul do deserto do Sahara.
Mali, Burkina Faso e Nigéria comprometem-se assim a utilizar as forças armadas "em caso de atentado à soberania e à integridade do seu território". Na história da África, especialmente na maioria dos países de língua francesa deste continente, não é rara a ocorrência de golpes de Estado. De facto, quase todos os países que sofreram golpes de Estado nos últimos anos, foram no passado colónias francesas.
Os três países do Sahel, todos sem saída para o mar, têm enfrentado desafios significativos no combate a grupos insurgentes islâmicos associados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico. A região de Liptako-Gourma, onde as fronteiras do Mali, Burkina Faso e Nigéria convergem, tem sido duramente afetada pelo jihadismo nos últimos anos. Além do combate aos jihadistas, o Mali enfrentou recentemente uma escalada das hostilidades por grupos armados, principalmente de etnia tuaregue.
Fontes:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx8g95ery1do
De manhã, tenho por hábito acender a televisão enquanto me despacho para ir ouvindo as notícias. Hábito que ganhei desde menina e que continuou quando, nas noites em que estava de turno, a televisão e, em especial, os canais de noticiários eram a minha companhia. Destas incursões matinais por aquilo que se passa pelo mundo fora, ficam muitas vezes guardadas em mim imagens e frases que depois ao longo do dia se vão continuando a repetir na minha mente. Escrever sobre elas acaba por ser um escape de emoções.
Hoje tenho andado atormentada pelas imagens da guerra no Sudão. Sim, o mundo "todo" parece estar em guerra há muito, muito tempo, tempo. Mas parece que nos últimos dias, se voltou a "acordar" para esta zona do globo, falando-se mais do conflito de ocorre na zona de Darfur (ou conflito do Sudão). Para tentar (um pouco ingloriamente) compreender o que se passa, decidi então fazer algumas pesquisas.
O Sudão tem uma história de conflitos entre o sul e o norte do país, que resultaram na primeira (1955-1972) e na segunda (1983-2005) guerras civis sudanesas (embora, para alguns, a primeira nunca tenha realmente acabado, apenas tenha havido um período de uma certa "paz" entre as partes). A segunda guerra civil, ocorreu quando o governo muçulmano do norte tentou impor a Charia em todo o país, inclusive no sul, onde a maioria da população é cristã e animista. Os conflitos deram-se maioritariamente na zona mais a sul do Sudão e foi uma das guerras mais longas e mais mortíferas do final do século XX, sendo o númro de mortos um dos mais altos do que qualquer guerra desde a Segunda Guerra Mundial.
Esta guerra termina após quase três anos de negociações, com a assinatura do Tratado de Naivasha a 9 de janeiro de 2005. Da assinatura deste tratado surgiu a região autónoma do Sudão do Sul.
Existem três etnias predominantes na região: os furis (que emprestam o nome à região), os massalites e os zagauas, em geral muçulmanos da localidade ou seguidores de outras religiões.
Numa zona desértica da África Sub-Saariana, a combinação de décadas de secas, desertificação e superpopulação estão entre as causas do conflito do Darfur, onde os nómadas árabes bagaras, ao deslocarem-se em busca de água, levam os seus rebanhos de animais para o sul, onde estão terras ocupadas maioritariamente por comunidades agrárias.
A guerra entre fações arrasta-se desde 2003 e ainda ocorre nos dias atuais, com um saldo de milhares de mortos e milhões de refugiados, embora os números alarmantes não gerem tanta atenção e debate no âmbito político internacional.
Segundo a Organização das Nações Unidas, já morreram mais de 300.000 pessoas e 2,7 milhões tiveram de abandonar as suas terras e fugir para outras regiões, principalmente para o Chade, país vizinho localizado a oeste.
Depois da queda do presidente Omar Al-Bashir, em 2019, esperava-se uma transição para um regime menos dependente da influência militar e por isso os atuais combates apanharam de surpresa os habitantes de Cartum.
