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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Um sismo de 5.3 na escala de Richter fez-se sentir esta madrugada em Portugal continental. Até eu - que normalmente só na manhã seguinte sei destas coisas - acordei com a cama a abanar e um ruído estranho, como se estivesse um avião a passar baixinho sobre a casa. Foram apenas alguns segundos, mas deu para me tirar o sono. Não saí de casa e, durante alguns minutos, nem sequer me levantei da cama. A vibração sentida não fez cair nada, muito menos partir objetos, por isso, pensei que estava segura - de realçar que a gata só se levantou da cama depois de eu me levantar também e que, ao contrário de outros animais, nem sequer deu sinal. Apenas alguns minutos depois, é que comecei a pensar que talvez tivesse sido prudente ir acordar o miúdo e sairmos os dois de casa, mas estando tudo bem, acabei mesmo por não o fazer.
Em relação aos alertas, só por volta das 13h descobri que o telemóvel do meu filho tinha recebido uma mensagem que o avisava sobre "ter ocorrido" um sismo, ou seja, não considero isso um alerta porque só chegou depois do mesmo ter sido sentido. Aliás, tenho estado a verificar que muita gente está a reclamar pela falta de alerta, mas sem estarem sequer a ponderar que, dificilmente, se pode detetar um evento desta natureza, analisar a sua probabilidade, enviar mensagem e, nós, conseguirmos ainda ler e perceber a mensagem, antes da ocorrência do sismo. Acho que ainda não estamos suficientemente avançados para isso. Por outro lado, houve um pico de chamadas para a proteção civil - o que seria de esperar em caso de danos, feridos, mortos... mas nada disso aconteceu. O que é que dá às pessoas para se porem a ligar para os meios de socorro e a entupir linhas? Se querem saber o que se passa, liguem a televisão e vão ao facebook. Em poucos minutos, já sabia de muitas pessoas - amigos, famíliares e outros conhecidos - e sabia das áreas mais afetadas e dos danos que iam sendo registados (praticamente nenhuns na maioria dos locais). Sabermos uns dos outros e, até, dizermos algumas parvoíces serviu para desanuviar e para passar o tempo até que o sol se erguesse no céu.
E esta constatação leva-me a outra. Como é que queremos ser um país avançado, quando uns dão "graças a deus" por nada de mal ter acontecido, enquanto outros, afirmam ter sido um sinal de "Jesus"? Queremos ser ajudados pela ciência, mas acreditamos mais em eventos teológicos do que em factos científicos.
Bem, mas regressando àquilo que é importante. O sismo ocorreu a cerca de 60km a Oeste de Sines ou, um pouco menos se medirmos a distância a partir da ponta oeste de Sesimbra.
Os dados são diferentes conforme são analisados pelo "serviço geológico dos Estados Unidos, o USGS, que estimou uma magnitude de 5,4 na escala de Richter" ou pelo "Centro Sismológico Euro-Mediterrânico" o qual "estimou o sismo como sendo de magnitude 5,4 na escala de Richter, com o epicentro a uma profundidade de cinco quilómetros." Em relação aos danos, parece que ainda estão a ser avaliados possíveis danos em, pelo menos, uma habitação na freguesia da Quinta do Conde, Sesimbra. Houve entretanto algumas réplicas, mas a maioria delas, não foram sentidas pela população - segundo o IPMA, as primeiras réplicas "tiveram magnitudes de 1,2, de 1,1, de 0,9 e de 1,0 na escala de Richter." Entretanto, registaram-se mais algumas réplicas - o que é perfeitamente normal, às "11h44 e 11h56, a mais forte de 1,6 na escala de Richter." Podemos ainda ter mais réplicas (que não deverão ser mais fortes, mas nunca se sabe) mas que se podem prolongar por vários dias ou semanas.
Precisamente a 26 de agosto, mas de 1966, Portugal também sofria um abalo sísmico. Calhou ser a uma sexta-feira, eram 05h56m e, segundo a notícia que à época fazia a capa no Diário de Lisboa, o “sismo de pequena intensidade causou natural apreensão” nos habitantes da capital, com epicentro no mar, "a 100 quilómetros da capital," e tendo-se feito sentir na “faixa costeira entre Porto e Sagres”. Nesse sismo, a magnitude estimada foi um pouco menor, "de 4.6 na escala de Richter, seguido de várias réplicas."
Podemos dizer que foi "um sismo considerável," mas nos últimos anos, houve alguns mais fortes, Em 1969, "Lisboa sofreu um abalo de 7.9 na escala de Richter na madrugada de 28 de fevereiro. Entre 2007 e 2009, o Algarve já registou sismos de magnitude 6.0."
Fontes:
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