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Um aluno de 16 anos, que ainda estava a frequentar uma turma de 8º ano, com colegas cerca de três anos mais novos, achou-se que seria engraçado levar uma bisnaga para a sala e começar a implicar com os colegas. Um dos alunos, de 13 anos e que estaria bem mais interessado em aprender do que em se comportar como uma criança de 3 anos e brincar com uma pistola de água, tirou o brinquedo do colega de 16 e entregou ao professor. Uma ação de louvar, de grande coragem e que mostra que este menino de 13 anos sabe que a sala de aula é um lugar onde se aprende e que se há coisa importante na sala, é respeitar quem quer aprender e quem está ali para ensinar! 

O caso aconteceu esta terça-feira, "dia 26, na Escola Básica 2+3 de Alfornelos, no concelho da Amadora." 

Mas infelizmente, o aluno que se estava a armar no palhacinho da turma e a brincar em vez de estudar, continuou a manifestar que aquele não era o lugar certo para ele e desatou a agredir de forma bárbara o colega. Segundo noticiado, "o mais novo conseguiu retirar a pistola e entregou-a à professora, mas o mais velho tentou reavê-la. Irritado, por não o ter conseguido, virou atenções para o colega e começou a agredi-lo, dentro da sala de aula." Foram precisos vários adultos para que conseguissem tirar a vítima das suas mãos: "perante as agressões, a professora conseguiu separá-los e levou-os para a administração da escola. Mas, no percurso, o jovem de 16 anos voltou a agredir brutalmente a vítima. Só com a intervenção de três auxiliares de ação educativa é que foi separado. A vítima chegou a ser pontapeada na cabeça enquanto estava no chão." 

O menino foi levado para o hospital com lesões físicas graves e pode até ter lesões neurológicas devido às pancadas de que foi alvo na zona da cabeça. 

"Os pais da vítima, além de terem apresentado queixa na esquadra da PSP de Alfornelos, participaram o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens." De acordo com o JN, "o jovem de 16 anos foi suspenso pela direção do agrupamento."

Neste momento, não sei ainda se o jovem de 16 anos, teria problemas ou algum tipo de NEE que pudesse de alguma forma, justificar o seu comportamento infantilizado, agressivo e fora do normal, mas neste momento só me consigo colocar no lugar da mãe do menino que foi agredido. Esta mãe, que como eu deve ser a primeira a sentir orgulho no seu filho, está agora com o coração apertado pelo medo de que estas agressões tragam para o seu filho graves consequências. E sinto também raiva, por não haver o adequado acompanhamento, com pessoal especializado suficiente nas escolas, para casos como este. 

Como educadora e como formadora, sou a favor da inclusão, desde que feita em condições em que todos possam ver satisfeitas as suas necessidades. Não concordo de todo com passagens de ano administrativas, sem que as crianças e jovens que eventualmente tenham NEE possam ser devidamente acompanhados, com profissionais competentes, em turmas reduzidas e com horários e currículos adaptados e adequados. 

Há escolas com profissionais fantásticos, com professores e auxiliares com formação e que fazem de tudo para que cada criança e cada jovem ao seu cuidado esteja protegido e lhe possa ser disponibilizado o melhor apoio, mas não há milagres que se façam em casos de falta de pessoal, de turmas com alunos não diagnosticados e logo não acompanhados, com pais que se recusem a aceitar que o seu educando tem de facto um problema ou uma condição e que necessitam de um currículo escolar diferente.

Há tantos casos, e este noticiado hoje, foi apenas mais um. "O estudante de 13 anos acabou por ser espancado e pontapeado na cabeça pelo colega, sem que professores ou auxiliares fossem capazes de travar o agressor” e foi  "internado no Hospital Amadora-Sintra, onde está a ser observado, temendo-se que possa sofrer de danos neurológicos." Algo vai mal nas nossas escolas, mas não nos podemos esquecer que a escola espelha a nossa sociedade.

Fontes:

https://zap.aeiou.pt/aluno-espancado-colega-pistola-de-agua-559570

https://www.jn.pt/6944075409/aluno-de-13-anos-agredido-brutalmente-por-colega-mais-velho-na-escola/amp/

 

 

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publicado às 22:37



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