Em pouco mais de uma semana de guerra, terão morrido mais 400 civis. A vida desapareceu das ruas de Cartum e escondeu-se dentro das casas, cada vez mais permeáveis à violência dos combates e onde começam a escassear bens essenciais.
Os constantes conflitos, travados entre as forças regulares do exército sudanês e os combatentes da milícia paramilitar, refletem a oposição entre os dois generais mais poderosos do Sudão, que parecem ainda muito longe da mesa de negociações. No meio deste conflito, estão agora mais de cinco milhões de habitantes da capital sudanesa. Há falta do mais essencial para sobreviver: comida, água potável e eletricidade. Os habitantes de Cartum lutam já pela sobrevivência sob temperaturas próximas dos 40 graus e começaram a matar a sede com água retirada do rio Nilo.
Sem terem qualçquer expectativa de tréguas duradouras e com os combates a alastrar a outras regiões do Sudão, quem consegue, começa a abandonar o país, o terceiro maior do continente africano, temendo-se mais uma vaga de refugiados. O secretário-geral da ONU, António Guterres, garante que as Nações Unidas vão permanecer no país.
Segundo um comunicado do governo feito este domingo, o Ministério da Defesa juntou-se ao Ministério dos Negócios Estrangeiros nos esforços para a retirada dos portugueses retidos no Sudão, tendo a diplomacia portuguesa contactado "todos os cidadãos nacionais conhecidos".
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_de_Darfur
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Civil_Sudanesa
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/conflito-darfur.htm
Este ano, o tema das Nações Unidas para esta data é a “Parceria com Homens e Meninos para Transformar Normas Sociais e de Género para Acabar com a Mutilação Genital Feminina.” Esta é uma situação dramática pela qual ainda passam muitas meninas e mulheres, às "mãos" de costumes antigos e, digo eu, bárbaros e infundados. É uma manifestação do poder que algumas sociedades patriarcais têm e que mostra a forma como as mulheres ainda sofrem e são desvalorizadas no nosso mundo. Mas o que este tema nos traz este ano é a ideia de que têm de ser destacados os elementos masculinos destas comunidades para que intevenham e para que tenham um papel decisivo na mudança destes pardigmas e costumes. Desta forma, o Fundo da ONU para a Infância caba por destacar "que a onda de aliados masculinos, como líderes religiosos e tradicionais, profissionais de saúde, agentes da lei, membros da sociedade civil e organizações de base, leva a conquistas notáveis na proteção de mulheres e meninas."
António Guterres afirma que "a mutilação genital feminina é uma violação abominável dos direitos humanos fundamentais com danos permanentes à saúde física e mental de mulheres e meninas."
De acordo com Mónica Ferro - diretora do Escritório de Genebra do Fundo da ONU para a População - a mutilação genital feminina "viola os direitos de meninas e mulheres e limita as suas oportunidades de viverem uma vida com saúde, com educação e em dignidade."
As comunidades de migrantes são dos maiores desafios. Um dos exemplos é a "comunidade de cidadãos da Guiné-Bissau," onde continuam a acontecer situações de "mutilação genital em Portugal ainda que realizados no exterior."
Esta prática traz inúmeros riscos para a saúde, os quais "incluem dor intensa, infecção, hemorragia e, nos piores casos, a morte da pessoa mutilada. Os riscos a longo prazo incluem infecções genitais, reprodutivas e urinárias crónicas, problemas menstruais, infertilidade e complicações obstétricas."
A sua prática foi proibida em 22 dos 26 países da Região Africana da OMS, "mas continua a ser permitida nos Camarões, no Mali, na República Democrática do Congo e na Serra Leoa." Esta prática pode ser documentada através do setor da saúde, tal como começou a ser feito, por exemplo, no Burquina Faso que "integrou a prevenção da mutilação genital feminina, bem como os cuidados prestados às mulheres e raparigas afectadas por esta prática, no programa de formação em obstetrícia." Este país "elaborou um modelo de vigilância baseado na documentação produzida sobre a mutilação genital feminina no contexto dos cuidados pré-natais."
