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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas venceu este ano o prémio Nobel da Paz. O anúncio foi feito esta sexta-feira em Oslo pelo Instituto Nobel norueguês, que sublinha “os seus esforços por combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e a sua ação como força motriz nos esforços por evitar a utilização da fome como arma na guerra e em conflitos”.
O Programa Alimentar Mundial foi criado em 1961 e tem a sua sede em Roma. É neste momento, a maior organização no planeta a promover a segurança alimentar. Com cerca de 17 mil funcionários, todos os anos presta assistência a cerca de 90 milhões de pessoas em mais de 80 países. Em agosto deste ano, Beirute, no Líbano, sofreu uma enorme explosão que levou 300 mil pessoas a ficarem sem abrigo e sem de que se alimentar. Era necessário agir e foi isso que esta organização conseguiu fazer: levou 12,5 toneladas de farinha de trigo, para tentar estabilizar a oferta do ingrediente e baixar o preço do pão. Organizações não governamentais que receberam apoio desta entidade distribuíram refeições para mais de 3000 pessoas por dia - não só para afetados, mas também a todos os libaneses que participaram na limpeza dos escombros resultantes da explosão. David Beasley é o atual diretor-executivo.
Com um valor de cerca de 918 mil euros, o prémio Nobel da Paz distingue “quem fez mais ou melhor trabalho pela fraternidade entre nações, pela abolição ou redução dos exércitos ativos e pela realização e promoção de congressos de paz”. Alfred Nobel foi o criador destes galardões. Desde 1901, o prémio coube a 107 indivíduos e 24 organizações.
No ano passado a honra coube ao primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, pelos esforços para promover a paz no seu país e entre este e a vizinha Eritreia. Em 2018 foi a luta contra a violência sexual que valeu o prémio à iraquiana Nadia Murad e ao médico Denis Mukwege, da República Democrática do Congo.
Destaco também o prémio atribuído à pessoa mais jovem de sempre (17 anos) em 2014. Malala, era ainda uma criança, uma jovem paquistanesa quando começou a ser ouvida em todo o mundo. Ainda hoje, Malala não se cansa de dizer que todas as crianças devem ir à escola, que todas têm direito à educação.
A causa desta ativista começou quando tinha 11 anos e vivia no Vale de Swat, no Paquistão, perto da fronteira com o Afeganistão. Em 2009 os extremistas religiosos conseguiram impor a sharia, a lei islâmica, e o terror entrou na sua aldeia, com as adolescentes a serem perseguidas por frequentarem o ensino. A situação começou a ser relatada por Malala num blogue da BBC, com a coragem e a inocência de uma menina que falava quando todos os outros tinham medo.
O sucesso do "Diário de uma Estudante Paquistanesa" chamou a atenção dos taliban que, a 9 de outubro de 2012, dispararam sobre ela, atingindo-a na cabeça. A menina foi levada para o Hospital da Rainha Isabel, em Birmigham, Reino Unido, onde esteve em coma durante vários dias. Malala sobreviveu ao ataque e continuou, ainda mais determinada, a defender o direito à educação. Por causa das constantes ameaças, a família refugiou-se em Inglaterra e lá Malala pôde regressar à escola, em liberdade.
“Uma criança, um professor, um livro, uma caneta. Educação é a solução. Educação primeiro.” é o mantra que repete em todos os grandes palcos deste mundo. O dinheiro dos muitos prémios que já recebeu tem sido investido na ONG que fundou com o pai. O Fundo Malala já ajudou 60 milhões de raparigas que não podiam ir à escola.
Fontes:
https://ensina.rtp.pt/artigo/malala-a-jovem-paquistanesa-que-defende-as-criancas/
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