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Quando ajudar é crime

por Elsa Filipe, em 09.08.18

São às centenas os refugiados que atravessam o Mediterrâneo em busca de um lugar seguro. Várias organizações não governamentais tentam ajudar e salvam aqueles que lutam pela vida na iminência de uma morte por afogamento.

Se deviam estar ali? Talvez... talvez não... a nossa opinião pode ser condicionada por tantos fatores que é difícil.

Penso que não deviam, porque não era suposto estarem em fuga abandonando as suas coisas, a sua terra, as pessoas que conhecem e amam para irem para um lugar desconhecido. Mas é para muitos a única escapatória, de um país em guerra, da fome e da miséria, na busca por colocar comida na boca dos filhos, mesmo que esta solução os possa conduzir à morte. Alguns dizem que preferem a morte a tentar do que continuar no país onde nasceram e isto devia dizer-nos muito sobre aquilo que estão a passar neste momento.

Mas quem ali está para os ajudar, não pode atracar nos portos italianos. Incorrem em crimes, em acusações que os podem levar à cadeia por muitos anos. Uma destas pessoas, é Miguel Duarte, um português, de 25 anos e estudante do Instituto Superior Técnico de Lisboa, é acusado de auxílio à emigração ilegal. Certo, estas pessoas não estão a entrar de forma legal num país europeu, mas estão a fugir de um conflito e da morte certa numa terra que anda em guerra há anos. Não estão a vir de férias nem estão a vir para uma empresa trabalhar! Estão a fugir, são refugiados. 

 A 24 de Junho, já o navio da ONG alemã Mission Lifeline continuava à espera de autorização para desembarcar 239 migrantes, entre eles 14 mulheres e quatro crianças, resgatados no Mar Mediterrâneo entre a costa da Líbia e a ilha italiana de Lampedusa.

No sábado, o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, disse que os navios de resgate de migrantes podem "se esquecer" de atracar em portos italianos. "Esses barcos podem se esquecer de chegar à Itália, eu quero acabar com os negócios do tráfico e da máfia", declarou o líder do partido de ultradireita Liga.

No início de Junho, também se deu outro caso, o do navio de resgate Aquarius que só depois do novogoverno socialista espanhol ter acordado aceitá-los, foi autorizado a atracar em Espanha com quase 600 migrantes resgatados.

Concorde-se ou não, apoie-se ou não, vamos deixá-los morrer no mar e não os deixar entrar? Cá estando na Europa tem de ser feito um encaminhamento. Se calhar, em vez de se ir lá deixar armas se se fizesse um cordão humanitário para os ajudar a sair das cidades mais afetadas e se os apoiassem mais no terreno, eles não estivessem nestas situações, mas os governos olham de forma diferente para estes países como se eles não fossem pessoas como nós.

A Líbia, localizada no norte de África é um desses países.

Tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, exportando grandes quantidades de petróleo e de gás natural. A cultura deste país é influenciada pelo islamismo. Será isto que está a impedir que sejam ajudados?

 

Fontes:

https://www.dw.com/pt-br/navio-com-239-migrantes-ainda-sem-porto-para-atracar/a-44373730

 

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publicado às 21:39



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