E vocês? Que medidas acham que ainda podem ser tomadas para combater esta situação?
Fontes:
https://news.un.org/pt/story/2023/02/1809242
Estamos longe de imaginar que tal possa ser, aos dias de hoje, possível. O tráfico humano é uma realidade em muitos países, mas esta situação que nos é apresentada no programa "Grande Reportagem", da SIC, ultrapassa tudo.
Fiquei a saber que há quem pague até 75 mil euros pelos órgãos de um albino. E que se for uma criança, pode valer ainda mais. Um albino vivo pode valer mais de 300 mil euros, é o tráfico humano que mais dinheiro envolve em todo o mundo. Nesta reportagem, de excelente qualidade como nos têm habituado, o tema é explorado através de testemunhos reais que descrevem os assassinatos ocorridos.
A Tanzânia, país onde nascem mais albinos - um em cada mil habitantes - é particularmente atrativa para as redes criminosas da África Oriental e Austral. As redes de tráfico mantêm-se firmes na Tanzânia e noutros 6 países: Moçambique, Malawi, Burundi, Quênia, Suazilândia e África do Sul. Envolvem curandeiros, sequestradores, traficantes e homicidas. E com que fim? Além de ser um negócio lucrativo que leva até a família das vítimas muitas vezes a participar?
Os clientes são políticos e homens de negócios africanos, sobretudo sul-africanos, em busca de mais poder ou riqueza. Muitos acreditam que para garantir prosperidade no além, têm de ser enterrados com 4 albinos vivos. Os órgãos são ainda usados pelos curandeiros como tratamento para a impotência sexual, a infertilidade, e doenças como o VHI.
Muitos acabam por viver enclausurados com medo de serem raptados, sem sequer poderem ir buscar água nem comida, nem podem sequer praticar agricultura de subsistência, uma vez que podem ser assassinados ou morrer devido à exposição ao sol. Os albinos sofrem de uma doença hereditária que afeta a produção de melanina - a proteína que dá cor à pele, cabelo e olhos. Deveriam usar diariamente litro e meio de protetor solar, o que implicaria gastar cerca de 2 mil meticais, 30 euros por dia, 450 euros por mês. Quase sete vezes mais que o salário mínimo, tal como nos diz a jornalista Susana André, nesta reportagem da SIC.
O número de detenções por crimes contra albinos é reduzido. O tráfico envolve cidadãos nacionais e estrangeiros, numa cadeia complexa que torna difícil encontrar o "mandante". Quando há provas, a polícia parece compactuar e nada faz para os apanhar!
Fontes:
https://sicnoticias.pt/programas/reportagemsic/2023-01-26-Quanto-valem-os-orgaos-de-um-albino--O-trafico-humano-que-mais-dinheiro-envolve-4d6bc081
O Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Escravos é celebrado anualmente no dia 25 de março e tem como principal objetivo o prestar de uma homenagem àqueles que sofreram e morreram nas mãos do brutal sistema de escravidão e, também de lembrar e consciencializar sobre os perigos do racismo e do preconceito ainda existentes nos dias de hoje.
Esta data foi proclamada através da Resolução 62/102 adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 17 de dezembro de 2007. "Neste dia, a Organização das Nações Unidas honra a memória de milhões de africanos retirados, à força, das suas famílias e terras, ao longo de centenas de anos." Infelizmente, o tráfico humano e a escravatura ainda são uma dura realidade e não pensemos que está apenas restrita a países menos desenvolvidos. Atualmente, encontramos ainda pelo mundo, pela Europa e aqui mesmo em Portugal, notícias que espelham bem a realidade vivida pelos escravos da atualidade e sobre as quais por vezes não damos a devida atenção. Conhece alguns desses casos? Partilhe-os nos comentários.
