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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Para mim, a Páscoa é aquele conjunto de dias em que comemos amêndoas de chocolate, somos bombardeados de imagens fofinhas de coelhinhos coloridos e, já que a criançada está de férias escolares - cada vez mais curtas por sinal - podemos aproveitar para descansar um pouco mais.
Mas para algumas pessoas, a Páscoa também é um ritual religioso, dependendo daquilo em que acreditam. Para muitos, a Páscoa é uma festa religiosa. Mas vamos ver melhor a origem destas festividades e o que significam.
Podemos dizer que a Páscoa é uma "festa de origem judaica, que comemora a liberdade do povo hebreu após um longo período de escravidão no Egito"?
Pois é, por volta de 1250 a.C., o povo hebraico que tinha sido "escravizado durante anos" pelos Egípcios acaba por ser libertado, depois daquilo que ficou conhecido como "As dez pragas do Egipto."
O Faraó - que na época seria Ramsés II - consente a libertação dos escravos após a primeira praga, mas assim que percebe que o Egipto está livre do problema, volta atrás na sua decisão. Deus envia uma nova praga, e assim foi acontecendo sucessivamente: "sempre que Deus enviava uma praga, convencia o Faraó, que depois de se ver livre da mesma, voltava atrás." Só quando na décima praga, Ramsés II se apercebe que estão a morrer "todos os primogênitos egípcios" destino que não irá excluir o seu próprio filho, este acaba por ceder e aceitar libertar da escravatura o povo hebraico.
Depois de se verem livres, os hebreus iniciaram a sua "travessia rumo a Israel." A própria terminologia deriva de uma palavra judaica: "Pessach," que significa “passagem." Na festa judaica, um dos símbolos mais importantes é o “Matzá” (pão sem fermento), que representa a fé. Por esse motivo, no festejo que se denomina de “Festa dos Pães Ázimos” (Chag haMatzot), "é proibido comer pães com fermento."
Mas a própria palavra, sofreu algumas evoluções, conforme o povo ou a língua. Passou a ser "Paska," na Grécia e "Pascua" em Roma. Em latim, o termo significava mesmo "alimento", ou seja, o fim do jejum da quaresma. Então, o termo já existia e a celebração também, mas podemos afirmar que o que têm em comum estas celebrações, são a sua ligação à "libertação" e à "esperança."
No caso da festa cristã, o domingo de Páscoa encerra a Semana Santa, na qual se "recorda a Última Ceia de Jesus com os apóstolos, a sua crucificação e ressurreição" - o que conforme se conta, teria "acontecido durante a celebração da Páscoa judaica." Na liturgia católica, esta semana é então composta pelo "Domingo de Ramos," - que antecede a Páscoa, "Segunda-Feira Santa, Terça-Feira Santa, Quarta-Feira Santa, Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa ou Sexta-Feira da Paixão, Sábado Santo ou Sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa." Existem também outros símbolos, como por exemplo, o Círio Pascal, que em algumas zonas do país, ainda visita a casa dos crentes. Este círio pode ser também as velas que se acendem "para comemorar o retorno de Jesus Cristo, ou seja, a vida nova." Habitualmente, estas velas têm inscritas as "letras gregas alfa e ômega," que se podem traduzir como "o início e o fim, simbolizando assim, a luz de Cristo que traz a esperança." Já o "pão e o vinho, dois elementos muito emblemáticos no cristianismo, representam o corpo e o sangue de Cristo e simbolizam a vida eterna," assim como o cordeiro, que significa o sacrifício de Jesus.
Mas, vamos lá andar um pouco mais para trás!
Segundo alguns historiadores, civilizações muito mais antigas, especialmente nas mitologias nórdica e germânica, já se prestava culto a "uma deusa, conhecida como Ostara ou Eostern, numa festa que celebrava a passagem do inverno para a primavera," e que era também conhecida por ser a "deusa da fertilidade."
Ou seja, já os "antigos povos pagãos (celtas, fenícios, egípcios, etc.) festejavam a chegada da primavera e o fim do inverno," numa celebração que "simbolizava a sobrevivência da espécie humana."
E de onde apareceram então os coelhos e os ovos?
Bem, de certeza que este costume também teria de vir dos povos mais antigos! Em várias culturas, o coelho era um símbolo ligado à "fertilidade" e ao próprio "nascimento."
Também os ovos simbolizam a fertilidade. "Os ovos de páscoa (cozidos e coloridos ou de chocolate), carregam o germe da vida e representam a fertilidade, o nascimento, a esperança, a renovação e a criação cíclica." A tradição de trocar ovos vem da antiguidade, mas ainda hoje o fazemos, seja como oferta ou até escondendo-os para as crianças os poderem encontrar.
Em Portugal, apesar de não ser tão festejada como o Natal, a Páscoa ainda mantém um "importante significado religioso, assinalado através de diversos eventos de norte a sul do país." Este é especialmente "um momento de reunião" da família em volta da mesa, como é hábito por cá. Em cada região podemos encontrar diferentes tradições gastronómicas, mas são os mais conhecidos, os pratos "que incluam cabrito ou borrego."
São tradição também os folares, o pão-de-ló, as amêndoas, os ninhos, as queijadinhas, entre outras delícias típicas.
Fontes:
https://www.todamateria.com.br/origem-da-pascoa/
https://www.todamateria.com.br/historia-da-pascoa/
https://www.lostinlisbon.com/pt/blog/pascoa-a-sua-origem-e-o-que-fazer-nesta-epoca-tao-especial/
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