Mas vamos agora um pouco mais atrás. Num dos capítulos mais terríveis da história, mais de "15 milhões de homens, mulheres e crianças foram vítimas do trágico comércio transatlântico de escravos." Portugal foi "o primeiro estado do mundo a fazer comércio global de escravos vindos de África" mas acabou por ser um dos pioneiros "na abolição da escravatura". Apesar de ter sido um dos primeiros países a "abolir a entrada de escravos na Europa", não nos podemos esquecer que foi um dos últimos Estados a "abolir a escravatura nos territórios coloniais.” Mas afinal quando é que este flagelo se deu por terminado? A verdade é que em Portugal, "entre 2014 e 2015, o Observatório do Tráfico de Seres Humanos, do Ministério da Administração Interna, sinalizou 193 presumíveis escravos e deu conta de 40 condenações de traficantes."
"Já Portugal era há muito uma república quando morreu, em Lisboa, a última escrava do império. Foi nos anos 30 do século passado. Os jornais da época diziam que teria 120 anos. Era muito conhecida no Bairro Alto, onde vendia amendoins. Tinha sido escrava até 1869, data em que foi publicado o decreto que abolia a escravatura em todo o território português." Nem o decreto publicado em 1761 pelo Marquês de Pombal acabou com a escravatura, uma vez que esta "não foi proibida, o que foi proibido foi a entrada de novos escravos" pelo que, até as crianças "que nasciam de mãe escrava," continuavam a ser escravos. De acordo com o historiador Arlindo Caldeira, "em 1763, o Marquês de Pombal aprovou uma nova lei, a lei do ventre livre, que determinava que os filhos de escravos passavam a ser homens livres e que todos os escravos cuja bisavó já era escrava podiam ser libertados." Segundo ele, na teoria poderiamos pensar que "restava apenas uma geração de escravidão, mas isso não aconteceu por razões fraudulentas: a entrada ilegal de escravos vindos das colónias.”
Em 1822, a independência do Brasil, trouxe de regresso a Portugal "muitos portugueses que trouxeram os escravos como um dos seus aforros" e apesar destes se deverem tornar livres, isto não aconteceu uma vez que "o rei concedeu aos seus donos um privilégio especial para os poderem manter".
António de Almeida Mendes, refere que o "tráfico moderno de escravos africanos para a Europa, as Américas e o continente asiático é uma das manifestações dessas migrações mundiais de longa distância que acompanham a modernidade atlântica, mas também se inscreve nas mobilidades de proximidade, intraeuropeias e intramediterrâneas." Almeida Mendes, explica que foram necessárias várias gerações "para que o Estado português, finalmente, aprovasse o princípio da abolição da escravatura." Vai ainda mais longe, afirmando que a escravatura estava "enraizada na economia, nas práticas e nos costumes desde a Antiguidade; ser escravo era ser obrigado a um trabalho agrícola, a serviços domésticos e de aprendiz mais do que a um trabalho industrial, e era ser também um membro efetivo da Igreja cristã portuguesa."
Fontes:
https://books.openedition.org/oep/1541
A queda de um avião militar na Argélia conduziu à morte de 257 pessoas, quase a totalidade dos seus ocupantes, ao cair logo após ter descolado. Um incêndio terá deflagrado ainda antes da queda do aparelho. Segundo algumas fontes teriam havido dois sobreviventes, mas daquilo que tenho visto em outros sites ninguém terá ressistido à queda da aeronave.
O avião, de fabrico russo, teria capacidade para menos ocupantes do que os que transportava, a meteorologia pode não ter ajudado e o desastre acabou por deixar um rasto de morte a poucos quilómetros de Argel.
Entre as vítimas estão soldados, familiares dos militares e elementos da tripulação. O avião de fabrico soviético - um Ilyushin Il-76 - que se dirigia para o sul do país, terá caído minutos depois de ter descolado. O desastre terá sido o mais mortífero desde a queda do MH17, da Malaysia Airlines, em 2014.
Fontes:
https://observador.pt/2018/04/11/aviao-militar-cai-na-argelia/
https://pt.euronews.com/2018/04/11/aviao-despenha-se-na-argelia
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